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NA CURSOS E ASSESSORIA

ECA
O

PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:

Título I
Das Disposições Preliminares
        Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
        Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
        Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas
entre dezoito e vinte e um anos de idade.
        Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
        Parágrafo único.  Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes,
sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença,
deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente
social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a
comunidade em que vivem.        (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária.
        Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
        a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
        b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
        c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
        d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à
juventude.
        Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por
ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
        Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as
exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança
e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
Título II
Dos Direitos Fundamentais
Capítulo I
Do Direito à Vida e à Saúde
        Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de
políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em
condições dignas de existência.
Art. 8o  É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e
de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao
parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único
de Saúde.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1o  O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária.          (Redação dada
pela Lei nº 13.257, de 2016)
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§ 2o  Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no último trimestre
da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção da
mulher.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o  Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-
nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o acesso a
outros serviços e a grupos de apoio à amamentação.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        § 4o  Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período
pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado
puerperal.       (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência
§ 5o  A assistência referida no § 4 o deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e mães que
manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que se
encontrem em situação de privação de liberdade.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 6o  A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante o período
do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 7o  A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação complementar
saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a criação de
vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da criança.          (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016)
§ 8o  A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a parto natural
cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por motivos
médicos.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 9o  A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar ou que abandonar as
consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas pós-
parto.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 10.  Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância que se
encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas
sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o
sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança.          (Incluído pela Lei
nº 13.257, de 2016)
Art. 8º-A.  Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada
anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar informações sobre
medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na
adolescência.                 (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
Parágrafo único.  As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do
poder público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente ao
público adolescente.                (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
         Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
§ 1o  Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou
coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de promoção, proteção e
apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável, de forma contínua.          (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou
unidade de coleta de leite humano.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
         Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e
particulares, são obrigados a:
        I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de
dezoito anos;
        II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão
digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;
        III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do
recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
        IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto
e do desenvolvimento do neonato;
        V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
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         VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica


adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já
existente.               (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017)         (Vigência)
Art. 11.  É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do
adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a
ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.          (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016)
§ 1o  A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em
suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação.          (Redação dada pela
Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem, medicamentos,
órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para
crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades
específicas.         (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o  Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira infância
receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento
psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessário.          (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016)
        Art. 12.  Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia
intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo
integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou
adolescente.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e
de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar
da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.         (Redação dada pela Lei nº
13.010, de 2014)
§ 1o  As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão
obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da
Juventude.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência social em
seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e os
demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima
prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com suspeita ou confirmação
de violência de qualquer natureza, formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em
rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica
para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de
educação sanitária para pais, educadores e alunos.
§ 1o  É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades
sanitárias.          (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de
forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à
criança.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o  A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, inicialmente,
antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo
segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal.         (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4o  A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Único
de Saúde.         (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida, de
protocolo ou outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica
de acompanhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico.                  (Incluído pela
Lei nº 13.438, de 2017)        (Vigência)
Capítulo II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
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        Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas
humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
garantidos na Constituição e nas leis.
        Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
        I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
        II - opinião e expressão;
        III - crença e culto religioso;
        IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
        V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
        VI - participar da vida política, na forma da lei;
        VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
        Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da
criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos
valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
        Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de
qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico
ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro
pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos
executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los,
educá-los ou protegê-los.             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Parágrafo único.  Para os fins desta Lei, considera-se:             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a
criança ou o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
a) sofrimento físico; ou             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
b) lesão;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao
adolescente que:             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
a) humilhe; ou             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
b) ameace gravemente; ou             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
c) ridicularize.             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores
de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes,
tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como
formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do
caso:             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;             (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014)
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014)
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;             (Incluído pela Lei nº 13.010,
de 2014)
V - advertência.             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Parágrafo único.  As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo
de outras providências legais.             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Capítulo III
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 19.  É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e,
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente
que garanta seu desenvolvimento integral.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
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       § 1o  Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou
institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade
judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar,
decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em família
substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.  (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)
        § 2o  A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se
prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior
interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.              (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)
        § 3o  A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em
relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e programas de
proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1 o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos
incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.              (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        § 4o  Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de
liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento
institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial.             (Incluído pela
Lei nº 12.962, de 2014)
         § 5o  Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver em
acolhimento institucional.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6o  A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisciplinar.             (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017)
Art. 19-A.  A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo
após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude.             (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
§ 1o  A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,
que apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado
gestacional e puerperal.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o  De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da gestante ou
mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência social para
atendimento especializado.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o  A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei,
respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período.             (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017)
§ 4o  Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da família
extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção do poder
familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la
ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional.             (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5o  Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai registral
ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 desta Lei, garantido
o sigilo sobre a entrega.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6º  Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da família extensa
para confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o
poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja habilitado a
adotá-la.   (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 7o  Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de adoção,
contado do dia seguinte à data do término do estágio de convivência.             (Incluído pela Lei nº 13.509,
de 2017)
§ 8o  Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a equipe
interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida com os genitores, e
será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180
(cento e oitenta) dias.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 9o  É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta
Lei.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
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§ 10.  Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por suas
famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento.  (Incluído pela Lei nº 13.509,
de 2017)
Art. 19-B.  A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão
participar de programa de apadrinhamento.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 1o  O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos
externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu
desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro.             (Incluído
pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2º  Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos
cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento de
que fazem parte.  (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o  Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu
desenvolvimento.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o  O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada programa
de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade de
reinserção familiar ou colocação em família adotiva.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5o  Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude
poderão ser executados por órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil.             (Incluído
pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6o  Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos serviços
de acolhimento deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária competente.             (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
        Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do
que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância,
recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência.           (Expressão substituída
pela Lei nº 12.010, de 2009)     Vigência
        Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes
ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
        Parágrafo único.  A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e
responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o
direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança
estabelecidos nesta Lei.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a
suspensão do poder familiar.             (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
§ 1o  Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o
adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em
serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
2016)
§ 2º  A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na
hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular do
mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente.              (Redação dada pela Lei nº
13.715, de 2018)
        Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento
injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22.             (Expressão substituída pela Lei nº
12.010, de 2009)       Vigência
Seção II
Da Família Natural
        Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus
descendentes.             (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Parágrafo único.  Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da
unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou
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adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.             (Incluído pela Lei nº 12.010,


de 2009)  Vigência
        Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou
separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento
público, qualquer que seja a origem da filiação.
        Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao
falecimento, se deixar descendentes.
        Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e
imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição,
observado o segredo de Justiça.
Seção III
Da Família Substituta
Subseção I
Disposições Gerais
        Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção,
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
        § 1o  Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe
interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada.             (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        § 2o  Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido
em audiência.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 3o  Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou
de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida.             (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 4o  Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família
substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique
plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o
rompimento definitivo dos vínculos fraternais.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 5o  A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação
gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da
Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
política municipal de garantia do direito à convivência familiar.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        § 6o  Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade
remanescente de quilombo, é ainda obrigatório:             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e
tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais
reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros
da mesma etnia;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista,
no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou
multidisciplinar que irá acompanhar o caso.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo,
incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.
        Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a
terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
        Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente
admissível na modalidade de adoção.
        Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.
Subseção II
Da Guarda
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou
adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.             (Vide
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou
incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
        § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a
situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de
representação para a prática de atos determinados.
        § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e
efeitos de direito, inclusive previdenciários.
        § 4o  Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária
competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de
criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o
dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do interessado ou
do Ministério Público.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 34.  O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o
acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio
familiar.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 1o  A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá preferência a
seu acolhimento institucional, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da
medida, nos termos desta Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 2o  Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no programa de acolhimento
familiar poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a
33 desta Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
        § 3o  A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em família acolhedora como
política pública, os quais deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de crianças e
de adolescentes em residências de famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam
no cadastro de adoção.         (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
       § 4o  Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e municipais para a manutenção
dos serviços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a própria
família acolhedora.         (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado,
ouvido o Ministério Público.
Subseção III
Da Tutela
        Art. 36.  A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos
incompletos.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão
do poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda.             (Expressão substituída pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 37.  O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme previsto no
parágrafo único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo
de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do
ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei.             (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        Parágrafo único.  Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos previstos nos arts. 28 e
29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vontade, se
restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores
condições de assumi-la.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.
Subseção IV
Da Adoção
        Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 1o  A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando
esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma
do parágrafo único do art. 25 desta Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        § 2o  É vedada a adoção por procuração.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)         Vigência
        § 3o  Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de outras pessoas, inclusive seus
pais biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando.             (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
        Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver
sob a guarda ou tutela dos adotantes.
        Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres,
inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos
matrimoniais.
        § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação
entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes.
        § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus
ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária.
        Art. 42.  Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado
civil.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
        § 2o  Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou
mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família.             (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.
        § 4o  Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de
convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a
existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a
excepcionalidade da concessão.              (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 5o  Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será
assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de
2002 - Código Civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 6o  A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier
a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.(Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em
motivos legítimos.
        Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o
curador adotar o pupilo ou o curatelado.
        Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.
        § 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam
desconhecidos ou tenham sido destituídos do  poder familiar.             (Expressão substituída pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu
consentimento.
        Art. 46.  A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo
prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades
do caso.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 1o  O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou
guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da
constituição do vínculo.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 2o  A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de
convivência.              (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 2o-A.  O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual
período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017)
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 3o  Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de
convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por
até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.             
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o-A.  Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo, deverá ser apresentado laudo fundamentado pela
equipe mencionada no § 4o deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da adoção à autoridade
judiciária.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
         § 4o  O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça
da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da
conveniência do deferimento da medida.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 5o  O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na comarca
de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em
qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de residência da criança.             (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017)
        Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil
mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
        § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus
ascendentes.
        § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado.
        § 3o  A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do
Município de sua residência.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 4o  Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do
registro.              (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 5o  A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá
determinar a modificação do prenome.              (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 6o  Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do
adotando, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.              (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        § 7o  A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto
na hipótese prevista no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do
óbito.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 8o  O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados serão mantidos em
arquivo, admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua
conservação para consulta a qualquer tempo.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência 
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou
adolescente com deficiência ou com doença crônica.             (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014)
§ 10.  O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável
uma única vez por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.             
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 48.  O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso
irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18
(dezoito) anos.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Parágrafo único.  O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor
de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e
psicológica.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais
naturais.             (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças
e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na
adoção.             (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado,
ouvido o Ministério Público.
        § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfizer os requisitos legais, ou verificada
qualquer das hipóteses previstas no art. 29.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 3o  A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de preparação psicossocial
e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 4o  Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3o deste artigo incluirá o
contato com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições de serem
adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da
Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e pela
execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.             (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        § 5o  Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes em
condições de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção.             (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        § 6o  Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País, que somente serão
consultados na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no §
5o deste artigo.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 7o  As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão acesso integral aos cadastros,
incumbindo-lhes a troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria do
sistema.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 8o  A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das
crianças e adolescentes em condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar na
comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos
cadastros estadual e nacional referidos no § 5 o deste artigo, sob pena de
responsabilidade.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 9o  Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e correta alimentação dos
cadastros, com posterior comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira.             (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 10.  Consultados os cadastros e verificada a ausência de pretendentes habilitados residentes no
País com perfil compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscrito nos
cadastros existentes, será realizado o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção
internacional.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 11.  Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua adoção, a criança ou o
adolescente, sempre que possível e recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em
programa de acolhimento familiar.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 12.  A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes à adoção serão
fiscalizadas pelo Ministério Público.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 13.  Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não
cadastrado previamente nos termos desta Lei quando:             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        I - se tratar de pedido de adoção unilateral;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e
afetividade;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou
adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e
afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts.
237 ou 238 desta Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 14.  Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá comprovar, no curso do
procedimento, que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta
Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
         § 15.  Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar criança ou
adolescente com deficiência, com doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além de
grupo de irmãos.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 51.  Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretendente possui residência habitual
em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à
Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 junho de
12
NA CURSOS E ASSESSORIA

1999, e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção.             (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)
        § 1o  A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente
terá lugar quando restar comprovado:             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso concreto;             (Redação
dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
       II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família
adotiva brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da inexistência de adotantes habilitados
residentes no Brasil com perfil compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos cadastros
mencionados nesta Lei;             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados ao
seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer
elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto nos §§ 1 o e 2o do art. 28 desta
Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 2o  Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção
internacional de criança ou adolescente brasileiro.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 3o  A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e Federal
em matéria de adoção internacional.              (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 52.  A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei,
com as seguintes adaptações:             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá
formular pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção
internacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua residência
habitual;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solicitantes estão habilitados e
aptos para adotar, emitirá um relatório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade
jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio
social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção internacional;             (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autoridade Central Estadual, com
cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária, incluindo estudo psicossocial
elaborado por equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente,
acompanhada da respectiva prova de vigência;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados pela autoridade consular,
observados os tratados e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradução, por
tradutor público juramentado;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar complementação sobre o
estudo psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida;             (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da
legislação estrangeira com a nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à medida dos
requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como
da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção internacional, que terá
validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido de adoção
perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente,
conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 1o  Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação
à adoção internacional sejam intermediados por organismos credenciados.             (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
13
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 2o  Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de organismos nacionais e
estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com posterior
comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio
próprio da internet.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 3o  Somente será admissível o credenciamento de organismos que:             (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e estejam devidamente
credenciados pela Autoridade Central do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do
adotando para atuar em adoção internacional no Brasil;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        II - satisfizerem as condições de integridade moral, competência profissional, experiência e
responsabilidade exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central Federal
Brasileira;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e experiência para atuar na área de
adoção internacional;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro e pelas normas
estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasileira.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 4o  Os organismos credenciados deverão ainda:             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos limites fixados pelas
autoridades competentes do país onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade Central
Federal Brasileira;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, com
comprovada formação ou experiência para atuar na área de adoção internacional, cadastradas pelo
Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Brasileira, mediante
publicação de portaria do órgão federal competente;             (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        III - estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do país onde estiverem sediados e
no país de acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento e situação
financeira;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, relatório geral das atividades
desenvolvidas, bem como relatório de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no
período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;             (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
        V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central Estadual, com cópia para a
Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será
mantido até a juntada de cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do país de
acolhida para o adotado;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes encaminhem à Autoridade Central
Federal Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado de
nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 5o  A não apresentação dos relatórios referidos no § 4 o deste artigo pelo organismo credenciado
poderá acarretar a suspensão de seu credenciamento.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 6o  O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarregado de intermediar pedidos
de adoção internacional terá validade de 2 (dois) anos.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 7o  A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante requerimento protocolado na
Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do respectivo prazo de
validade.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 8o  Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção internacional, não será
permitida a saída do adotando do território nacional.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
14
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 9o  Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará a expedição de alvará
com autorização de viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoriamente, as
características da criança ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços
peculiares, assim como foto recente e a aposição da impressão digital do seu polegar direito, instruindo o
documento com cópia autenticada da decisão e certidão de trânsito em julgado.             (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 10.  A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer momento, solicitar informações
sobre a situação das crianças e adolescentes adotados.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 11.  A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, que sejam considerados
abusivos pela Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, é
causa de seu descredenciamento.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 12.  Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados por mais de uma entidade
credenciada para atuar na cooperação em adoção internacional.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 13.  A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de
1 (um) ano, podendo ser renovada.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 14.  É vedado o contato direto de representantes de organismos de adoção, nacionais ou
estrangeiros, com dirigentes de programas de acolhimento institucional ou familiar, assim como com
crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem a devida autorização
judicial.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 15.  A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspender a concessão de novos
credenciamentos sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo
fundamentado.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 52-A.  É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento, o repasse de recursos
provenientes de organismos estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção internacional a
organismos nacionais ou a pessoas físicas.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Parágrafo único.  Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da
Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos da
Criança e do Adolescente.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 52-B.  A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratificante da Convenção de Haia,
cujo processo de adoção tenha sido processado em conformidade com a legislação vigente no país de
residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será automaticamente
recepcionada com o reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 1o  Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia,
deverá a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.              (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        § 2o  O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante da Convenção de Haia,
uma vez reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira pelo Superior
Tribunal de Justiça.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 52-C.  Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida, a decisão da
autoridade competente do país de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela Autoridade
Central Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato à
Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias à expedição do Certificado de
Naturalização Provisório.              (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 1o  A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente deixará de reconhecer os
efeitos daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à ordem pública
ou não atende ao interesse superior da criança ou do adolescente.             (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
        § 2o  Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1o deste artigo, o Ministério
Público deverá imediatamente requerer o que for de direito para resguardar os interesses da criança ou
do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação
à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de origem.             (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
15
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 52-D.  Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha
sido deferida no país de origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, na
hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha aderido
à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional.             (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
Capítulo IV
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
        Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
        I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
        II - direito de ser respeitado por seus educadores;
        III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
        IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
        V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
        Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como
participar da definição das propostas educacionais.
        Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
        I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na
idade própria;
        II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
        III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;            (Redação
dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
        V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
        VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
        VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
        § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
        § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa
responsabilidade da autoridade competente.
        § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.
        Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular
de ensino.
        Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar
os casos de:
        I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
        II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
        III - elevados níveis de repetência.
        Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a
calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e
adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
        Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios
do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso
às fontes de cultura.
        Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de
recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a
juventude.
Capítulo V
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho
        Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de
aprendiz.              (Vide Constituição Federal)
16
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do
disposto nesta Lei.
        Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as
diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.
        Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:
        I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;
        II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
        III - horário especial para o exercício das atividades.
        Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.
        Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e
previdenciários.
        Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.
        Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola
técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
        I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;
        II - perigoso, insalubre ou penoso;
        III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral
e social;
        IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.
        Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de
entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que
dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunerada.
        § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas
relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
        § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda
dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.
        Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os
seguintes aspectos, entre outros:
        I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;

        II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.


Título III
Da Prevenção
Capítulo I
Disposições Gerais
        Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do
adolescente.
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma articulada na
elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas de educação de crianças e de
adolescentes, tendo como principais ações:             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da criança e do
adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014)
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o
Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as entidades não
governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
adolescente;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e assistência social e
dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente
para o desenvolvimento das competências necessárias à prevenção, à identificação de evidências, ao
diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de violência contra a criança e o
adolescente;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
17
NA CURSOS E ASSESSORIA

IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência contra a
criança e o adolescente;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança e do
adolescente, desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo de
promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico ou
de tratamento cruel ou degradante no processo educativo;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração de planos de
atuação conjunta focados nas famílias em situação de violência, com participação de profissionais de
saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da
criança e do adolescente.             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Parágrafo único.  As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de
atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção.             (Incluído pela Lei nº 13.010,
de 2014)
Art. 70-B.  As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que se refere o art. 71, dentre
outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar ao
Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes.            
(Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
Parágrafo único.  São igualmente responsáveis pela comunicação de que trata este artigo, as pessoas
encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cuidado,
assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado
retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.              (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
        Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
        Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras decorrentes
dos princípios por ela adotados.
        Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa física
ou jurídica, nos termos desta Lei.

Capítulo II
Da Prevenção Especial
Seção I
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos
        Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos
públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e
horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
        Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em lugar
visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza do
espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.
        Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos classificados
como adequados à sua faixa etária.
        Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos
locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
        Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o público
infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
        Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua
classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.
        Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a venda ou
aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em desacordo
com a classificação atribuída pelo órgão competente.
        Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólucro, informação sobre a
natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.
        Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e
adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
        Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográficas
ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter
ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições,
e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.
        Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou
congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmente,
cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local,
afixando aviso para orientação do público.
Seção II
Dos Produtos e Serviços
        Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
        I - armas, munições e explosivos;
        II - bebidas alcoólicas;
        III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por
utilização indevida;
        IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam
incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
        V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
        VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
        Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou
estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.
Seção III
Da Autorização para Viajar
        Art. 83.  Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da
comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização
judicial.   (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
        § 1º A autorização não será exigida quando:
        a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16
(dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região
metropolitana;   (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
        b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado:   (Redação dada
pela Lei nº 13.812, de 2019)
        1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o
parentesco;
        2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
        § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida
por dois anos.
        Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou
adolescente:
        I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
        II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento
com firma reconhecida.
        Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em
território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
Parte Especial
Título I
Da Política de Atendimento
Capítulo I
Disposições Gerais
        Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um
conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios.
        Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:          (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        I - políticas sociais básicas;
19
NA CURSOS E ASSESSORIA

        II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção social e
de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências;         (Redação
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligência,
maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
        IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes
desaparecidos;
        V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
        VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do convívio
familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes;            
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)         Vigência
        VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescentes
afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de
adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de
irmãos.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)         Vigência
        Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
        I - municipalização do atendimento;
        II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente,
órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular
paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
        III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-
administrativa;
        IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos
dos direitos da criança e do adolescente;
        V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança
Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do
atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional;
        VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar
e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de
agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em programas de acolhimento familiar
ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se mostrar
comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas
no art. 28 desta Lei;          (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos da
sociedade.           (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        VIII - especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes áreas da
atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre
desenvolvimento infantil;        (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
IX - formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente que
favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento
integral;        (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
violência.        (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
         Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos
direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não será
remunerada.

Capítulo II
Das Entidades de Atendimento
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades,
assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e sócio-educativos destinados a
crianças e adolescentes, em regime de:
        I - orientação e apoio sócio-familiar;
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        II - apoio sócio-educativo em meio aberto;


        III - colocação familiar;
        IV - acolhimento institucional;            (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência
V - prestação de serviços à comunidade;         (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
VI - liberdade assistida;         (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
VII - semiliberdade; e         (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
VIII - internação.       (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
        § 1o  As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de seus
programas, especificando os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas
alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.            (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)         Vigência
        § 2o  Os recursos destinados à implementação e manutenção dos programas relacionados neste
artigo serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de
Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade absoluta à
criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e
parágrafo único do art. 4o desta Lei.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)          Vigência
        § 3o  Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para renovação da
autorização de funcionamento:         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)          Vigência
        I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às resoluções relativas à
modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do
Adolescente, em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)         Vigência
        II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo
Ministério Público e pela Justiça da Infância e da Juventude;         (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)          Vigência
        III - em se tratando de programas de acolhimento institucional ou familiar, serão considerados os
índices de sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o
caso.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar depois de registradas no
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho
Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade.
        § 1o  Será negado o registro à entidade que:         (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)         Vigência
        a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
segurança;
        b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;
        c) esteja irregularmente constituída;
        d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e) não se adequar ou      deixar de cumprir as resoluções e deliberações relativas à modalidade de
atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os
níveis.       (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 2o  O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o
disposto no § 1o deste artigo.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        Art. 92.  As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional deverão
adotar os seguintes princípios:         (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)         Vigência
        I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;        (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família
natural ou extensa;         (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
        IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
        V - não desmembramento de grupos de irmãos;
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes
abrigados;
        VII - participação na vida da comunidade local;
        VIII - preparação gradativa para o desligamento;
        IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
        § 1o  O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é equiparado ao
guardião, para todos os efeitos de direito.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 2o  Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional
remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da
situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação prevista no §
1o do art. 19 desta Lei.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        § 3o  Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão
conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em
programas de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes,
incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar.         (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)        Vigência
        § 4o  Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades que
desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do
Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o contato da criança ou adolescente
com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo.          
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        § 5o  As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional somente
poderão receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e finalidades
desta Lei.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência
        § 6o  O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de entidade que desenvolva
programas de acolhimento familiar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da apuração
de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal.           (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)       
Vigência
        § 7o  Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento institucional, dar-se-á
especial atenção à atuação de educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, às
rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto como
prioritárias.            (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 93.  As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter
excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade
competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da
Juventude, sob pena de responsabilidade.         (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        Parágrafo único.  Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e se
necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para promover a
imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso
possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento familiar, institucional
ou a família substituta, observado o disposto no § 2 o do art. 101 desta Lei.        (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)        Vigência
        Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, entre
outras:
        I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;
        II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de internação;
        III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;
        IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;
        V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares;
        VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou
impossível o reatamento dos vínculos familiares;
        VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
        VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adolescentes
atendidos;
22
NA CURSOS E ASSESSORIA

        IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;


        X - propiciar escolarização e profissionalização;
        XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
        XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;
        XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
        XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos
resultados à  autoridade competente;
        XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;
        XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de
moléstias infecto-contagiosas;
        XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;
        XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;
        XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os
tiverem;
        XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome do
adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua
formação, relação de seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a
individualização do atendimento.
        § 1o  Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo às entidades que mantêm
programas de acolhimento institucional e familiar.           (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009)         Vigência
        § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades utilizarão
preferencialmente os recursos da comunidade.
        Art. 94-A.  As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recepcionem crianças e
adolescentes, ainda que em caráter temporário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a
reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos.       (Incluído pela Lei
nº 13.046, de 2014)

Seção II
Da Fiscalização das Entidades
        Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas
pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
        Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresentados ao estado ou ao
município, conforme a origem das dotações orçamentárias.
        Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação
constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou
prepostos:          (Vide Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
        I - às entidades governamentais:
        a) advertência;
        b) afastamento provisório de seus dirigentes;
        c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
        d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
        II - às entidades não-governamentais:
        a) advertência;
        b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
        c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
        d) cassação do registro.
        § 1o  Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendimento, que coloquem em
risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou
representado perante autoridade judiciária competente para as providências cabíveis, inclusive
suspensão das atividades ou dissolução da entidade.           (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009)          Vigência
        § 2o  As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não governamentais responderão
pelos danos que seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o
23
NA CURSOS E ASSESSORIA

descumprimento dos princípios norteadores das atividades de proteção específica.            (Redação dada


pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
Título II
Das Medidas de Proteção
Capítulo I
Disposições Gerais
        Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
        I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
        II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
        III - em razão de sua conduta.
Capítulo II
Das Medidas Específicas de Proteção
        Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
bem como substituídas a qualquer tempo.
        Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-
se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
        Parágrafo único.  São também princípios que regem a aplicação das medidas:        (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009)   Vigência
        I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os
titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal;         (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma contida nesta
Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são
titulares;         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
        III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos
assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por
esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de
governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de programas
por entidades não governamentais;         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
        IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritariamente aos
interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros
interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto;         (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
        V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada
no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;        (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a
situação de perigo seja conhecida;         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e
instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do
adolescente;         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de
perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é
tomada;         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os
seus deveres para com a criança e o adolescente;       (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente deve
ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou,
se isso não for possível, que promovam a sua integração em família adotiva;             (Redação dada pela
Lei nº 13.509, de 2017)
        XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de
desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos
seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa;         
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos
pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a
ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção,
sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária competente, observado o disposto
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
        I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
        II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
        III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
        IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente;            (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial;
        VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos;
        VII - acolhimento institucional;           (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;         (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        IX - colocação em família substituta.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 1o  O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais,
utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para
colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.         (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009)   Vigência
        § 2o  Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência ou
abuso sexual e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou
adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na
deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento judicial
contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla
defesa.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 3o  Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam
programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento,
expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:            (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se
conhecidos;        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência;        (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda;        (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar.        (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        § 4o  Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade responsável pelo
programa de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendimento, visando
à reintegração familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário de
autoridade judiciária competente, caso em que também deverá contemplar sua colocação em família
substituta, observadas as regras e princípios desta Lei.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        § 5o  O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do respectivo
programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos
pais ou do responsável.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 6o  Constarão do plano individual, dentre outros:       (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        I - os resultados da avaliação interdisciplinar;       (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e       (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou com o adolescente acolhido
e seus pais ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e
fundamentada determinação judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação em família
substituta, sob direta supervisão da autoridade judiciária.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        § 7o  O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo à residência dos pais ou
do responsável e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a
necessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de
promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança ou com o adolescente
acolhido.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
            § 8o  Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de
acolhimento familiar ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista ao
Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.         (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        § 9o  Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente à família
de origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação, apoio e
promoção social, será enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição
pormenorizada das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da
entidade ou responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar, para a destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda.        (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        § 10.  Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com
a ação de destituição do poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos
complementares ou de outras providências indispensáveis ao ajuizamento da demanda.             
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 11.  A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um cadastro contendo
informações atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar e
institucional sob sua responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de
cada um, bem como as providências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em família
substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.          (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009)   Vigência
        § 12.  Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da
Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistência
Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de políticas públicas que permitam reduzir o
número de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período de permanência
em programa de acolhimento.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da regularização
do registro civil.          (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou
adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
        § 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata este artigo são isentos de
multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
        § 3o  Caso ainda não definida a paternidade, será  deflagrado procedimento específico destinado à
sua averiguação, conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29 de dezembro de 1992.          (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 4o  Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de
investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do
suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para
adoção.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 5o  Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento
de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta
prioridade.            (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
26
NA CURSOS E ASSESSORIA

§ 6o  São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de paternidade no


assento de nascimento e a certidão correspondente.            (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Título III
Da Prática de Ato Infracional
Capítulo I
Disposições Gerais
        Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
        Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas
nesta Lei.
        Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do
fato.
        Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.
Capítulo II
Dos Direitos Individuais
        Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional
ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
        Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão,
devendo ser informado acerca de seus direitos.
        Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão
incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por
ele indicada.
        Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de
liberação imediata.
        Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e
cinco dias.
        Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria
e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
        Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos
órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.
Capítulo III
Das Garantias Processuais
        Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.
        Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:
        I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio
equivalente;
        II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir
todas as provas necessárias à sua defesa;
        III - defesa técnica por advogado;
        IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
        V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
        VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.

Capítulo IV
Das Medidas Sócio-Educativas
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao
adolescente as seguintes medidas:
        I - advertência;
        II - obrigação de reparar o dano;
        III - prestação de serviços à comunidade;
        IV - liberdade assistida;
        V - inserção em regime de semi-liberdade;
        VI - internação em estabelecimento educacional;
        VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
27
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as


circunstâncias e a gravidade da infração.
        § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.
        § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e
especializado, em local adequado às suas condições.
        Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.
        Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de
provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos
termos do art. 127.
        Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e
indícios suficientes da autoria.

Seção II
Da Advertência
        Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada.
Seção III
Da Obrigação de Reparar o Dano
        Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá
determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por
outra forma, compense o prejuízo da vítima.
        Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra
adequada.
Seção IV
Da Prestação de Serviços à Comunidade
        Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de
interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou
governamentais.
        Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser
cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em
dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.
Seção V
Da Liberdade Assistida
        Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o
fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
        § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser
recomendada por entidade ou programa de atendimento.
        § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo
ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o
defensor.
        Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização
dos seguintes encargos, entre outros:
        I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se
necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
        II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive,
sua matrícula;
        III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de
trabalho;
        IV - apresentar relatório do caso.
Seção VI
Do Regime de Semi-liberdade
        Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de
transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de
autorização judicial.
28
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser
utilizados os recursos existentes na comunidade.
        § 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições
relativas à internação.

]Seção VII
Da Internação
        Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
        § 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade,
salvo expressa determinação judicial em contrário.
        § 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante
decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
        § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
        § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado
em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida.
        § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
        § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o
Ministério Público.
        § 7o  A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a qualquer tempo pela
autoridade judiciária.       (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
        Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
        I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
        II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
        III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
        § 1o  O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três)
meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.       (Redação dada pela Lei
nº 12.594, de 2012)      (Vide)
        § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.
        Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local
distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição
física e gravidade da infração.
        Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias atividades
pedagógicas.
        Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
        I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
        II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
        III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
        IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
        V - ser tratado com respeito e dignidade;
        VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais
ou responsável;
        VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
        VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
        IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
        X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
        XI - receber escolarização e profissionalização;
        XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
        XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
        XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;
        XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los, recebendo
comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;
        XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em
sociedade.
        § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
29
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou


responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do
adolescente.
        Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar
as medidas adequadas de contenção e segurança.
Capítulo V
Da Remissão
        Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante
do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às
circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e
sua maior ou menor participação no ato infracional.
        Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária
importará na suspensão ou extinção do processo.
        Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da
responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação
de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a
internação.
        Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer
tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério
Público.
Título IV
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
        Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
        I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção
da família;            (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos;
        III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
        IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
        V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar;
        VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
        VII - advertência;
        VIII - perda da guarda;
        IX - destituição da tutela;
        X - suspensão ou destituição do poder familiar.             (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á
o disposto nos arts. 23 e 24.
        Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou
responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor
da moradia comum.
        Parágrafo único.  Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de que
necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.             (Incluído pela Lei nº 12.415, de
2011)
Título V
Do Conselho Tutelar
Capítulo I
Disposições Gerais
        Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela
sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
       Art. 132.  Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo,
1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco)
membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma)
recondução, mediante novo processo de escolha.             (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
        Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
30
NA CURSOS E ASSESSORIA

        I - reconhecida idoneidade moral;


        II - idade superior a vinte e um anos;
        III - residir no município.
Art. 134.  Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do Conselho
Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o direito
a:            (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
I - cobertura previdenciária;             (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração
mensal;              (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
III - licença-maternidade;             (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
IV - licença-paternidade;             (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
V - gratificação natalina.             (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Parágrafo único.  Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos
necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continuada dos
conselheiros tutelares.             (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
        Art. 135.  O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e
estabelecerá presunção de idoneidade moral.             (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Capítulo II
Das Atribuições do Conselho
        Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
        I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as
medidas previstas no art. 101, I a VII;
        II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
        III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
        a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e
segurança;
        b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas
deliberações.
        IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal
contra os direitos da criança ou adolescente;
        V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
        VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de
I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
        VII - expedir notificações;
        VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
        IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e
programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
        X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art.
220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
        XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder
familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família
natural.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e
treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e
adolescentes.       (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
        Parágrafo único.  Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o
afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe
informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio
e a promoção social da família.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a
pedido de quem tenha legítimo interesse.
Capítulo III
Da Competência
        Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante do art. 147.
Capítulo IV
31
NA CURSOS E ASSESSORIA

Da Escolha dos Conselheiros


        Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em lei
municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público.             (Redação dada pela Lei nº 8.242, de
12.10.1991)
§ 1o  O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o
território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao
da eleição presidencial.             (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
§ 2o  A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo
de escolha.             (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
§ 3o  No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer,
prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de
pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Capítulo V
Dos Impedimentos
        Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e
descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou
madrasta e enteado.
        Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relação à
autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da
Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.
Título VI
Do Acesso à Justiça
Capítulo I
Disposições Gerais
        Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério
Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
        § 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de defensor
público ou advogado nomeado.
        § 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de custas
e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
        Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maiores de dezesseis e menores
de vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou
processual.
        Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou adolescente, sempre que
os interesses destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de representação
ou assistência legal ainda que eventual.
        Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a
crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
       Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança ou adolescente,
vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do
nome e sobrenome.             (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
        Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o artigo anterior somente será
deferida pela autoridade judiciária competente, se demonstrado o interesse e justificada a finalidade.

Capítulo II
Da Justiça da Infância e da Juventude
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e exclusivas da infância
e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de
habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões.
Seção II
Do Juiz
32
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que
exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local.
        Art. 147. A competência será determinada:
        I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
        II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.
        § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão,
observadas as regras de conexão, continência e prevenção.
        § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos pais
ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente.
        § 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que
atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do
local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou
retransmissoras do respectivo estado.
        Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
        I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato infracional
atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
        II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;
        III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
        IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à
criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;
        V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando as
medidas      cabíveis;
        VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança
ou     adolescente;
        VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
        Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é também
competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
        a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
        b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da tutela ou
guarda;             (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
        d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao exercício
do poder familiar;             (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
        f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de outros
procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente;
        g) conhecer de ações de alimentos;
        h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e óbito.
        Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante
alvará:
        I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável,
em:
        a) estádio, ginásio e campo desportivo;
        b) bailes ou promoções dançantes;
        c) boate ou congêneres;
        d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
        e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
        II - a participação de criança e adolescente em:
        a) espetáculos públicos e seus ensaios;
        b) certames de beleza.
        § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará em conta, dentre outros
fatores:
        a) os princípios desta Lei;
        b) as peculiaridades locais;
        c) a existência de instalações adequadas;
33
NA CURSOS E ASSESSORIA

        d) o tipo de freqüência habitual ao local;


        e) a adequação do ambiente a eventual participação ou freqüência de crianças e adolescentes;
        f) a natureza do espetáculo.
        § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso,
vedadas as determinações de caráter geral.

Seção III
Dos Serviços Auxiliares
        Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever recursos
para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da
Juventude.
        Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela
legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem
assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo
sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista
técnico.
        Parágrafo único.  Na ausência ou insuficiência de servidores públicos integrantes do Poder
Judiciário responsáveis pela realização dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras espécies de
avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por determinação judicial, a autoridade judiciária poderá
proceder à nomeação de perito, nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil).             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

Capítulo III
Dos Procedimentos
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiariamente as normas gerais
previstas na legislação processual pertinente.
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na tramitação dos processos e
procedimentos previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais a eles
referentes.          (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência
§ 2º  Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimentos são contados em dias
corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em dobro para a
Fazenda Pública e o Ministério Público.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a procedimento previsto nesta ou em
outra lei, a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providências
necessárias, ouvido o Ministério Público.
        Parágrafo único.  O disposto neste artigo não se aplica para o fim de afastamento da criança ou do
adolescente de sua família de origem e em outros procedimentos necessariamente
contenciosos.      (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
        Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

Seção II
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá início por provocação do
Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse.      (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        Art. 156. A petição inicial indicará:
        I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
        II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido, dispensada a
qualificação em se tratando de pedido formulado por representante do Ministério Público;
        III - a exposição sumária do fato e o pedido;
        IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e documentos.
34
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar
a suspensão do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a
criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade.              
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
        § 1o  Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determinará, concomitantemente ao
despacho de citação e independentemente de requerimento do interessado, a realização de estudo social
ou perícia por equipe interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de uma das causas
de suspensão ou destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e
observada a Lei    no 13.431, de 4 de abril de 2017.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o  Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à
equipe interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1 o deste artigo, de representantes do órgão
federal responsável pela política indigenista, observado o disposto no § 6 o do art. 28 desta Lei.             
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as
provas a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos.
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua realização.            (Incluído pela
Lei nº 12.962, de 2014)
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente.             (Incluído pela Lei nº
12.962, de 2014)
§ 3o  Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou
residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa da família
ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora que
designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil).             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o  Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não sabido, serão citados por edital
no prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a localização.             
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado, sem prejuízo do próprio
sustento e de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a
apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do despacho de nomeação.
        Parágrafo único.  Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial de justiça deverá
perguntar, no momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor.           (Incluído
pela Lei nº 12.962, de 2014)
        Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qualquer repartição ou órgão
público a apresentação de documento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou
do Ministério Público.
Art. 161.  Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo social ou a perícia realizada por
equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério
Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual prazo.             
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 1º  A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público,
determinará a oitiva de testemunhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão ou
destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil), ou no art. 24 desta Lei.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 2o (Revogado).             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 3o  Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória, desde que possível e
razoável, a oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
compreensão sobre as implicações da medida.            (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência
        § 4º  É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados e estiverem em local
conhecido, ressalvados os casos de não comparecimento perante a Justiça quando devidamente
citados.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade judicial requisitará sua
apresentação para a oitiva.           (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
35
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público,
por cinco dias, salvo quando este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instrução e
julgamento.
§ 1º (Revogado).             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-
se oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se sucessivamente
o requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável
por mais 10 (dez) minutos.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o  A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente, designar
data para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o  Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado pelo Ministério Público, não
haverá necessidade de nomeação de curador especial em favor da criança ou adolescente.             
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 163.  O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e
caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços para
preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação em família substituta.             (Redação dada
pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Parágrafo único.  A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será averbada
à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente.          (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)       Vigência

Seção III
Da Destituição da Tutela
        Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a remoção de tutor previsto na
lei processual civil e, no que couber, o disposto na seção anterior.
Seção IV
Da Colocação em Família Substituta
        Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em família substituta:
        I - qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa
anuência deste;
        II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, ou companheiro, com a
criança ou adolescente, especificando se tem ou não parente vivo;
        III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se conhecidos;
        IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se possível, uma cópia da
respectiva certidão;
        V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relativos à criança ou ao
adolescente.
        Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os requisitos específicos.
      Art. 166.  Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou suspensos do poder familiar, ou
houverem aderido expressamente ao pedido de colocação em família substituta, este poderá ser
formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada a
assistência de advogado.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 1o  Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017)
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devidamente assistidas por advogado ou por
defensor público, para verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias,
contado da data do protocolo da petição ou da entrega da criança em juízo, tomando por termo as
declarações; e             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
II - declarará a extinção do poder familiar.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
         § 2o  O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de orientações e
esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em
especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)       Vigência
         § 3o  São garantidos a livre manifestação de vontade dos detentores do poder familiar e o direito ao
sigilo das informações.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
36
NA CURSOS E ASSESSORIA

         § 4o  O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for ratificado na audiência a
que se refere o § 1o deste artigo.              (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 5o  O consentimento é retratável até a data da realização da audiência especificada no § 1 o deste
artigo, e os pais podem exercer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação
da sentença de extinção do poder familiar.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 6o  O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento da criança.          (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência
        § 7o  A família natural e a família substituta receberão a devida orientação por intermédio de equipe
técnica interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio
dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar.            (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público,
determinará a realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo
sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de convivência.
        Parágrafo único.  Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio de convivência, a criança
ou o adolescente será entregue ao interessado, mediante termo de responsabilidade.              (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança
ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a
autoridade judiciária em igual prazo.
        Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a suspensão do poder
familiar constituir pressuposto lógico da medida principal de colocação em família substituta, será
observado o procedimento contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo.              (Expressão
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada nos mesmos autos do
procedimento, observado o disposto no art. 35.
        Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o
contido no art. 47.
        Parágrafo único.  A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de pessoa inscrita em
programa de acolhimento familiar será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este
responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias.              (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência

Seção V
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente
        Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado à
autoridade judiciária.
        Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à
autoridade policial competente.
        Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e em
se tratando de ato infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição
especializada, que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à
repartição policial própria.
        Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça a
pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá:
        I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
        II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
        III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da
infração.
        Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser substituída por
boletim de ocorrência circunstanciada.
        Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente
liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao
representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato,
exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente
permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.
37
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao
representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de
ocorrência.
        § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à
entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de
vinte e quatro horas.
        § 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela
autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação
em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo
referido no parágrafo anterior.
        Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao
representante do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
        Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente na
prática de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público
relatório das investigações e     demais documentos.
        Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido ou
transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade,
ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
        Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista
do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório
judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informalmente à
sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
        Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Público notificará os
pais ou responsável para apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das polícias civil e
militar.
        Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do Ministério
Público poderá:
        I - promover o arquivamento dos autos;
        II - conceder a remissão;
        III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa.
        Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do
Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão
conclusos à autoridade judiciária para homologação.
        § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará, conforme o
caso, o cumprimento da medida.
        § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça,
mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro membro do
Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a
autoridade judiciária obrigada a      homologar.
        Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o
arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a
instauração de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada.
        § 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a
classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida
oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
        § 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade.
        Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o
adolescente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
        Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação do
adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, observado o
disposto no art. 108 e parágrafo.
        § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação, e
notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
        § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador especial
ao adolescente.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e
apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.
        § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da
notificação dos pais ou responsável.
        Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em
estabelecimento prisional.
        § 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o adolescente
deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
        § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em repartição
policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo
ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.
        Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária procederá
à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado.
        § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do Ministério
Público, proferindo decisão.
        § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em regime de
semi-liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado constituído,
nomeará defensor, designando, desde logo, audiência em continuação, podendo determinar a realização
de diligências e estudo do caso.
        § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três dias contado da audiência de
apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
        § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na defesa
prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao
representante do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para
cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.
        Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente à audiência
de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua condução coercitiva.
        Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada em
qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
        Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na sentença:
        I - estar provada a inexistência do fato;
        II - não haver prova da existência do fato;
        III - não constituir o fato ato infracional;
        IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.
        Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente internado, será imediatamente
colocado em liberdade.
        Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-liberdade
será feita:
        I - ao adolescente e ao seu defensor;
        II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.
        § 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor.
        § 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não
recorrer da sentença.

Seção V-A
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual de
Criança e de Adolescente” 
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes previstos
nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às seguintes
regras:              (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e fundamentada, que
estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público;            (Incluído
pela Lei nº 13.441, de 2017)
39
NA CURSOS E ASSESSORIA

II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de polícia e


conterá a demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos
das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a
identificação dessas pessoas;            (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que
o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério
da autoridade judicial.            (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relatórios parciais da operação de
infiltração antes do término do prazo de que trata o inciso II do § 1º deste artigo.           (Incluído pela Lei
nº 13.441, de 2017)
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo, consideram-se:            (Incluído pela Lei nº
13.441, de 2017)
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço de
Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;            (Incluído pela Lei nº 13.441,
de 2017)
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usuário registrado
ou autenticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código de acesso
tenha sido atribuído no momento da conexão. 
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a prova puder ser obtida por
outros meios.           (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
 Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz
responsável pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo.            (Incluído pela Lei nº 13.441, de
2017)
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao
Ministério Público e ao delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo
das investigações.           (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para, por meio da internet, colher
indícios de autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D
desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal).                 (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da investigação
responderá pelos excessos praticados.           (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados próprios,
mediante procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessárias à
efetividade da identidade fictícia criada.            (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será numerado e tombado em livro
específico.           (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação deverão
ser registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com
relatório circunstanciado.            (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reunidos em autos
apartados e apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a
preservação da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescentes
envolvidos.           (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

Seção VI
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento
        Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade governamental e não-
governamental terá início mediante portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério
Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, resumo dos fatos.
        Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,
decretar liminarmente o afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante decisão
fundamentada.
        Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita,
podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autoridade judiciária designará
audiência de instrução e julgamento, intimando as partes.
        § 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão cinco dias para
oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
        § 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade governamental,
a autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa imediatamente superior ao afastado, marcando
prazo para a substituição.
        § 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a
remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem
julgamento de mérito.
        § 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou programa de atendimento.

Seção VII
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente
        Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa por infração às normas de
proteção à criança e ao adolescente terá início por representação do Ministério Público, ou do Conselho
Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por duas
testemunhas, se possível.
        § 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas fórmulas impressas,
especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
        § 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se,
em caso contrário, dos motivos do retardamento.
        Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação de defesa, contado da data da
intimação, que será feita:
        I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença do requerido;
        II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entregará cópia do auto ou da
representação ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;
        III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o requerido ou seu
representante legal;
        IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o paradeiro do requerido ou de seu
representante legal.
        Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade judiciária dará vista dos
autos do Ministério Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
        Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na conformidade do artigo anterior,
ou, sendo necessário, designará audiência de instrução e julgamento.             (Vide Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o Ministério Público e o
procurador do requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério
da autoridade judiciária, que em seguida proferirá sentença.

Seção VIII
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
Art. 197-A.  Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresentarão petição inicial na qual
conste:             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
I - qualificação completa;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
II - dados familiares;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou declaração relativa ao período de
união estável;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas;             (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009)   Vigência
V - comprovante de renda e domicílio;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
VI - atestados de sanidade física e mental;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
VII - certidão de antecedentes criminais;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
VIII - certidão negativa de distribuição cível.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
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NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 197-B.  A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao
Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá:             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional encarregada de elaborar o
estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em juízo e
testemunhas;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
III - requerer a juntada de documentos complementares e a realização de outras diligências que entender
necessárias.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Art. 197-C.  Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e
da Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que permitam aferir a
capacidade e o preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade ou maternidade
responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
§ 1o  É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal
de garantia do direito à convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente habilitados
perante a Justiça da Infância e da Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à
adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com
necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017)
§ 2o  Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da preparação referida no § 1 o deste
artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou institucional,
a ser realizado sob orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da
Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de
acolhimento familiar e institucional e pela execução da política municipal de garantia do direito à
convivência familiar.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o  É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhidos institucionalmente ou por família
acolhedora sejam preparados por equipe interprofissional antes da inclusão em família adotiva.             
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 197-D.  Certificada nos autos a conclusão da participação no programa referido no art. 197-C desta
Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca das diligências
requeridas pelo Ministério Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, designando, conforme
o caso, audiência de instrução e julgamento.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Parágrafo único.  Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas indeferidas, a autoridade
judiciária determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério
Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
Art. 197-E.  Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei,
sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme
a disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
§ 1o  A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser observada pela autoridade
judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor
solução no interesse do adotando.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 2o  A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe
interprofissional.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o  Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será dispensável a renovação da habilitação,
bastando a avaliação por equipe interprofissional.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o  Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à adoção de crianças ou adolescentes indicados
dentro do perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação concedida.             (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
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NA CURSOS E ASSESSORIA

§ 5o  A desistência do pretendente em relação à guarda para fins de adoção ou a devolução da criança
ou do adolescente depois do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na sua exclusão dos
cadastros de adoção    (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 197-F.  O prazo máximo para conclusão da habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias,
prorrogável por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.             (Incluído
pela Lei nº 13.509, de 2017)
Capítulo IV
Dos Recursos
        Art. 198.  Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à
execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei no 5.869, de 11 de janeiro
de 1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes adaptações:       (Redação dada pela Lei nº
12.594, de 2012)      (Vide)
        I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo;
       II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público e
para a defesa será sempre de 10 (dez) dias;       (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
        III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;
        IV -             (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        V -             (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        VI -             (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou do
instrumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou
reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
        VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento à
superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente; se a
reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do Ministério
Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.
         Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá recurso de apelação.
Art. 199-A.  A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que
será recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou se
houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando.             (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
Art. 199-B.  A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar fica sujeita a
apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
Art. 199-C.  Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição de poder familiar, em face da
relevância das questões, serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente
distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e serão
colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer urgente do Ministério
Público.              (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Art. 199-D.  O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamento no prazo máximo de 60
(sessenta) dias, contado da sua conclusão.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Parágrafo único.  O Ministério Público será intimado da data do julgamento e poderá na sessão, se
entender necessário, apresentar oralmente seu parecer.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
Art. 199-E.  O Ministério Público poderá requerer a instauração de procedimento para apuração de
responsabilidades se constatar o descumprimento das providências e do prazo previstos nos artigos
anteriores.              (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Capítulo V
Do Ministério Público
        Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão exercidas nos termos da
respectiva lei     orgânica.
        Art. 201. Compete ao Ministério Público:
        I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
        II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes;
43
NA CURSOS E ASSESSORIA

        III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e destituição


do poder familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os
demais procedimentos da competência da Justiça da Infância e da Juventude;             (Expressão
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a inscrição de
hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens de
crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
        V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses individuais,
difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II,
da Constituição Federal;
        VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
        a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não
comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
        b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais, estaduais e
federais, da administração direta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências investigatórias;
        c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;
        VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a instauração de
inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à juventude;
        VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e
adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
        IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou
tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;
        X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra as
normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e penal
do infrator, quando cabível;
        XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que trata
esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de
irregularidades porventura verificadas;
        XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos, hospitalares,
educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições.
        § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não impede a de
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.
        § 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a
finalidade do Ministério Público.
        § 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a todo
local onde se encontre criança ou adolescente.
        § 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das informações e
documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
        § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o representante do
Ministério Público:
        a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o competente procedimento, sob sua
presidência;
        b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em dia, local e horário
previamente notificados ou acertados;
        c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública afetos à
criança e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.
        Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério
Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos
depois das partes, podendo juntar documentos e requerer diligências, usando os recursos cabíveis.
        Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.
        Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será declarada
de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
        Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser
fundamentadas.
Capítulo VI
44
NA CURSOS E ASSESSORIA

Do Advogado
        Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que tenha
legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através de
advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o
segredo de justiça.
        Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita àqueles que dela
necessitarem.
        Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou
foragido, será     processado sem defensor.
        § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a
todo tempo, constituir outro de sua preferência.
        § 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo, devendo o
juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
        § 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou, sido
constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária.
Capítulo VII
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos
        Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos
direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta
irregular:             (Vide Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
        I - do ensino obrigatório;
        II - de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;
        III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de
idade;            (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
        IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
        V - de programas suplementares de oferta de material didático-escolar, transporte e assistência à
saúde do     educando do ensino fundamental;
        VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família, à maternidade, à infância e à
adolescência, bem como ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;
        VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
        VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade.
        IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social de famílias e destinados
ao pleno exercício do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes.             (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009)   Vigência
X - de programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas e aplicação de medidas
de proteção.       (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
XI - de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao adolescente vítima ou testemunha
de violência.         (Incluído pela Lei nº 13.431, de 2017)      (Vigência)
        § 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros interesses
individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição e
pela Lei.             (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de 2005)
        § 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada imediatamente
após notificação aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia
Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes todos os dados
necessários à identificação do desaparecido.             (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005)
        Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva
ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a
competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
        Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, consideram-se
legitimados concorrentemente:
        I - o Ministério Público;
        II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territórios;
        III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da
assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
45
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos estados na
defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
        § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público
ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
        Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de
ajustamento de sua conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
        Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as
espécies de ações pertinentes.
        § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Código de Processo Civil.
        § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do poder público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação
mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
        Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz
concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento.
        § 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando o réu.
        § 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo
razoável para o cumprimento do preceito.
        § 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor, mas
será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
        Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e
do Adolescente do respectivo município.
        § 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas
através de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos
demais legitimados.
        § 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento
oficial de crédito, em conta com correção monetária.
        Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
        Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao poder público, o juiz
determinará a remessa de peças à autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
        Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória sem que a
associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa
aos demais legitimados.
        Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os honorários advocatícios arbitrados
na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil),
quando reconhecer que a pretensão é manifestamente infundada.
        Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis
pela propositura da ação serão solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de
responsabilidade por perdas e danos.
        Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas.
        Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério
Público, prestando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os
elementos de convicção.
        Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais tiverem conhecimento de fatos que
possam ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as providências
cabíveis.
        Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as
certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
        Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo
que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
46
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência


de fundamento para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil
ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.
        § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob pena de
se incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
        § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, em sessão do Conselho
Superior do Ministério público, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas ou
documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.
        § 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior do
Ministério Público, conforme dispuser o seu regimento.
        § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, desde
logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
        Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de
julho de 1985.

Título VII
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Capítulo I
Dos Crimes

Seção I
Disposições Gerais
        Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o adolescente, por ação ou
omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
        Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal e,
quanto ao     processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
        Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada

Seção II
Dos Crimes em Espécie
        Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de
gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei,
bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de
nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Parágrafo único. Se o crime é culposo:
        Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
        Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de
gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de
proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Parágrafo único. Se o crime é culposo:
        Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
        Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar
em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das
formalidades legais.
        Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer
imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele
indicada:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
constrangimento:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
47
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 233.             (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997:


        Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de
criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado
de liberdade:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou
representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei
ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
        Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
        Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
        Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
        Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
        Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente
para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
        Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
        Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude:             (Incluído pela Lei nº
10.764, de 12.11.2003)
        Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.
        Art. 240.  Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:              (Redação dada pela Lei nº 11.829,
de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.              (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
2008)
§ 1o  Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia
a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com
esses contracena.              (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:              (Redação dada pela Lei
nº 11.829, de 2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;              (Redação dada pela Lei nº
11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou              (Redação
dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por
adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha
autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.              (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)       
Art. 241.  Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:             (Redação dada pela Lei nº 11.829,
de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.             (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
2008)
        Art. 241-A.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:              (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.             (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem:          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata
o caput deste artigo;          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens
de que trata o caput deste artigo.         (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
48
NA CURSOS E ASSESSORIA

 § 2o  As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis quando o responsável
legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito
de que trata o caput deste artigo.            (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Art. 241-B.  Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 § 1o  A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se
refere o caput deste artigo.          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 § 2o  Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades
competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a
comunicação for feita por:          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 I – agente público no exercício de suas funções;            (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o
recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste
parágrafo;        (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por
meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial,
ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 § 3o  As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito
referido.          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Art. 241-C.  Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica
por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
representação visual:             (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica
ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Art. 241-D.  Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o
fim de com ela praticar ato libidinoso:        (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.           (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Parágrafo único.  Nas mesmas penas incorre quem:          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com
o fim de com ela praticar ato libidinoso;        (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir de forma
pornográfica ou sexualmente explícita.        (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Art. 241-E.  Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou
pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais
explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins
primordialmente sexuais        (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
        Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
adolescente arma, munição ou explosivo:
        Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.          (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Art. 243.  Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a
criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes
possam causar dependência física ou psíquica:        (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.          
(Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
        Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam
incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
        Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2o desta Lei, à
prostituição ou à exploração sexual:       (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
49
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utilizados na prática
criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado
ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-
fé.          (Redação dada pela Lei nº 13.440, de 2017)
        § 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se
verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste
artigo.         (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
        § 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de
funcionamento do estabelecimento.         (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
        Art. 244-B.  Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando
infração penal ou induzindo-o a praticá-la:        (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
        Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.        (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
       § 1o  Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas
utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.         (Incluído pela
Lei nº 12.015, de 2009)
       § 2o  As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração
cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. (Incluído pela
Lei nº 12.015, de 2009)
Capítulo II
Das Infrações Administrativas
        Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de
ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
        Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento o exercício dos direitos
constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
        Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de
comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a
criança ou adolescente a que se atribua ato infracional:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
        § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente
envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe
sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
        § 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão, além da pena
prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou a
suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico até por
dois números.          (Expressão declarada inconstitucional pela ADIN 869).
        Art. 248.                    (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017)      (Vigência)
        Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente
de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho
Tutelar:         (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
        Art. 250.  Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem
autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou
congênere:        (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
Pena – multa.           (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
§ 1º  Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá determinar
o fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.          (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
§ 2º  Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será
definitivamente fechado e terá sua licença cassada.         (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
        Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com inobservância do disposto nos
arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
50
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar visível e de
fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou
espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
        Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos, sem indicar
os limites de idade a que não se recomendem:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de reincidência, aplicável,
separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
        Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou
sem aviso de sua classificação:   (Expressão declarada inconstitucional pela ADI 2.404).
        Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade
judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
        Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão competente como
inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
        Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a autoridade poderá determinar
a suspensão do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
        Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação em vídeo, em desacordo
com a classificação atribuída pelo órgão competente:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade judiciária
poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
        Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena em caso de reincidência,
sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
        Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de observar o que dispõe esta
Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação no
espetáculo:           (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade judiciária
poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
        Art. 258-A.  Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação e operacionalização dos
cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:         (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).       (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de efetuar o cadastramento de
crianças e de adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção
e de crianças e adolescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar.         (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 258-B.  Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de
gestante de efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha
conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho para adoção:         (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).         (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        Parágrafo único.  Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial ou comunitário destinado
à garantia do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida no caput deste
artigo.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência        
Art. 258-C.  Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81:          (Redação dada pela Lei nº
13.106, de 2015)
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);        (Redação dada pela Lei
nº 13.106, de 2015)
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o recolhimento da multa
aplicada.           (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
51
NA CURSOS E ASSESSORIA

Disposições Finais e Transitórias


        Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação deste Estatuto, elaborará
projeto de lei dispondo sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de
atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do Livro II.
        Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promoverem a adaptação de seus órgãos e
programas às diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.
Art. 260.  Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo essas
integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os seguintes limites:        (Redação dada pela
Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com
base no lucro real; e         (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste
Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997.        (Redação dada
pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
          § 1º -          (Revogado pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997)
§ 1o-A.  Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos captados pelos fundos nacional,
estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas as disposições do
Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência
Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância.            (Redação dada dada pela
Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente fixarão
critérios de utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais receitas,
aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças
e adolescentes e para programas de atenção integral à primeira infância em áreas de maior carência
socioeconômica e em situações de calamidade.            (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
         § 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento,
regulamentará a comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo.          (Incluído
pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
          § 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma de fiscalização da aplicação, pelo
Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste
artigo.           (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)       
§ 5o  Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995 , a dedução de
que trata o inciso I do caput:         (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite em conjunto com outras deduções do
imposto; e         (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - não poderá ser computada como despesa operacional na apuração do lucro real.         (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-A.  A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a pessoa física poderá optar pela
doação de que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste
Anual.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
§ 1o  A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguintes percentuais aplicados sobre o
imposto apurado na declaração:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
I - (VETADO);          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - (VETADO);          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
§ 2o  A dedução de que trata o caput:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado na declaração de que
trata o inciso II do caput do art. 260;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - não se aplica à pessoa física que:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
a) utilizar o desconto simplificado;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
b) apresentar declaração em formulário; ou          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
c) entregar a declaração fora do prazo;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
52
NA CURSOS E ASSESSORIA

III - só se aplica às doações em espécie; e          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)


IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
§ 3o  O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de vencimento da primeira quota ou quota
única do imposto, observadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do
Brasil.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
§ 4o  O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3 o implica a glosa definitiva desta parcela
de dedução, ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na
Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na legislação.          (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012)      (Vide)
§ 5o  A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual as doações
feitas, no respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e
do Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional concomitantemente com a opção de que trata
o caput, respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
Art. 260-B.  A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser deduzida:          (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012)      (Vide)
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto trimestralmente;
e          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto
anualmente.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Parágrafo único.  A doação deverá ser efetuada dentro do período a que se refere a apuração do
imposto.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-C.  As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efetuadas em espécie ou em
bens.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Parágrafo único.  As doações efetuadas em espécie devem ser depositadas em conta específica, em
instituição financeira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260.         (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-D.  Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e
do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em favor do doador,
assinado por pessoa competente e pelo presidente do Conselho correspondente,
especificando:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
I - número de ordem;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do emitente;          (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012)      (Vide)
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
V - ano-calendário a que se refere a doação.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
§ 1o  O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido anualmente, desde que
discrimine os valores doados mês a mês.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
§ 2o  No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identificação dos bens, mediante
descrição em campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, informando também se houve
avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
Art. 260-E.  Na hipótese da doação em bens, o doador deverá:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil;          (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012)      (Vide)
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, quando se tratar de pessoa física, e na
escrituração, no caso de pessoa jurídica; e          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
III - considerar como valor dos bens doados:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declaração do imposto de renda, desde que não
exceda o valor de mercado;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
53
NA CURSOS E ASSESSORIA

b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
Parágrafo único.  O preço obtido em caso de leilão não será considerado na determinação do valor dos
bens doados, exceto se o leilão for determinado por autoridade judiciária.         (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-F.  Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo
contribuinte por um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução perante a Receita
Federal do Brasil.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-G.  Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e
do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir os recursos do
Fundo;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - manter controle das doações recebidas; e          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as doações recebidas mês a mês,
identificando os seguintes dados por doador:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
a) nome, CNPJ ou CPF;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens.         (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012)      (Vide)
Art. 260-H.  Em caso de descumprimento das obrigações previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita
Federal do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
Art. 260-I.  Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e
municipais divulgarão amplamente à comunidade:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
I - o calendário de suas reuniões;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à criança e ao
adolescente;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficiados com recursos dos Fundos dos
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais;          (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012)      (Vide)
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor dos recursos previstos para
implementação das ações, por projeto;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto atendido, inclusive com
cadastramento na base de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência;
e          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da
Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
Art. 260-J.  O Ministério Público determinará, em cada Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos
incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Parágrafo único.  O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a
responder por ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a requerimento
ou representação de qualquer cidadão.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-K.  A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à
Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a
relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais e
municipais, com a indicação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das contas bancárias
específicas mantidas em instituições financeiras públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos
dos Fundos.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-L.  A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as instruções necessárias à aplicação do
disposto nos arts. 260 a 260-K.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
        Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente, os registros,
inscrições e alterações a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados
perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer a entidade.
54
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados e municípios, e os estados aos
municípios, os recursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam
criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente nos seus respectivos níveis.
        Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão
exercidas pela autoridade judiciária.
        Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com
as seguintes alterações:
1) Art. 121 ............................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de inobservância de
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não
procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o
homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze
anos.
2) Art. 129 ...............................................................
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
3) Art. 136.................................................................
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze anos.
4) Art. 213 ..................................................................
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214...................................................................
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de três a nove anos.»
        Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973, fica acrescido do seguinte item:
"Art. 102 ....................................................................
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular do texto integral
deste Estatuto, que será posto à disposição das escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos
direitos da criança e do adolescente.
Art. 265-A.  O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos direitos da criança e do
adolescente nos meios de comunicação social.            (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Parágrafo único.  A divulgação a que se refere o caput será veiculada em linguagem clara,
compreensível e adequada a crianças e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6
(seis) anos.            (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.
        Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovidas atividades e campanhas de
divulgação e esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
       Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de
Menores), e as demais disposições em contrário.
        Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.
Este texto não substitui o publicado no DOU 16.7.1990 e retificado em 27.9.1990
*
 
55
NA CURSOS E ASSESSORIA

LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:
TÍTULO I
Disposições Preliminares
        Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
        Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral,
intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
        Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso,
com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e
comunitária.
        § 1º A garantia de prioridade compreende:    (Redação dada pela Lei nº 13.466, de 2017)
        I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados
prestadores de serviços à população;
        II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;
        III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso;
        IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as
demais gerações;
        V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento
asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria
sobrevivência;
        VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na
prestação de serviços aos idosos;
        VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter
educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;
        VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.
        IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (Incluído pela Lei nº 11.765, de
2008).
        § 2º  Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta anos, atendendo-se
suas necessidades sempre preferencialmente em relação aos demais idosos.    (Incluído pela Lei nº
13.466, de 2017)
        Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência,
crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da
lei.
        § 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
        § 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos princípios
por ela adotados.
        Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa física ou
jurídica nos termos da lei.
        Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação
a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.
        Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do Idoso, previstos na Lei
no 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.
56
NA CURSOS E ASSESSORIA

TÍTULO II
Dos Direitos Fundamentais
CAPÍTULO I
Do Direito à Vida
        Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos
desta Lei e da legislação vigente.
        Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante
efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de
dignidade.
CAPÍTULO II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
        Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a
dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na
Constituição e nas leis.
        § 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos:
        I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as
restrições legais;
        II – opinião e expressão;
        III – crença e culto religioso;
        IV – prática de esportes e de diversões;
        V – participação na vida familiar e comunitária;
        VI – participação na vida política, na forma da lei;
        VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
        § 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral,
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos
espaços e dos objetos pessoais.
        § 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
CAPÍTULO III
Dos Alimentos
        Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.
        Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.
        Art. 13.  As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça
ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos
termos da lei processual civil. (Redação dada pela Lei nº 11.737, de 2008)
        Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu
sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.
CAPÍTULO IV
Do Direito à Saúde
        Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de
Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção
especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.
        § 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de:
        I – cadastramento da população idosa em base territorial;
        II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
        III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e
gerontologia social;
        IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja
impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas,
filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano
e rural;
        V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas decorrentes do
agravo da saúde.
57
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os
de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação
ou reabilitação.
        § 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados
em razão da idade.
        § 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento
especializado, nos termos da lei.
§ 5o É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos, hipótese na qual
será admitido o seguinte procedimento:       (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato necessário com o idoso em sua
residência; ou        (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por procurador legalmente
constituído.        (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
§ 6o É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou
conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde necessário
ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária.       (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
§ 7º  Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão preferência especial sobre os
demais idosos, exceto em caso de emergência.     (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017).
        Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o
órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral,
segundo o critério médico.
        Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder autorização
para o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.
        Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de optar
pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável.
        Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta será feita:
        I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
        II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser contactado em tempo
hábil;
        III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para consulta a
curador ou familiar;
        IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em que deverá
comunicar o fato ao Ministério Público.
        Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às
necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como
orientação a cuidadores familiares e grupos de auto-ajuda.
        Art. 19.  Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objeto de
notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem como
serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação dada pela Lei
nº 12.461, de 2011)
        I – autoridade policial;
        II – Ministério Público;
        III – Conselho Municipal do Idoso;
        IV – Conselho Estadual do Idoso;
        V – Conselho Nacional do Idoso.
        § 1o  Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qualquer ação ou omissão
praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou
psicológico. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011)
        § 2o  Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista no caput deste artigo, o disposto
na Lei no 6.259, de 30 de outubro de 1975. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011)
CAPÍTULO V
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer
        Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e
serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando
currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados.
        § 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação,
computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna.
        § 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para transmissão de
conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da preservação da memória e da identidade
culturais.
        Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos
voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o
preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria.
        Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante
descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais,
esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais.
        Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais voltados aos idosos,
com finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de
envelhecimento.
        Art. 25.  As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas, na perspectiva da
educação ao longo da vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou a distância, constituídos por
atividades formais e não formais.  (Redação dada pela lei nº 13.535, de 2017)
        Parágrafo único.  O poder público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas idosas
e incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que
facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual.    (Incluído pela lei nº 13.535, de
2017)

CAPÍTULO VI
Da Profissionalização e do Trabalho
        Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições
físicas, intelectuais e psíquicas.
        Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discriminação e a
fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do
cargo o exigir.
        Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade, dando-se
preferência ao de idade mais elevada.
        Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
        I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e habilidades para
atividades regulares e remuneradas;
        II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1 (um) ano,
por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os
direitos sociais e de cidadania;
        III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.
CAPÍTULO VII
Da Previdência Social
        Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência Social
observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real dos salários sobre os quais
incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente.
        Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados na mesma data de
reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do seu último
reajustamento, com base em percentual definido em regulamento, observados os critérios estabelecidos
pela Lei no8.213, de 24 de julho de 1991.
        Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a concessão da aposentadoria
por idade, desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao
exigido para efeito de carência na data de requerimento do benefício.
        Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput observará o disposto
no caput e § 2o do art. 3o da Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999 , ou, não havendo salários-de-
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NA CURSOS E ASSESSORIA

contribuição recolhidos a partir da competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei no 8.213, de
1991.
        Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por responsabilidade
da Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios
do Regime Geral de Previdência Social, verificado no período compreendido entre o mês que deveria ter
sido pago e o mês do efetivo pagamento.
        Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a data-base dos aposentados e pensionistas.
CAPÍTULO VIII
Da Assistência Social
        Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme os princípios e
diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema
Único de Saúde e demais normas pertinentes.
        Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua
subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-
mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas.       (Vide Decreto nº 6.214, de 2007)
        Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não
será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas.
        Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de
prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada. 
        § 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação do idoso
no custeio da entidade.
        § 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistência Social estabelecerá a
forma de participação prevista no § 1o, que não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer
benefício previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.
        § 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar o contrato a que se
refere o caput deste artigo.
        Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar,
caracteriza a dependência econômica, para os efeitos legais.      (Vigência)

CAPÍTULO IX
Da Habitação
        Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou
desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou
privada.
        § 1o A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada quando
verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios
ou da família.
        § 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter identificação externa
visível, sob pena de interdição, além de atender toda a legislação pertinente.
        § 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação compatíveis
com as necessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis às
normas sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.
        Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, o idoso goza
de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:
        I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais residenciais para
atendimento aos idosos;      (Redação dada pela Lei nº 12.418, de 2011)
        II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;
        III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao idoso;
        IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e pensão.
        Parágrafo único.  As unidades residenciais reservadas para atendimento a idosos devem situar-se,
preferencialmente, no pavimento térreo.       (Incluído pela Lei nº 12.419, de 2011)
CAPÍTULO X
Do Transporte
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos transportes
coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados
paralelamente aos serviços regulares.
        § 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal que
faça prova de sua idade.
        § 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez por
cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado
preferencialmente para idosos.
        § 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco)
anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos
meios de transporte previstos no caput deste artigo.
        Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da legislação
específica:      (Regulamento)     (Vide Decreto nº 5.934, de 2006)
        I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2
(dois) salários-mínimos;
        II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os idosos que
excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.
        Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e os critérios para o
exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.
        Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das
vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a
melhor comodidade ao idoso.
        Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos procedimentos de embarque e
desembarque nos veículos do sistema de transporte coletivo.       (Redação dada pela Lei nº 12.899, de
2013)

TÍTULO III
Das Medidas de Proteção
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
        Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta
Lei forem ameaçados ou violados:
        I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
        II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento;
        III – em razão de sua condição pessoal.
CAPÍTULO II
Das Medidas Específicas de Proteção
        Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou
cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários.
        Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministério Público ou o Poder
Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
        I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade;
        II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
        III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
        IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a usuários
dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe cause
perturbação;
        V – abrigo em entidade;
        VI – abrigo temporário.
TÍTULO IV
Da Política de Atendimento ao Idoso
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto articulado de ações
governamentais e não-governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
        Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:
        I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994;
        II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que
necessitarem;
        III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negligência, maus-tratos,
exploração, abuso, crueldade e opressão;
        IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por idosos abandonados em
hospitais e instituições de longa permanência;
        V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos idosos;
        VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diversos segmentos da
sociedade no atendimento do idoso.

CAPÍTULO II
Das Entidades de Atendimento ao Idoso
        Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades,
observadas as normas de planejamento e execução emanadas do órgão competente da Política Nacional
do Idoso, conforme a Lei no 8.842, de 1994.
        Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais de assistência ao idoso ficam
sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho
Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa,
especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos:
        I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
segurança;
        II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com os princípios desta Lei;
        III – estar regularmente constituída;
        IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
        Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa permanência
adotarão os seguintes princípios:
        I – preservação dos vínculos familiares;
        II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
        III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior;
        IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo;
        V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
        VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e dignidade.
        Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso responderá civil e
criminalmente pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas.
       Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:
        I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especificando o tipo de
atendimento, as obrigações da entidade e prestações decorrentes do contrato, com os respectivos
preços, se for o caso;
        II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;
        III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;
        IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;
        V – oferecer atendimento personalizado;
        VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;
        VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;
        VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;
        IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;
        X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;
        XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
        XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de idoso portador de doenças
infecto-contagiosas;
62
NA CURSOS E ASSESSORIA

        XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os documentos necessários ao
exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei;
        XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem dos idosos;
        XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome do
idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem como o valor de
contribuições, e suas alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a
individualização do atendimento;
        XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a situação de abandono moral
ou material por parte dos familiares;
        XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.
        Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de serviço ao idoso terão
direito à assistência judiciária gratuita.
CAPÍTULO III
Da Fiscalização das Entidades de Atendimento
        Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de atendimento ao idoso serão
fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei.
        Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6 o desta Lei a supervisão, o acompanhamento, a
fiscalização e a avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-
administrativas." (NR)
        Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos públicos e privados recebidos
pelas entidades de atendimento.
        Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determinações desta Lei ficarão sujeitas,
sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes
penalidades, observado o devido processo legal:
        I – as entidades governamentais:
        a) advertência;
        b) afastamento provisório de seus dirigentes;
        c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
        d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
        II – as entidades não-governamentais:
        a) advertência;
        b) multa;
        c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
        d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
        e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.
        § 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em relação ao programa,
caberá o afastamento provisório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a suspensão do programa.
        § 2o A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá quando verificada a má
aplicação ou desvio de finalidade dos recursos.
        § 3o Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que coloque em risco os direitos
assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao Ministério Público, para as providências cabíveis,
inclusive para promover a suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a proibição de
atendimento a idosos a bem do interesse público, sem prejuízo das providências a serem tomadas pela
Vigilância Sanitária.
        § 4o Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração
cometida, os danos que dela provierem para o idoso, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
antecedentes da entidade.
CAPÍTULO IV
Das Infrações Administrativas
        Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações do art. 50 desta Lei:
        Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), se o fato não for
caracterizado como crime, podendo haver a interdição do estabelecimento até que sejam cumpridas as
exigências legais.
63
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa permanência, os idosos


abrigados serão transferidos para outra instituição, a expensas do estabelecimento interditado, enquanto
durar a interdição.
        Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabelecimento de saúde ou instituição
de longa permanência de comunicar à autoridade competente os casos de crimes contra idoso de que
tiver conhecimento:
        Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), aplicada em dobro no
caso de reincidência.
        Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade no atendimento ao idoso:
        Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil reais) e multa civil a ser
estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso.

CAPÍTULO V
Da Apuração Administrativa de Infração às 
Normas de Proteção ao Idoso
        Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atualizados anualmente, na forma da
lei.
        Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa por infração às normas de
proteção ao idoso terá início com requisição do Ministério Público ou auto de infração elaborado por
servidor efetivo e assinado, se possível, por duas testemunhas.
        § 1o No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser usadas fórmulas impressas,
especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
        § 2o Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, ou este será
lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo justificado.
        Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da defesa, contado da data da
intimação, que será feita:
        I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na presença do infrator;
        II – por via postal, com aviso de recebimento.
        Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade competente aplicará à entidade
de atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a
ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.
        Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da pessoa idosa abrigada, a
autoridade competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da
iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais
instituições legitimadas para a fiscalização.
CAPÍTULO VI
Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de Atendimento
        Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrativo de que trata este Capítulo as
disposições das Leis nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
        Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade governamental e não-
governamental de atendimento ao idoso terá início mediante petição fundamentada de pessoa
interessada ou iniciativa do Ministério Público.
        Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar
liminarmente o afastamento provisório do dirigente da entidade ou outras medidas que julgar adequadas,
para evitar lesão aos direitos do idoso, mediante decisão fundamentada.
        Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez) dias, oferecer resposta
escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.
        Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art. 69 ou, se necessário,
designará audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre a necessidade de produção de outras
provas.
        § 1o Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão 5 (cinco) dias para
oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
        § 2o Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade governamental,
a autoridade judiciária oficiará a autoridade administrativa imediatamente superior ao afastado, fixando-
lhe prazo de 24 (vinte e quatro) horas para proceder à substituição.
64
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a
remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem
julgamento do mérito.
        § 4o A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou ao responsável pelo
programa de atendimento.
TÍTULO V
Do Acesso à Justiça
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
        Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, o procedimento sumário previsto
no Código de Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos previstos nesta Lei.
        Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do idoso.
        Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos
atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior
a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.
        § 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua idade,
requererá o benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará as
providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo.
        § 2o A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge
supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos.
        § 3o A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública, empresas
prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à
Defensoria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência
Judiciária.
        § 4o Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas,
identificados com a destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis.
        § 5º  Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maiores de oitenta
anos.    (Incluído pela Lei nº 13.466, de 2017).
CAPÍTULO II
Do Ministério Público
        Art. 72. (VETADO)
        Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exercidas nos termos da
respectiva Lei Orgânica.
        Art. 74. Compete ao Ministério Público:
        I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos direitos e interesses difusos
ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso;
        II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou parcial, de designação de
curador especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em todos os feitos em que se
discutam os direitos de idosos em condições de risco;
        III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, conforme o disposto no art. 43
desta Lei;
        IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas hipóteses previstas no art. 43
desta Lei, quando necessário ou o interesse público justificar;
        V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
        a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não comparecimento
injustificado da pessoa notificada, requisitar condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar;
        b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais, estaduais e
federais, da administração direta e indireta, bem como promover inspeções e diligências investigatórias;
        c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas;
        VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial,
para a apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção ao idoso;
        VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados ao idoso, promovendo as
medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
65
NA CURSOS E ASSESSORIA

        VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que trata
esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de
irregularidades porventura verificadas;
        IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de saúde, educacionais e de
assistência social, públicos, para o desempenho de suas atribuições;
        X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos previstos nesta Lei.
        § 1o A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não impede a de
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei.
        § 2o As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a
finalidade e atribuições do Ministério Público.
        § 3o O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a toda
entidade de atendimento ao idoso.
        Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério
Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos autos
depois das partes, podendo juntar documentos, requerer diligências e produção de outras provas, usando
os recursos cabíveis.
        Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.
        Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será declarada
de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
CAPÍTULO III
Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e Individuais Indisponíveis ou Homogêneos
        Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser
fundamentadas.
        Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos
assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao oferecimento insatisfatório de:
        I – acesso às ações e serviços de saúde;
        II – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com limitação incapacitante;
        III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-contagiosa;
        IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
        Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros
interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, próprios do idoso, protegidos em
lei.
        Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do domicílio do idoso, cujo juízo
terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas as competências da Justiça Federal e a
competência originária dos Tribunais Superiores.
        Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou
homogêneos, consideram-se legitimados, concorrentemente:
        I – o Ministério Público;
        II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
        III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
        IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e que incluam entre os fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização da
assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
        § 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos Estados na
defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
        § 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público
ou outro legitimado deverá assumir a titularidade ativa.
        Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as
espécies de ação pertinentes.
        Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições de Poder Público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá
ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
        Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não-fazer, o juiz
concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao adimplemento.
66
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do


provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, na forma
do art. 273 do Código de Processo Civil.
        § 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo
razoável para o cumprimento do preceito.
        § 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor, mas
será devida desde o dia em que se houver configurado.
        Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo do Idoso, onde houver, ou na
falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência Social, ficando vinculados ao atendimento ao idoso.
        Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o trânsito em julgado da decisão
serão exigidas por meio de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada
igual iniciativa aos demais legitimados em caso de inércia daquele.
        Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
        Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao Poder Público, o juiz
determinará a remessa de peças à autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
        Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença condenatória favorável ao
idoso sem que o autor lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada, igual
iniciativa aos demais legitimados, como assistentes ou assumindo o pólo ativo, em caso de inércia desse
órgão.
        Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas.
        Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público.
        Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a iniciativa do Ministério Público,
prestando-lhe informações sobre os fatos que constituam objeto de ação civil e indicando-lhe os
elementos de convicção.
        Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exercício de suas funções, quando
tiverem conhecimento de fatos que possam configurar crime de ação pública contra idoso ou ensejar a
propositura de ação para sua defesa, devem encaminhar as peças pertinentes ao Ministério Público, para
as providências cabíveis.
        Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as
certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
        Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo
que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
        § 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência
de fundamento para a propositura da ação civil ou de peças informativas, determinará o seu
arquivamento, fazendo-o fundamentadamente.
        § 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob pena de
se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à
Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público.
        § 3o Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo Conselho Superior do Ministério
Público ou por Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público, as associações legitimadas
poderão apresentar razões escritas ou documentos, que serão juntados ou anexados às peças de
informação.
        § 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público
de homologar a promoção de arquivamento, será designado outro membro do Ministério Público para o
ajuizamento da ação.
TÍTULO VI
Dos Crimes
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
        Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei no 7.347, de 24 de julho
de 1985.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4
(quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e,
subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. (Vide
ADI 3.096-5 - STF)
CAPÍTULO II
Dos Crimes em Espécie
        Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes
aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
        Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos
meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao
exercício da cidadania, por motivo de idade:
        Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
        § 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa,
por qualquer motivo.
        § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou
responsabilidade do agente.
        Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em
situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa,
ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
        Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza
grave, e triplicada, se resulta a morte.
        Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou
congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
        Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a
condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando
obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
        Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
        § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
        § 2o Se resulta a morte:
        Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
        Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
        I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
        II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
        III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa
causa, a pessoa idosa;
        IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida
na ação civil a que alude esta Lei;
        V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta
Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
        Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial
expedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
        Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso,
dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
        Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
        Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em
outorgar procuração à entidade de atendimento:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
        Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do
idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de
dívida:
        Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
68
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens
depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
        Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
        Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de
administração de bens ou deles dispor livremente:
        Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
        Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:
        Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
        Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a
devida representação legal:
        Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
TÍTULO VII
Disposições Finais e Transitórias
        Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de qualquer outro
agente fiscalizador:
        Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
      Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
"Art. 61. ............................................................................
............................................................................
II - ............................................................................
............................................................................
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
............................................................................." (NR)
"Art. 121. ............................................................................
............................................................................
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não
procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o
homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
............................................................................." (NR)
"Art. 133. ............................................................................
............................................................................
§ 3o ............................................................................
............................................................................
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)
"Art. 140. ............................................................................
............................................................................
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a
condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
............................................................................ (NR)
"Art. 141. ............................................................................
............................................................................
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
............................................................................." (NR)
"Art. 148. ............................................................................
............................................................................
§ 1o............................................................................
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior de 60 (sessenta) anos.
............................................................................" (NR)
"Art. 159............................................................................
............................................................................
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou
maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

............................................................................" (NR)
"Art. 183............................................................................
............................................................................
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos." (NR)
"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito)
anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes
proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente
acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente,
gravemente enfermo:
............................................................................" (NR)
       Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941, Lei das Contravenções
Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
"Art. 21............................................................................
............................................................................
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta)
anos." (NR)
       Art. 112. O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de abril de 1997, passa a vigorar com a
seguinte redação:
"Art. 1o ............................................................................
............................................................................
§ 4o ............................................................................
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
(sessenta) anos;
............................................................................" (NR)
       Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar com a
seguinte redação:
"Art. 18............................................................................
............................................................................
III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminuída ou
suprimida a capacidade de discernimento ou de autodeterminação:
............................................................................" (NR)
        Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte
redação:
"Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo terão atendimento
prioritário, nos termos desta Lei." (NR)
        Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo Nacional de Assistência Social, até
que o Fundo Nacional do Idoso seja criado, os recursos necessários, em cada exercício financeiro, para
aplicação em programas e ações relativos ao idoso.
        Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à população idosa do País.
        Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei revendo os critérios
de concessão do Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de
forma a garantir que o acesso ao direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento sócio-
econômico alcançado pelo País.
       Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua publicação, ressalvado o
disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004.
        Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.
70
NA CURSOS E ASSESSORIA

Declaração de direitos do homem e do cidadão - 1789


França, 26 de agosto de 1789.

 
 
Os representantes do povo francês, reunidos em Assembléia Nacional, tendo em vista que a ignorância,
o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da
corrupção dos Governos, resolveram declarar solenemente os direitos naturais, inalienáveis e sagrados
do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente em todos os membros do corpo social, lhes
lembre permanentemente seus direitos e seus deveres; a fim de que os atos do Poder Legislativo e do
Poder Executivo, podendo ser a qualquer momento comparados com a finalidade de toda a instituição
política, sejam por isso mais respeitados; a fim de que as reivindicações dos cidadãos, doravante
fundadas em princípios simples e incontestáveis, se dirijam sempre à conservação da Constituição e à
felicidade geral.
Em razão disto, a Assembléia Nacional reconhece e declara, na presença e sob a égide do Ser Supremo,
os seguintes direitos do homem e do cidadão:
Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-
se na utilidade comum.
Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do
homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a resistência à opressão.
Art. 3º. O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma operação, nenhum
indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.
Art. 4º. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo. Assim, o exercício dos
direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros
da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.
Art. 5º. A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela lei não pode
ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene.
Art. 6º. A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer,
pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, seja
para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a
71
NA CURSOS E ASSESSORIA

todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que
não seja a das suas virtudes e dos seus talentos.
Art. 7º. Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo
com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens
arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve
obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência.
Art. 8º. A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e ninguém pode ser
punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes do delito e legalmente aplicada.
Art. 9º. Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se julgar indispensável
prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser severamente reprimido pela lei.
Art. 10º. Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde que sua
manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.
Art. 11º. A livre comunicação das idéias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem.
Todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos
desta liberdade nos termos previstos na lei.
Art. 12º. A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública. Esta força é,
pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade particular daqueles a quem é confiada.
Art. 13º. Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é indispensável uma
contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades.
Art. 14º. Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus representantes, da necessidade
da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição,
a coleta, a cobrança e a duração.
Art. 15º. A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração.
Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a
separação dos poderes não tem Constituição.
Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado, a não ser
quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob condição de justa e prévia
indenização.
Constituição - CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e
interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações
cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se
dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho,
sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
72
NA CURSOS E ASSESSORIA

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência
da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de
bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa
civil.
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército,
subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública,
de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada
na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em
lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 82, de 2014)
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou
entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.  (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o  Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve
medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e
define crimes.
Parágrafo único.  Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos
capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas
periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Art. 2o  Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita
e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas,
ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção
de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso
estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único.  Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput
deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados,
mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.
TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 3o  O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas
com:
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
73
NA CURSOS E ASSESSORIA

II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 4o  São princípios do Sisnad:


I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à
sua liberdade;
II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como
fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento dos
fundamentos e estratégias do Sisnad;
V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a
importância da participação social nas atividades do Sisnad;
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas,
com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e
ao seu tráfico ilícito;
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à
cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza
complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção
social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu
tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social;
XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
Art. 5o  O Sisnad tem os seguintes objetivos:
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir
comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos
correlacionados;
II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;
III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e
as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, Estados e
Municípios;
IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de que trata
o art. 3o desta Lei.
CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 6o  (VETADO)
Art. 7o  A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução descentralizada das
atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se constitui
matéria definida no regulamento desta Lei.
Art. 8o  (VETADO)
CAPÍTULO III
(VETADO)
Art. 9o  (VETADO)
Art. 10.  (VETADO)
Art. 11.  (VETADO)
Art. 12.  (VETADO)
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NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 13.  (VETADO)
Art. 14.  (VETADO)
CAPÍTULO IV
DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES
SOBRE DROGAS
Art. 15.  (VETADO)
Art. 16.  As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam
usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema
municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas,
conforme orientações emanadas da União.
Art. 17.  Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de
informações do Poder Executivo.

TÍTULO III
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS
CAPÍTULO I
DA PREVENÇÃO
Art. 18.  Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas
direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento
dos fatores de proteção.
Art. 19.  As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e
diretrizes:
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do
indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as ações dos
serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos
serviços que as atendam;
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido de
drogas;
IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do setor privado
e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos
familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades socioculturais das
diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como resultados
desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em consideração
as suas necessidades específicas;
VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do uso
indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares;
IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma
de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;
X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso indevido de
drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;
XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de
ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos
relacionados a drogas;
XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad;
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.
Parágrafo único.  As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao
adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL
DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS

Art. 20.  Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares,
para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos
danos associados ao uso de drogas.
Art. 21.  Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos
familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes
sociais.
Art. 22.  As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de drogas e
respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer condições,
observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de
Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do dependente de
drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais;
III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e para a redução de
riscos e de danos sociais e à saúde;
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que possível, de
forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;
V - observância das orientações e normas emanadas do Conad;
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.
Art. 23.  As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do
Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária
adequada.
Art. 24.  A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às
instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e
do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial.
Art. 25.  As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à
saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber
recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e financeira.
Art. 26.  O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem
cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços
de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.
CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 27.  As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.
Art. 28.  Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será
submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1o  Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe
plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar
dependência física ou psíquica.
§ 2o  Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à
quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às
circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
§ 3o  As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5
(cinco) meses.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

§ 4o  Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas
pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5o  A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades
educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins
lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários
e dependentes de drogas.
§ 6o  Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III,
a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
§ 7o  O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente,
estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.
Art. 29.  Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6 o do art. 28, o juiz, atendendo
à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40
(quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do
agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo.
Parágrafo único.  Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6 o do art. 28 serão
creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.
Art. 30.  Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à
interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA
E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 31.  É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar,
transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar,
expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima
destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.
Art. 32.  As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelas autoridades de polícia judiciária, que
recolherão quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das
condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a
preservação da prova.
§ 1o  A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, guardando-se
as amostras necessárias à preservação da prova.
§ 2o  A incineração prevista no § 1o deste artigo será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério
Público, e executada pela autoridade de polícia judiciária competente, na presença de representante do
Ministério Público e da autoridade sanitária competente, mediante auto circunstanciado e após a perícia
realizada no local da incineração.
Art. 32.  As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na forma do art.
50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento
das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a
preservação da prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 1o  (Revogado).  (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 2o  (Revogado).  (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 3o  Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas
necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que
couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
Sisnama.
§ 4o  As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da
Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

CAPÍTULO II
DOS CRIMES
Art. 33.  Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer,
ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à
preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou
vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2o  Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:     (Vide ADI nº 4.274)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
§ 3o  Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para
juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
§ 4o  Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de
bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.     (Vide
Resolução nº 5, de 2012)
Art. 34.  Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título,
possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer
objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil)
dias-multa.
Art. 35.  Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer
dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos)
dias-multa.
Parágrafo único.  Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática
reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36.  Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o, e 34
desta Lei:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro
mil) dias-multa.
Art. 37.  Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-
multa.
Art. 38.  Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo
em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos)
dias-multa.
Parágrafo único.  O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que
pertença o agente.
78
NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 39.  Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a
incolumidade de outrem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da
habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada,
e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único.  As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4
(quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no
caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.
Art. 40.  As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato
evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de
educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de
ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou
beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de
qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de
unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer
processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo,
diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
Art. 41.  O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo
criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial
do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.
Art. 42.  O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do
Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta
social do agente.
Art. 43.  Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe
o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições
econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior
salário-mínimo.
Parágrafo único.  As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre
cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do
acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.
Art. 44.  Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e
insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas
em restritivas de direitos.
Parágrafo único.  Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.
Art. 45.  É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso
fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a
infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
Parágrafo único.  Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à
época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o
juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.
Art. 46.  As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias
previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 47.  Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de
encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com competência
específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48.  O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto
neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de
Execução Penal.
§ 1o  O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os
crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes
da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.
§ 2o  Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o
autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o
compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as
requisições dos exames e perícias necessários.
§ 3o  Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2 o deste artigo serão tomadas de
imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente.
§ 4o  Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o deste artigo, o agente será submetido a exame de
corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida
liberado.
§ 5o  Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais
Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a
ser especificada na proposta.
Art. 49.  Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1 o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre
que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de colaboradores e
testemunhas previstos na Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999.
Seção I
Da Investigação
Art. 50.  Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente,
comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão
do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1o  Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito,
é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na
falta deste, por pessoa idônea.
§ 2o  O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1 o deste artigo não ficará impedido de participar
da elaboração do laudo definitivo.
§ 3o  Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a
regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas,
guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 4o  A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15
(quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei nº 12.961, de
2014)
§ 5o  O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas referida no § 3 o, sendo
lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a destruição total
delas.  (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
Art. 50-A.  A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita por
incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data da apreensão, guardando-se amostra
necessária à realização do laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedimento dos §§ 3o a
5o do art. 50.   (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
Art. 51.  O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de
90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único.  Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o
Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.
Art. 52.  Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo
os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação
do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as
80
NA CURSOS E ASSESSORIA

condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a


qualificação e os antecedentes do agente; ou
II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.
Parágrafo único.  A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo
competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento;
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que
figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes
da audiência de instrução e julgamento.
Art. 53.  Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos,
além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes
procedimentos investigatórios:
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos
especializados pertinentes;
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos
utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e
responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação
penal cabível.
Parágrafo único.  Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam
conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.
Seção II
Da Instrução Criminal
Art. 54.  Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou
peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma
das seguintes providências:
I - requerer o arquivamento;
II - requisitar as diligências que entender necessárias;
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que entender
pertinentes.
Art. 55.  Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por
escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 1o  Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir preliminares e
invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que
pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.
§ 2o  As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
§ 3o  Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez)
dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
§ 4o  Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
§ 5o  Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação
do preso, realização de diligências, exames e perícias.
Art. 56.  Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento,
ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e
requisitará os laudos periciais.
§ 1o  Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1 o, e 34 a 37
desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas
atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.
§ 2o  A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes
ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência
de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
Art. 57.  Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das
testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e ao defensor
do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais
10 (dez), a critério do juiz.
81
NA CURSOS E ASSESSORIA

Parágrafo único.  Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para
ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.
Art. 58.  Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias,
ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.
§ 1o  Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido controvérsia, no curso do processo, sobre a natureza
ou quantidade da substância ou do produto, ou sobre a regularidade do respectivo laudo, determinará
que se proceda na forma do art. 32, § 1 o, desta Lei, preservando-se, para eventual contraprova, a fração
que fixar.  (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)  
§ 2o  Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão motivada e, ouvido o Ministério Público,
quando a quantidade ou valor da substância ou do produto o indicar, precedendo a medida a elaboração
e juntada aos autos do laudo toxicológico.   (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)  
Art. 59.  Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem
recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença
condenatória.
CAPÍTULO IV
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO
Art. 60.  O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade
de polícia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios suficientes, poderá decretar, no curso
do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias relacionadas aos bens
móveis e imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou que constituam
proveito auferido com sua prática, procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no 3.689,
de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
§ 1o  Decretadas quaisquer das medidas previstas neste artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo
de 5 (cinco) dias, apresente ou requeira a produção de provas acerca da origem lícita do produto, bem ou
valor objeto da decisão.
§ 2o  Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz decidirá pela sua liberação.
§ 3o  Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo
o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores.
§ 4o  A ordem de apreensão ou seqüestro de bens, direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz,
ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata possa comprometer as investigações.
Art. 61.  Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e comprovado o interesse público ou
social, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo competente, ouvido o
Ministério Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos ou
pelas entidades que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas e na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
exclusivamente no interesse dessas atividades.
Parágrafo único.  Recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à
autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório
de registro e licenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do
pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o
seu perdimento em favor da União.
Art. 62.  Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários,
utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos
nesta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia judiciária,
excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de legislação específica.
§ 1o  Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos bens mencionados neste artigo, a
autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua
conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
§ 2o  Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques
emitidos como ordem de pagamento, a autoridade de polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de
imediato, requerer ao juízo competente a intimação do Ministério Público.
§ 3o  Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo, em caráter cautelar, a conversão do
numerário apreendido em moeda nacional, se for o caso, a compensação dos cheques emitidos após a
instrução do inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das correspondentes
quantias em conta judicial, juntando-se aos autos o recibo.
82
NA CURSOS E ASSESSORIA

§ 4o  Após a instauração da competente ação penal, o Ministério Público, mediante petição autônoma,
requererá ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos,
excetuados aqueles que a União, por intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob uso e
custódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos de inteligência ou militares, envolvidos nas ações
de prevenção ao uso indevido de drogas e operações de repressão à produção não autorizada e ao
tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.
§ 5o  Excluídos os bens que se houver indicado para os fins previstos no § 4 o deste artigo, o requerimento
de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens apreendidos, com a descrição e a
especificação de cada um deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o local onde se
encontram.
§ 6o  Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição será autuada em apartado, cujos autos terão
tramitação autônoma em relação aos da ação penal principal.
§ 7o  Autuado o requerimento de alienação, os autos serão conclusos ao juiz, que, verificada a presença
de nexo de instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados para a sua prática e risco de perda de
valor econômico pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens relacionados, cientificará a
Senad e intimará a União, o Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, por edital com prazo
de 5 (cinco) dias.
§ 8o  Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença,
homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão.
§ 9o  Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta judicial a quantia apurada, até o final da ação
penal respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3 o deste
artigo.
§ 10.  Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as decisões proferidas no curso do
procedimento previsto neste artigo.
§ 11.  Quanto aos bens indicados na forma do § 4 o deste artigo, recaindo a autorização sobre veículos,
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro
e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da autoridade de
polícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas,
encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em
favor da União.
Art. 63.  Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento do produto, bem ou valor
apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível.
§ 1o  Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta Lei e que não forem objeto de
tutela cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao
Funad.
§ 2o  Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo
perdimento já tenha sido decretado em favor da União.
§ 3o  A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim de dar imediato cumprimento ao
estabelecido no § 2o deste artigo.
§ 4o  Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a requerimento do
Ministério Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor
da União, indicando, quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo
poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.
Art. 64.  A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os Estados, com o Distrito
Federal e com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e a
reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao
tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela arrecadados, para
a implantação e execução de programas relacionados à questão das drogas.
TÍTULO V
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Art. 65.  De conformidade com os princípios da não-intervenção em assuntos internos, da igualdade
jurídica e do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em
vigor, e observado o espírito das Convenções das Nações Unidas e  outros  instrumentos jurídicos
internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará,
83
NA CURSOS E ASSESSORIA

quando solicitado, cooperação a outros países e organismos internacionais e, quando necessário, deles
solicitará a colaboração, nas áreas de:
I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e programas voltados para
atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes
de drogas;
II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial
o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos;
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e seus
precursores químicos.
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 66.  Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1o desta Lei, até que seja atualizada a
terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes,
psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS n o 344, de 12 de maio de
1998.
Art. 67.  A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de
Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos
convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no art. 17
desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
Art. 68.  A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros,
destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de drogas,
atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na repressão da produção não autorizada e do
tráfico ilícito de drogas.
Art. 69.  No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou estabelecimentos hospitalares,
de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que produzirem, venderem,
adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que existam
essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:
I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam lacradas suas instalações;
II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas necessárias ao
recebimento e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito.
§ 1o  Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscritos referidos no inciso II do caput
deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de
pesquisa científica que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
§ 2o  Ressalvada a hipótese de que trata o § 3 o deste artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo
à hasta pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas
e do Ministério Público.
§ 3o  Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades farmacêuticas em condições de
emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à
rede pública de saúde.
Art. 70.  O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado
ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal.
Parágrafo único.  Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal serão
processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.
Art. 71.  (VETADO)
Art. 72.  Sempre que conveniente ou necessário, o juiz, de ofício, mediante representação da autoridade
de polícia judiciária, ou a requerimento do Ministério Público, determinará que se proceda, nos limites de
sua jurisdição e na forma prevista no § 1o do art. 32 desta Lei, à destruição de drogas em processos já
encerrados.
Art. 72.  Encerrado o processo penal ou arquivado o inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante
representação do delegado de polícia ou a requerimento do Ministério Público, determinará a destruição
das amostras guardadas para contraprova, certificando isso nos autos.  (Redação dada pela Lei nº
12.961, de 2014)
Art. 73.  A União poderá celebrar convênios com os Estados visando à prevenção e repressão do tráfico
ilícito e do uso indevido de drogas.
84
NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 73.  A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com o Distrito Federal, visando à
prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municípios, com o objetivo
de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas. (Redação dada pela Lei nº 12.219, de 2010)
Art. 74.  Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação.
Art. 75.  Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976 , e a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de
2002.
Brasília,  23  de  agosto  de  2006; 185o da Independência e 118o da República.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de
nações.
85
NA CURSOS E ASSESSORIA

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;  
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem; 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;  
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares
de internação coletiva;  
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente
de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;   
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial;    (Vide Lei nº 13.105, de 2015)    (Vigência)
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;    (Vide Lei nº 9.296, de
1996)
 XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais
que a lei estabelecer;   
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;   
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para
o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo
vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar
seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
 XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou
por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos
nesta Constituição;
86
NA CURSOS E ASSESSORIA

 XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será
objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei
sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do
País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do
"de cujus";
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;   (Regulamento)      (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei;
 XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem;   (Regulamento)
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
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NA CURSOS E ASSESSORIA

c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade
e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas
em lei;    (Regulamento)
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há
pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania;
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NA CURSOS E ASSESSORIA

LXXII - conceder-se-á habeas data:


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:   (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários
ao exercício da cidadania.  (Regulamento)
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e
os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil
seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)                    (Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de
2009, DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de 2018)  
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.   (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de
2015)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
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NA CURSOS E ASSESSORIA

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,


participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da
lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do
normal;  (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de
trabalho;  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador
portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho
a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.    (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de
categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
90
NA CURSOS E ASSESSORIA

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será
descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de
direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,
salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias
de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
deliberação.
 Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 1º   Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
91
NA CURSOS E ASSESSORIA

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão
nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro,
como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária; Regulamento
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz
de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem
os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período
subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins,
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território,
do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
92
NA CURSOS E ASSESSORIA

§ 9º  Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim
de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder
econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou
indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994)
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados
da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma
da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 4, de 1993)
CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e
observados os seguintes preceitos: Regulamento
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de
subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras
sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições
majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação
entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos
estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.      (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:        (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 97, de 2017)
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos
válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois
por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou     (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de
2017)
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação.    (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o
mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo
essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito
ao tempo de rádio e de televisão.     (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
93
NA CURSOS E ASSESSORIA

CÓDIGO PENAL
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
        Homicídio simples
        Art. 121. Matar alguem:
        Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
        Caso de diminuição de pena
        § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena
de um sexto a um terço.
        Homicídio qualificado
        § 2° Se o homicídio é cometido:
        I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
        II - por motivo futil;
        III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de
que possa resultar perigo comum;
        IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
impossivel a defesa do ofendido;
        V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
        Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Feminicídio       (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição:    (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:      (Incluído
pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
        Homicídio culposo
        § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
        Pena - detenção, de um a três anos.
        Aumento de pena
        § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato
socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
2003)
        § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências
da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
         § 6o  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia
privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.       (Incluído
pela Lei nº 12.720, de 2012)
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NA CURSOS E ASSESSORIA

§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado:      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de
2015)
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora
de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou
mental;   (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018)
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;   (Redação dada pela Lei
nº 13.771, de 2018)
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do
art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.   (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018)
        Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
        Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
        Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se
da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
        Parágrafo único - A pena é duplicada:
        Aumento de pena
        I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
        II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
        Infanticídio
        Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
        Pena - detenção, de dois a seis anos.
        Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
        Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:  (Vide ADPF 54)
        Pena - detenção, de um a três anos.
        Aborto provocado por terceiro
        Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
        Pena - reclusão, de três a dez anos.
        Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:  (Vide ADPF 54)
        Pena - reclusão, de um a quatro anos.
        Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou
é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
        Forma qualificada
        Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em
conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de
natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas      causas, lhe sobrevém a morte.
        Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:  (Vide ADPF 54)
        Aborto necessário
        I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
        Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
        II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou,
quando incapaz, de seu representante legal.
CAPÍTULO IIDAS LESÕES CORPORAIS
        Lesão corporal
        Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
        Lesão corporal de natureza grave
        § 1º Se resulta:
        I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
        II - perigo de vida;
        III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
        IV - aceleração de parto:
        Pena - reclusão, de um a cinco anos.
        § 2° Se resulta:
        I - Incapacidade permanente para o trabalho;
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        II - enfermidade incuravel;


        III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
        IV - deformidade permanente;
        V - aborto:
        Pena - reclusão, de dois a oito anos.
        Lesão corporal seguida de morte
        § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem
assumiu o risco de produzí-lo:
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
        Diminuição de pena
        § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena
de um sexto a um terço.
        Substituição da pena
        § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis:
        I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
        II - se as lesões são recíprocas.
        Lesão corporal culposa
        § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
        Pena - detenção, de dois meses a um ano.
        Aumento de pena
        § 7o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4 o e 6o do art.
121 deste Código.        (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
        § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de
1990)
        Violência Doméstica    (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
        § 9o  Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
        § 10. Nos casos previstos nos §§ 1 o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no §
9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
        § 11.  Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido
contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.  (Incluído pela Lei nº
13.142, de 2015)

CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
        Perigo de contágio venéreo
        Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de
moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
        § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        § 2º - Somente se procede mediante representação.
        Perigo de contágio de moléstia grave
        Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato
capaz de produzir o contágio:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        Perigo para a vida ou saúde de outrem
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
        Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde
de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos
de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
        Abandono de incapaz 
        Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por
qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:
        Pena - detenção, de seis meses a três anos.
        § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena - reclusão, de um a cinco anos.
        § 2º - Se resulta a morte:
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
        Aumento de pena
        § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
        I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
        II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.
        III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Exposição ou abandono de recém-nascido
        Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
        § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena - detenção, de um a três anos.
        § 2º - Se resulta a morte:
        Pena - detenção, de dois a seis anos.
        Omissão de socorro
        Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo;
ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza
grave, e triplicada, se resulta a morte.
        Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653,
de 2012).
        Art. 135-A.  Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o
preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-
hospitalar emergencial:  (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
        Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
        Parágrafo único.  A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão
corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
        Maus-tratos
        Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para
fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de
correção ou disciplina:
        Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
        § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos.
        § 2º - Se resulta a morte:
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
        § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze)
anos.           (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)
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NA CURSOS E ASSESSORIA

CAPÍTULO IV
DA RIXA
        Rixa
        Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
        Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
        Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da
participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
        Calúnia
        Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
        § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
        § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
        Exceção da verdade
        § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
        I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por
sentença irrecorrível;
        II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
        III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.
        Difamação
        Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
        Exceção da verdade
        Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a
ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
        Injúria
        Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
        I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
        II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
        § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio
empregado, se considerem aviltantes:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
        § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou
a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:        (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Pena - reclusão de um a três anos e multa.        (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
        Disposições comuns
        Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é
cometido:
        I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
        II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
        III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação
ou da injúria.
        IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de
injúria.       (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a
pena em dobro.
        Exclusão do crime
        Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
        I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
        II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a
intenção de injuriar ou difamar;
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste
no cumprimento de dever do ofício.
        Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá
publicidade.
        Retratação
        Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação,
fica isento de pena.
        Parágrafo único.  Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos
mesmos meios em que se praticou a ofensa.      (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015)
        Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se
julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não
as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
        Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando,
no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
        Parágrafo único.  Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I
do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo
artigo, bem como no caso do § 3 o do art. 140 deste Código.       (Redação dada pela Lei nº 12.033.  de
2009)

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
SEÇÃO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
        Constrangimento ilegal
        Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer
o que ela não manda:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
        Aumento de pena
        § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se
reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
        § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
        § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
        I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante
legal, se justificada por iminente perigo de vida;
        II - a coação exercida para impedir suicídio.
        Ameaça
        Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de
causar-lhe mal injusto e grave:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
        Seqüestro e cárcere privado
        Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado:         (Vide Lei nº
10.446, de 2002)
        Pena - reclusão, de um a três anos.
        § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
        I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60
(sessenta) anos;         (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
        II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
        III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
        IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;          (Incluído pela Lei nº 11.106, de
2005)
        V – se o crime é praticado com fins libidinosos.          (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento


físico ou moral:
        Pena - reclusão, de dois a oito anos.
        Redução a condição análoga à de escravo
       
 Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou
a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por
qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou
preposto:        (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.        (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        § 1o Nas mesmas penas incorre quem:          (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no
local de trabalho;         (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos
pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.        (Incluído pela Lei nº 10.803, de
11.12.2003)
        § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:        (Incluído pela Lei nº 10.803, de
11.12.2003)
        I – contra criança ou adolescente;          (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem.          (Incluído pela Lei nº
10.803, de 11.12.2003)
        Tráfico de Pessoas               (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
        Art. 149-A.  Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa,
mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:              (Incluído pela
Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;               (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016)          (Vigência)
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;               (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016)          (Vigência)
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;               (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016)          (Vigência)
IV - adoção ilegal; ou               (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
V - exploração sexual.               (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.               (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016)          (Vigência)
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se:               (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016)          (Vigência)
I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-
las;               (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com
deficiência;               (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de
dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de
emprego, cargo ou função; ou               (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.               (Incluído pela Lei nº 13.344,
de 2016)          (Vigência)
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização
criminosa.              (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)

SEÇÃO II
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
        Violação de domicílio
        Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou
tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.


        § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou
de arma, ou por duas ou mais pessoas:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
        § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos
legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
        § 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
        I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
        II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência
de o ser.
        § 4º - A expressão "casa" compreende:
        I - qualquer compartimento habitado;
        II - aposento ocupado de habitação coletiva;
        III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
        § 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
        I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do
n.º II do parágrafo anterior;
        II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

SEÇÃO III
DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA
        Violação de correspondência
        Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        Sonegação ou destruição de correspondência
        § 1º - Na mesma pena incorre:
        I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no todo ou em
parte, a sonega ou destrói;
        Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica
        II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação
telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;
        III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior;
        IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposição legal.
        § 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.
        § 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico
ou telefônico:
        Pena - detenção, de um a três anos.
        § 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
        Correspondência comercial
        Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou industrial
para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho
seu conteúdo:
        Pena - detenção, de três meses a dois anos.
        Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
SEÇÃO IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
        Divulgação de segredo
        Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de
correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a
outrem:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        § 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 9.983,
de 2000)
101
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei,
contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública: (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será
incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
       Violação do segredo profissional
        Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função,
ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
        Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
Invasão de dispositivo informático  (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)      Vigência
Art. 154-A.  Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante
violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou
informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para
obter vantagem ilícita:      (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.        (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012)     Vigência
§ 1o  Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa
de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.        (Incluído pela Lei nº
12.737, de 2012)     Vigência
§ 2o  Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico.        (Incluído
pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
§ 3o  Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos
comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não
autorizado do dispositivo invadido:        (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
§ 4o  Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização
ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos.        (Incluído pela Lei nº
12.737, de 2012)    Vigência
§ 5o  Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra:        (Incluído pela Lei nº
12.737, de 2012)     Vigência
I - Presidente da República, governadores e prefeitos;        (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012)      Vigência
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;        (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da
Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou        (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012) Vigência
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito
Federal.      (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)    Vigência
Ação penal       (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
Art. 154-B.  Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o
crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União,
Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)      Vigência

TÍTULO II
CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS
        Lesão corporal
        Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
        Lesão corporal de natureza grave
        § 1º Se resulta:
102
NA CURSOS E ASSESSORIA

        I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;


        II - perigo de vida;
        III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
        IV - aceleração de parto:
        Pena - reclusão, de um a cinco anos.
        § 2° Se resulta:
        I - Incapacidade permanente para o trabalho;
        II - enfermidade incuravel;
        III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
        IV - deformidade permanente;
        V - aborto:
        Pena - reclusão, de dois a oito anos.
        Lesão corporal seguida de morte
        § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem
assumiu o risco de produzí-lo:
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
        Diminuição de pena
        § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena
de um sexto a um terço.
        Substituição da pena
        § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis:
        I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
        II - se as lesões são recíprocas.
        Lesão corporal culposa
        § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
        Pena - detenção, de dois meses a um ano.
        Aumento de pena
        § 7o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4 o e 6o do art.
121 deste Código.        (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
        § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de
1990)
        Violência Doméstica    (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
        § 9o  Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
        § 10. Nos casos previstos nos §§ 1 o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no §
9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
        § 11.  Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido
contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.  (Incluído pela Lei nº
13.142, de 2015)

CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
        Perigo de contágio venéreo
        Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de
moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
        § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
103
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.


        § 2º - Somente se procede mediante representação.
        Perigo de contágio de moléstia grave
        Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato
capaz de produzir o contágio:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        Perigo para a vida ou saúde de outrem
        Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
        Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde
de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos
de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
        Abandono de incapaz 
        Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por
qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:
        Pena - detenção, de seis meses a três anos.
        § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena - reclusão, de um a cinco anos.
        § 2º - Se resulta a morte:
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
        Aumento de pena
        § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
        I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
        II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.
        III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Exposição ou abandono de recém-nascido
        Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
        § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena - detenção, de um a três anos.
        § 2º - Se resulta a morte:
        Pena - detenção, de dois a seis anos.
        Omissão de socorro
        Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo;
ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza
grave, e triplicada, se resulta a morte.
        Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653,
de 2012).
        Art. 135-A.  Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o
preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-
hospitalar emergencial:  (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
        Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
        Parágrafo único.  A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão
corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
       Maus-tratos
        Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para
fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de
correção ou disciplina:
        Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
        § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos.
104
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 2º - Se resulta a morte:


        Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
        § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze)
anos.           (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)

CAPÍTULO IV
DA RIXA
        Rixa
        Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
        Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
        Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da
participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
        Calúnia
        Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
        § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
        § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
        Exceção da verdade
        § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
        I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por
sentença irrecorrível;
        II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
        III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.
        Difamação
        Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
        Exceção da verdade
        Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a
ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
        Injúria
        Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
        I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
        II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
        § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio
empregado, se considerem aviltantes:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
        § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou
a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:        (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Pena - reclusão de um a três anos e multa.        (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
       
Disposições comuns
        Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é
cometido:
        I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
        II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
        III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação
ou da injúria.
105
NA CURSOS E ASSESSORIA

        IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de
injúria.       (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a
pena em dobro.
        Exclusão do crime
        Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
        I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
        II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a
intenção de injuriar ou difamar;
        III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste
no cumprimento de dever do ofício.
        Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá
publicidade.
        Retratação
        Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação,
fica isento de pena.
        Parágrafo único.  Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos
mesmos meios em que se praticou a ofensa.      (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015)
        Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se
julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não
as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
        Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando,
no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
        Parágrafo único.  Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I
do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo
artigo, bem como no caso do § 3 o do art. 140 deste Código.       (Redação dada pela Lei nº 12.033.  de
2009)

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
SEÇÃO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
        Constrangimento ilegal
        Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer
o que ela não manda:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
        Aumento de pena
        § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se
reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
        § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
        § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
        I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante
legal, se justificada por iminente perigo de vida;
        II - a coação exercida para impedir suicídio.
        Ameaça
        Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de
causar-lhe mal injusto e grave:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
        Seqüestro e cárcere privado
        Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado:         (Vide Lei nº
10.446, de 2002)
        Pena - reclusão, de um a três anos.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:


        I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60
(sessenta) anos;         (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
        II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
        III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
        IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;          (Incluído pela Lei nº 11.106, de
2005)
        V – se o crime é praticado com fins libidinosos.          (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
        § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento
físico ou moral:
        Pena - reclusão, de dois a oito anos.
        Redução a condição análoga à de escravo
        Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados
ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por
qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou
preposto:        (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.        (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        § 1o Nas mesmas penas incorre quem:          (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no
local de trabalho;         (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos
pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.        (Incluído pela Lei nº 10.803, de
11.12.2003)
        § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:        (Incluído pela Lei nº 10.803, de
11.12.2003)
        I – contra criança ou adolescente;          (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
        II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem.          (Incluído pela Lei nº
10.803, de 11.12.2003)
        Tráfico de Pessoas               (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
        Art. 149-A.  Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa,
mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:              (Incluído pela
Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;               (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016)          (Vigência)
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;               (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016)          (Vigência)
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;               (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016)          (Vigência)
IV - adoção ilegal; ou               (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
V - exploração sexual.               (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.               (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016)          (Vigência)
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se:               (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016)          (Vigência)
I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-
las;               (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com
deficiência;               (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de
dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício de
emprego, cargo ou função; ou               (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.               (Incluído pela Lei nº 13.344,
de 2016)          (Vigência)
107
NA CURSOS E ASSESSORIA

§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização
criminosa.              (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)          (Vigência)

SEÇÃO II
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
        Violação de domicílio
        Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou
tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
        Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
        § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou
de arma, ou por duas ou mais pessoas:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
        § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos
legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
        § 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
        I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
        II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência
de o ser.
        § 4º - A expressão "casa" compreende:
        I - qualquer compartimento habitado;
        II - aposento ocupado de habitação coletiva;
        III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
        § 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
        I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do
n.º II do parágrafo anterior;
        II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

SEÇÃO III
DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA
        Violação de correspondência
        Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        Sonegação ou destruição de correspondência
        § 1º - Na mesma pena incorre:
        I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no todo ou em
parte, a sonega ou destrói;
        Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica
        II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação
telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;
        III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior;
        IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposição legal.
        § 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.
        § 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico
ou telefônico:
        Pena - detenção, de um a três anos.
        § 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.
        Correspondência comercial
        Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou industrial
para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho
seu conteúdo:
        Pena - detenção, de três meses a dois anos.
        Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

SEÇÃO IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
        Divulgação de segredo
        Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de
correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a
outrem:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        § 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renumerado pela Lei nº 9.983,
de 2000)
        § 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei,
contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública: (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será
incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
 Violação do segredo profissional
        Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função,
ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
        Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
Invasão de dispositivo informático  (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)      Vigência
Art. 154-A.  Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante
violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou
informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para
obter vantagem ilícita:      (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.        (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012)     Vigência
§ 1o  Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa
de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.        (Incluído pela Lei nº
12.737, de 2012)     Vigência
§ 2o  Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico.        (Incluído
pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
§ 3o  Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos
comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não
autorizado do dispositivo invadido:        (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
§ 4o  Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização
ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos.        (Incluído pela Lei nº
12.737, de 2012)    Vigência
§ 5o  Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra:        (Incluído pela Lei nº
12.737, de 2012)     Vigência
I - Presidente da República, governadores e prefeitos;        (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012)      Vigência
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;        (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da
Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou        (Incluído pela Lei nº 12.737, de
2012) Vigência
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito
Federal.      (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)    Vigência
Ação penal       (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)     Vigência
Art. 154-B.  Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o
crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União,
Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.
(Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)      Vigência
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NA CURSOS E ASSESSORIA

ÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
        Incêndio
        Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
        Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
        Aumento de pena
        § 1º - As penas aumentam-se de um terço:
        I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
        II - se o incêndio é:
        a) em casa habitada ou destinada a habitação;
        b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
        c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
        d) em estação ferroviária ou aeródromo;
        e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
        f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
        g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
        h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
        Incêndio culposo
        § 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.
        Explosão
        Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
        Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
        § 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        Aumento de pena
        § 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do
artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo parágrafo.
        Modalidade culposa
        § 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de
detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a um ano.
        Uso de gás tóxico ou asfixiante
        Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico
ou asfixiante:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        Modalidade Culposa
        Parágrafo único - Se o crime é culposo:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
        Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou
asfixiante
        Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância
ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
        Inundação
        Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem:
        Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois
anos, no caso de culpa.
        Perigo de inundação
        Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a
integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
        Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
110
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Desabamento ou desmoronamento
        Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física
ou o patrimônio de outrem:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        Modalidade culposa
        Parágrafo único - Se o crime é culposo:
        Pena - detenção, de seis meses a um ano.
        Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento
        Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro
desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo,
de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
        Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
        Formas qualificadas de crime de perigo comum
        Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena
privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa,
se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena
cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
        Difusão de doença ou praga
        Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais de
utilidade econômica:
        Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
        Modalidade culposa
        Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis meses, ou multa.
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
CAPÍTULO I
DO FURTO
        Furto
        Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
        § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
        § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
        Furto qualificado
        § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
        I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
        II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
        III - com emprego de chave falsa;
        IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
        § 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo
ou de artefato análogo que cause perigo comum.                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
        § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a
ser transportado para outro Estado ou para o exterior.           (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
        § 6o  A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente
domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.         (Incluído
pela Lei nº 13.330, de 2016)
        § 7º  A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de substâncias
explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego.                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
        Furto de coisa comum
        Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente
a detém, a coisa comum:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
        § 1º - Somente se procede mediante representação.
111
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem
direito o agente.

CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO
        Roubo
        Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
        Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
        § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra
pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou
para terceiro.
        § 2º  A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:                 (Redação dada pela Lei nº 13.654,
de 2018)
        I – (revogado);                (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
        II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
        III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
        IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para
o exterior;                   (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
        V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.                   (Incluído pela
Lei nº 9.426, de 1996)
        VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
        § 2º-A  A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
        I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;                 (Incluído pela Lei
nº 13.654, de 2018)
        II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato
análogo que cause perigo comum.                 (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
        § 3º  Se da violência resulta:                 (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
        I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e
multa;                  (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
        II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.                 (Incluído pela Lei
nº 13.654, de 2018)
        Extorsão
        Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si
ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma
coisa:
        Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
        § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a
pena de um terço até metade.
        § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo
anterior.                     Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
§ 3o  Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária
para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da
multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2 o e 3o,
respectivamente.                  (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)
        Extorsão mediante seqüestro
        Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
condição ou preço do resgate:                 Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90                  (Vide Lei nº 10.446, de
2002)
        Pena - reclusão, de oito a quinze anos..                 (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
        § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18
(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
quadrilha.                Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90                  (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Pena - reclusão, de doze a vinte anos.              (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
112
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:               Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
        Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.                (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
25.7.1990)
        § 3º - Se resulta a morte:                Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
        Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.                  (Redação dada pela Lei nº 8.072, de
25.7.1990)
        § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a
libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.                   (Redação dada pela
Lei nº 9.269, de 1996)
       Extorsão indireta
        Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento
que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
        Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
CAPÍTULO III
DA USURPAÇÃO
        Alteração de limites
        Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória,
para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:
        Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
        § 1º - Na mesma pena incorre quem:
        Usurpação de águas
        I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;
        Esbulho possessório
        II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas
pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
        § 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.
        § 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante
queixa.
        Supressão ou alteração de marca em animais
        Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo
de propriedade:
        Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
CAPÍTULO IV
DO DANO
        Dano
        Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        Dano qualificado
        Parágrafo único - Se o crime é cometido:
        I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
        II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave
       III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia,
fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de
serviços públicos;                 (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017)
        IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
        Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
        Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia
        Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de
direito, desde que o fato resulte prejuízo:
        Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
        Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico
        Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de
valor artístico, arqueológico ou histórico:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
        Alteração de local especialmente protegido
113
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente
protegido por lei:
        Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
        Ação penal
        Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede
mediante queixa.
CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
        Apropriação indébita
        Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        Aumento de pena
        § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
        I - em depósito necessário;
        II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário
judicial;
        III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
        Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no
prazo e forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que
tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do
público;  (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou
custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;  (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido
reembolsados à empresa pela previdência social.  (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento
das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na
forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for
primário e de bons antecedentes, desde que:  (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da
contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou  (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido
pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 4o  A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições
cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo
o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.   (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
        Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
        Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da
natureza:
        Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
        Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
        Apropriação de tesouro
        I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem
direito o proprietário do prédio;
        Apropriação de coisa achada
        II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la
ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.
        Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL 
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Estupro 
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar
ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:          (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
2009)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.          (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou
maior de 14 (catorze) anos:           (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.             (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o  Se da conduta resulta morte:             (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos              (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
          Art. 214 -              (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
Violação sexual mediante fraude            (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 215.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro
meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:            (Redação dada pela Lei nº
12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.             (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único.  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também
multa.          (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Importunação sexual   (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a
própria lascívia ou a de terceiro:  (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.  (Incluído pela Lei nº
13.718, de 2018)
         Art. 216.             (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
        Assédio sexual             (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
        Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício
de emprego, cargo ou função.                (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
        Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.              (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
        Parágrafo único. (VETADO)               (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001)
        § 2o  A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito)
anos.             (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
CAPÍTULO I
DA MOEDA FALSA
        Moeda Falsa
        Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no
país ou no estrangeiro:
        Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
        § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire,
vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
        § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
        § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor,
gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
        I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
        II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
115
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava
ainda autorizada.
        Crimes assimilados ao de moeda falsa
        Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas,
notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à
circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais
condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:
        Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
        Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido por
funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em
razão do cargo.(Vide Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Petrechos para falsificação de moeda
        Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo,
aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
        Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
        Emissão de título ao portador sem permissão legal
        Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de
pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos referidos neste
artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa.

TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
        Peculato
        Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
        Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
        § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro,
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
        Peculato culposo
        § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
        § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
        Peculato mediante erro de outrem
        Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro
de outrem:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração
Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000))
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
        Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática
sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou
alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
        Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
        Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo;
sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
        Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
        Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
        Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
        Concussão
        Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
        Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
        Excesso de exação
        § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou,
quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:  (Redação dada
pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
        Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)
        § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para
recolher aos cofres públicos:
        Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
        Corrupção passiva
        Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)
        § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
        § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
        Facilitação de contrabando ou descaminho
        Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art.
334):
        Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)
        Prevaricação
        Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
        Art. 319-A.  Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao
preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos
ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
        Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
        Condescendência criminosa
        Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da
autoridade competente:
        Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
        Advocacia administrativa
        Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública,
valendo-se da qualidade de funcionário:
117
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.


        Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
        Violência arbitrária
        Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:
        Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.
        Abandono de função
        Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
        Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
        § 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
        § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
        Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
        Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
        Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou
continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido,
substituído ou suspenso:
        Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
        Violação de sigilo funcional
        Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo,
ou facilitar-lhe a revelação:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
        § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Violação do sigilo de proposta de concorrência
        Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo
de devassá-lo:
        Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
        Funcionário público
        Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente
ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
        § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
execução de atividade típica da Administração Pública.      (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo
forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder
público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
        Usurpação de função pública
        Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
        Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
        Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
        Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
        Resistência
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente
para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
        Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
        § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
        Pena - reclusão, de um a três anos.
        § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
        Desobediência
        Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
        Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
        Desacato
        Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
        Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
        Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de
vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função: (Redação
dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
        Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
        Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é
também destinada ao funcionário.  (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
        Corrupção ativa
        Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)
        Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o
funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
        Descaminho
Art. 334.  Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída
ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 1o  Incorre na mesma pena quem:  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;  (Redação dada pela Lei nº
13.008, de 26.6.2014)
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de
26.6.2014)
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que
introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de
introdução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; (Redação
dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou
acompanhada de documentos que sabe serem falsos.  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio
irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.  (Redação
dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo ou
fluvial.  (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 1o Incorre na mesma pena quem:  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou autorização de
órgão público competente;  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
119
NA CURSOS E ASSESSORIA

III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;  (Incluído pela Lei nº
13.008, de 26.6.2014)
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira;  (Incluído
pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.  (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)§ 2º -
Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.  (Incluído pela Lei nº
4.729, de 14.7.1965)
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou
fluvial. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
        Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
        Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública, promovida
pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar
concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à violência.
        Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da
vantagem oferecida.
        Inutilização de edital ou de sinal
        Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de
funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de
funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:
        Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
        Subtração ou inutilização de livro ou documento
        Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à
custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:
        Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.
        Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as
seguintes condutas: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela
legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo
ou a este equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias
descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)
        III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e
demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições,
importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou
regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for
primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido
pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$
1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou
aplicar apenas a de multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos
índices do reajuste dos benefícios da previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
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NA CURSOS E ASSESSORIA

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL

SUMÁRIO
1. CONCEITO
1.1.Conceito Ultrapassado de Direito Processual Penal
1.2.Conceito Moderno de Direito Processual Penal
1.3.Esquema da Ação Penal
2. OBJETO DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
2.1.Relação Processual Penal
3. FINALIDADE DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
4. PRINCÍPIOS MAIS RELEVANTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
4.1. Princípio da Verdade Real / Material
4.2. Princípio da Legalidade / Obrigatoriedade
4.3. Princípio da Indisponibilidade da Ação Penal
4.4. Princípio da Oficialidade
4.5. Princípio da Publicidade
4.6. Princípio do Contraditório
4.7. Princípio da Iniciativa das Partes
5. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
5.1.Fontes Formais
5.2.Fontes Substanciais
6. INTERPRETAÇÃO PROCESSUAL PENAL
6.1.Interpretação Autêntica
6.2.Interpretação Doutrinal
6.3.Interpretação Judicial
6.4.Interpretação Gramatical
6.5.Interpretação Lógica
6.6.Interpretação Sistemática
6.7.Interpretação Histórica
6.8.Interpretação Extensiva
6.9.Interpretação Restritiva
7. ANALOGIA
7.1.Requisitos da Analogia
7.2.Diferença entre Analogia e Interpretação Extensiva
7.3.Diferença entre Analogia e Interpretação Analógica
7.4.Classificação de Analogia
7.5.Analogia e Integração
7.6.A Auto – Integração Antes da CR/88.
8. NORMA PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
9. REGRA DA APLICAÇÃO IMEDIATA
10. CONCEITO DE PODER JUDICIÁRIO
11. PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
12. CRIMES BRASILEIROS NO ESTRANGEIRO
13. PRINCÍPIO DA UNIDADE

14. OUTRAS LEIS QUE NÃO O CPP


14.1.Tratados
14.2.Convenções
14.3.Homologação de Sentenças Penais Estrangeiras para o cumprimento em território nacional.
14.4.Carta Rogatória
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NA CURSOS E ASSESSORIA

14.5.Artigo 780 CPP


15. SISTEMAS PROCESSUAIS
15.1.Funções processuais.
15.2.Sistema Acusatório
15.3.Sistema Inquisitivo / Inquisitório
15.4.Sistema Misto
15.5.Sistema Adotado no Brasil
16. CLASSIFICAÇAO DOS ATOS PROCESSUAIS EM DIREITO PENAL
16.1.Atos das Partes (Postulatórios / Probatórios / Dispositivos)
16.2.Atos do Juiz (Decisórios / Probatórios / De Documentação)
16.3.Atos dos Auxiliares do Juiz (De Manutenção / De Execução / De Documentação)
16.4.Atos de Terceiros
16.5.Espécies de Atos e Classificação
16.6.Termos
17. PRIMEIRA FASE DO PROCESSO PENAL
18. CITAÇAO
18.1.Conceito de Citação
18.2.Formas de Citação
18.3.Valor da Citação
18.4.Citação Por Mandado
18.5.Citação Por Carta Precatória
18.6.Outras Formas de Citação
18.7.Citação Por Edital
18.8.Intimação e Notificação
18.9.Preclusão
19. MODALIDADES DE PRISÃO
19.1.Prisão Temporária
19.2.Prisão em Virtude de Sentença de Pronúncia
19.3.Prisão Preventiva
19.4.Prisão Civil
19.5.Prisão em Flagrante
20. APLICAÇÃO DE PENAS ALTERNATIVAS E LIBERDADE PROVISÓRIA
20.1.Pena Alternativa e Crime Hediondo
20.2.Liberdade Provisória
20.3.Liberdade Provisória Com Fiança
20.4.Liberdade Provisória Sem Fiança
21. DAS PROVAS
21.1.Conceito de Prova
21.2.Ônus da Prova
21.3.Classificação das Provas
21.4.Prova Documental e Prova Material
21.5.Outras Classificações de Prova
21.6.Princípios Gerais das Provas
21.7.Princípios Referentes à Pessoa do Réu
21.8.Fontes de Prova
21.9.Restrições à Prova
21.10.Das Provas Ilegítimas e Ilícitas
22. DA PROVA PERICIAL
22.1.Conceito de Prova Pericial
22.2.Exame de Corpo Delito
22.3.Vinculação do Juiz à Prova Pericial
22.4.Laudos das Partes
22.5.Princípios da Prova Pericial
23. QUESTÕES E PROCEDIMENTOS INCIDENTAIS
23.1.Incidente de Falsidade de Documentos
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NA CURSOS E ASSESSORIA

23.2.Exceções (Suspeição e Incompetência)


23.3.Litispendência, Ilegitimidade das Partes, Coisa Julgada
24. ANISTIA, GRAÇA, INDULTO, REABILITAÇÃO
24.1.Anistia
24.2.Graça
24.3.Indulto
24.4.Reabilitação
25. INCIDENTES DE EXECUÇÃO
 
 
1. CONCEITO

1.1.CONCEITO ULTRAPASSADO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL


Conjunto de preceitos jurídicos para apuração da infração penal de sua autoria e inflição de pena.
 
Crítica ao conceito:
Não abrange a grandiosidade do termo, não é suficiente, pois: INFLIÇÃO PENAL + AUTORIA = PENA.
Em alguns casos não há pena e sim uma medida de segurança. O conceito também não trata dos
aspectos jurisdicionais como a Organização Judiciária Penal (ex: competências, etc). O conceito não trata
do inquérito: não há pena sem o devido processo penal (limitação ao poder do Estado de punir) e o
inquérito (que não é processo) é um procedimento administrativo preparatório do processo.
 
1.2.CONCEITO MODERNO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Conceito de José Frederico Marques.“Conjunto de normas e princípios que regulam a aplicação
jurisdicional do direito penal objetivo, a sistematização dos órgãos da jurisdição e respectivos auxiliares,
bem como da persecução penal”.Conceito mais abrangente.Preenche as lacunas do direito tradicional. O
termo “sua autoria”, presente no conceito ultrapassado, foi alterado pela expressão “aplicação do direito
penal objetivo”. Toca-se no ponto do aspecto organizacional: sistematização dos órgãos da jurisdição e
auxiliares. Trata também o conceito do inquérito (“persecução”), sendo a polícia judiciária responsável
pelo inquérito onde, posteriormente, o Ministério Público proporá a ação penal.
 
1.3.AÇÃO PENAL
A ação penal pode ser:
 
a)Pública: denúncia
Incondicionada (insubordina-se a condições)
Condicionada (subordina-se a condições de representação)
 
b)Privada: queixa
 
2. OBJETO DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
Direito penal que, por não ser autoaplicável, exige o direito processual penal para retira-lo da abstração e
traze-lo à realidade.
 
2.1.RELAÇÃO PROCESSUAL PENAL
Pirâmide onde há autor (MP), réu (sujeito ativo) e juiz. A vítima imediata do crime é a sociedade,
representada pelo MP (o ofendido, a vítima mediata, não faz parte da relação processual penal). O
ofendido (pessoa física), por outro lado, tem interesse individual na ação. Percebendo-se que o CPP
trouxe a figura do “assistente” no seu artigo 271 CPP, o advogado não é assistente, é procurador dele, o
ofendido, ascendente, descendente, irmão, cônjuge do mesmo. Pode o ofendido, como assistente, propor
“meios de prova”.
Qualquer meio de prova? Não, apenas prova documental (sempre dando vista para outra parte exercer o
contraditório) ou testemunhal (que não é permitida, as testemunhas devem ser arroladas na inicial, sob
pena de preclusão do direito – artigo 41 CPP. É ato do MP arrolar testemunhas. Propor esse tipo de
prova é ato formal. O assistente poderá, porém, pedir ao juiz que arrole testemunhas).Pode o menor de
123
NA CURSOS E ASSESSORIA

21 anos e maior de 18 anos ter o direito de representação? Ele pode acusar (pode “mais”), pode
manifestar o desejo para que o MP promova a ação penal (podendo “menos”, portanto).

3. FINALIDADE DO DIREITO PROCESSUAL PENAL


Definir uma relação jurídica que o ilícito penal faz nascer, imediatamente quando ocorre: surge o
poder/dever do Estado de punir X direito do indivíduo (status de liberdade natural do homem). Devido
Processo Legal que definirá o caso, através de uma decisão justa.
 

4. PRINCÍPIOS MAIS RELEVANTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL


Para delimitar a inspiração do direito processual penal.
 
4.1.PRINCÍPIO DA VERDADE REAL/MATERIAL
Em processo penal, a sentença deve conter um fundamento da verdade dos fatos. Processo penal é a
busca da verdade dos fatos para uma decisão final. Porque a “busca da verdade real” é tão relevante
para o direito processual penal? Por causa da gravidade dos fatos penais e porque são direitos
indisponíveis (diferentemente dos processos não penais). O juiz deve buscar a prova; não sendo inerte,
como ocorre nos processos não penais. A verdade formal do juiz inerte (apenas pelo que lhe é levado
pelas partes) baseia-se na expressão que “o que não está no processo não está no mundo”. Aqui, o juiz
busca a prova. O juiz tem o dever da prova, em processo penal. Analisando-se que o ônus da prova é de
quem alega, a regra não é absoluta (ressalvas do artigo 156 CPP) em processo penal, podendo interferir
no processo a todo tempo. Não há presunção de culpa; a culpa deve ser provada, diferentemente dos
processos não penais onde “os fatos não contestados presumem-se verdadeiros”. O silêncio do réu não
poderá mais ser interpretado em seu desfavor, é um direito constitucional. O réu não está obrigado a
responder às perguntas formuladas, sem maiores ameaças, pois não há presunção de culpa. A Verdade
Real sempre deve prevalecer. Alguns autores afirmam que a verdade real não é tão absoluta assim,
exemplificando a tese na absolvição de um culpado (descobrindo-se que era culpado apenas após o
trânsito em julgado). Neste caso, a verdade real não prevaleceu. Ocorrendo o contrário, se foi condenado
injustamente, a verdade real cria a revisão criminal para a reparação deste dano, prevalecendo.
 
4.2.PRINCÍPIO DA LEGALIDADE / OBRIGATORIEDADE
Não é o mesmo do direito penal. Os órgãos da persecução penal são escravos da lei, com seu jus
puniendi mantém a sociedade em permanente ameaça genérica que se torna específica contra o
indivíduo que cometeu o ilícito.A autoridade policial tem o dever indeclinável de instaurar o processo
penal, em se tratando de ação penal pública incondicionada. Da mesma forma o MP tem tal obrigação de
promover a ação penal. Artigo 5o CPP: a expressão “será” traz a obrigatoriedade.
Artigo 4o CPP: a expressão “será” traz a obrigatoriedade do MP. Artigo 28 CPP: traz o “requerimento do
arquivamento”. A regra da obrigatoriedade do inquérito é absoluta mas existem algumas razões legais
que impedem que se instaure o inquérito. Ex. morte do agente (causa de extinção da punibilidade). A
autoridade é obrigada a agir desde que preenchidas as condições mínimas. Poder da formação da
“opinião do delito” sobre o caso, para o pedido de arquivamento formulado pelo Promotor de Justiça. Se o
juiz não concorda, encaminha para o Procurador Geral da Justiça, para oferecer denúncia (voltando ao
Fórum – 1a instância) ou insistir no arquivamento onde está obrigado a arquivar. Os processos de
competência originária (foro privilegiado – ex: Prefeito, juiz, Promotor, etc) não seguem o artigo 28 CPP.
 
4.3.PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DA AÇÃO PENAL
Conseqüência do Princípio da Legalidade, em outro momento.Diante dos elementos mínimos de ordem
pública está o Ministério Público obrigado a oferecer denúncia. Proposta a ação penal, o MP não poderá
dispor dela, desistindo da ação penal.O MP detém a titularidade da ação penal pela CR/88. Promover,
privativamente, a ação penal pública.Diferentemente do direito civil, acreditava-se ser estranho o MP ser
“dono” e não poder dispor. Mas a ação penal pública é o instrumento do Estado de praticar o direito de
punir. Detém a titularidade, mas não a titularidade. Abrangente, pois alcança uma fase recursal (artigo
596 CPP).A indisponibilidade reflete (alcança) a fase pré-processual, pois não pode arquivar o inquérito
policial na Delegacia de Polícia, uma vez realizado (somente poderá por determinação judicial em
124
NA CURSOS E ASSESSORIA

decorrência de requerimento exclusivo do MP). Por quê? Porque ele detém o poder da formação da
opinião do delito.Lembra-se que a ação penal começa com a denúncia.
 
4.4.PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE
O Estado tem dever soberano e indeclinável de agir, estabelecendo normas de condutas delituosas e
uma sanção penal. Clima de ameaça que se torna concreto no crime do caso concreto. Para desenvolver
sua atividade, o Estado cria órgãos públicos, oficiais, que desenvolvem a persecução penal. Órgãos de
persecução penal: polícia judiciária (pré – processual), MP (processual) que não cabem para a ação
penal privada (artigo 30 CPP). Do Princípio da Oficialidade decorrem duas regras:
a)Autoritariedade: durante toda a atividade de persecução do Estado há presente a autoridade, seja o
policial, o promotor de justiça ou uma autoridade judiciária.
b)Iniciativa ex oficio: os órgãos de persecução penal não exigem serem impulsionados a agir, agem de
ofício. Decorre da oficialidade e obrigatoriedade, pois não há necessidade de acionar os órgãos para que
eles possam agir.
 
4.5.PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Os atos processuais estão ao alcance de qualquer pessoa, são públicos. São tão importantes que seria
inconveniente que fossem praticados em sigilo. Publicidade Ampla: todas as pessoas podem ter acesso
aos atos processuais. Publicidade Restrita: apenas determinado número de pessoas tem acesso aos atos
processuais. No direito processual penal existem as duas formas de publicidade. Artigo 792 CPP:
publicidade ampla, irrestrita, no “caput” e publicidade restrita no parágrafo primeiro.
Ex. de sigilo: artigo 2o CPP (no inquérito policial). Existe algum ato processual sigiloso? Sim, votos dos
jurados em sala secreta.
 
4.6.PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Artigo 5o, LV, CR/88. Princípio constitucional, já estava presente no processo penal antes da CR/88,
porém. Assegura igualdade de direitos e obrigações de ordem processual. Artigos 261 c/c 263 CPP. Qual
o momento em que o juiz nomeia um advogado para o acusado que não o tenha? No momento em que
ele não tiver defensor no processo. Observação: no interrogatório não há necessidade de advogado
(primeiro ocorre o interrogatório e depois a nomeação para defesa prévia). Primeiro ato processual:
citação, que serve para dar ao acusado conhecimento dos fatos que lhe são imputados e não porque
cometeu o crime, ele não se defende de um artigo de lei e sim se defender de fatos. O que prova que o
erro na qualificação não leva à inépcia da denúncia. O acusado deve ser intimado de todos os outros atos
processuais. Do Princípio do Contraditório, decorrem mais duas regras:
a)Igualdade Processual: as partes têm igualdade de direitos e obrigações processuais.
b)Liberdade Processual: o acusado pode escolher seu advogado, as partes podem reinquirir
testemunhas. Observação: não há “testemunha de acusação” ou “de defesa”, as testemunhas são do
processo, apenas arroladas pelas partes.
No inquérito policial não vigora o contraditório. E a ausência do contraditório não poderá causar prejuízo
à “defesa” do acusado no inquérito policial já que, nesta fase, não há defesa.
 
4.7.PRINCÍPIO DA INICIATIVA DAS PARTES
É indispensável que o juiz seja impulsionado para agir. Não seria lógico que o juiz agisse de ofício,
solicitando a si próprio uma providência. Não há jurisdição sem ação. O MP aciona o juiz na denúncia
feita pelo próprio promotor. Ex. o artigo 26 CPP traz duas funções para o juiz, o que não pode ocorrer, de
acordo com alguns doutrinadores.
 

5. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL


Situam-se no conjunto de elementos que constituem o processo.
 
5.1.FORMAIS
A própria lei.Ex. leis e códigos.
 
a)Formais Diretas
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NA CURSOS E ASSESSORIA

A própria lei existente.


Fontes Processuais Penais Principais
- CPC/ CR/88 (fonte de todos os ramos do direito)
Fontes Processuais Penais Extravagantes
- Toda a legislação processual penal fora do CPP.
* Complementares:
- Cuida de complementar a fonte processual penal principal.
- Vem tratar de matéria não tratada no CPP.
- Lei 6.368/76 (Lei de Tóxicos), Lei de Abuso de Autoridade, crime em falência.

* Modificativas:
- Modificam redação, suprimem etc.
- Artigo 4o CPP: “redação determinada”, onde antigamente era escrito “jurisdições”.
- Artigo 600, parágrafo quarto CPP.
éFontes Orgânicas Principais
- Organizacional, são estaduais. Cada Estado tem suas organizações
judiciárias.
éFontes Orgânicas Complementares
- Organizacional, os regimentos internos dos tribunais que complementam
as fontes orgânicas principais.

b)Formais Supletivas
- Embora ainda não seja lei, vai produzi-la.
Fontes Formais Supletivas Indiretas
- Costumes, jurisprudência (decisões reiteradas e no mesmo sentido dos tribunais), princípios (forma de
inspiração da lei).
Fontes Formais Supletivas Secundárias
- Doutrina (estudo da lei feito por nobres autores que sugerem a criação de leis), direito, histórico (história
da evolução das leis, dos códigos antigos gerando novos), direito estrangeiro (legislação estrangeira
como inspiração no direito penal).
 
5.2.SUBSTANCIAIS
Não se classificam.Essência, revela sua vontade abstrata através da forma.Nem sempre o homem
escreve o real desejo da lei.
 6. INTERPRETAÇÃO PROCESSUAL PENAL
Era não apenas contestada como combatida , especialmente no apego à interpretação gramatical ou
literal.Justificativa política: dar tal capacidade de interpretação ao juiz lhe traria ainda mais poderes, de
acordo com alguns doutrinadores.Deve-se buscar o desejo do legislador. Porque se usa a técnica de
interpretação da lei processual penal? Por causa das impropriedades técnicas da lei, que exigem
interpretação. Em alguns casos a lei é ambígua, contraditória e não inteligível (dizendo mais ou menos do
que deveria).
 
6.1.INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA
Quando a própria lei interpreta.Ex. “Dos crimes praticados por funcionário público”, que é crime próprio
(somente determinados agentes podem praticá-lo). O artigo 327 CPP traz a interpretação do que seja
funcionário público para a lei penal, interpretando a norma.
 
6.2.INTERPRETAÇÃO DOUTRINAL
Própria doutrina.Força livre e criadora, vai além da lei (crítica, sugere modificação, revogação, etc).É
ampla.
 
6.3.INTERPRETAÇÃO JUDICIAL
É menos abrangente do que a doutrinal.É limitada à lei.
 
6.4.INTERPRETAÇÃO GRAMATICAL OU LITERAL
126
NA CURSOS E ASSESSORIA

Primeira forma de interpretação procurada pelo aplicador da lei, sem prejuízo das demais pois, em alguns
casos, a lei não basta.Ex. artigo 4o CPP que antes, erroneamente, tratava de “jurisdição”, necessitando
de outra forma interpretativa.
 
6.5.INTERPRETAÇÃO LÓGICA OU TELEOLÓGICA
O artigo 155 CP trata de “furto simples” e o parágrafo primeiro de sua figura agravada. O parágrafo
segundo traz a figura privilegiada e o quarto trata das figuras qualificadas.Pode ter um crime qualificado e
privilegiado ao mesmo tempo? Não. Pela lógica somente poderia se estivesse em um parágrafo após a
forma qualificada. Na prática, porém, o privilégio também se estende às figuras qualificadas. Por quê?
Por causa da “política criminal”, argumento combatido por muitos doutrinadores.
 
6.6.INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA
Exame de um grupo de dispositivos para melhor interpretar um, se analisado separadamente pode ser
erroneamente entendido.Ex. se analisarmos, separadamente, o artigo 28 CPP entenderíamos que não há
“Princípio da Obrigatoriedade”, mas se analisarmos c/c o artigo 24 percebe-se que o MP está adstrito ao
princípio.
 
6.7.INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA
História da lei, evolução histórica da lei.
 
6.8.INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
Para os casos em que a lei diz menos do que deveria.Artigo 34 CPP – dá ao maior de 21 anos plena
capacidade de exercício da queixa.Queixa: peça inaugural da ação penal privada.O ofendido é o
autor.Tem plena capacidade para atos processuais como “acusador”, mas o réu, se o menor de 21 anos
deve ser nomeado um curador (pois ele não tem plena capacidade, se réu).Artigo 34 CPP que não fala
em representação:
 
6.9.INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA
Para os casos em que a lei diz mais do que deveria.Ex. artigo 271 CPP – “exceto a prova testemunhal”.
 
7. ANALOGIA
Não é forma de interpretação.Difere-se do conceito de “interpretação analógica”.Forma de integração de
um dispositivo (diploma) legal.Hipótese para as quais não existe um dispositivo legal aplicável.Não é
possível regular toda a sorte de matéria processual penal.Procura de um dispositivo que trate de matéria
semelhante, integrando lacunas.Lei aplicável a fato semelhante.
 
7.1.REQUISITOS DA ANALOGIA
a)Inexistência de disposição legal aplicável no caso em exame.
b)Semelhança de essência entre os fatos em exame e o fato para o qual exista disposição legal
específica.
 
7.2.DIFERENÇA ENTRE ANALOGIA E INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
Pressuposto. Na analogia é a inexistência de lei e na extensiva é a presença de lei.
 
7.3.DIFERENÇA ENTRE ANALOGIA E INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
Quando o legislador usa de uma expressão (fórmula) específica e depois utiliza uma forma genérica.O
artigo 61 CP: “traição, emboscada..... “(específicos) e depois diz “ou outro recurso” (genérico).Esses
recursos são análogos aos declinados anteriormente.
 
7.4.CLASSIFICAÇÃO DA ANALOGIA
a) legis: preenche-se a lacuna da lei com outra lei que regule matéria semelhante.
b) juris: o preenchimento da lacuna da lei com os princípios orientadores do direito.
- Classificação equivocada, de acordo com determinados autores, pois não há como preencher lacuna
com os princípios do direito.
127
NA CURSOS E ASSESSORIA

- O equívoco está no raciocínio: só se preenche a lacuna da lei com a utilização de dispositivo legal e
não com princípios (é com os princípios que se chega ao dispositivo).
 
7.5.ANALOGIA E INTEGRAÇÃO
a) Autointegração: quando o próprio diploma legal se integra. É o próprio CPP, integrando-se.
b) Heterointegração: preenche-se a lacuna da lei usando outro diploma de lei. Ex. CPC.
- Ex. declaração de suspeição do juiz, não tem disposto no CPP. Utiliza-se,
analogicamente, o CPC para que ele possa se declarar suspeito (constrangimento).
7.6.A AUTO INTEGRAÇÃO ANTES DA CR/88
- Portaria deve preencher alguns requisitos que não estão dispostos.
- Estes requisitos serão os mesmos da denúncia, pois a portaria faz as vezes da denúncia (artigo 41
CPP: requisitos para denúncia ou queixa).
- Artigo 24: regra para denúncia.
- Artigo 26: regra para portaria.
- Artigo 41: requisitos (vai preencher as lacunas dos requisitos).
 

8. NORMA PROCESSUAL PENAL NO TEMPO


Em matéria de direito penal, busca-se a norma mais benéfica para o réu.Já em processo penal, não
importa, será aplicada desde logo sem prejuízo dos atos que foram praticados na vigência da lei anterior.
Decorrido o prazo da vacatio legis, já está em vigor.
- Revogação:
a)Derrogação: parcial
b)Abrogação: total
c)Expressa: vem no texto da lei.
d)Tácita: quando houve incompatibilidade entre lei nova e anterior, prevalecendo a lei
nova. Quando vem uma lei nova para cuidar de forma completa de matéria
tratada em lei anterior.
 9. REGRA DA APLICAÇÃO IMEDIATA

Artigo 2o CPP.Se o crime foi praticado na lei anterior, a lei posterior ou anterior vai viger? Aplica-se a lei
nova.É irrelevante saber se a lei nova é mais ou menos benéfica.A lei pode ser posterior ao crime, não
importa se o crime é ou não anterior.Uma norma é processual quando cuidar de início, desenvolvimento
ou fim de uma relação processual.O artigo 24 CPP é norma processual, pois sem ela não há início de
ação penal, condição de procedibilidade, apesar de estar também no CP.Algumas normas são
processuais, mas também tem um alcance do direito material (no direito penal). Por quê? A
representação é obrigatória? Não.Se o ofendido não representar no prazo legal, o que ocorre? De acordo
com o CP, ocorre a decadência (uma das causas de extinção da punibilidade).A norma que cuida da
representação é uma norma híbrida, onde se busca a mais favorável ao acusado. Ex. prática de um crime
de ação penal pública privada. O promotor, recebendo o inquérito policial, pode denunciar? Não, de
acordo com o artigo 2o CPP, ele não tem legitimidade, o ofendido que deve intentar. E se o inverso
ocorrer? O promotor pode denunciar.As normas do artigo 46 CR/88 e o artigo 2 o CPP estão em conflito?
Não, a CR/88 diz que ninguém pode ser processado (ato processual) sem uma lei que preveja o
processo. A lei deve ser anterior ao processo e a lei pode ser posterior ao crime. Se uma lei estabelecer
apenas o que é “crime hediondo”, por exemplo, cometendo o acusado o delito, não poderia ser
processado na falta de uma lei que estabelecesse o processo devido.
 10. CONCEITO DE PODER JUDICIÁRIO
Poder judiciário é o próprio poder soberano do Estado na função de ministrar e administrar a justiça
dentro dos limites de sua soberania (ex. dentro dos limites territoriais da lei brasileira).
11. PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
A lei não ultrapassa os limites do território brasileiro.A lei aplicável é a lei do local do ato praticado.Artigo
1o. CPP.
 12. CRIMES BRASILEIROS NO ESTRANGEIRO
- Pode-se aplicar a lei penal brasileira em alguns casos.
- Artigo 7o CPB.
128
NA CURSOS E ASSESSORIA

 
13. PRINCÍPIO DA UNIDADE
Tendo em base um único código de processo penal.Conceito inserido no Princípio da Territorialidade.A
lei impede leis ou códigos estaduais (só a União pode legislar sobre a matéria processual). Por quê?
Porque a Constituição de 1891 permitia códigos estaduais e apenas em 1934 a Constituição, restaurando
a normalidade e a tradição, outorgou à União poderes para legislar sobre matéria processual. Surgiu o
Código de 1941 com as novas modificações, consagrando de forma expressa ambos os princípios.
 
RESSALVAS DO ARTIGO 1O.
a)Embaixador exercendo no Brasil (sujeito ativo)
- Responde na lei do país de origem (uma ressalva ao Princípio da Territorialidade).
- O “privilégio” dado ao embaixador não deve assim ser entendido, pois sofrerá ele punição mais severa
em razão do cargo, já que abala a relação entre os países.
- O privilégio não é de cunho pessoal (não há como “abrir mão” dessa imunidade).
- Da mesma forma ocorre para o funcionário diplomático (e não os funcionários “do diplomata”) e
familiares do agente diplomático que com eles vivam sob o mesmo teto, até mesmo depois da morte, até
um período determinado no tratado, onde a família escolhe se deseja voltar ou ficar para os fins da lei
penal, pessoas que não gozam de imunidade ou privilégio respondem com a lei nacional.
b)Crime eleitoral
c)Artigo 1o., I CPP
- Tratados
- Crimes cometidos a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras, mesmo em território brasileiro.
- Aplicação da lei do país de origem.

d)Artigo 1o., II, CPP


- Crimes de responsabilidade sujeitos à jurisdição política = crimes contra a probidade administrativa.
- Presidentes e Ministros de Estado ou do STF.
- Governadores e MP
- Secretários.

e)Justiça Militar
- Ressalvas ao Princípio da Unidade.
- Não se aplica o CPP e sim o COM e o CPPM (justiça especial).
- Existe para ser mais severa (artigo 1o, III CPP)
f)Tribunal Especial
- Artigo 1o , IV CPP
- Não existe mais, criado em função de determinado movimento político, tribunal e justiça de exceção.
- Não permitido pela CR/88.

g)Imprensa
- Artigo 1o, V, CPP.
 
OBSERVAÇÃO
O elenco de exceções é exaustivo?
Não, havendo outras formas como, por exemplo, o crime eleitoral que é lei posterior ao código, por isso
não estando presente no CPP. Outros exemplos: crimes de tóxicos, trânsito, hediondo, meio ambiente,
de abuso de autoridade, etc.... todos os crimes previstos em lei especial.
 

14. OUTRAS LEIS QUE NÃO O CPP

14.1.TRATADOS

14.2.CONVENÇÕES
129
NA CURSOS E ASSESSORIA

14.3.HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇAS PENAIS ESTRANGEIRAS PARA O CUMPRIMENTO EM


TERRITÓRIO NACIONAL

14.4.CARTA ROGATÓRIA

Conceito
Pedido que a justiça de um país faz a outro para cumprimento de diligências necessárias à instrução de
um processo penal.
 Características
Pode ser expedida ou recebida pela justiça brasileira.Vai para o Ministério da Justiça até o Ministério das
Relações Exteriores para a via diplomática.Para inquirir uma testemunha fora do território nacional.Aplica-
se a lei do local estrangeiro (ou de acordo com a lei da autoridade que expediu).Artigo 784, parágrafo
primeiro, CPP.Não há hierarquia entre autoridades jurisdicionais. Cordialidade entre países com o fim de
combater a criminalidade e perseguir o criminoso.É enviada para o Presidente do TJ e este envia para o
juiz do interior, por exemplo. Lembra-se que o Presidente do tribunal deve repassar e fiscalizar a carta
pedindo, inclusive, dilação do prazo, se necessário.
 
Formas
a)Ativa
- Artigo 783 CPP.
- Expedida pela justiça brasileira.

b)Passiva
- Artigo 784 CPP.
- Emanada da justiça estrangeira.
 
Limitações
Nem toda carta rogatória deverá ser cumprida
São os casos de:

a)Se for contrária à ordem pública


- Decorre dos bons costumes.
- Ordem pública varia de país para país.
- É de direito público ou que tem interesse público.
- Ex. o Brasil adota o “divórcio” como contrário à ordem pública
“Harmoniza disposição de uma sociedade, por meio de preceitos jurídicos, segundo as idéias nela
dominantes acerca dos valores morais e políticos em determinada fase de sua vida”.
Ex. sentença que determine esterilização do réu que não poderá ser homologada no Brasil.

b)Bons Costumes
- Ex. casamento incestuoso proibido no Brasil, por ser contrário aos bons costumes.
 Condições
1.Encaminhamento da rogatória
- Via diplomática, importando em prova de autenticidade.
2.Que o crime não seja excludente da extradição
- Artigo 784 CPP
3.Que seja não contraditório à ordem e aos bons costumes.
- Artigo 781 CPP.
4.Que a autoridade deprecante seja competente.
 
14.5.ARTIGO 780 CPP
 
a)Interpretação Analógica = específico + genérico
b)Rogatória para instrução penal.
c)Expressão “sem prejuízo”:
130
NA CURSOS E ASSESSORIA

- Caráter supletivo e subsidiário do CPC (que é de direito interno) em relação a tratados e normas de
direito internacional e convenção.
 

15. SISTEMAS PROCESSUAIS


- São identificados pelos Princípios da Legislação processual penal.
- Criados com o objetivo de fazer justiça.
 
15.1.FUNÇÕES PROCESSUAIS
a) Acusar
b) Defender
c) Julgar
 
15.2.SISTEMA ACUSATÓRIO
Verdadeira relação processual.actum trium personarum = as diferentes funções processuais são
entregues a diversas pessoas onde uma acusa, outra defende e uma terceira julga.Fundamentação:
ninguém será processado senão em virtude de acusação de outro que lhe mova (Princípio da Iniciativa
das partes).Presença das partes, às quais superpõe-se um terceiro imparcial. Nasceu na Roma antiga,
com o objetivo de outorgar, a qualquer um do povo, o direito de acusar.Não alterou a essência, já que o
MP faz a voz do povo
 
Características
Contraditório como garantia do cidadão.Igualdade Processual = igualdade das partes sob o ponto de
vista processual.Publicidade = o processo é público, fiscalizável pelo povo.
 
Característica Secundária
Embora a publicidade sempre acompanhe tal sistema, a publicidade não é essencial para sua existência.
Isso se prova pela hipótese em que é possível, em tese, um processo que respeite o contraditório e a
igualdade e que seja sigiloso.
 
15.3.SISTEMA INQUISITÓRIO
Funções concentradas em uma pessoa apenas, só há o juiz.Contrário ao sistema anterior.Vigorou no
mundo patrocinado pela Igreja.Para o sistema, a confissão é a “rainha das provas” permitindo-se, para
tal, inclusive, a tortura.
 
Características
Não há contraditório = pois não há partes.Confissão como prova bastante para a condenação.Não há
partes.
 
Característica Secundária
Sigilo = hipoteticamente, é possível, em tese, haver as características acima citadas num processo que
seja público.
 
15.4.SISTEMA MISTO
Historicamente, o sistema acusatório surge primeiro, mas nem ele nem o sistema inquisitório
funcionaram.“A virtude está no meio”.
 
Fases
Fase preliminar = polícia judiciária = sistema inquisitivo.Instrução Preparatória = sistema
inquisitivo.Julgamento = sistema acusatório.
 
15.5.SISTEMA ADOTADO NO BRASIL
- No Brasil há na instrução preparatória o sistema inquisitivo, no Brasil.
131
NA CURSOS E ASSESSORIA

- -         Portanto, no Brasil, o sistema adotado é o Sistema Acusatório, pois “inquérito policial”
não é considerado processo, apesar de interferir de forma significativa no mesmo e até
mesmo podendo influenciá-lo, em alguns casos.
 16. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS EM DIREITO PENAL

Atos Processuais
 
O ato jurídico é uma declaração humana que se traduz numa declaração de vontade destinada a
provocar uma conseqüência jurídica. O ato processual é aquele ato jurídico praticado para criar, modificar
ou extinguir direitos processuais. É toda conduta dos sujeitos do processo que tenha por efeito a criação,
modificação ou extinção de situações jurídicas processuais.O direito somente pode ser acionado no
momento em que é violado e se faz conforme esteja nos códigos de processo. Os atos processuais são
condutas praticadas pelos juízes e auxiliares para dar andamento ao processo. Ao conjuntos de atos
processuais dá-se o nome de procedimento.
 
16.1.ATOS DAS PARTES
 
A) Postulatórios: pedido de tutela jurisdicional do Estado (pois não se aplica a “Lei de Talião”), de um
direito próprio descrito em lei.
B) Probatórios: são provas reais que se manifestam por fatos (material), como documentos e fiança.
C) Dispositivos: de seu direito de pedir a tutela jurisdicional. Ex: crimes de ação penal privada (ex:
perdão).
 
 
16.2.ATOS DO JUIZ
 
A) Decisórios
-Despachos de Mero Expediente: Vista, marcação de audiências...
-Interlocutório Simples:Dar mero andamento, receber denúncia...
-Interlocutório Misto, Terminativo ou não:
. Terminativo: não recebimento de denúncia
. Não Terminativo: sentença de determinação de júri
-Definitivas (sentenças finais): Exemplo: Artigo 60 CPP:
 Art. 60.  Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação
penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 (trinta)
dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para
prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber
fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que
deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais.
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
B) Probatórios: poder do juiz de buscar produção de provas através dos meios permitidos em lei.
C) De Documentação: assinatura de edital.
 
16.3. ATOS DOS AUXILIARES DO JUIZ
A) De Manutenção: carimbo de recebimento, petição, intimação...
B) De Execução: escrivão executando ordem do juiz.
C) De Documentação: carimbar páginas, autuação.
16.4. ATOS DE TERCEIROS
A) Terceiro Interessado - prestar fiança, etc.;
B) Terceiro Desinteressado - prestar testemunho, etc.;
 
16.5.ESPÉCIES DE ATOS E CLASSIFICAÇÃO
132
NA CURSOS E ASSESSORIA

 ·        atos simples – são os resultam da manifestação de vontade de uma só pessoa, de um só


órgão monocrático ou colegiado (denúncia, sentença, acórdão, etc.);
 ·        atos complexos – são aqueles em que observa uma série de atos entrelaçados
(audiências, sessões, etc.);
 ·        atos compostos - é o que resulta da manifestação de vontade de uma só pessoa,
dependendo, contudo, para ter eficácia da verificação e aceitação feita por outro (perdão do
ofendido, que depende da aceitação do querelado, etc).
  16.6.TERMOS
A documentação de ato levado a efeito por funcionário ou serventuário da justiça no exercício de suas
atribuições.
Classificação
 ·        termo de autuação – inicia o processo com apresentação da denúncia ou queixa;
 ·        termo de juntada – quando foi anexado aos autos documento ou coisa;
 ·        termo de conclusão - que remetem os autos ao juiz;
 ·        termo de vista – que os autos estão à disposição das partes
 ·        termo de recebimento – que os autos retornam ao cartório, após sua saída regular;
 ·        termo de apensamento – por terem sido juntados ao auto principal, outros autos ou peças;
 ·        termo de desentranhamento – que foi separado documento ou peça dos autos.
17. PRIMEIRA FASE DO PROCESSO PENAL
DENÚNCIA
È
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA
È
DESIGNAÇÃO DE INTERROGATÓRIO
È
DEFESA PRÉVIA
È
ARROLAMENTO DE TESTEMUNHAS
È
SUMÁRIO DE CULPA (ACUSAÇÃO E DEFESA)
14444444244444443
·PRONÚNCIA ·IMPRONÚNCIA ·ABSOLVIÇAO SUMÁRIA ·DESCLASSIFICAÇÃO
a)Pronúncia: Juízo de admissibilidade da acusação feita pelo promotor ou pelo cidadão (denúncia.). O
juiz que pronuncia o réu para o tribunal do júri.
b)Impronúncia: quando o juiz não manda para o tribunal do júri e sim para o juiz competente (ex: casos
de lesão corporal não é competência do tribunal de júri).
c)Absolvição Sumária: o juiz julga de plano e recorre de ofício.
d)Desclassificação.

18. CITAÇÃO
18.1.CONCEITO DE CITAÇÃO
Ato pessoal que dá conhecimento ao réu da acusação para defesa e integração processual. Em
decorrência do princípio da ampla defesa é assegurado ao acusado a cientificação da existência de
processo e de todo seu desenvolvimento. Tem o efeito de completar a relação processual. A citação é o
chamado do juiz para que o acusado se defenda na ação. A citação é pessoal, ainda que o acusado seja
menor de 21 anos. É um ato essencial do processo e sua falta gera nulidade absoluta (art. 564, III, e)
CPP).
Não é dispensada, mesmo que o acusado já tenha tomado conhecimento da imputação (ex. crimes de
funcionários públicos quando afiançáveis - arts. 514/518 CPP, crimes de competência originária dos
tribunais - arts. 558/560 CPP). A falta ou nulidade da citação estará sanada se o interessado comparecer
antes do ato se consumar, embora declare que o faça para o único fim de argüi-la (art. 570 CPP). Não se
exige a citação para fins de execução das penas ou medidas de segurança.
 
133
NA CURSOS E ASSESSORIA

18.2.FORMAS DE CITAÇÃO
A) REAL: realizada na pessoa do acusado
Pessoal: por mandado
Requisição: preso / militar
Precatória: fora do juízo
Rogatória
B) FICTA (POR EDITAL)
Quando o réu não for encontrado
Quando se oculta para não ser citado
Quando está em lugar inacessível
Quando o réu está no estrangeiro, local não sabido (inafiançável ou não).
 
18.3.VALOR DA CITAÇÃO
Garantia processual e constitucional de ampla defesa e contraditório.
Efeitos
Instauração da instância (ou da relação jurídico-processual). Na ação privada há a desistência do
processo pela perempção (deixar de praticar atos processuais).
 
18.4. CITAÇÃO POR MANDADO
Regra – é a citação por mandado, uma vez que a citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu
estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado (art. 351 CPP), exceto para os
militares ( art. 358 CPP) e em legação estrangeira ( art. 368 CPP).

Os requisitos intrínsecos estão elencados no art. 352 CPP : juiz, querelante, réu, residência do réu, o fim
que é feita, e ainda o juízo, o lugar, o dia, a hora em que o réu deve comparecer, a subscrição do
escrivão e a rubrica do juiz.Os requisitos extrínsecos estão no art. 357 CPP : a citação deve ser realizada
por oficial de justiça, que deve proceder à leitura do mandado, e entrega da contrafé, na qual se
mencionarão dia e hora da citação, certificar da sua entrega ou sua recusa.A citação pode ser feita a
qualquer dia (úteis ou não) e qualquer hora (dia e noite).
 
18.5.CITAÇÃO POR CARTA PRECATÓRIA
Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, deve ser citado por precatória
(art. 353 CPP). Os requisitos intrínsecos constam do art. 354 CPP : o juiz deprecado e o juiz deprecante,
a jurisdição de um de outro, o juízo do lugar e o dia e hora em que o réu deverá comparecer.Cumprida a
precatória ela é devolvida ao juiz de origem (art. 355 CPP). Pode haver ainda a precatória itinerante,
quando o réu estiver em outra jurisdição, que não a do juiz deprecante e juiz deprecado. Ainda pode ser
feita via telegráfica, se houver urgência (art. 356 CPP).
 18.6.OUTRAS FORMAS DE CITAÇÃO
A citação far-se-á:
 ·        se militar - por intermédio do chefe do respectivo serviço (art. 358 CPP);
 ·        se funcionário público – por meio do chefe da repartição (art. 359 CPP);
 ·        se réu preso - por meio do diretor do estabelecimento (art. 360 CPP);
 ·        se estrangeiros – por meio de carta rogatória (art. 368 CPP);
 ·        se competência originária dos tribunais – por carta de ordem .
 
18.7.CITAÇÃO POR EDITAL
Citação por edital – Art. 361 CPP A citação ficta ou presumida é realizada quando não for possível
localizar o citando a fim de se integrar a relação processual. Entretanto, com a nova redação do art. 366
CPP, desfez-se esta presunção e o acusado citado por edital não comparecer ao interrogatório,
tampouco constituir para defendê-lo, tal fato impede o desenvolvimento do processo. Cabe citação por
edital :
 ·        réu não é encontrado;
 ·        réu se oculta para não ser citado;
134
NA CURSOS E ASSESSORIA

 ·        réu se encontra em lugar inacessível;


 ·        incerta a pessoa que estiver sendo citada;
 ·        réu se encontra no estrangeiro ou em local não sabido.
Se o réu não for encontrado será citado por edital no prazo de 15 dias, que será contado excluindo-se o
dia do início e computando-se o do vencimento, sempre iniciando e vencendo em dias úteis. O escrivão
lavrará o termo correspondente.

18.8. INTIMAÇÃO E NOTIFICAÇÃO


A intimação é a ciência dada à parte, no processo, da prática de um ato, despacho ou sentença (ato já
praticado).A notificação é a comunicação à parte do lugar dia e hora de um ato processual a que deva
comparecer (ato ainda não praticado).
A falta de intimação ou notificação implica nulidade por cerceamento de direito de defesa, passível de ser
corrigida por meio de habeas corpus.
 
Formas :
Devem ser observadas, no que couber, as formas aplicáveis à citação (art. 370 CPP).
Formas especiais – (arts. 390/392 e 413/415 CPP).

18.9.PRECLUSÃO
A preclusão tem por objetivo por fim a uma fase processual para dar celeridade ao processo. Assim
preclui a possibilidade da parte de praticar o ato processual.A preclusão liga-se ao princípio do impulso
processual, ou seja, impede-se de praticar o ato que não foi praticado. Significa que aquela fase
processual está preclusa, pois encerra o momento processual, mas o processo continua o seu rito
normal. Assim, não faz coisa julgada.Num sentido amplo a preclusão é a perda de uma faculdade ou
direito processual, que, por haver esgotado ou por não ter sido exercido em tempo ou momento
oportunos. Logo, cada ato tem um determinado momento procedimental para ser praticado. A não prática
do ato naquele momento procedimental gera a extinção do direito de praticá-lo. Entretanto, não faz coisa
julgada.
 
No campo objetivo:
A preclusão consiste no fato impeditivo destinado a garantir o avanço progressivo da relação processual
e obsta o seu recuo para fases anteriores do procedimento.É a morte do direito de praticar o ato
processual.
 
No campo subjetivo
A preclusão representa a perda de uma faculdade ou de um poder ou de um direito processual, porque o
cidadão tem o direito de praticar o ato.
 Espécies:
- temporal – quando o cidadão não exerce o poder no prazo determinado, ou seja, perda do prazo em
que deveria ser praticado o a (art. 183 CPC);
- lógica – quando decorre de incompatibilidade da prática de um ato processual com relação a outro ato
já praticado (art. 503 CPC);
- consumativa – quando consiste em um fato extintivo caracterizado pela circunstância de que a
faculdade processual foi validamente exercida, ou seja, omissão ou perda da capacidade de praticar o
atos por já ter sido praticado, ou seja, perda da faculdade de praticar o ato por ter sido praticado outro
ato incompatível com aquele que poderia ser praticado; (art. 473 CPC).
 
135
NA CURSOS E ASSESSORIA

19. PRISÃO
Prisão é a privação da liberdade de locomoção , ou seja, do direito de ir e vir, por motivo lícito ou por
ordem legal. Pode ser :
 ·        pena privativa de liberdade - simples (contravenção), prisão para crimes militares,
reclusão, detenção;
 ·        ato de captura – prisão em flagrante ou em cumprimento de mandado;
 ·        custódia – recolhimento da pessoa ao cárcere;
  Espécies de Prisão:
 
Prisão penal – tem a finalidade repressiva e ocorre com o trânsito em julgado da sentença penal
condenatória em que se impôs pena privativa de liberdade;
 
Prisão de natureza processual – é a prisão cautelar em sentido amplo e pode ser :
 ·        prisão em flagrante (arts. 301 a 310 CPP);
 ·        prisão preventiva (arts. 311/316 CPP);
 ·        prisão resultante de pronúncia (arts. 282 e 408 § 1º CPP);
 ·        prisão resultante de sentença penal condenatória sem trânsito em julgado (arts. 393 I
CPP);
 ·        prisão temporária (Lei nº 7.960/89);
 ·        prisão cautelar de natureza constitucional (art. 139 II CF);
 ·        prisão administrativa – art. 319 I CPP, cuja competência é a autoridade judiciária;
 ·        prisão civil – devedor de alimentos, depositária infiel, detentor de título e falido (art. 5º
LXVII CF);
 ·        prisão disciplinar – art. 656 , § único do CPP, revogada pela CF;
 ·        prisão militar crimes militares (art. 5º LXI e 142 § 2º CF).
 
Mandado de Prisão
Regra – a prisão somente pode ser efetuada mediante ordem escrita da autoridade judiciária competente
(art. 285 CPP).
Requisitos do mandado:
 ·        será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
 ·        designar a pessoa que tiver de ser presa (perfeita individuação);
 ·        mencionar a infração penal que motivar a prisão (fundamento);
 ·        valor da fiança arbitrada, quando inafiançável a infração;
 ·        indicação de quem é dirigida para dar-lhe execução;
 ·        gera nulidade – autoridade incompetente, não ser assinado pelo juiz; não designar a
pessoa ou não ter fundamento. Obs. se atingida sua finalidade, não será nulo (art. 572 II CPP).
 ·        poderão ser expedidos quantos mandados forem necessários, desde que seja reprodução
fiel do teor do original (art. 297 CPP).
 
Execução do Mandado
Regra – a prisão será efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à
inviolabilidade do domicílio (art. 283 CPP e art. 5º XI CF).
O mandado deverá ser expedido em duplicata, cópia que o executor deverá entregar ao preso, sendo
aposto dia, hora e lugar da diligência (art. 286 CPP).Se o preso se recusar a recebê-la, não souber ou
não puder escrever, será assinada por duas testemunhas (art. 286 CPP). Será informado ao preso os
seus direitos, dentre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e
de advogado e da identificação dos responsáveis por sua prisão ( art. 5º LXII e LXIV CF).
do morador ou de pessoa a ser presa, o executor não poderá invadir a casa, devendo esperar que Se a
infração for inafiançável, a falta de exibição do mandato não obstará a prisão e o preso em tal caso, será
imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado (art. 297 CPP).
 
136
NA CURSOS E ASSESSORIA

Prisão em Domicílio
Art. 5º XI CF – A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre ou para prestar socorro ou durante o dia , por
determinação judicial.
Regra
 ·        durante o dia, havendo mandado de prisão, a captura pode ser efetuada durante o dia
(6:00 hs às 18:00 hs), mesmo sem o consentimento do morador, seja este capturando ou
terceiro. (art. 293 CPP).
 ·        durante a noite, na oposição amanheça para se dar cumprimento ao mandado. Entretanto,
em se tratando de crime em execução ou de flagrante delito, permite-se a entrada sem o
consentimento do morador (art. 293 CPP).
 
Prisão em Perseguição
Regra – o perseguidor poderá efetuar a prisão no lugar onde alcançar o capturando (art. 290 CPP).
Entende-se por perseguição :
 ·        tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora o tenha perdido de vista;
 ·        sabendo-se por indícios ou informações fidedignas que o réu tenha passado a pouco
tempo em tal direção (encalço fictício);
Em tal circunstância, o executor deverá apresentar o preso à autoridade local, que determinará a
lavratura do auto de prisão em flagrante, se for o caso, e determinará a remoção do preso para a
apresentação ao juiz que expediu o mandado original.
 
Prisão Fora do Território do Juiz
Regra – não há impedimento, dentro do território nacional, que a captura possa ser efetuada fora da
jurisdição territorial do juiz que a ordenou, por meio de carta precatória (art. 289 CPP)
Havendo urgência, (ex. eminência de fuga para o exterior), permite a lei a prisão sem carta precatória,
hipótese em que se pressupõe a existência de regular mandado de prisão, inclusive no caso de crime
inafiançável (arts. 298 e 299 CPP
 Emprego de Força
A lei permite o emprego de força se for necessário, ou seja, indispensável no caso de resistência ou
tentativa de fuga do preso quando da execução do mandado, bem como quando resiste o capturando e
se opõe com violência ou ameaça à prisão na exibição do mandado e intimação para acompanhar o
executor. A fuga ou tentativa de fuga ocorre quando o capturando desobedece a ordem negando-se a
acompanhar o executor, escapando ou procurando escapar do executor. No caso de resistência por parte
de terceiros o executor poderá usar os meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência,
fatos que serão lavrados em auto assinado por duas testemunhas (arts. 284, 291 e 292 CPP).
 Custódia
Regra - ninguém será recolhido à prisão sem que seja exibido o mandado ao respectivo diretor, a quem
será entregue uma cópia, devendo ser passado o recibo com dia e hora da entrega do preso (custódia)
(art. 288 CPP). Os presos provisórios, sempre que possível, ficarão separados dos que já tiverem
definitivamente condenados (art. 300 CPP).
 
Prisão Especial
Sem ferir o preceito constitucional de que todos são iguais perante a lei, esta prevê hipóteses em que a
custódia do preso provisório pode ser efetuada em quartéis ou prisão especial, prerrogativa concedida a
certas pessoas pelas funções que desempenham, por sua educação, etc. A prisão especial perdurará
enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória (arts. 295 e 296 CPP e alterações
posteriores). Nos locais onde não houver estabelecimento adequado para se efetivar a prisão especial,
pode-se efetuar a prisão provisória domiciliar, prevista na Lei nº 5.256/67.
 Prisão com Pena:
-Sentença Penal Irrecorrível (que já transitou em julgado).
Prisão sem Pena (ainda não tem sentença):
19.1)Prisão Temporária
Medida acauteladora de restrição de liberdade de locomoção por tempo determinado, destinada à
investigações de crimes graves na fase de inquérito policial. Quando é preso em flagrante, o prazo para
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NA CURSOS E ASSESSORIA

conclusão do inquérito é de 10 dias. Quando o inquérito policial não se conclui em 10 dias, há


constrangimento ilegal sanável por habeas corpus. Quando não é preso em flagrante, o prazo é de 30
dias. A prisão temporária veio legalizar a “prisão para averiguação”, que não mais se aplica por ferir os
direitos constitucionais do cidadão e incentivar o cometimento de arbitrariedades pelas autoridades. A
prisão temporária somente pode ser decretada pela autoridade judiciária, de acordo com preceitos
constitucionais. O prazo final para a prisão temporária, terminado ou não o inquérito, é de 05 dias, de
acordo com o artigo 2o da Lei No. 7.960/89, com os efeitos do § 7o do mesmo artigo. A prisão temporária
é legal, não cabendo, portanto, habeas corpus. Regulada pela Lei No. 7.960/89.
Também cabe prisão temporária para os crimes hediondos definidos no artigo 5 o XLIII CR/88. Não há
decretação de ofício pelo juiz, sendo feita a requerimento do MP ou da autoridade policial.
19.2)Prisão em Virtude de Sentença de Pronúncia:
Somente se aplica nos crimes dolosos contra a vida. A prisão era uma obrigação decorrente da
pronúncia. Hoje, com novas leis em questão (Lei 5.941/73), o juiz, em determinados casos, poderá não
prender por pronúncia (ex: se o réu atravessou toda a instrução criminal em liberdade, não faz sentido
que seja preso na fase de pronúncia). Um exemplo para se aguardar o julgamento em liberdade são os
bons antecedentes criminais do réu. Artigos 282 e 408, §1o do CPP.
Art. 408. Se o juiz se convencer da existência do crime e de indícios de que o réu seja o seu autor,
pronunciá-lo-á, dando os motivos do seu convencimento.  (Redação dada pela Lei nº 5.941, de
22.11.1973)
§ 1o  Na sentença de pronúncia o juiz declarará o dispositivo legal em cuja sanção julgar incurso o réu,
recomendá-lo-á na prisão em que se achar, ou expedirá as ordens necessárias para sua captura.
(Redação dada pela Lei nº 9.033, de 2.5.1995)
§ 2o  Se o réu for primário e de bons antecedentes, poderá o juiz deixar de decretar-lhe a prisão ou
revogá-la, caso já se encontre preso. (Redação dada pela Lei nº 5.941, de 22.11.1973)
§ 3o  Se o crime for afiançável, será, desde logo, arbitrado o valor da fiança, que constará do mandado de
prisão.  (Redação dada pela Lei nº 5.941, de 22.11.1973)
§ 4o  O juiz não ficará adstrito à classificação do crime, feita na queixa ou denúncia, embora fique o réu
sujeito à pena mais grave, atendido, se for o caso, o disposto no art. 410 e seu parágrafo. (Redação dada
pela Lei nº 5.941, de 22.11.1973)
§ 5o  Se dos autos constarem elementos de culpabilidade de outros indivíduos não compreendidos na
queixa ou na denúncia, o juiz, ao proferir a decisão de pronúncia ou impronúncia, ordenará que os autos
voltem ao Ministério Público, para aditamento da peça inicial do processo e demais diligências do
sumário. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 5.941, de 22.11.1973)
19.3)Prisão Preventiva:
Medida Cautelar constituída pela privação da liberdade do acusado como autor do crime e decretada pelo
juiz antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória e durante o inquérito ou instrução
criminal em face da existência de pressupostos legais, para resguardar os interesses sociais de
segurança. è uma medida facultativa, devendo ser decretada apenas quando necessária segundos os
requisitos legais. Periculum in mora.
Para a prisão preventiva, há a necessidade de algumas provas que são: 1)prova de indícios de autoria
(ex: antecedentes criminais, grande grau ofensivo) e 2)materialidade, de acordo com o artigo 312 do
CPP. O simples fato de ter antecedentes criminais não significa prova de indício de autoria. O juiz pode
decretar a prisão preventiva nos casos:

a)Para garantia da ordem pública (se não é contumaz o réu, como os casos de tráfico de drogas ou
pistolagem).
b)Para garantia da ordem econômica. Serve para crimes de colarinho branco, trambiqueiros, fraudadores
fiscais e outros.
c)Para conveniência da instrução criminal. Quando o réu é influente no sentido de não permitir o
depoimento verdadeiro de testemunhas.
d)Para assegurar a aplicação da lei penal. Se o réu foge, seja vendendo seus bens, seja utilizando os
recursos da dupla nacionalidade e outros meios.
A prisão sem a sentença penal condenatória é uma exceção ao Princípio da Inocência. Ninguém será
condenado sem o trânsito em julgado de uma sentença penal condenatória.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 310.  Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou o fato, nas
condições do art. 19, I, II e III, do Código Penal, poderá, depois de ouvir o Ministério Público, conceder ao
réu liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de
revogação.
Parágrafo único.  Igual procedimento será adotado quando o juiz verificar, pelo auto de prisão em
flagrante, a inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão preventiva (arts. 311 e 312).
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
CAPÍTULO III
DA PRISÃO PREVENTIVA
Art. 311. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva
decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou do querelante, ou mediante
representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 8.884, de
11.6.1994)
Art. 313. Em qualquer das circunstâncias, previstas no artigo anterior, será admitida a decretação da
prisão preventiva nos crimes dolosos: (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
I - punidos com reclusão; (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
II - punidos com detenção, quando se apurar que o indiciado é vadio ou, havendo dúvida sobre a sua
identidade, não fornecer ou não indicar elementos para esclarecê-la; (Redação dada pela Lei nº 6.416, de
24.5.1977)
III - se o réu tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado
o disposto no parágrafo único do art. 46 do Código Penal. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de
24.5.1977)
Art. 314.  A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes
dos autos ter o agente praticado o fato nas condições do art. 19, I, II ou III, do Código Penal. (Redação
dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)
O artigo 313 do CPP traz as hipóteses de prisão preventiva.
Não se aplica à mera contravenção, e ao agente que tenha praticado e o crime nas condições do art. 23
CP (excludente de ilicitude – estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal,
exercício regular de direitos), nos termos do art. 314 CPP. Não há recurso, somente o pedido de habeas
corpus com fundamento em constrangimento ilegal, decorrente da inadmissibilidade da medida amparada
em falta de fundamentação adequada, na inexistência de pressupostos, etc. Da decisão que revoga a
prisão preventiva cabe recurso em sentido estrito (art. 581 V CPP). Entretanto, considerando-se a
natureza e a finalidade da prisão preventiva, é natural que se permita ao juiz novamente decretá-la,
mesmo porque a qualquer momento ela pode ser necessária.
 
19.4) Prisão Civil
Ocorre nos casos de prestação alimentícia e depositário infiel (detentor de títulos, falido e síndico).
Aplicação do artigo 5o LXVII CR/88. Somente é competente para sua decretação a autoridade judiciária,
pelo que se deflui do art. 5º LXI da CF
19.5)Prisão em Flagrante
A despeito do princípio da presunção de inocência, a Constituição Federal não impede a prisão em
flagrante (processual). Devido ao ilícito ser patente e se concretizar a certeza visual do crime, há
cabimento da prisão em flagrante que permite a prisão do autor, sem mandado, ou seja, é uma
providência administrativa acautelatória da prova da materialidade do fato e da respectiva autoria (arts.
301 e 302 CPP e art. 5º LVII e LXI CF). Nas situações legais (art. 302 e 303 CPP) em que há a notitia
criminis e estando presentes os pressupostos , a autoridade está obrigada à lavratura do competente
auto de prisão, tendo em vista o princípio da obrigatoriedade ou da legalidade da ação penal (art. 24
CPP), exceto quando se verificar a hipótese de crime organizado, isto é, das infrações que resultem de
ações de quadrilha ou bando (Lei nº 9.034/95). Nas infrações de natureza permanente, entende-se o
agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência do crime (ex. cárcere privado, seqüestro)
(art. 303 CPP); a situação não é a mesma no caso de crime habitual, pois a prisão em flagrante exige a
prova da reiteração de atos que traduzem o comportamento criminoso. independe de infração penal de
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NA CURSOS E ASSESSORIA

ação privada ou pública, dolosa ou culposa. Não há flagrante preparado, pois a súmula 145 STF prevê
que não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível sua consumação.
Efetuada a prisão em flagrante, o capturado, para que seja procedida a autuação, deve ser apresentado
à autoridade competente, que no caso, é a autoridade policial no exercício de uma das funções
primordiais da polícia judiciária da circunscrição onde foi efetuada a prisão (não a do local do crime), ou a
do local mais próximo, quando naquele lugar não houver autoridade (arts. 290 e 308 CPP). A lavratura do
auto de prisão em flagrante não é um ato automático da autoridade policial competente, porque tem que
estar presentes os pressupostos da certeza absoluta da materialidade do crime e indícios mínimos de
autoria.
  Flagrantes de Delito:
-Flagrante Próprio: prisão daquele que está cometendo o crime. Artigo 302, I CPP.
-Quase flagrante: quando está terminando de cometer crime. Artigo 302, II CPP.
-Flagrante Impróprio: perseguição policial (enquanto durar o flagrante). Artigo 302, III CPP.
-Flagrante Ficto: encontrado o criminoso com o objeto do delito. Artigo 302, IV CPP.
 
 
 
20. APLICAÇÃO DE PENAS ALTERNATIVAS E LIBERDADE PROVISÓRIA
As decisões processuais penais devem ser todas muito bem fundamentadas, senão caberá hábeas
corpus.
20.1.Pena Alternativa e Crime Hediondo
A doutrina brasileira é unânime em afirmar que cabe pena alternativa para crimes de tráfico de
entorpecentes (crimes hediondos). Há de se incentivar as penas alternativas, pois as penas de reclusão
já se mostraram falidas.
20.2.Liberdade Provisória
A liberdade provisória é um instituto por meio do qual o acusado não é recolhido à prisão ou é posto em
liberdade quando preso, vinculado ou não a certas obrigações que o prendem ao processo e ao juízo,
com o fim de assegurar a sua presença ao processo sem o sacrifício da prisão provisória. Direito
subjetivo do acusado quando se verificar a ocorrência das hipóteses legais que a autorizam.
 
As hipóteses de liberdade provisória, com ou sem fiança, são decorrentes :
 ·        flagrante (arts. 301 a 310 CPP);
 ·        em decorrência de pronúncia (art. 408 § 1º CPP);
 ·        sentença condenatória recorrível (art. 594 CPP).
 
Tem a denominação de liberdade provisória porque :
 ·        pode ser revogada a qualquer tempo;
 ·        vigora até o trânsito em julgado da sentença final condenatória.
 Obs : na liberdade provisória o acusado fica sujeito à sanções caso não cumpra as obrigações. Ao
contrário, o relaxamento da prisão em flagrante decorre do art. 5º LXV CF e nunca há obrigações. A
hediondez não autoriza a prisão preventiva.
 
A liberdade provisória pode ser :
 ·        obrigatória – ocorre quando o réu se livra solto independentemente de fiança (art. 321 I e
II CPP)
 ·        permitida – nas hipóteses em que não couber prisão preventiva e os requisitos legais
forem preenchidos, inclusive ao acusado primário e de bons antecedentes pronunciado (art. 408
§ 2º CPP), ou quando condenado por sentença recorrível (art. 594 CPP);
 ·        vedada – quando couber prisão preventiva e nas hipóteses em que a lei expressamente
proíbe.
 20.3.Liberdade Provisória com Fiança
Trata-se de uma premissa constitucional do instituto da liberdade provisória. Princípio que norteia a
fiança: artigo 93, IX CR/88. O CPP que estabelece as normas a respeito da fiança.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
...
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes;
É muito comum a prática ilegal e abusiva de determinados Delegados de Polícia que se recusam a
apreciar o pedido de fiança antes de outras diligências (como: antes de ouvir o réu ou antes do sumário
de culpa). Fere a constituição e lei ordinária, sob pena de nulidade. Quase a totalidade dos crimes são
afiançáveis. O juiz tem 48 horas para analisar o pedido de fiança e não é necessário ouvir o Ministério
Público a respeito da concessão da mesma, a saber:
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração punida com
detenção ou prisão simples. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Parágrafo único.  Nos demais casos do art. 323, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48
(quarenta e oito) horas. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Casos onde não será concedida a fiança (artigo 323 CPP):
Art. 323.  Não será concedida fiança:
I - nos crimes punidos com reclusão em que a pena mínima cominada for superior a 2 (dois) anos;
(Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
II - nas contravenções tipificadas nos arts. 59 e 60 da Lei das Contravenções Penais; (Redação dada
pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
III - nos crimes dolosos punidos com pena privativa da liberdade, se o réu já tiver sido condenado por
outro crime doloso, em sentença transitada em julgado; (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
IV - em qualquer caso, se houver no processo prova de ser o réu vadio;
V - nos crimes punidos com reclusão, que provoquem clamor público ou que tenham sido cometidos com
violência contra a pessoa ou grave ameaça. (Inciso acrescentado pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Podemos considerar o inciso IV do presente artigo letra morta, no sentido que é necessário atualização,
que não foi feita. Serve para os casos de mendicância e vadiagem. Já o inciso V trata de homicídios. Se
a pessoa tem condições de obter fiança (ex: bons antecedentes, homicídio culposo, residência fixa,
trabalho habitual e outros) deve obtê-la.
Outros casos de não concessão de fiança (artigo 324 CPP). O réu não pode se mudar ou se afastar do
distrito da culpa sem comunicação ao juiz. Também tem o réu de comparecer às audiências marcadas.
Art. 324.  Não será, igualmente, concedida fiança:
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
motivo justo, qualquer das obrigações a que se refere o art. 350;
II - em caso de prisão por mandado do juiz do cível, de prisão disciplinar, administrativa ou militar;
III - ao que estiver no gozo de suspensão condicional da pena ou de livramento condicional, salvo se
processado por crime culposo ou contravenção que admita fiança;
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).
(Inciso acrescentado pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
Valor da Fiança
O valor da fiança vai depender, no caso concreto. Artigo 325 do CPP:
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: (Redação
dada pela Lei nº 7.780, de 22.6.1989)
a) de 1 (um) a 5 (cinco) salários mínimos de referência, quando se tratar de infração punida, no grau
máximo, com pena privativa da liberdade, até 2 (dois) anos;
b) de 5 (cinco) a 20 (vinte) salários mínimos de referência, quando se tratar de infração punida com pena
privativa da liberdade, no grau máximo, até 4 (quatro) anos;
c) de 20 (vinte) a 100 (cem) salários mínimos de referência, quando o máximo da pena cominada for
superior a 4 (quatro) anos.
§ 1o  Se assim o recomendar a situação econômica do réu, a fiança poderá ser: (Parágrafo acrescentado
pela Lei nº 8.035, de 27.4.1990)
I - reduzida até o máximo de dois terços;
II - aumentada, pelo juiz, até o décuplo.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

§ 2o  Nos casos de prisão em flagrante pela prática de crime contra a economia popular ou de crime de
sonegação fiscal, não se aplica o disposto no art. 310 e parágrafo único deste Código, devendo ser
observados os seguintes procedimentos: (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.035, de 27.4.1990)
I - a liberdade provisória somente poderá ser concedida mediante fiança, por decisão do juiz competente
e após a lavratura do auto de prisão em flagrante;
Il - o valor de fiança será fixado pelo juiz que a conceder, nos limites de dez mil a cem mil vezes o valor
do Bônus do Tesouro Nacional - BTN, da data da prática do crime;
III - se assim o recomendar a situação econômica do réu, o limite mínimo ou máximo do valor da fiança
poderá ser reduzido em até nove décimos ou aumentado até o décuplo.
Formas de Prestação de Fiança
-Dinheiro
-Pedras
-Títulos da Dívida Pública (TDP)
-Imóvel que não esteja gravado com cláusula de hipoteca (o juiz analisa o valor do imóvel)
A liberdade provisória trata-se da forma mais comum de relaxamento de prisão.
Dispensa ( art. 350 CPP)
Nos casos em que não couber fiança o juiz, verificando ser impossível ao réu prestá-la, por motivo de
pobreza (falta de recurso para prestá-la sem que acarrete sacrifícios ou privações para o sustento do
acusado e de sua família), poderá conceder-lhe a liberdade provisória sujeitando-o às obrigações
constantes dos arts. 327 e 328 CPP (comparecimento perante a autoridade e comunicação de mudança
de residência).
 
Obrigações (arts. 327 e 328 CPP)
O acusado fica sujeito às seguintes obrigações:
 ·        comparecer perante a autoridade todas as vezes que for intimado para os atos do
inquérito e da instrução criminal e para julgamento;
 ·        não poderá mudar de residência sem prévia permissão da autoridade processante, ou
ausentar-se por mais de oito dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar
onde será encontrado.
 
Concessão (arts. 322 e 335 CPP)
A fiança poder ser concedida em qualquer fase do inquérito policial ou do processo, até o trânsito em
julgado da decisão final.
Pode concedê-la de ofício ou a requerimento do interessado ou de terceiro, sempre em decisão
motivada, independentemente de audiência do MP, salvo quando este julgar conveniente (art. 333 CPP) :
 ·        a autoridade policial, mas apenas nos casos de infração punida com detenção ou prisão
simples;
 ·        a autoridade que presidir os autos nos casos de prisão em flagrante;
 ·        juiz competente, nos casos de recusa ou demora da autoridade policial na concessão da
fiança, mediante simples petição
 ·        juiz competente nos casos de habeas corpus ;
 ·        juiz competente nos casos de crimes apenados com reclusão, quando a autoridade
policial não pode arbitrar a fiança;
 ·        juiz competente ou a autoridade policial – a quem tiver sido requisitada a prisão;
 ·        relator nos casos de competência originária dos Tribunais (art. 557 CPP);
O termo de fiança deve ser explícito quanto às condições o obrigações do afiançado e juntado aos autos
(art. 329 CPP) e o valor será recolhidos aos cofres públicos (art. 331 CPP).
 Cassação (arts. 338 e 339 CPP)
Hipóteses :
 ·        a fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer fase do
processo;
 ·        será cassada a fiança quando se reconheça a existência de delito inafiançável, no caso de
inovação na classificação do delito.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

Da decisão que cassar a fiança cabe recurso em sentido estrito (art. 581 V CPP) sem efeito suspensivo,
que só ocorre no caso de perda de fiança (art. 584 CPP), oportunidade em que a coisa caucionada será
devolvida integralmente ao acusado.
 
Quebra (arts. 324, 328, 341/343 CPP)
Hipóteses :
 ·        quando o réu legalmente intimado para o processo, deixar de comparecer, sem provar
incontinenti (assim que desapareça a causa), motivo justo, ou quando na vigência da fiança,
praticar outra infração penal (crime ou contravenção);
 ·        quando o acusado mudar de residência sem prévia permissão da autoridade processante,
ou ausentar-se por mais de 8 dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar
onde será encontrado.
O quebramento da fiança importa na perda de metade de seu valor e na obrigação por parte do réu de
recolher-se à prisão, prosseguindo-se, entretanto à sua revelia, no processo de julgamento, enquanto não
for preso (impede-se nova fiança no mesmo processo). A decretação da quebra é de competência do
juiz, contra a qual cabe recurso.
 
Perda (art. 344 CPP)
Ocorre o perdimento do valor da fiança em sua totalidade se o réu não se apresentar à prisão, após o
trânsito em julgado da sentença condenatória em que não for concedida a suspensão condicional da
pena. A decretação da perda é de competência do juiz, contra a qual cabe recurso. O trânsito em julgado
da sentença absolutória ou que declare extinta a ação penal, o valor da fiança será restituído sem
desconto.
 
20.4.Liberdade Provisória Sem Fiança
Liberdade provisória sem vinculação – a liberdade provisória sem fiança e sem obrigações ao acusado
ocorre nos casos em que o réu se livra solta (art. 321 CPP – infração penal com pena privativa de
liberdade não superior a três meses), exceto quando o acusado for vadio ou é reincidente em crime
doloso (art. 323 III e IV CPP).
Liberdade provisória com vinculação – a liberdade provisória sem fiança e com obrigações ao acusado
ocorre nos casos em que :
 ·        agente praticou o ato nas condições do art. 23 CP (causas de excludente de ilicitude -
estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular
de direito), nos termos do art. 310 CPP;
 ·        ao acusado em inquérito preso em flagrante antes do recebimento da denúncia;
 ·        quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante a inocorrência de qualquer das
hipóteses que autorizam a prisão em flagrante (crimes afiançáveis ou inafiançáveis).
 

21. DAS PROVAS


 
21.1 Conceito de Prova: “conjunto de procedimentos produzido pela parte ou pelo próprio juiz, visando
estabelecer, dentro do procedimento, certos fatos relevantes ao processo”.

21.2 Ônus da Prova: de quem alega.


 
21.3 Classificação das Provas

a) Objeto: da afirmação de ter visto o crime, nas formas direta ou indireta.


-Forma Direta: a pessoa realmente viu o fato, memória fotográfica.
-Forma Indireta: a pessoa ouviu o fato de alguém ou foi produzida a prova mediante um raciocínio do
depoente, tendo-se em vista determinados fatos.

b)Sujeito: pode ser pessoal ou real.


-Pessoal:proveniente de afirmação pessoal de ter visto ou ouvir dizer algo.
143
NA CURSOS E ASSESSORIA

-Real: quando resulta de uma confirmação, em vistorias e perícias. Ex: exame da arma do crime.
c)Forma: quando, em audiência, mediante a presença da testemunha ou da vítima, forma de acariação
para saneamento de fato obscuro, de acordo com o artigo 342 do CPP. (não é permitido mentir em
testemunho, a forma é qualificada se foi produzida sem veracidade para formar prova em processo penal
e aumenta-se a pena se foi feita mediante suborno. Todavia, poderá retratar-se (livrando-se da sanção
penal).
 
21.4 Prova Documental e Material
a)Prova Documental: documentos escritos, públicos ou particulares.
b)Prova Material: exames, vistorias, perícias, instrumentos do crime e outros.
 
21.5 Outras Classificações
a)Valor:
-Plena: a certeza é exigida para a condenação, pois havendo dúvida, “in dúbio pro réu”.
-Não Plena: indica alguma circunstância (como a prova judiciária) e é suficiente para alguns
procedimentos, como o arresto de bens.
b)Prova Fora da Terra: feita por carta precatória ou rogatória, quando se está fora da jurisdição.
c)Prova Emprestada: produzida em um processo e levada a outro por meio de certidão. Vale em
processo penal, mas tem valor relativo e deve ser analisada em conjunto com as demais provas
apresentadas.
d)Antecipada: regulada pelo artigo 225 do CPP, ocorre quando a testemunha precisa se ausentar ou
quando estiver doente ou velho demais para a época da audiência, podendo ser colhida a prova
antecipadamente.
 
21.6 Princípios Gerais das Provas
Sistema de apreciação das provas: não se afirma que alguém possui determinado direito antes do
processado sendo que, o que na verdade se possui, é uma pretensão baseada em uma lei latente mas,
somente tornará tal pretensão um direito após o trânsito em julgado da ação, de acordo com o Princípio
da Auto Responsabilidade das Partes.
a)Princípio Ètnico – Pagão: a prova é deixada ao sabor das impressões pessoais do juiz, sendo a prova
marcante, o flagrante de delito.
b)Princípio Religioso: ultrapassado pela ciência forense, as normas processuais penais, em alguns casos,
ainda são carregadas dos costumes religiosos dos povos, como os países em que o testemunho é
prestado mediante juramento sobre a bíblia.
c)Princípio da Íntima Convicção ou da Prova Sentimental: de acordo com o convencimento do julgador,
não dependendo de prova.
d)Princípio da Convicção Geral – Verdade Legal e Formal: as provas tem valor legal (devem estar
previstas em lei) e o juiz deve se manifestar de acordo com o pré-fixado em lei. Não há hierarquia de
provas e, se desprezar determinada prova em favor de outra, deve ser a decisão fundamentada.

e)Princípio da Verdade Real: as provas tem valor relativo, algumas provas não são permitidas em
processo penal, como a hipnose, a narcoanálise e o detector de mentiras. O juiz tem o direito de requerer
a qualquer momento, sempre em audiência e dando oportunidade de defesa ao acusado, as provas.
 
21.7 Princípios Referentes à Pessoa do Réu: baseadas na presunção de inocência.
a)É Pessoa Sagrada: o réu merece respeito pois, até que se prove em contrário, o réu deve ser
respeitado como um inocente. Ex: não usar de xingamentos em audiência, por mera falta de argumentos
de acusação.
b)Ninguém é Obrigado a Depor Contra si: ex: o bafômetro é inconstitucional.
c)In dúbio pro réu: em caso de dúvida, absolve-se. É mais importante absolver um culpado do que
condenar um inocente.
 
21.8 Fontes de Prova
a)Denúncia: artigo 41 do CPP.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

b)Título de Defesa Prévia: artigos 395 e 537 do CPP.


c)Libelo
d)Contrariedade: artigo 421, § único do CPP.
 
21.9 Restrições à Prova
Artigos 92 e 93 do CPP. Algumas provas são restritas, como o casamento, para o crime de bigamia.
 
21.10 Prova Ilícita e Ilegítima
 a)Prova Ilegal = a prova é ilegal quando sua obtenção caracteriza violação de normas legais ou de
princípios gerais do ordenamento de natureza processual ou material.
b)Prova Ilegítima = proibida por norma instrumental ou processual ( ex: exibição de documentos que a
defesa não teve vista nos autos, de acordo com o artigo 475 do CPP ou a obtenção de cartas particulares
por meios não permitidos em lei, de acordo com o artigo 233 do CPP). Obs: em relação às cartas
particulares, diferentemente da constituição ditatorial brasileira de 1969, a atual carta federal permite a
obtenção de prova ilegítima ou ilícita, quando requerida por Delegado ou Ministério Público, de acordo
com a Lei No. 9.296/96. As correspondências de penitenciárias são violadas, com permissão legal,
portanto, nem sempre a violação de correspondência é crime.
c)Prova Ilícita = quando for a prova de natureza material (ex: detector de mentias e narcoanálise).
 
Exceção à Prova Ilícita e Ilegítima = a prova começa a ser obtida por meios ilícitos (ex: crime de violação
de correspondência). Alguns autores afirmam que as suas conseqüências geram a ilicitude em toda sua
plenitude, de acordo com a Teoria do Fruto da Árvore Envenenada. As posições doutrinárias variam, de
acordo com o artigo 5o, inciso 56 da CR/88 e são, portanto:
 
1.Teoria da Rejeição = nulidade absoluta da prova (Ada Pellegrini), pois ofende ao Princípio da
Moralidade.
2.Teoria da Admissibilidade = aceita somente para os efeitos de absolvição. A prova ilícita será admitida
se for a única prova existente no processo. Os violadores responderão, porém, por seus crimes de
violação.
3.Teoria da Proporcionalidade = nenhuma regra constitucional é absoluta, pois deverá conviver com
outras regras e princípios constitucionais. Princípio da Proporcionalidade, cada caso é particular e
depende da gravidade do crime. Ex: pegar como prova uma correspondência alheia (crime de violação de
correspondência) mas, o conteúdo mostra-se como uma prova de crime. (Vicente Grecco). O interesse
do particular não poderá sobrepor-se ao interesse público, porém. Nesse sentido, analisa-se se o
interesse agride mais a sociedade do que a violação em si. Procura a Teoria da Proporcionalidade buscar
o equilíbrio entre o interesse social e individual.
 
Valor das Provas (Ilegal ou Ilícita): o valor é relativo, não deve ser aceitada de forma absoluta nem
mesmo rejeitada em sua totalidade.
 Violação: as violações podem ser amplas, resumindo-se em:
a)quando ofende a lei = violação de segredo profissional
b)quando ofende aos costumes = violação de segredo obtido
c)quando ofende a boa-fé = uso de gravadores ou grampos, disfarçadamente.
d)quando ofende a moral = recompensa ao parceiro por obter prova de adultério
e)quando ofende o direito = escuta telefônica
 
21.11. Da Prova Testemunhal
 Testemunha = toda pessoa que depõe sobre fatos que viu ou ouviu dizer. O testemunho é um dever,
sendo prestado oralmente, mas permitida a consulta à apontamentos (artigos 204 e 205 do CPP). Tendo
prestado ou não compromisso, caso tenha cometido falsidade, poderá a testemunha (que deveria ser
compromissada) ser processada. O juiz pode ouvir testemunhas de ofício (artigo 209 CPP), de acordo
com o poder-dever do juiz e uma testemunha não deverá ouvir o depoimento da outra (artigo 210 CPP)
em audiência. As partes fazem as perguntas ao juiz que transmite às testemunhas (Sistema
Presidencial), podendo recusar apenas quando não são pertinentes (artigo 212 CPP).Os depoimentos
são reduzidos à termo e assinados pelas partes, juiz e testemunhas (artigo 216 CPP). Os militares não
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NA CURSOS E ASSESSORIA

são intimados, são requisitados. 9artigo 221, § 2 o CPP). O surdo / mudo e surdo-mudo será ouvido
normalmente, alterando-se apenas entre formas escrita e oral de perguntas e respostas (artigo 223 CPP).
As testemunhas arroladas pela acusação e defesa são prestadas separadamente. As provas não devem
ser tomadas isoladamente, em busca pela verdade real. A ordem dos depoimentos (primeiro a acusação
e depois a defesa) não pode ser alterada. Em caso de precatória, a parte é intimada da expedição da
precatória, e não da carta em si.
 
São proibidos de depor = quando a profissão ou ofício não permitem, salvo se a parte concordar e a
testemunha também desejar prestar depoimento (artigo 297 CPP).
 
Não são obrigados a testemunhar : ascendente, descendente, afim em linha reta, cônjuge (ainda que
separado), irmão, pai, mãe ou filho adotivo do acusado ou da vítima. Artigo 206 CPP.
 
São testemunhas não compromissadas: os acima citados (artigo 206 CPP) e os menores de 14 anos,
doentes e deficientes mentais (artigo 207 CPP). Em relação ao menor de 14 anos, deveria a lei
processual penal ter fixado a idade em 18 anos, que é o início da responsabilidade penal, visto que o
menor dessa idade não está sujeito ao falso testemunho. As pessoas isentas de compromisso prestam
informações, não sendo computadas, portanto, no número de testemunhas permitidas por lei (artigo 398,
§ único, CPP).
 
Falso testemunho: o juiz encaminha cópia do depoimento falso à autoridade policial para a instauração
do inquérito policial (se fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade), de acordo com o artigo 211 CPP.
 
Contradita de testemunha: feita antes de tomada de depoimentos (artigo 214 CPP).
 
Não comparecimento da testemunha à audiência ou julgamento: haverá a requisição à autoridade policial
de condução com auxílio de força pública, se necessário (artigo 218 CPP), além de multa, processo por
crime de desobediência e custas da diligência.
 
Depoimento por escrito: apenas para Presidente e Vice da República e presidentes do Senado, Câmara e
STF, de acordo com artigo 221, § primeiro CPP).
 
Carta precatória: não suspende a instrução criminal (artigo 222, § 1 o CPP). A inversão da ordem de oitiva
de testemunhas em carta precatória não induz nulidade, pois não causa prejuízo às partes ou ao
processo. Chamada “Prova Fora da Terra”.
 
Antecipação de prova testemunhal: para ausência (enfermidade ou velhice) ou receio de não estar
presente no momento da audiência (artigo 225 CPP).
 
Oportunidade de arrolar testemunhas: para a acusação = com a denúncia e para a defesa = na defesa
prévia (artigo 395 e 537 CPP). Nos crimes dolosos contra a vida também poderá ser feito no libelo (artigo
417 CPP) e na contrariedade (artigo 421, § único CPP). Em processos de competência originária dos
tribunais, as partes deverão arrolar testemunhas na fase de alegações finais, por entendimento
jurisprudencial.
 
Classificação de Testemunhas:
1.Diretas = as testemunhas assistiram aos fatos
2.Indiretas = as testemunhas ouviram dizer dos fatos
3.Próprias = as testemunhas depõem sobre fatos do processo (assistindo ou ouvindo dizer)
4.Impróprias = as testemunhas depõem sobre fatos do inquérito ou do processo em que estiveram
presentes.
5.Informantes = não prestam compromisso
6.Referidas = terceiros que são citados nos depoimentos
7.Numerárias = indicadas pelas partes
 Número de testemunhas:
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NA CURSOS E ASSESSORIA

a)No processo comum = 8 (artigo 398 CPP)


b)No plenário de júri = 5 (artigo 417, § 2o c/c 421, § único CPP)
c)No processo sumário de crime punido com detenção = 5 (artigo 539 CPP)
d)No inquérito sumário contravencional ou de lesão ou homicídio culposo = 3 (artigo 537 CPP).
 
Características do testemunho:
1.Judicialidade = o destinatário da prova é o juiz, que tem o poder de julgar, apesar de entendimento
diverso de Tourinho Filho.
2.Oralidade = não pode ser por escrito, permitindo-se anotações (artigo 204 CPP), com exceção do surdo
e mudo. Alguns autores acreditam que a exceção de prestar depoimento por escrito fere o Princípio do
Contraditório.
3.Objetividade = limitar-se aos fatos, salvo quando não é possível (artigo 213 CPP).
4.Retrospectividade = testemunhos apenas em relação aos fatos passados.
5.Imediatidade = deve a testemunha depor sobre as percepções sensoriais relevantes.
 
21.12.Reconhecimento de pessoas e (artigos 226 a 228 CPP)
 
Reconhecimento = ato pelo qual alguém verifica e confirma a identidade de pessoa ou coisa que lhe é
apresentada, como pessoa ou coisa que já viu. O reconhecimento se dá quando se tem dúvida sobre a
autoria, normalmente em uma sala especial, lavrando-se auto com duas testemunhas. O reconhecimento
da pessoa sob a forma de sala especial somente ocorre no inquérito pois, em sede de julgamento, deve
ser na frente de todos, inclusive do reconhecido. 
Procedimento:
-quem reconhece descreve a pessoa
-a pessoa é apresentada a quem reconhece ao lado de outras semelhantes
-a pessoa não verá quem reconhece se houver motivo para tal (receio ou medo), exceto em julgamento
ou instrução criminal.
-será lavrado auto, assinado por quem reconhece, duas testemunhas.
 
No caso de mais de uma pessoa a reconhecer outra, serão os procedimentos feitos em separado (artigo
228 CPP). A jurisprudência tende a aceitar, com cautela, o reconhecimento fotográfico, de voz , assim
como o de pessoas, desde que igualmente acima de qualquer suspeita.
 
21.13.Da Acareação
 É o confronto de pessoas, sejam acusados, testemunhas e ofendidos, sempre que as declarações entre
ambos se divergirem (artigo 229 CPP). Serão reperguntados, portanto. Permite a forma de precatório,
onde serão enviadas as declarações divergentes para confronto realizado pelo juiz do local (artigo 230
CPP). O valor da acareação tem sido contestado, pois os depoimentos sempre são confirmados em
acareação.
Pode ser realizada no inquérito ou no juízo, devendo ser reduzida a termo, requerida pelas partes ou feita
de ofício pelo juiz ou autoridade policial.
 
21.14.Dos Indícios
 
O indício parte do conhecido para o desconhecido, do geral ao particular. Método dedutivo,
diferentemente do disposto no CPP.
 
Conceitos = para Manzini, o indício é uma circunstância certa da qual se pode tirar por indução uma
conclusão acerca da subsistência ou não de um fato a provar. O indício é um fato em relação tão grande
com outro fato que o juiz chega ao outro por conclusão naturalmente. Já de acordo com Eduardo
Aranha, trata-se de um silogismo puro em que a conclusão, que é fato probante, é uma resultante da
comparação entre o fato indiciário (premissa menor) e uma lei da experiência ou da razão (premissa
maior).
 
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NA CURSOS E ASSESSORIA

Não são provas, apenas circunstâncias do fato. Os fatos não podem ser provados apenas por indícios.
Porém, as provas indiciárias autorizam a pronúncia do réu e sua condenação, se são impregnadas de
elementos positivos de credibilidade.
 
Classificação dos Indícios: quanto ao tempo
1.Anteriores ou antecedentes = consistentes dos atos preparatórios à prática do crime. Ex: ameaça de
morte + aquisição de arma.
2.Contemporâneos ou Concomitantes = são aqueles obtidos no momento em que o fato criminoso se
realiza. Ex: gritos e pedidos de socorro de “B” ou a arma usada na execução do lado de “A”.
3.Subseqüentes ou posteriores = são vestígios deixados após a prática do crime. Ex: o encontro de
manchas nas roupas de “A”.
 
Classificação dos Indícios: quanto ao valor probante
1.Manifestos = a dedução direta decorrente de situação provada. Ex: homem e mulher encontrados nus
(para o crime de adultério).
2.Próximos = quando expressam uma relação direta mas não necessária com o fato provado. Ex: achar a
coisa furtada de uma pessoa com outra.
3.Remotos = quando apenas traduzem uma relação convergente com o crime. Ex: antecedentes do réu,
confissão do crime na polícia, delação do co-réu.
 Julgados = os indícios, como prova circunstancial ou indireta, desde que reconhecidos, valem tanto
como a prova direta, porque são processos lógicos do raciocínio que conduzem à única solução possível
demonstrada por eles indicados. A prova indiciária, quando contundente, não refutada por contra indícios
ou prova direta, excluindo todas as hipóteses favoráveis ao réu descaracterizar a simples presunção,
admitindo-se a simples condenação.
 
Prova = elementos trazidos ao processo pelo juiz ou pelas partes para a elucidação de fatos no processo.
A simples violação de direito não basta para a condenação, o poder judiciário deve se pronunciar no
processo dentro de um procedimento legal.
 
21.15.Do Interrogatório do acusado
 Interrogatório = o interrogatório é o primeiro momento de defesa, por isso é tão relevante no processo
penal e deve ser instruído por advogado, sendo ato privativo do juiz, mas determinados doutrinadores
(baseando-se no Princípio da Ampla Defesa) acreditam que promotor e defensor podem fazer perguntas,
mas a lei não permite, de acordo com os artigos 188 e 187 do CPP. Artigo 188 do CPP = o réu será
interrogado, informando seus dados pessoais (nome, naturalidade, estado, idade, filiação, residência,
profissão, local de trabalho, se é alfabetizado) e sobre a acusação (onde estava no momento do crime, se
conhece a vítima, testemunhas e provas, o que tem a dizer sobre elas, se conhece o instrumento do
crime, se a acusação é verdadeira e, se não for, o motivo que acha que foi acusado, demais detalhes e
sua vida anterior à acusação). Também poderá indicar provas de defesa se não concorda com a
acusação. O defensor não poderá influir nas perguntas e respostas, de acordo com o artigo 187 do CPP.
Um interrogado ou uma testemunha não pode ouvir o depoimento do outro, apenas depois de ser ouvido,
havendo co-réus, os depoimentos devem ser tomados separadamente, de acordo com o artigo 189 do
CPP. O juiz poderá reinquirir a testemunha a qualquer tempo (Princípio do Livre Convencimento e Busca
da Verdade Real), mas deve intimar defensor e promotor de justiça, de acordo com o artigo 198 e 196 do
CPP. A vítima do crime poderá depor, mas o depoimento deve ser tomado com cautelas. O interrogatório
deverá ser reduzido a termo e assinado pelo juiz e acusado, se este souber (caso contrário, tal fato
constará no termo), de acordo com o artigo 195 do CPP.
 
 
Direito ao silêncio = o preso tem o direito de permanecer calado e o direito à advogado, de acordo com o
artigo 5o, LXIII, CR/88. Antes da Constituição de 1988, o silêncio do preso poderia significar, aos olhos do
juiz, a sua culpabilidade, e o acusado poderia ser interrogado a qualquer fase do processo penal, desde
que a sentença não tenha transitado em julgado. Hoje o réu deverá falar apenas no júri, não precisando
dar esclarecimentos ao Delegado de Polícia. O silêncio é uma garantia constitucional. O artigo 186 do
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NA CURSOS E ASSESSORIA

CPP trata da advertência que o juiz fará ao réu que não é obrigado a responder as perguntas, mas que o
silêncio poderá ser interpretado em prejuízo da própria defesa.
 
Confissão = se o réu confessa a autoria do crime, o juiz ainda precisará saber de outras informações
(motivos, circunstâncias, etc), por disposição legal, para uma condenação, não bastando a confissão para
a condenação.
 Inquérito Policial = é inquisitorial e faz mera prova relativa, devendo combinar com outras provas.
 Interrogatório do surdo-mudo = será feito por escrito ou oralmente, e o acusado responderá conforme
permita seu sentido.
 Ausência de Curador para o menor de 18 anos = anula todo o ato do interrogatório, lembrando que o
próprio defensor poderá ser curador.
 Serão interrogados (após a qualificação) os acusados que ( artigo 185 do CPP):
-forem presos
-comparecerem espontaneamente
-comparecerem em virtude de intimação
 21.15.Da busca e apreensão
 A busca é uma medida acautelatória, liminar, destinada a evitar o perecimento das coisas, podendo ser
feitas no inquérito, instrução criminal ou execução.
Pode ser domiciliar (em casa de alguém) ou pessoal (na própria pessoa). O domicílio é inviolável, salvo
algumas exceções. Para flagrante de delito, porém, não se exige o mandado de busca e apreensão.
Quem, por exemplo, guarda em casa armamento sem registro ou drogas pratica crime permanente, está
sempre em flagrante de delito, justificativa para que a polícia tenha o direito de realizar buscas em
pessoas e casas. A autoridade policial é sempre o Delegado de Polícia. Nos casos de urgência, a
jurisprudência tem admitido a falta do mandado de busca e apreensão, quando o retardamento do
mesmo implica no perecimento da busca, para crimes permanentes de tráfico de drogas. Os segredos
profissionais podem ser revelados no caso de ação criminosa sem comprometer o profissional, pelo
interesse público. Em repartições públicas, apenas se a requisição pelo juiz do documento não for feita,
será expedido mandado de busca e apreensão do mesmo. A busca em mulher deverá ser feita por outra
mulher, salvo urgência (artigo 249 CPP). É permitido ultrapassar as fronteiras de outros Estados em
perseguição, mas deve-se dar conhecimento às autoridades da nova jurisdição, antes ou após a
perseguição policial.
 
O que pode ser buscado e apreendido (artigo 240 CPP)
-criminosos
-coisas obtidas por meios ilícitos
-instrumentos de falsificação e objetos falsificados
-armas, munições e similares
-objetos de prova (para defesa ou acusação)
-cartas suspeitas do conteúdo relevantes ao processo
-vítimas de crimes
-elementos de convicção
 
Fundamento da busca e apreensão (artigo 244 CPP)
-prisão
-suspeita de que a pessoa tenha posse de armas ou documentos de corpo delito
-quando o juiz determinar
 
Mandado de busca e apreensão: de dia ou de noite há a necessidade de mandado, exceto quando a
busca for feita pelo Delegado de Polícia ou juiz (artigo 245 CPP), sendo necessária a presença de duas
testemunhas.
 
Conteúdo do mandado de busca e apreensão (artigo 243 CPP)
-casa e nome do proprietário ou morador e o nome da pessoa
-motivo e fins
-subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade.
149
NA CURSOS E ASSESSORIA

 22. DA PROVA PERICIAL


22.1Conceito“Conjunto de elementos sensíveis do fato delituoso ou a prova destinada a levar ao juiz os
elementos instrutórios sobre as normas técnicas e sobre os fatos que dependem de conhecimento
especial, levando esclarecimentos” Frederico Marques
Serve para os acontecimentos onde a “causa mortis” não se mostra clara, havendo a necessidade de
uma prova pericial. Ex: não ocorrerá onde a “causa mortis” for complicações em virtude de HIV ou câncer
generalizado. Deve ser feito por dois peritos compromissados ou apenas um, desde que este seja judicial
(concursado, de acordo com o artigo 159 do CPP c/c súmula 361 do STJ), sob pena de nulidade da prova
pericial.
22.2Exame de Corpo Delito
A falta do exame de corpo delito anula o processo. É fundamental para se tipificar o delito. Ex: não há
crime se a substância usada não foi a maconha, mas outra substância parecida.
a)Exame de Corpo Delito do Tipo Direto: feito no local do crime pelo perito ou pela polícia, para os casos
em que há vestígios. A análise dos objetos encontrados. Ex: no casos de estupro, furto qualificado, crime
de incêndio, drogas, crime de dano, lesão corporal de natureza grave (ou gravíssima) e outros. Artigo 184
do CPP. Caberá recurso de apelação para a decisão que indefere o requerimento da realização de
perícia, por tratar-se de uma decisão de força definitiva, de acordo com entendimento jurisprudencial
sedimentado, em respeito ao Princípio da Ampla Defesa. Poderá ser feito no requerimento ou de ofício,
pelo juiz.
b)Exame de Corpo Delito do Tipo Indireto: quando a infração não deixa vestígios, feito através de
depoimento de testemunhas. Poderá ocorrer também nos casos em que a polícia não esteve presente na
cena do crime.
22.3.Vinculação do Juiz à Prova Pericial
a)Sistema Liberatório: o juiz não é obrigado a aceitar a perícia, podendo marcar outras perícias ou
determinar um “perito desempatador” ao caso concreto. Respeita o Princípio do Livre Convencimento, já
que a decisão final a respeito do processo se deve ao juiz, e não à análise pericial.
b)Sistema Vinculatório: o juiz é obrigado a aceitar a perícia, de acordo com a Princípio da Hegemonia das
Provas.

22.4.Laudos das Partes


a)Preâmbulo: cita-se a qualificação do crime, o que foi visto na cena do crime, aborda questões do tipo:
como foi cometido o crime, quando, onde, sob quais características, etc.
b)Discussão: parte técnica do laudo pericial
c)Conclusão: cita-se, finalmente, a “causa mortis” da vítima.

22.5. Princípios Acerca da Prova Pericial


a)Livre Convencimento Motivado: decisão fundamentada do julgador em face da relatividade das provas
e da verdade real, a maneira como o crime foi praticado e as condições do crime (ex: se há uma
excludente de ilicitude).
b)Verdade Real: deve ser contundente, senão opera-se o “in dúbio pro réu”. O juiz não tem limites para a
busca da prova, sendo mais abrangente o referido princípio do que as “Fontes de Prova”, pois pode o
juiz determinar a apreensão de documentos, perícias, depoimentos, traslados de peças processuais (no
caso da Prova Emprestada, por exemplo), lembrando-se que TODA prova tem valor relativo.
Excepcionam-se ao Princípio da Verdade Real, a Hipnose e o Detector de Mentiras, técnicas que ferem o
Princípio da Livre Defesa.
c)Auto Responsabilidade das Partes: relacionada com o ônus da prova, cabe à cada parte apresentar as
provas que acharem necessárias ao caso concreto. Há um momento específico no processo para a
apresentação das provas.
d)Contraditório: perdura por todo o processo e é a essência do direito processual penal e, por isso, não
há revelia (o julgamento antecipado da lide quando revel não induz a confissão do crime) e será nomeado
um defensor público para o acusado. Não há revelia em processo penal, no sentido de não furtarem-se
como verdadeiros os fatos articulados pelo autor.
e)Comunhão de Provas: a prova é de interesse comum de partes e juiz, não havendo o que se chama de
“testemunha de acusação ou defesa”, a testemunha é do processo. O Promotor de Justiça não poderá
desistir da ação sem a anuência da defesa. As provas são do processo e não das partes.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

f)Oralidade / Imediatidade: do juiz para com as partes e a prova.


g)Concentração: confunde-se com a Oralidade, ocorre a concentração de atos na AIJ (audiência de
instrução e julgamento) em relação à interrogatórios, testemunhos, debates e sentença. O juiz, ao
receber a denúncia, tem 03 dias para marcar a AIJ, terminando o processo no momento da sentença,
havendo todos os atos no mesmo dia, até mesmo sumário de culpa e memoriais finais.
h)Publicidade: ampla do júri, sob pena de nulidade (se, por exemplo, o edital de convocação do júri não
for publicado). Todos os atos em processo penal são públicos.
23. DAS QUESTÕES E PROCEDIMENTOS INCIDENTAIS
23.1.Incidente de Falsidade de Documentos
Servindo apenas para alegações de falsidade documental, a matéria regula-se pelo artigo 145 do CPP.
Deverá ser argüido por escrito, em peça em apartado (em relação à qualquer forma de “Incidente”, por
formar um processo secundário que interfere no principal). O requerimento de incidente de falsidade de
documentos exige poderes especiais e o juiz poderá, entretanto, determinar a instauração do Incidente
de Falsidade de Documentos de ofício. O instituto não faz coisa julgada.
23.2.Exceções (Suspeição e Incompetência – artigo 251 do CPP)
Referem-se às partes e não aos advogados.
a)Suspeição: artigo 254 CPP, a exceção de suspeição precede à qualquer outra, salvo se por motivo
superveniente, de acordo com os artigos 95 e 96 do CPP. A suspeição é uma petição feita por escrito, em
procedimento em apenso. O delegado não poderá ser considerado suspeito, de acordo com o artigo 4 o
do CPP, pois o inquérito policial do qual participa não é fase processual. Poderá ser argüida a suspensão
do Ministério Público e serventuários da justiça, porém da decisão que julga a suspeição argüida não
cabe recurso.
b)Incompetência: será feita no prazo da defesa, podendo ser plena (em relação ao juiz da comarca de
entrância inicial ou intermediária, quando há apenas um juiz na comarca) ou limitada (quando em Belo
Horizonte, por exemplo, a competência é determinada pela distribuição da ação).
23.3.Litispendência – Ilegalidade da parte – Coisa Julgada: procedimento igual ao acima citado
lembrando-se que, havendo mais de uma exceção, serão argüidas na mesma peça processual. As
questões suscitadas no artigo 92 do CPP não podem ser argüidas no curso do inquérito policial,
dependendo do trânsito em julgado da sentença cível, pois poderá prejudicar a ação criminal, sendo
questão prejudicial, portanto. (artigo 581, XVI, CPP). Por exemplo, o incidente de insanidade mental,
regulado no artigo 149 e 154 do CPB.

24. ANISTIA – GRAÇA – INDULTO – REABILITAÇÃO


Não é necessário advogado para requerer, mas poderá ser requerido por advogado.
24.1.Anistia: apenas para crimes políticos, “apaga” o crime se concedida antes da sentença, de acordo
com o artigo 107 do CPB.
24.2.Graça: perdão individual concedido pelo Presidente da República.
24.3.Indulto: perdão coletivo, como o “Indulto de Natal”, por exemplo.
24.4.Reabilitação: regulado pelos artigos 91 a 93 do CPP, coloca um silêncio sobre a prática do crime.
Requerido perante o juízo da execução e não precisa de advogado para o requerimento. Na prática, não
se concede reabilitação se o acusado é réu em processo penal em curso, ferindo o artigo 95 do CPP e a
Constituição da República (Presunção de Inocência). Quando da condenação (artigo 59 do CPB) para
crime doloso praticado posteriormente à reabilitação, o crime anterior, ainda que reabilitado, será levado
em conta.

25. INCIDENTES DE EXECUÇÃO


Só deveria seguir a Lei de Execução Penal depois da sentença não há mais cognição, só execução de
sentença.
a)No Processo: sursis, artigo 696 do CPP e 77 do CPB, suspensão condicional da pena e livramento
condicional, de acordo com o artigo 710 do CPB e 83 do CPB.
b)Lei de Execução Penal: extinção da punibilidade, unificação das penas, de acordo com o artigo 75 e 79
do CPB, progressão de regressão de regimes prisional, dilação de pena, remissão de pena (03 dias de
trabalho reduz 01 dia de pena), suspensão condicional do processo, livramento condicional (após
cumprido 1/3 da pena) e outros incidentes (prisão domiciliar em vigor, pois a LEP é posterior ao CPP.
Doente, maior de 70 anos e gestante, ou amamentando, é uma prisão especial).
151
NA CURSOS E ASSESSORIA

 
 
 
LEI Nº 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional
de Armas - Sinarm, define crimes e dá outras providências.
    O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, 
    Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 

CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

     Art. 1º O Sistema Nacional de Armas - Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia
Federal, tem circunscrição em todo o território nacional. 

     Art. 2º Ao Sinarm compete: 

      I - identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro; 


      II - cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País; 
      III - cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia
Federal; 
      IV - cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis
de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de segurança
privada e de transporte de valores; 
      V - identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo; 
      VI - integrar no cadastro os acervos policiais já existentes; 
      VII - cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e
judiciais; 
      VIII - cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a
atividade; 
      IX - cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e importadores
autorizados de armas de fogo, acessórios e munições; 
      X - cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento e de
microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo
fabricante; 
      XI - informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros e
autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro
atualizado para consulta. 

      Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e
Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios. 

CAPÍTULO II
DO REGISTRO

     Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente. 

      Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na
forma do regulamento desta Lei. 

     Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva
152
NA CURSOS E ASSESSORIA

necessidade, atender aos seguintes requisitos: 

      I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões de antecedentes criminais


fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito
policial ou a processo criminal; 
      II - apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa; 
      III - comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo,
atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei. 

      § 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos
anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta
autorização. 

      § 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma adquirida e
na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. 

      § 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda
à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma
e cópia dos documentos previstos neste artigo. 

      § 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por
essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas. 

      § 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente será
efetivada mediante autorização do Sinarm. 

      § 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou recusada com a devida
fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado. 

      § 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos I,
II e III deste artigo. 

     Art. 5º O Certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza
o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou
dependência desses, desde que seja ele o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa. 

      § 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido de
autorização do Sinarm. 

      § 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4º deverão ser comprovados
periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no regulamento
desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo. 

      § 3º Os registros de propriedade, expedidos pelos órgãos estaduais, realizados até a data da
publicação desta Lei, deverão ser renovados mediante o pertinente registro federal no prazo máximo de 3
(três) anos. 

CAPÍTULO III
DO PORTE

     Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos
em legislação própria e para: 
153
NA CURSOS E ASSESSORIA

      I - os integrantes das Forças Armadas; 


      II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal; 
      III - os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de
500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; 
      IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 250.000 (duzentos e
cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; 
      V - os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de
Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; 
      VI - os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição
Federal; 
      VII - os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas
de presos e as guardas portuárias; 
      VIII - as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos desta
Lei; 
      IX - para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades
esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no
que couber, a legislação ambiental. 

      § 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI deste artigo terão direito de portar arma de fogo
fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, na forma do regulamento,
aplicando-se nos casos de armas de fogo de propriedade particular os dispositivos do regulamento desta
Lei. 

      § 2º A autorização para o porte de arma de fogo dos integrantes das instituições descritas nos incisos
V, VI e VII está condicionada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do art. 4º, nas
condições estabelecidas no regulamento desta Lei. 

      § 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à
formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à existência
de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta
Lei. 

      § 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal, bem
como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4º, ficam
dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento
desta Lei. 

      § 5º Aos residentes em áreas rurais, que comprovem depender do emprego de arma de fogo para
prover sua subsistência alimentar familiar, será autorizado, na forma prevista no regulamento desta Lei, o
porte de arma de fogo na categoria "caçador". 

     Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de
transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda das
respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar as
condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de
registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa. 

      § 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte de


valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais
sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que estejam
sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. 

      § 2º A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar documentação


comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º desta Lei quanto aos empregados
154
NA CURSOS E ASSESSORIA

que portarão arma de fogo. 

      § 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada
semestralmente junto ao Sinarm. 

     Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas devem obedecer
às condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendo o possuidor
ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei. 

     Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis pela
segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos
termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para
colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em competição internacional
oficial de tiro realizada no território nacional. 

     Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional, é
de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm. 

      § 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e territorial
limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente: 

      I - demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de
ameaça à sua integridade física; 
      II - atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei; 
      III - apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro no
órgão competente. 

      § 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua
eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de
substâncias químicas ou alucinógenas. 

     Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela
prestação de serviços relativos: 

      I - ao registro de arma de fogo; 


      II - à renovação de registro de arma de fogo; 
      III - à expedição de segunda via de registro de arma de fogo; 
      IV - à expedição de porte federal de arma de fogo; 
      V - à renovação de porte de arma de fogo; 
      VI - à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo. 

      § 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do Sinarm, da


Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades. 

      § 2º As taxas previstas neste artigo serão isentas para os proprietários de que trata o § 5º do art. 6º e
para os integrantes dos incisos I, II, III, IV, V, VI e VII do art. 6º, nos limites do regulamento desta Lei. 

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
     Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta,
ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou
empresa:
155
NA CURSOS E ASSESSORIA

     Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.


Omissão de cautela 

     Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou
pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que
seja de sua propriedade:
     Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. 

      Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de


segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido 

     Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
     Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 

      Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
registrada em nome do agente.
Disparo de arma de fogo 

     Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via
pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
     Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 

      Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável.


Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito 

     Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação
legal ou regulamentar:
     Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 

      Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: 

      I - suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou
artefato; 
      II - modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de
uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial,
perito ou juiz; 
      III - possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar; 
      IV - portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer
outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado; 
      V - vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
explosivo a criança ou adolescente; e 
      VI - produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição
ou explosivo.
Comércio ilegal de arma de fogo 

     Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio,
156
NA CURSOS E ASSESSORIA

no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
     Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 

      Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer
forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
residência.
Tráfico internacional de arma de fogo 

     Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
     Pena - reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 

     Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de fogo,
acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito. 

     Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se forem
praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei. 

     Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória. 

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS

     Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal para o
cumprimento do disposto nesta Lei. 

     Art. 23. A classificação legal, técnica e geral, bem como a definição das armas de fogo e demais
produtos controlados, de usos proibidos, restritos ou permitidos será disciplinada em ato do Chefe do
Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército. 

      § 1º Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em embalagens com
sistema de código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante e do
adquirente, entre outras informações definidas pelo regulamento desta Lei. 

      § 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente serão expedidas autorizações de compra de
munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do regulamento desta
Lei. 

      § 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei conterão
dispositivo intrínseco de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma, definido pelo
regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6º. 

     Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do
Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário e o
comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de
arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores. 

     Art. 25. Armas de fogo, acessórios ou munições apreendidos serão, após elaboração do laudo pericial
e sua juntada aos autos, encaminhados pelo juiz competente, quando não mais interessarem à
persecução penal, ao Comando do Exército, para destruição, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito)
horas. 

      Parágrafo único. As armas de fogo apreendidas ou encontradas e que não constituam prova em
157
NA CURSOS E ASSESSORIA

inquérito policial ou criminal deverão ser encaminhadas, no mesmo prazo, sob pena de responsabilidade,
pela autoridade competente para destruição, vedada a cessão para qualquer pessoa ou instituição. 

     Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos, réplicas


e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir. 

      Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao


adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do Exército. 

     Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo


de uso restrito. 

      Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares. 

     Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os
integrantes das entidades constantes dos incisos I, II e III do art. 6º desta Lei. 

     Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após
a publicação desta Lei. 

      Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior a 90 (noventa) dias
poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4º, 6º e 10 desta Lei, no prazo de 90
(noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o requerente. 

     Art. 30. Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas deverão, sob pena de
responsabilidade penal, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias após a publicação desta Lei, solicitar o seu
registro apresentando nota fiscal de compra ou a comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de
prova em direito admitidos. 

     Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer
tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do regulamento desta
Lei. 

     Art. 32. Os possuidores e proprietários de armas de fogo não registradas poderão, no prazo de 180
(cento e oitenta) dias após a publicação desta Lei, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e,
presumindo-se a boa-fé, poderão ser indenizados, nos termos do regulamento desta Lei. 

      Parágrafo único. Na hipótese prevista neste artigo e no art. 31, as armas recebidas constarão de
cadastro específico e, após a elaboração de laudo pericial, serão encaminhadas, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, ao Comando do Exército para destruição, sendo vedada sua utilização ou
reaproveitamento para qualquer fim. 

     Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais),
conforme especificar o regulamento desta Lei: 

      I - à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma ou munição
sem a devida autorização ou com inobservância das normas de segurança; 
      II - à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para venda,
estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas. 

     Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000 (um mil)
pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o ingresso de
pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5º da Constituição Federal. 
158
NA CURSOS E ASSESSORIA

      Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de transporte internacional e
interestadual de passageiros adotarão as providências necessárias para evitar o embarque de
passageiros armados. 

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

     Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo
para as entidades previstas no art. 6º desta Lei. 

      § 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular, a
ser realizado em outubro de 2005. 

      § 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data de
publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral. 

     Art. 36. É revogada a Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro de 1997. 

     Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


     Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 

LEI Nº 13.022, DE 8 DE AGOSTO DE 2014.


Dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei: 
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
Art. 1o  Esta Lei institui normas gerais para as guardas municipais, disciplinando o § 8o do art. 144 da
Constituição Federal.  
Art. 2o  Incumbe às guardas municipais, instituições de caráter civil, uniformizadas e armadas conforme
previsto em lei, a função de proteção municipal preventiva, ressalvadas as competências da União, dos
Estados e do Distrito Federal.  
CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS 
Art. 3o  São princípios mínimos de atuação das guardas municipais:  
I - proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício da cidadania e das liberdades públicas;  
II - preservação da vida, redução do sofrimento e diminuição das perdas;  
III - patrulhamento preventivo;  
IV - compromisso com a evolução social da comunidade; e  
V - uso progressivo da força. 
CAPÍTULO III
DAS COMPETÉNCIAS 
Art. 4o  É competência geral das guardas municipais a proteção de bens, serviços, logradouros públicos
municipais e instalações do Município.  
Parágrafo único.  Os bens mencionados no caput abrangem os de uso comum, os de uso especial e os
dominiais.  
Art. 5o  São competências específicas das guardas municipais, respeitadas as competências dos órgãos
federais e estaduais:  
I - zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos do Município;  
159
NA CURSOS E ASSESSORIA

II - prevenir e inibir, pela presença e vigilância, bem como coibir, infrações penais ou administrativas e
atos infracionais que atentem contra os bens, serviços e instalações municipais;  
III - atuar, preventiva e permanentemente, no território do Município, para a proteção sistêmica da
população que utiliza os bens, serviços e instalações municipais;  
IV - colaborar, de forma integrada com os órgãos de segurança pública, em ações conjuntas que
contribuam com a paz social;  
V - colaborar com a pacificação de conflitos que seus integrantes presenciarem, atentando para o
respeito aos direitos fundamentais das pessoas;  
VI - exercer as competências de trânsito que lhes forem conferidas, nas vias e logradouros municipais,
nos termos da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), ou de forma
concorrente, mediante convênio celebrado com órgão de trânsito estadual ou municipal;  
VII - proteger o patrimônio ecológico, histórico, cultural, arquitetônico e ambiental do Município, inclusive
adotando medidas educativas e preventivas;  
VIII - cooperar com os demais órgãos de defesa civil em suas atividades;  
IX - interagir com a sociedade civil para discussão de soluções de problemas e projetos locais voltados à
melhoria das condições de segurança das comunidades;  
X - estabelecer parcerias com os órgãos estaduais e da União, ou de Municípios vizinhos, por meio da
celebração de convênios ou consórcios, com vistas ao desenvolvimento de ações preventivas integradas;
XI - articular-se com os órgãos municipais de políticas sociais, visando à adoção de ações
interdisciplinares de segurança no Município;  
XII - integrar-se com os demais órgãos de poder de polícia administrativa, visando a contribuir para a
normatização e a fiscalização das posturas e ordenamento urbano municipal;  
XIII - garantir o atendimento de ocorrências emergenciais, ou prestá-lo direta e imediatamente quando
deparar-se com elas;  
XIV - encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante delito, o autor da infração, preservando o
local do crime, quando possível e sempre que necessário; 
XV - contribuir no estudo de impacto na segurança local, conforme plano diretor municipal, por ocasião da
construção de empreendimentos de grande porte;  
XVI - desenvolver ações de prevenção primária à violência, isoladamente ou em conjunto com os demais
órgãos da própria municipalidade, de outros Municípios ou das esferas estadual e federal;  
XVII - auxiliar na segurança de grandes eventos e na proteção de autoridades e dignatários; e  
XVIII - atuar mediante ações preventivas na segurança escolar, zelando pelo entorno e participando de
ações educativas com o corpo discente e docente das unidades de ensino municipal, de forma a
colaborar com a implantação da cultura de paz na comunidade local.  
Parágrafo único.  No exercício de suas competências, a guarda municipal poderá colaborar ou atuar
conjuntamente com órgãos de segurança pública da União, dos Estados e do Distrito Federal ou de
congêneres de Municípios vizinhos e, nas hipóteses previstas nos incisos XIII e XIV deste artigo, diante
do comparecimento de órgão descrito nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal, deverá a
guarda municipal prestar todo o apoio à continuidade do atendimento.  
CAPÍTULO IV
DA CRIAÇÃO 
Art. 6o  O Município pode criar, por lei, sua guarda municipal.  
Parágrafo único.  A guarda municipal é subordinada ao chefe do Poder Executivo municipal.  
Art. 7o  As guardas municipais não poderão ter efetivo superior a:  
I - 0,4% (quatro décimos por cento) da população, em Municípios com até 50.000 (cinquenta mil)
habitantes; 
II - 0,3% (três décimos por cento) da população, em Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e
menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, desde que o efetivo não seja inferior ao disposto no inciso
I;  
III - 0,2% (dois décimos por cento) da população, em Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil)
habitantes, desde que o efetivo não seja inferior ao disposto no inciso II.  
Parágrafo único.  Se houver redução da população referida em censo ou estimativa oficial da Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é garantida a preservação do efetivo existente, o
qual deverá ser ajustado à variação populacional, nos termos de lei municipal.  
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NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 8o  Municípios limítrofes podem, mediante consórcio público, utilizar, reciprocamente, os serviços da
guarda municipal de maneira compartilhada.  
Art. 9o  A guarda municipal é formada por servidores públicos integrantes de carreira única e plano de
cargos e salários, conforme disposto em lei municipal.  
CAPÍTULO V
DAS EXIGÊNCIAS PARA INVESTIDURA 
Art. 10.  São requisitos básicos para investidura em cargo público na guarda municipal:  
I - nacionalidade brasileira;  
II - gozo dos direitos políticos;  
III - quitação com as obrigações militares e eleitorais;  
IV - nível médio completo de escolaridade;  
V - idade mínima de 18 (dezoito) anos; 
VI - aptidão física, mental e psicológica; e  
VII - idoneidade moral comprovada por investigação social e certidões expedidas perante o Poder
Judiciário estadual, federal e distrital.  
Parágrafo único.  Outros requisitos poderão ser estabelecidos em lei municipal.  
CAPÍTULO VI
DA CAPACITAÇÃO 
Art. 11.  O exercício das atribuições dos cargos da guarda municipal requer capacitação específica, com
matriz curricular compatível com suas atividades.  
Parágrafo único.  Para fins do disposto no caput, poderá ser adaptada a matriz curricular nacional para
formação em segurança pública, elaborada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do
Ministério da Justiça.  
Art. 12.  É facultada ao Município a criação de órgão de formação, treinamento e aperfeiçoamento dos
integrantes da guarda municipal, tendo como princípios norteadores os mencionados no art. 3o.  
§ 1o  Os Municípios poderão firmar convênios ou consorciar-se, visando ao atendimento do disposto
no caput deste artigo.  
§ 2o  O Estado poderá, mediante convênio com os Municípios interessados, manter órgão de formação e
aperfeiçoamento centralizado, em cujo conselho gestor seja assegurada a participação dos Municípios
conveniados. 
§ 3o  O órgão referido no § 2o não pode ser o mesmo destinado a formação, treinamento ou
aperfeiçoamento de forças militares.  
CAPÍTULO VII
DO CONTROLE 
Art. 13.  O funcionamento das guardas municipais será acompanhado por órgãos próprios, permanentes,
autônomos e com atribuições de fiscalização, investigação e auditoria, mediante:  
I - controle interno, exercido por corregedoria, naquelas com efetivo superior a 50 (cinquenta) servidores
da guarda e em todas as que utilizam arma de fogo, para apurar as infrações disciplinares atribuídas aos
integrantes de seu quadro; e  
II - controle externo, exercido por ouvidoria, independente em relação à direção da respectiva guarda,
qualquer que seja o número de servidores da guarda municipal, para receber, examinar e encaminhar
reclamações, sugestões, elogios e denúncias acerca da conduta de seus dirigentes e integrantes e das
atividades do órgão, propor soluções, oferecer recomendações e informar os resultados aos
interessados, garantindo-lhes orientação, informação e resposta.  
§ 1o  O Poder Executivo municipal poderá criar órgão colegiado para exercer o controle social das
atividades de segurança do Município, analisar a alocação e aplicação dos recursos públicos e monitorar
os objetivos e metas da política municipal de segurança e, posteriormente, a adequação e eventual
necessidade de adaptação das medidas adotadas face aos resultados obtidos.  
§ 2o  Os corregedores e ouvidores terão mandato cuja perda será decidida pela maioria absoluta da
Câmara Municipal, fundada em razão relevante e específica prevista em lei municipal.  
Art. 14.  Para efeito do disposto no inciso I do caput do art. 13, a guarda municipal terá código de conduta
próprio, conforme dispuser lei municipal.  
Parágrafo único.  As guardas municipais não podem ficar sujeitas a regulamentos disciplinares de
natureza militar.  
CAPÍTULO VIII
161
NA CURSOS E ASSESSORIA

DAS PRERROGATIVAS 
Art. 15.  Os cargos em comissão das guardas municipais deverão ser providos por membros efetivos do
quadro de carreira do órgão ou entidade.  
§ 1o  Nos primeiros 4 (quatro) anos de funcionamento, a guarda municipal poderá ser dirigida por
profissional estranho a seus quadros, preferencialmente com experiência ou formação na área de
segurança ou defesa social, atendido o disposto no caput.  
§ 2o  Para ocupação dos cargos em todos os níveis da carreira da guarda municipal, deverá ser
observado o percentual mínimo para o sexo feminino, definido em lei municipal.  
§ 3o  Deverá ser garantida a progressão funcional da carreira em todos os níveis. 
Art. 16.  Aos guardas municipais é autorizado o porte de arma de fogo, conforme previsto em lei.  
Parágrafo único.  Suspende-se o direito ao porte de arma de fogo em razão de restrição médica, decisão
judicial ou justificativa da adoção da medida pelo respectivo dirigente.  
Art. 17.  A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) destinará linha telefônica de número 153 e
faixa exclusiva de frequência de rádio aos Municípios que possuam guarda municipal.  
Art. 18.  É assegurado ao guarda municipal o recolhimento à cela, isoladamente dos demais presos,
quando sujeito à prisão antes de condenação definitiva.  
CAPÍTULO IX
DAS VEDAÇÕES 
Art. 19.  A estrutura hierárquica da guarda municipal não pode utilizar denominação idêntica à das forças
militares, quanto aos postos e graduações, títulos, uniformes, distintivos e condecorações.  
CAPÍTULO X
DA REPRESENTATIVIDADE 
Art. 20.  É reconhecida a representatividade das guardas municipais no Conselho Nacional de Segurança
Pública, no Conselho Nacional das Guardas Municipais e, no interesse dos Municípios, no Conselho
Nacional de Secretários e Gestores Municipais de Segurança Pública. 
CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES DIVERSAS E TRANSITÓRIAS 
Art. 21.  As guardas municipais utilizarão uniforme e equipamentos padronizados, preferencialmente, na
cor azul-marinho.  
Art. 22.  Aplica-se esta Lei a todas as guardas municipais existentes na data de sua publicação, a cujas
disposições devem adaptar-se no prazo de 2 (dois) anos.  
Parágrafo único.  É assegurada a utilização de outras denominações consagradas pelo uso, como guarda
civil, guarda civil municipal, guarda metropolitana e guarda civil metropolitana.  
Art. 23.  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 8 de agosto de 2014; 193o da Independência e 126o da República. 
DILMA ROUSSEFF

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.


Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente
Vigência
e dá outras providências.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
Título I
Das Disposições Preliminares
        Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
        Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
        Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas
entre dezoito e vinte e um anos de idade.
        Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
162
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Parágrafo único.  Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes,
sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença,
deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente
social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a
comunidade em que vivem.        (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária.
        Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
        a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
        b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
        c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
        d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à
juventude.
        Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por
ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
        Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as
exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança
e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
Título II
Dos Direitos Fundamentais
Capítulo I
Do Direito à Vida e à Saúde
        Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de
políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em
condições dignas de existência.
Art. 8o  É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e
de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao
parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único
de Saúde.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1o  O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária.          (Redação dada
pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no último trimestre
da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção da
mulher.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o  Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-
nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o acesso a
outros serviços e a grupos de apoio à amamentação.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        § 4o  Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período
pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado
puerperal.       (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência
§ 5o  A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e mães que
manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que se
encontrem em situação de privação de liberdade.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 6o  A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante o período
do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 7o  A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação complementar
saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a criação de
vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da criança.          (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016)
§ 8o  A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a parto natural
cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por motivos
médicos.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
163
NA CURSOS E ASSESSORIA

§ 9o  A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar ou que abandonar as
consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas pós-
parto.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 10.  Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância que se
encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas
sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o
sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança.          (Incluído pela Lei
nº 13.257, de 2016)
Art. 8º-A.  Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada
anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar informações sobre
medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na
adolescência.                 (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
Parágrafo único.  As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a cargo do
poder público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente ao
público adolescente.                (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
         Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
§ 1o  Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou
coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de promoção, proteção e
apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável, de forma contínua.          (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou
unidade de coleta de leite humano.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
         Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e
particulares, são obrigados a:
        I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de
dezoito anos;
        II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão
digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;
        III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do
recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
        IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto
e do desenvolvimento do neonato;
        V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
         VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica
adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já
existente.               (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017)         (Vigência)
Art. 11.  É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do
adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a
ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.          (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016)
§ 1o  A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em
suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação.          (Redação dada pela
Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem, medicamentos,
órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para
crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades
específicas.         (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o  Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira infância
receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento
psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessário.          (Incluído pela Lei nº 13.257,
de 2016)
        Art. 12.  Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia
intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo
164
NA CURSOS E ASSESSORIA

integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou


adolescente.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e
de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar
da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.         (Redação dada pela Lei nº
13.010, de 2014)
§ 1o  As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão
obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da
Juventude.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência social em
seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e os
demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima
prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com suspeita ou confirmação
de violência de qualquer natureza, formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em
rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica
para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de
educação sanitária para pais, educadores e alunos.
§ 1o  É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades
sanitárias.          (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de
forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à
criança.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o  A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, inicialmente,
antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo
segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal.         (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4o  A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Único
de Saúde.         (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida, de
protocolo ou outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica
de acompanhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico.                  (Incluído pela
Lei nº 13.438, de 2017)        (Vigência)
Capítulo II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
        Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas
humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
garantidos na Constituição e nas leis.
        Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
        I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
        II - opinião e expressão;
        III - crença e culto religioso;
        IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
        V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
        VI - participar da vida política, na forma da lei;
        VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
        Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da
criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos
valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
        Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de
qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico
ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro
pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos
executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los,
educá-los ou protegê-los.             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
165
NA CURSOS E ASSESSORIA

Parágrafo único.  Para os fins desta Lei, considera-se:             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a
criança ou o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
a) sofrimento físico; ou             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
b) lesão;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao
adolescente que:             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
a) humilhe; ou             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
b) ameace gravemente; ou             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
c) ridicularize.             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores
de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes,
tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como
formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do
caso:             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;             (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014)
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014)
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;             (Incluído pela Lei nº 13.010,
de 2014)
V - advertência.             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Parágrafo único.  As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo
de outras providências legais.             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Capítulo III
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 19.  É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e,
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente
que garanta seu desenvolvimento integral.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
       § 1o  Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou
institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade
judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar,
decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em família
substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.  (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)
        § 2o  A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se
prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior
interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.              (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)
        § 3o  A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em
relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e programas de
proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos
incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.              (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        § 4o  Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de
liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento
institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial.             (Incluído pela
Lei nº 12.962, de 2014)
         § 5o  Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver em
acolhimento institucional.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6o  A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisciplinar.             (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017)
166
NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 19-A.  A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo
após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude.             (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
§ 1o  A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,
que apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado
gestacional e puerperal.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o  De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da gestante ou
mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência social para
atendimento especializado.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o  A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei,
respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período.             (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017)
§ 4o  Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da família
extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção do poder
familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la
ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional.             (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5o  Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai registral
ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido
o sigilo sobre a entrega.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6º  Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da família extensa
para confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o
poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja habilitado a
adotá-la.   (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 7o  Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de adoção,
contado do dia seguinte à data do término do estágio de convivência.             (Incluído pela Lei nº 13.509,
de 2017)
§ 8o  Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a equipe
interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida com os genitores, e
será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180
(cento e oitenta) dias.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 9o  É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta
Lei.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 10.  Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por suas
famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento.  (Incluído pela Lei nº 13.509,
de 2017)
Art. 19-B.  A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão
participar de programa de apadrinhamento.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 1o  O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos
externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu
desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro.             (Incluído
pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2º  Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos
cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento de
que fazem parte.  (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o  Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu
desenvolvimento.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o  O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada programa
de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade de
reinserção familiar ou colocação em família adotiva.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5o  Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude
poderão ser executados por órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil.             (Incluído
pela Lei nº 13.509, de 2017)
167
NA CURSOS E ASSESSORIA

§ 6o  Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos serviços
de acolhimento deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária competente.             (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
        Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do
que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância,
recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência.           (Expressão substituída
pela Lei nº 12.010, de 2009)     Vigência
        Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes
ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
        Parágrafo único.  A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e
responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o
direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança
estabelecidos nesta Lei.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a
suspensão do poder familiar.             (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
§ 1o  Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o
adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em
serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção.          (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
2016)
§ 2º  A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na
hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente titular do
mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente.              (Redação dada pela Lei nº
13.715, de 2018)
        Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento
injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22.             (Expressão substituída pela Lei nº
12.010, de 2009)       Vigência
Seção II
Da Família Natural
        Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus
descendentes.             (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Parágrafo único.  Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da
unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.             (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009)  Vigência
        Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou
separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento
público, qualquer que seja a origem da filiação.
        Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao
falecimento, se deixar descendentes.
        Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e
imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição,
observado o segredo de Justiça.
Seção III
Da Família Substituta
Subseção I
Disposições Gerais
        Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção,
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
        § 1o  Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe
interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada.             (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
168
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 2o  Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido
em audiência.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 3o  Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou
de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida.             (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 4o  Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família
substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique
plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o
rompimento definitivo dos vínculos fraternais.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 5o  A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação
gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da
Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
política municipal de garantia do direito à convivência familiar.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        § 6o  Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade
remanescente de quilombo, é ainda obrigatório:             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e
tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais
reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros
da mesma etnia;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista,
no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou
multidisciplinar que irá acompanhar o caso.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo,
incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.
        Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a
terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
        Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente
admissível na modalidade de adoção.
        Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.
Subseção II
Da Guarda
        Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou
adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.             (Vide
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou
incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
        § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a
situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de
representação para a prática de atos determinados.
        § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e
efeitos de direito, inclusive previdenciários.
        § 4o  Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária
competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de
criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o
dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do interessado ou
do Ministério Público.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 34.  O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o
acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio
familiar.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
169
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 1o  A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá preferência a
seu acolhimento institucional, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da
medida, nos termos desta Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 2o  Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no programa de acolhimento
familiar poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a
33 desta Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
        § 3o  A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em família acolhedora como
política pública, os quais deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de crianças e
de adolescentes em residências de famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam
no cadastro de adoção.         (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
       § 4o  Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e municipais para a manutenção
dos serviços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a própria
família acolhedora.         (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado,
ouvido o Ministério Público.
Subseção III
Da Tutela
        Art. 36.  A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos
incompletos.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão
do poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda.             (Expressão substituída pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 37.  O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme previsto no
parágrafo único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo
de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do
ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei.             (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        Parágrafo único.  Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos previstos nos arts. 28 e
29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vontade, se
restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores
condições de assumi-la.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.
Subseção IV
Da Adoção
        Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
        § 1o  A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando
esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma
do parágrafo único do art. 25 desta Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        § 2o  É vedada a adoção por procuração.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)         Vigência
        § 3o  Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de outras pessoas, inclusive seus
pais biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando.             (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
        Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver
sob a guarda ou tutela dos adotantes.
        Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres,
inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos
matrimoniais.
        § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação
entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes.
        § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus
ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária.
        Art. 42.  Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado
civil.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
170
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 2o  Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou
mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família.             (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.
        § 4o  Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de
convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a
existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a
excepcionalidade da concessão.              (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 5o  Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será
assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de
2002 - Código Civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 6o  A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier
a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.(Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em
motivos legítimos.
        Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o
curador adotar o pupilo ou o curatelado.
        Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.
        § 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam
desconhecidos ou tenham sido destituídos do  poder familiar.             (Expressão substituída pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu
consentimento.
        Art. 46.  A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo
prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades
do caso.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 1o  O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou
guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da
constituição do vínculo.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 2o  A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de
convivência.              (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 2o-A.  O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual
período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017)
        § 3o  Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de
convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por
até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.     
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o-A.  Ao final do prazo previsto no § 3o deste artigo, deverá ser apresentado laudo fundamentado pela
equipe mencionada no § 4o deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da adoção à autoridade
judiciária.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
         § 4o  O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça
da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da
conveniência do deferimento da medida.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 5o  O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na comarca
de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em
qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de residência da criança.             (Incluído pela Lei
nº 13.509, de 2017)
        Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil
mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
        § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus
ascendentes.
171
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado.
        § 3o  A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do
Município de sua residência.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 4o  Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do
registro.              (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 5o  A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá
determinar a modificação do prenome.              (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 6o  Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do
adotando, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.              (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        § 7o  A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto
na hipótese prevista no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do
óbito.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 8o  O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados serão mantidos em
arquivo, admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua
conservação para consulta a qualquer tempo.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência 
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou
adolescente com deficiência ou com doença crônica.             (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014)
§ 10.  O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável
uma única vez por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.     
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 48.  O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso
irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18
(dezoito) anos.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Parágrafo único.  O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor
de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e
psicológica.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais
naturais.             (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças
e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na
adoção.             (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado,
ouvido o Ministério Público.
        § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfizer os requisitos legais, ou verificada
qualquer das hipóteses previstas no art. 29.
        § 3o  A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de preparação psicossocial
e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 4o  Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3o deste artigo incluirá o
contato com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições de serem
adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da
Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e pela
execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.             (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        § 5o  Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes em
condições de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção.             (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        § 6o  Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País, que somente serão
consultados na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no §
5o deste artigo.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 7o  As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão acesso integral aos cadastros,
incumbindo-lhes a troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria do
sistema.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
172
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 8o  A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das
crianças e adolescentes em condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar na
comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos
cadastros estadual e nacional referidos no § 5o deste artigo, sob pena de
responsabilidade.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 9o  Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e correta alimentação dos
cadastros, com posterior comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira.             (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 10.  Consultados os cadastros e verificada a ausência de pretendentes habilitados residentes no
País com perfil compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscrito nos
cadastros existentes, será realizado o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção
internacional.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 11.  Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua adoção, a criança ou o
adolescente, sempre que possível e recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em
programa de acolhimento familiar.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 12.  A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes à adoção serão
fiscalizadas pelo Ministério Público.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 13.  Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não
cadastrado previamente nos termos desta Lei quando:             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        I - se tratar de pedido de adoção unilateral;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e
afetividade;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou
adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e
afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts.
237 ou 238 desta Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 14.  Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá comprovar, no curso do
procedimento, que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta
Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
         § 15.  Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar criança ou
adolescente com deficiência, com doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além de
grupo de irmãos.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 51.  Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretendente possui residência habitual
em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à
Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 junho de
1999, e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção.             (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)
        § 1o  A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente
terá lugar quando restar comprovado:             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso concreto;             (Redação
dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
       II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família
adotiva brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da inexistência de adotantes habilitados
residentes no Brasil com perfil compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos cadastros
mencionados nesta Lei;             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados ao
seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer
elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta
Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 2o  Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção
internacional de criança ou adolescente brasileiro.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 3o  A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e Federal
em matéria de adoção internacional.              (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
173
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 52.  A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei,
com as seguintes adaptações:             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá
formular pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção
internacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua residência
habitual;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solicitantes estão habilitados e
aptos para adotar, emitirá um relatório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade
jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio
social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção internacional;             (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autoridade Central Estadual, com
cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária, incluindo estudo psicossocial
elaborado por equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente,
acompanhada da respectiva prova de vigência;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados pela autoridade consular,
observados os tratados e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradução, por
tradutor público juramentado;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar complementação sobre o
estudo psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida;             (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da
legislação estrangeira com a nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à medida dos
requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como
da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção internacional, que terá
validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido de adoção
perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente,
conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 1o  Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação
à adoção internacional sejam intermediados por organismos credenciados.             (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        § 2o  Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de organismos nacionais e
estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com posterior
comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio
próprio da internet.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 3o  Somente será admissível o credenciamento de organismos que:             (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e estejam devidamente
credenciados pela Autoridade Central do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do
adotando para atuar em adoção internacional no Brasil;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        II - satisfizerem as condições de integridade moral, competência profissional, experiência e
responsabilidade exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central Federal
Brasileira;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e experiência para atuar na área de
adoção internacional;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro e pelas normas
estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasileira.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 4o  Os organismos credenciados deverão ainda:             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
174
NA CURSOS E ASSESSORIA

        I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos limites fixados pelas
autoridades competentes do país onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade Central
Federal Brasileira;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, com
comprovada formação ou experiência para atuar na área de adoção internacional, cadastradas pelo
Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Brasileira, mediante
publicação de portaria do órgão federal competente;             (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        III - estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do país onde estiverem sediados e
no país de acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento e situação
financeira;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, relatório geral das atividades
desenvolvidas, bem como relatório de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no
período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;             (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
        V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central Estadual, com cópia para a
Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será
mantido até a juntada de cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do país de
acolhida para o adotado;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes encaminhem à Autoridade Central
Federal Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado de
nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 5o  A não apresentação dos relatórios referidos no § 4o deste artigo pelo organismo credenciado
poderá acarretar a suspensão de seu credenciamento.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 6o  O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarregado de intermediar pedidos
de adoção internacional terá validade de 2 (dois) anos.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 7o  A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante requerimento protocolado na
Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do respectivo prazo de
validade.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 8o  Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção internacional, não será
permitida a saída do adotando do território nacional.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 9o  Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará a expedição de alvará
com autorização de viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoriamente, as
características da criança ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços
peculiares, assim como foto recente e a aposição da impressão digital do seu polegar direito, instruindo o
documento com cópia autenticada da decisão e certidão de trânsito em julgado.             (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 10.  A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer momento, solicitar informações
sobre a situação das crianças e adolescentes adotados.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 11.  A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, que sejam considerados
abusivos pela Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, é
causa de seu descredenciamento.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 12.  Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados por mais de uma entidade
credenciada para atuar na cooperação em adoção internacional.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
        § 13.  A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de
1 (um) ano, podendo ser renovada.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 14.  É vedado o contato direto de representantes de organismos de adoção, nacionais ou
estrangeiros, com dirigentes de programas de acolhimento institucional ou familiar, assim como com
crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem a devida autorização
judicial.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
175
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 15.  A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspender a concessão de novos
credenciamentos sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo
fundamentado.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 52-A.  É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento, o repasse de recursos
provenientes de organismos estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção internacional a
organismos nacionais ou a pessoas físicas.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Parágrafo único.  Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da
Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos da
Criança e do Adolescente.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 52-B.  A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratificante da Convenção de Haia,
cujo processo de adoção tenha sido processado em conformidade com a legislação vigente no país de
residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será automaticamente
recepcionada com o reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 1o  Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia,
deverá a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.              (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        § 2o  O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante da Convenção de Haia,
uma vez reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira pelo Superior
Tribunal de Justiça.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 52-C.  Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida, a decisão da
autoridade competente do país de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela Autoridade
Central Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato à
Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias à expedição do Certificado de
Naturalização Provisório.              (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 1o  A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente deixará de reconhecer os
efeitos daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à ordem pública
ou não atende ao interesse superior da criança ou do adolescente.             (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
        § 2o  Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1o deste artigo, o Ministério
Público deverá imediatamente requerer o que for de direito para resguardar os interesses da criança ou
do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação
à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de origem.             (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 52-D.  Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha
sido deferida no país de origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, na
hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha aderido
à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional.             (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
Capítulo IV
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
        Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
        I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
        II - direito de ser respeitado por seus educadores;
        III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
        IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
        V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
        Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como
participar da definição das propostas educacionais.
        Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
        I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na
idade própria;
        II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
        III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino;
176
NA CURSOS E ASSESSORIA

IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;            (Redação


dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
        V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
        VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
        VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
        § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
        § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa
responsabilidade da autoridade competente.
        § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.
        Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular
de ensino.
        Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar
os casos de:
        I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
        II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
        III - elevados níveis de repetência.
        Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a
calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e
adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
        Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios
do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso
às fontes de cultura.
        Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de
recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a
juventude.
Capítulo V
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho
        Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de
aprendiz.              (Vide Constituição Federal)
        Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do
disposto nesta Lei.
        Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as
diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.
        Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:
        I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;
        II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
        III - horário especial para o exercício das atividades.
        Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.
        Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e
previdenciários.
        Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.
        Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola
técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
        I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;
        II - perigoso, insalubre ou penoso;
        III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral
e social;
        IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.
        Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de
entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que
dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunerada.
177
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas
relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
        § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda
dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.
        Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os
seguintes aspectos, entre outros:
        I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
        II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
Título III
Da Prevenção
Capítulo I
Disposições Gerais
        Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do
adolescente.
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma articulada na
elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas de educação de crianças e de
adolescentes, tendo como principais ações:             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da criança e do
adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014)
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o
Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as entidades não
governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
adolescente;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e assistência social e
dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente
para o desenvolvimento das competências necessárias à prevenção, à identificação de evidências, ao
diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de violência contra a criança e o
adolescente;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência contra a
criança e o adolescente;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança e do
adolescente, desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo de
promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico ou
de tratamento cruel ou degradante no processo educativo;             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração de planos de
atuação conjunta focados nas famílias em situação de violência, com participação de profissionais de
saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da
criança e do adolescente.             (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Parágrafo único.  As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de
atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção.             (Incluído pela Lei nº 13.010,
de 2014)
Art. 70-B.  As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que se refere o art. 71, dentre
outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar ao
Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes.      
(Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
Parágrafo único.  São igualmente responsáveis pela comunicação de que trata este artigo, as pessoas
encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cuidado,
assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado
retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.              (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
        Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
178
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras decorrentes
dos princípios por ela adotados.
        Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa física
ou jurídica, nos termos desta Lei.
Capítulo II
Da Prevenção Especial
Seção I
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos
        Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos
públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e
horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
        Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em lugar
visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza do
espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.
        Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos classificados
como adequados à sua faixa etária.
        Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos
locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
        Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o público
infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
        Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua
classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.
        Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a venda ou
aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em desacordo
com a classificação atribuída pelo órgão competente.
        Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólucro, informação sobre a
natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.
        Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e
adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
        Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográficas
ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.
        Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter
ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições,
e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.
        Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou
congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmente,
cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local,
afixando aviso para orientação do público.
Seção II
Dos Produtos e Serviços
        Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
        I - armas, munições e explosivos;
        II - bebidas alcoólicas;
        III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por
utilização indevida;
        IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam
incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
        V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
        VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
        Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou
estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.
Seção III
Da Autorização para Viajar
179
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 83.  Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da
comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização
judicial.   (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
        § 1º A autorização não será exigida quando:
        a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16
(dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região
metropolitana;   (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
        b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado:   (Redação dada
pela Lei nº 13.812, de 2019)
        1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o
parentesco;
        2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
        § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida
por dois anos.
        Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou
adolescente:
        I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
        II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento
com firma reconhecida.
        Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em
território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
Parte Especial
Título I
Da Política de Atendimento
Capítulo I
Disposições Gerais
        Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um
conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios.
        Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:          (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        I - políticas sociais básicas;
        II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção social e
de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências;         (Redação
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligência,
maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
        IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes
desaparecidos;
        V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
        VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do convívio
familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes;          
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)         Vigência
        VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescentes
afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de
adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de
irmãos.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)         Vigência
        Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
        I - municipalização do atendimento;
        II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente,
órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular
paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
        III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-
administrativa;
        IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos
dos direitos da criança e do adolescente;
180
NA CURSOS E ASSESSORIA

        V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança


Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do
atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional;
        VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar
e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de
agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em programas de acolhimento familiar
ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se mostrar
comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas
no art. 28 desta Lei;          (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos da
sociedade.           (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        VIII - especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes áreas da
atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre
desenvolvimento infantil;        (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
IX - formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente que
favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento
integral;        (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da
violência.        (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
         Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos
direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não será
remunerada.
Capítulo II
Das Entidades de Atendimento
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades,
assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e sócio-educativos destinados a
crianças e adolescentes, em regime de:
        I - orientação e apoio sócio-familiar;
        II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
        III - colocação familiar;
        IV - acolhimento institucional;            (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência
V - prestação de serviços à comunidade;         (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
VI - liberdade assistida;         (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
VII - semiliberdade; e         (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
VIII - internação.       (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
        § 1o  As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de seus
programas, especificando os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas
alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.            (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)         Vigência
        § 2o  Os recursos destinados à implementação e manutenção dos programas relacionados neste
artigo serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de
Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade absoluta à
criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e
parágrafo único do art. 4o desta Lei.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)          Vigência
        § 3o  Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para renovação da
autorização de funcionamento:         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)          Vigência
        I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às resoluções relativas à
modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do
Adolescente, em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)         Vigência
181
NA CURSOS E ASSESSORIA

        II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo
Ministério Público e pela Justiça da Infância e da Juventude;         (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)          Vigência
        III - em se tratando de programas de acolhimento institucional ou familiar, serão considerados os
índices de sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o
caso.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar depois de registradas no
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho
Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade.
        § 1o  Será negado o registro à entidade que:         (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)         Vigência
        a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
segurança;
        b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;
        c) esteja irregularmente constituída;
        d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e) não se adequar ou      deixar de cumprir as resoluções e deliberações relativas à modalidade de
atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os
níveis.       (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 2o  O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o
disposto no § 1o deste artigo.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        Art. 92.  As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional deverão
adotar os seguintes princípios:         (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)         Vigência
        I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;        (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família
natural ou extensa;         (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
        IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
        V - não desmembramento de grupos de irmãos;
        VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes
abrigados;
        VII - participação na vida da comunidade local;
        VIII - preparação gradativa para o desligamento;
        IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
        § 1o  O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é equiparado ao
guardião, para todos os efeitos de direito.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 2o  Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional
remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da
situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação prevista no §
1o do art. 19 desta Lei.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        § 3o  Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão
conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em
programas de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes,
incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar.         (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)        Vigência
        § 4o  Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades que
desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do
Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o contato da criança ou adolescente
com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo.        
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        § 5o  As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional somente
poderão receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e finalidades
desta Lei.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência
182
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 6o  O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de entidade que desenvolva
programas de acolhimento familiar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da apuração
de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal.           (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)    
Vigência
        § 7o  Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento institucional, dar-se-á
especial atenção à atuação de educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, às
rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto como
prioritárias.            (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 93.  As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter
excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade
competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da
Juventude, sob pena de responsabilidade.         (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        Parágrafo único.  Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e se
necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para promover a
imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso
possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento familiar, institucional
ou a família substituta, observado o disposto no § 2o do art. 101 desta Lei.        (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)        Vigência
        Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, entre
outras:
        I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;
        II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de internação;
        III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;
        IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;
        V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares;
        VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou
impossível o reatamento dos vínculos familiares;
        VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
        VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adolescentes
atendidos;
        IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;
        X - propiciar escolarização e profissionalização;
        XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
        XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;
        XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
        XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos
resultados à  autoridade competente;
        XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;
        XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de
moléstias infecto-contagiosas;
        XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;
        XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;
        XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os
tiverem;
        XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome do
adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua
formação, relação de seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a
individualização do atendimento.
        § 1o  Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo às entidades que mantêm
programas de acolhimento institucional e familiar.           (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009)         Vigência
        § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades utilizarão
preferencialmente os recursos da comunidade.
183
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 94-A.  As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recepcionem crianças e


adolescentes, ainda que em caráter temporário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a
reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos.       (Incluído pela Lei
nº 13.046, de 2014)
Seção II
Da Fiscalização das Entidades
        Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas
pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
        Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresentados ao estado ou ao
município, conforme a origem das dotações orçamentárias.
        Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação
constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou
prepostos:          (Vide Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
        I - às entidades governamentais:
        a) advertência;
        b) afastamento provisório de seus dirigentes;
        c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
        d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
        II - às entidades não-governamentais:
        a) advertência;
        b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
        c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
        d) cassação do registro.
        § 1o  Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendimento, que coloquem em
risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou
representado perante autoridade judiciária competente para as providências cabíveis, inclusive
suspensão das atividades ou dissolução da entidade.           (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009)          Vigência
        § 2o  As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não governamentais responderão
pelos danos que seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o
descumprimento dos princípios norteadores das atividades de proteção específica.            (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
Título II
Das Medidas de Proteção
Capítulo I
Disposições Gerais
        Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
        I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
        II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
        III - em razão de sua conduta.
Capítulo II
Das Medidas Específicas de Proteção
        Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,
bem como substituídas a qualquer tempo.
        Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-
se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
        Parágrafo único.  São também princípios que regem a aplicação das medidas:        (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009)   Vigência
        I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os
titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal;         (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência
        II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma contida nesta
Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são
titulares;         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
184
NA CURSOS E ASSESSORIA

        III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos
assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por
esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de
governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de programas
por entidades não governamentais;         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
        IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritariamente aos
interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros
interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto;         (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
        V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada
no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;        (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a
situação de perigo seja conhecida;         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e
instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do
adolescente;         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de
perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é
tomada;         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os
seus deveres para com a criança e o adolescente;       (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente deve
ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou,
se isso não for possível, que promovam a sua integração em família adotiva;             (Redação dada pela
Lei nº 13.509, de 2017)
        XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de
desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos
seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa;       
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos
pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a
ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção,
sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária competente, observado o disposto
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
        I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
        II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
        III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
        IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente;            (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial;
        VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos;
        VII - acolhimento institucional;           (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;         (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        IX - colocação em família substituta.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 1o  O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais,
utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para
colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.         (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009)   Vigência
185
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 2o  Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência ou
abuso sexual e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou
adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na
deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento judicial
contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla
defesa.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 3o  Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam
programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento,
expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:            (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se
conhecidos;        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência;        (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda;        (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar.        (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        § 4o  Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade responsável pelo
programa de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendimento, visando
à reintegração familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário de
autoridade judiciária competente, caso em que também deverá contemplar sua colocação em família
substituta, observadas as regras e princípios desta Lei.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        § 5o  O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do respectivo
programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos
pais ou do responsável.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 6o  Constarão do plano individual, dentre outros:       (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        I - os resultados da avaliação interdisciplinar;       (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e       (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou com o adolescente acolhido
e seus pais ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e
fundamentada determinação judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação em família
substituta, sob direta supervisão da autoridade judiciária.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        § 7o  O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo à residência dos pais ou
do responsável e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a
necessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de
promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança ou com o adolescente
acolhido.        (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
            § 8o  Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de
acolhimento familiar ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista ao
Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.         (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
        § 9o  Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente à família
de origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação, apoio e
promoção social, será enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição
pormenorizada das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da
entidade ou responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar, para a destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda.        (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        § 10.  Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com
a ação de destituição do poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos
186
NA CURSOS E ASSESSORIA

complementares ou de outras providências indispensáveis ao ajuizamento da demanda.     


(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 11.  A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um cadastro contendo
informações atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar e
institucional sob sua responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de
cada um, bem como as providências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em família
substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.          (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009)   Vigência
        § 12.  Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da
Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistência
Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de políticas públicas que permitam reduzir o
número de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período de permanência
em programa de acolhimento.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da regularização
do registro civil.          (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou
adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
        § 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata este artigo são isentos de
multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
        § 3o  Caso ainda não definida a paternidade, será  deflagrado procedimento específico destinado à
sua averiguação, conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29 de dezembro de 1992.          (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 4o  Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de
investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do
suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para
adoção.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 5o  Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento
de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta
prioridade.            (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 6o  São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de paternidade no
assento de nascimento e a certidão correspondente.            (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Título III
Da Prática de Ato Infracional
Capítulo I
Disposições Gerais
        Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
        Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas
nesta Lei.
        Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do
fato.
        Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.
Capítulo II
Dos Direitos Individuais
        Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional
ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
        Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão,
devendo ser informado acerca de seus direitos.
        Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão
incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por
ele indicada.
        Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de
liberação imediata.
        Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e
cinco dias.
187
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria
e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
        Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos
órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.
Capítulo III
Das Garantias Processuais
        Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.
        Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:
        I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio
equivalente;
        II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir
todas as provas necessárias à sua defesa;
        III - defesa técnica por advogado;
        IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
        V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
        VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.
Capítulo IV
Das Medidas Sócio-Educativas
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao
adolescente as seguintes medidas:
        I - advertência;
        II - obrigação de reparar o dano;
        III - prestação de serviços à comunidade;
        IV - liberdade assistida;
        V - inserção em regime de semi-liberdade;
        VI - internação em estabelecimento educacional;
        VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
        § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as
circunstâncias e a gravidade da infração.
        § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.
        § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e
especializado, em local adequado às suas condições.
        Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.
        Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a existência de
provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos
termos do art. 127.
        Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade e
indícios suficientes da autoria.
Seção II
Da Advertência
        Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada.
Seção III
Da Obrigação de Reparar o Dano
        Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá
determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por
outra forma, compense o prejuízo da vítima.
        Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra
adequada.
Seção IV
Da Prestação de Serviços à Comunidade
        Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de
interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
188
NA CURSOS E ASSESSORIA

escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou


governamentais.
        Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser
cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em
dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.
Seção V
Da Liberdade Assistida
        Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o
fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
        § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser
recomendada por entidade ou programa de atendimento.
        § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo
ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o
defensor.
        Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização
dos seguintes encargos, entre outros:
        I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se
necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
        II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive,
sua matrícula;
        III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de
trabalho;
        IV - apresentar relatório do caso.
Seção VI
Do Regime de Semi-liberdade
        Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de
transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de
autorização judicial.
        § 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser
utilizados os recursos existentes na comunidade.
        § 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições
relativas à internação.
Seção VII
Da Internação
        Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
        § 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade,
salvo expressa determinação judicial em contrário.
        § 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante
decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
        § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
        § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado
em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida.
        § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
        § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o
Ministério Público.
        § 7o  A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a qualquer tempo pela
autoridade judiciária.       (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
        Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
        I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
        II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
        III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
        § 1o  O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três)
meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.       (Redação dada pela Lei
nº 12.594, de 2012)      (Vide)
189
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.
        Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local
distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição
física e gravidade da infração.
        Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias atividades
pedagógicas.
        Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
        I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
        II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
        III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
        IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
        V - ser tratado com respeito e dignidade;
        VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais
ou responsável;
        VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
        VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
        IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
        X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
        XI - receber escolarização e profissionalização;
        XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
        XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
        XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;
        XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los, recebendo
comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;
        XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em
sociedade.
        § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
        § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou
responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do
adolescente.
        Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar
as medidas adequadas de contenção e segurança.
Capítulo V
Da Remissão
        Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante
do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às
circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e
sua maior ou menor participação no ato infracional.
        Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária
importará na suspensão ou extinção do processo.
        Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da
responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação
de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a
internação.
        Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer
tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério
Público.
Título IV
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
        Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
        I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção
da família;            (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos;
        III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
190
NA CURSOS E ASSESSORIA

        IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;


        V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar;
        VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
        VII - advertência;
        VIII - perda da guarda;
        IX - destituição da tutela;
        X - suspensão ou destituição do poder familiar.             (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á
o disposto nos arts. 23 e 24.
        Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou
responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor
da moradia comum.
        Parágrafo único.  Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de que
necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.             (Incluído pela Lei nº 12.415, de
2011)
Título V
Do Conselho Tutelar
Capítulo I
Disposições Gerais
        Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela
sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
       Art. 132.  Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo,
1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco)
membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma)
recondução, mediante novo processo de escolha.             (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
        Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
        I - reconhecida idoneidade moral;
        II - idade superior a vinte e um anos;
        III - residir no município.
Art. 134.  Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do Conselho
Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o direito
a:            (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
I - cobertura previdenciária;             (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração
mensal;              (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
III - licença-maternidade;             (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
IV - licença-paternidade;             (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
V - gratificação natalina.             (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Parágrafo único.  Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos
necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continuada dos
conselheiros tutelares.             (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
        Art. 135.  O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e
estabelecerá presunção de idoneidade moral.             (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Capítulo II
Das Atribuições do Conselho
        Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
        I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as
medidas previstas no art. 101, I a VII;
        II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
        III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
        a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e
segurança;
        b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas
deliberações.
191
NA CURSOS E ASSESSORIA

        IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal
contra os direitos da criança ou adolescente;
        V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
        VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de
I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
        VII - expedir notificações;
        VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
        IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e
programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
        X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art.
220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
        XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder
familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família
natural.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e
treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e
adolescentes.       (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
        Parágrafo único.  Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o
afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe
informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio
e a promoção social da família.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a
pedido de quem tenha legítimo interesse.
Capítulo III
Da Competência
        Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante do art. 147.
Capítulo IV
Da Escolha dos Conselheiros
        Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em lei
municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público.             (Redação dada pela Lei nº 8.242, de
12.10.1991)
§ 1o  O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o
território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao
da eleição presidencial.             (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
§ 2o  A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo
de escolha.             (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
§ 3o  No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer,
prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de
pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Capítulo V
Dos Impedimentos
        Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e
descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou
madrasta e enteado.
        Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relação à
autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da
Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.
Título VI
Do Acesso à Justiça
Capítulo I
Disposições Gerais
        Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério
Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
192
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de defensor
público ou advogado nomeado.
        § 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de custas
e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
        Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maiores de dezesseis e menores
de vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou
processual.
        Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou adolescente, sempre que
os interesses destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de representação
ou assistência legal ainda que eventual.
        Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a
crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
       Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança ou adolescente,
vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do
nome e sobrenome.             (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
        Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o artigo anterior somente será
deferida pela autoridade judiciária competente, se demonstrado o interesse e justificada a finalidade.
Capítulo II
Da Justiça da Infância e da Juventude
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e exclusivas da infância
e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de
habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões.
Seção II
Do Juiz
        Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que
exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local.
        Art. 147. A competência será determinada:
        I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
        II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.
        § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão,
observadas as regras de conexão, continência e prevenção.
        § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos pais
ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente.
        § 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que
atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do
local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou
retransmissoras do respectivo estado.
        Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
        I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato infracional
atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
        II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;
        III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
        IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à
criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;
        V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando as
medidas      cabíveis;
        VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança
ou     adolescente;
        VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
        Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é também
competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
        a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
193
NA CURSOS E ASSESSORIA

        b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da tutela ou


guarda;             (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
        d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao exercício
do poder familiar;             (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
        f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de outros
procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente;
        g) conhecer de ações de alimentos;
        h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e óbito.
        Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante
alvará:
        I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável,
em:
        a) estádio, ginásio e campo desportivo;
        b) bailes ou promoções dançantes;
        c) boate ou congêneres;
        d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
        e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
        II - a participação de criança e adolescente em:
        a) espetáculos públicos e seus ensaios;
        b) certames de beleza.
        § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará em conta, dentre outros
fatores:
        a) os princípios desta Lei;
        b) as peculiaridades locais;
        c) a existência de instalações adequadas;
        d) o tipo de freqüência habitual ao local;
        e) a adequação do ambiente a eventual participação ou freqüência de crianças e adolescentes;
        f) a natureza do espetáculo.
        § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso,
vedadas as determinações de caráter geral.
Seção III
Dos Serviços Auxiliares
        Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever recursos
para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da
Juventude.
        Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela
legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem
assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo
sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista
técnico.
        Parágrafo único.  Na ausência ou insuficiência de servidores públicos integrantes do Poder
Judiciário responsáveis pela realização dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras espécies de
avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por determinação judicial, a autoridade judiciária poderá
proceder à nomeação de perito, nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil).             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Capítulo III
Dos Procedimentos
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiariamente as normas gerais
previstas na legislação processual pertinente.
194
NA CURSOS E ASSESSORIA

§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na tramitação dos processos e
procedimentos previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais a eles
referentes.          (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência
§ 2º  Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimentos são contados em dias
corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em dobro para a
Fazenda Pública e o Ministério Público.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a procedimento previsto nesta ou em
outra lei, a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providências
necessárias, ouvido o Ministério Público.
        Parágrafo único.  O disposto neste artigo não se aplica para o fim de afastamento da criança ou do
adolescente de sua família de origem e em outros procedimentos necessariamente
contenciosos.      (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
        Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
Seção II
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá início por provocação do
Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse.      (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        Art. 156. A petição inicial indicará:
        I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
        II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido, dispensada a
qualificação em se tratando de pedido formulado por representante do Ministério Público;
        III - a exposição sumária do fato e o pedido;
        IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e documentos.
        Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar
a suspensão do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a
criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade.          
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
        § 1o  Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determinará, concomitantemente ao
despacho de citação e independentemente de requerimento do interessado, a realização de estudo social
ou perícia por equipe interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de uma das causas
de suspensão ou destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e
observada a Lei    no 13.431, de 4 de abril de 2017.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o  Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à
equipe interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1o deste artigo, de representantes do órgão
federal responsável pela política indigenista, observado o disposto no § 6o do art. 28 desta Lei.     
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as
provas a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos.
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua realização.            (Incluído pela
Lei nº 12.962, de 2014)
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente.             (Incluído pela Lei nº
12.962, de 2014)
§ 3o  Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou
residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa da família
ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora que
designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil).             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o  Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não sabido, serão citados por edital
no prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a localização.     
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado, sem prejuízo do próprio
sustento e de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a
apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do despacho de nomeação.
195
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Parágrafo único.  Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial de justiça deverá


perguntar, no momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor.           (Incluído
pela Lei nº 12.962, de 2014)
        Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qualquer repartição ou órgão
público a apresentação de documento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou
do Ministério Público.
Art. 161.  Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo social ou a perícia realizada por
equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério
Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual prazo.     
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 1º  A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público,
determinará a oitiva de testemunhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão ou
destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil), ou no art. 24 desta Lei.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 2o (Revogado).             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 3o  Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória, desde que possível e
razoável, a oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
compreensão sobre as implicações da medida.            (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência
        § 4º  É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados e estiverem em local
conhecido, ressalvados os casos de não comparecimento perante a Justiça quando devidamente
citados.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade judicial requisitará sua
apresentação para a oitiva.           (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
        Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público,
por cinco dias, salvo quando este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instrução e
julgamento.
§ 1º (Revogado).             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-
se oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se sucessivamente
o requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável
por mais 10 (dez) minutos.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o  A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente, designar
data para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o  Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado pelo Ministério Público, não
haverá necessidade de nomeação de curador especial em favor da criança ou adolescente.     
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 163.  O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e
caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços para
preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação em família substituta.             (Redação dada
pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Parágrafo único.  A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será averbada
à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente.          (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)       Vigência
Seção III
Da Destituição da Tutela
        Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a remoção de tutor previsto na
lei processual civil e, no que couber, o disposto na seção anterior.
Seção IV
Da Colocação em Família Substituta
        Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em família substituta:
        I - qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa
anuência deste;
        II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, ou companheiro, com a
criança ou adolescente, especificando se tem ou não parente vivo;
        III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se conhecidos;
196
NA CURSOS E ASSESSORIA

        IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se possível, uma cópia da
respectiva certidão;
        V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relativos à criança ou ao
adolescente.
        Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os requisitos específicos.
      Art. 166.  Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou suspensos do poder familiar, ou
houverem aderido expressamente ao pedido de colocação em família substituta, este poderá ser
formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada a
assistência de advogado.             (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 1o  Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017)
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devidamente assistidas por advogado ou por
defensor público, para verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias,
contado da data do protocolo da petição ou da entrega da criança em juízo, tomando por termo as
declarações; e             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
II - declarará a extinção do poder familiar.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
         § 2o  O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de orientações e
esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em
especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)       Vigência
         § 3o  São garantidos a livre manifestação de vontade dos detentores do poder familiar e o direito ao
sigilo das informações.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
         § 4o  O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for ratificado na audiência a
que se refere o § 1o deste artigo.              (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 5o  O consentimento é retratável até a data da realização da audiência especificada no § 1o deste
artigo, e os pais podem exercer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação
da sentença de extinção do poder familiar.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 6o  O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento da criança.          (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)      Vigência
        § 7o  A família natural e a família substituta receberão a devida orientação por intermédio de equipe
técnica interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio
dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar.            (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público,
determinará a realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo
sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de convivência.
        Parágrafo único.  Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio de convivência, a criança
ou o adolescente será entregue ao interessado, mediante termo de responsabilidade.              (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança
ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a
autoridade judiciária em igual prazo.
        Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a suspensão do poder
familiar constituir pressuposto lógico da medida principal de colocação em família substituta, será
observado o procedimento contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo.              (Expressão
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada nos mesmos autos do
procedimento, observado o disposto no art. 35.
        Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o
contido no art. 47.
        Parágrafo único.  A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de pessoa inscrita em
programa de acolhimento familiar será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este
responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias.              (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
Seção V
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente
197
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado à
autoridade judiciária.
        Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à
autoridade policial competente.
        Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e em
se tratando de ato infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição
especializada, que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à
repartição policial própria.
        Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça a
pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá:
        I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
        II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
        III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da
infração.
        Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser substituída por
boletim de ocorrência circunstanciada.
        Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente
liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao
representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato,
exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente
permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.
        Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao
representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de
ocorrência.
        § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à
entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de
vinte e quatro horas.
        § 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela
autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação
em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo
referido no parágrafo anterior.
        Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao
representante do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
        Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente na
prática de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público
relatório das investigações e     demais documentos.
        Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido ou
transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade,
ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
        Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista
do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório
judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informalmente à
sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
        Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Público notificará os
pais ou responsável para apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das polícias civil e
militar.
        Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do Ministério
Público poderá:
        I - promover o arquivamento dos autos;
        II - conceder a remissão;
        III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa.
        Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do
Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão
conclusos à autoridade judiciária para homologação.
198
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará, conforme o


caso, o cumprimento da medida.
        § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça,
mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro membro do
Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a
autoridade judiciária obrigada a      homologar.
        Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o
arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a
instauração de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada.
        § 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a
classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida
oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
        § 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade.
        Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o
adolescente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
        Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação do
adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, observado o
disposto no art. 108 e parágrafo.
        § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação, e
notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
        § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador especial
ao adolescente.
        § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e
apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.
        § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da
notificação dos pais ou responsável.
        Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em
estabelecimento prisional.
        § 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o adolescente
deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
        § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em repartição
policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo
ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.
        Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária procederá
à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado.
        § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do Ministério
Público, proferindo decisão.
        § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em regime de
semi-liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado constituído,
nomeará defensor, designando, desde logo, audiência em continuação, podendo determinar a realização
de diligências e estudo do caso.
        § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três dias contado da audiência de
apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
        § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na defesa
prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao
representante do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para
cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.
        Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente à audiência
de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua condução coercitiva.
        Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada em
qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
        Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na sentença:
        I - estar provada a inexistência do fato;
        II - não haver prova da existência do fato;
        III - não constituir o fato ato infracional;
199
NA CURSOS E ASSESSORIA

        IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.
        Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente internado, será imediatamente
colocado em liberdade.
        Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-liberdade
será feita:
        I - ao adolescente e ao seu defensor;
        II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.
        § 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor.
        § 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não
recorrer da sentença.
Seção V-A
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual de
Criança e de Adolescente” 
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes previstos
nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às seguintes
regras:              (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e fundamentada, que
estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público;            (Incluído
pela Lei nº 13.441, de 2017)
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de polícia e
conterá a demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos
das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a
identificação dessas pessoas;            (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que
o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério
da autoridade judicial.            (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relatórios parciais da operação de
infiltração antes do término do prazo de que trata o inciso II do § 1º deste artigo.           (Incluído pela Lei
nº 13.441, de 2017)
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo, consideram-se:            (Incluído pela Lei nº
13.441, de 2017)
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço de
Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;            (Incluído pela Lei nº 13.441,
de 2017)
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usuário registrado
ou autenticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código de acesso
tenha sido atribuído no momento da conexão. 
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a prova puder ser obtida por
outros meios.           (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
 Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz
responsável pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo.            (Incluído pela Lei nº 13.441, de
2017)
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao
Ministério Público e ao delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo
das investigações.           (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para, por meio da internet, colher
indícios de autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D
desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal).                 (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da investigação
responderá pelos excessos praticados.           (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
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NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados próprios,
mediante procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessárias à
efetividade da identidade fictícia criada.            (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será numerado e tombado em livro
específico.           (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação deverão
ser registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com
relatório circunstanciado.            (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reunidos em autos
apartados e apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a
preservação da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescentes
envolvidos.           (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Seção VI
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento
        Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade governamental e não-
governamental terá início mediante portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério
Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, resumo dos fatos.
        Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,
decretar liminarmente o afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante decisão
fundamentada.
        Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita,
podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.
        Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autoridade judiciária designará
audiência de instrução e julgamento, intimando as partes.
        § 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão cinco dias para
oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
        § 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade governamental,
a autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa imediatamente superior ao afastado, marcando
prazo para a substituição.
        § 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a
remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem
julgamento de mérito.
        § 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou programa de atendimento.
Seção VII
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente
        Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa por infração às normas de
proteção à criança e ao adolescente terá início por representação do Ministério Público, ou do Conselho
Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por duas
testemunhas, se possível.
        § 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas fórmulas impressas,
especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
        § 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se,
em caso contrário, dos motivos do retardamento.
        Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação de defesa, contado da data da
intimação, que será feita:
        I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença do requerido;
        II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entregará cópia do auto ou da
representação ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;
        III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o requerido ou seu
representante legal;
        IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o paradeiro do requerido ou de seu
representante legal.
        Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade judiciária dará vista dos
autos do Ministério Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na conformidade do artigo anterior,
ou, sendo necessário, designará audiência de instrução e julgamento.             (Vide Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o Ministério Público e o
procurador do requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério
da autoridade judiciária, que em seguida proferirá sentença.
Seção VIII
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
Art. 197-A.  Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresentarão petição inicial na qual
conste:             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
I - qualificação completa;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
II - dados familiares;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou declaração relativa ao período de
união estável;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas;             (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009)   Vigência
V - comprovante de renda e domicílio;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
VI - atestados de sanidade física e mental;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
VII - certidão de antecedentes criminais;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
VIII - certidão negativa de distribuição cível.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Art. 197-B.  A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao
Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá:             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional encarregada de elaborar o
estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em juízo e
testemunhas;             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
III - requerer a juntada de documentos complementares e a realização de outras diligências que entender
necessárias.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Art. 197-C.  Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e
da Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que permitam aferir a
capacidade e o preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade ou maternidade
responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
§ 1o  É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal
de garantia do direito à convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente habilitados
perante a Justiça da Infância e da Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à
adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com
necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017)
§ 2o  Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da preparação referida no § 1o deste
artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou institucional,
a ser realizado sob orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da
Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de
acolhimento familiar e institucional e pela execução da política municipal de garantia do direito à
convivência familiar.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o  É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhidos institucionalmente ou por família
acolhedora sejam preparados por equipe interprofissional antes da inclusão em família adotiva.     
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 197-D.  Certificada nos autos a conclusão da participação no programa referido no art. 197-C desta
Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca das diligências
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NA CURSOS E ASSESSORIA

requeridas pelo Ministério Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, designando, conforme
o caso, audiência de instrução e julgamento.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Parágrafo único.  Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas indeferidas, a autoridade
judiciária determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério
Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
Art. 197-E.  Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei,
sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme
a disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)  Vigência
§ 1o  A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser observada pela autoridade
judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor
solução no interesse do adotando.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
§ 2o  A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe
interprofissional.             (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o  Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será dispensável a renovação da habilitação,
bastando a avaliação por equipe interprofissional.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o  Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à adoção de crianças ou adolescentes indicados
dentro do perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação concedida.             (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
§ 5o  A desistência do pretendente em relação à guarda para fins de adoção ou a devolução da criança
ou do adolescente depois do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na sua exclusão dos
cadastros de adoção    (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 197-F.  O prazo máximo para conclusão da habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias,
prorrogável por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.             (Incluído
pela Lei nº 13.509, de 2017)
Capítulo IV
Dos Recursos
        Art. 198.  Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à
execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei no 5.869, de 11 de janeiro
de 1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes adaptações:       (Redação dada pela Lei nº
12.594, de 2012)      (Vide)
        I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo;
       II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público e
para a defesa será sempre de 10 (dez) dias;       (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
        III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;
        IV -             (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        V -             (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        VI -             (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou do
instrumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou
reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
        VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento à
superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente; se a
reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do Ministério
Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.
         Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá recurso de apelação.
Art. 199-A.  A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que
será recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou se
houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando.             (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)  Vigência
Art. 199-B.  A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar fica sujeita a
apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
203
NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 199-C.  Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição de poder familiar, em face da
relevância das questões, serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente
distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e serão
colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer urgente do Ministério
Público.              (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Art. 199-D.  O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamento no prazo máximo de 60
(sessenta) dias, contado da sua conclusão.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Parágrafo único.  O Ministério Público será intimado da data do julgamento e poderá na sessão, se
entender necessário, apresentar oralmente seu parecer.             (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
Art. 199-E.  O Ministério Público poderá requerer a instauração de procedimento para apuração de
responsabilidades se constatar o descumprimento das providências e do prazo previstos nos artigos
anteriores.              (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
Capítulo V
Do Ministério Público
        Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão exercidas nos termos da
respectiva lei     orgânica.
        Art. 201. Compete ao Ministério Público:
        I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
        II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes;
        III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e destituição
do poder familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os
demais procedimentos da competência da Justiça da Infância e da Juventude;             (Expressão
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a inscrição de
hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens de
crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
        V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses individuais,
difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II,
da Constituição Federal;
        VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
        a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não
comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
        b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais, estaduais e
federais, da administração direta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências investigatórias;
        c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;
        VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a instauração de
inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à juventude;
        VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e
adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
        IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou
tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;
        X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra as
normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e penal
do infrator, quando cabível;
        XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que trata
esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de
irregularidades porventura verificadas;
        XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos, hospitalares,
educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições.
        § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não impede a de
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.
        § 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a
finalidade do Ministério Público.
204
NA CURSOS E ASSESSORIA

        § 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a todo
local onde se encontre criança ou adolescente.
        § 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das informações e
documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
        § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o representante do
Ministério Público:
        a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o competente procedimento, sob sua
presidência;
        b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em dia, local e horário
previamente notificados ou acertados;
        c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública afetos à
criança e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.
        Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério
Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos
depois das partes, podendo juntar documentos e requerer diligências, usando os recursos cabíveis.
        Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.
        Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será declarada
de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
        Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser
fundamentadas.
Capítulo VI
Do Advogado
        Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que tenha
legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através de
advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o
segredo de justiça.
        Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita àqueles que dela
necessitarem.
        Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou
foragido, será     processado sem defensor.
        § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a
todo tempo, constituir outro de sua preferência.
        § 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo, devendo o
juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
        § 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou, sido
constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária.
Capítulo VII
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos
        Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos
direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta
irregular:             (Vide Lei nº 12.010, de 2009)       Vigência
        I - do ensino obrigatório;
        II - de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;
        III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de
idade;            (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
        IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
        V - de programas suplementares de oferta de material didático-escolar, transporte e assistência à
saúde do     educando do ensino fundamental;
        VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família, à maternidade, à infância e à
adolescência, bem como ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;
        VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
        VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade.
        IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social de famílias e destinados
ao pleno exercício do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes.             (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009)   Vigência
205
NA CURSOS E ASSESSORIA

X - de programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas e aplicação de medidas


de proteção.       (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
XI - de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao adolescente vítima ou testemunha
de violência.         (Incluído pela Lei nº 13.431, de 2017)      (Vigência)
        § 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros interesses
individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição e
pela Lei.             (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de 2005)
        § 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada imediatamente
após notificação aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia
Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes todos os dados
necessários à identificação do desaparecido.             (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005)
        Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva
ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a
competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
        Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, consideram-se
legitimados concorrentemente:
        I - o Ministério Público;
        II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territórios;
        III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da
assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
        § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos estados na
defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
        § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público
ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
        Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de
ajustamento de sua conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
        Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as
espécies de ações pertinentes.
        § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Código de Processo Civil.
        § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do poder público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação
mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
        Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz
concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento.
        § 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando o réu.
        § 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo
razoável para o cumprimento do preceito.
        § 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor, mas
será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
        Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e
do Adolescente do respectivo município.
        § 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas
através de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos
demais legitimados.
        § 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento
oficial de crédito, em conta com correção monetária.
        Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
        Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao poder público, o juiz
determinará a remessa de peças à autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
206
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória sem que a
associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa
aos demais legitimados.
        Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os honorários advocatícios arbitrados
na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil),
quando reconhecer que a pretensão é manifestamente infundada.
        Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis
pela propositura da ação serão solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de
responsabilidade por perdas e danos.
        Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas.
        Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério
Público, prestando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os
elementos de convicção.
        Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais tiverem conhecimento de fatos que
possam ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as providências
cabíveis.
        Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as
certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
        Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo
que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
        § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência
de fundamento para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil
ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.
        § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob pena de
se incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
        § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, em sessão do Conselho
Superior do Ministério público, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas ou
documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.
        § 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior do
Ministério Público, conforme dispuser o seu regimento.
        § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, desde
logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
        Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de
julho de 1985.
Título VII
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Capítulo I
Dos Crimes
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o adolescente, por ação ou
omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
        Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal e,
quanto ao     processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
        Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada
Seção II
Dos Crimes em Espécie
        Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de
gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei,
bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica, declaração de
nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Parágrafo único. Se o crime é culposo:
207
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.


        Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de
gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de
proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Parágrafo único. Se o crime é culposo:
        Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
        Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar
em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária competente:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das
formalidades legais.
        Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de fazer
imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele
indicada:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
constrangimento:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Art. 233.             (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997:
        Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação de
criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado
de liberdade:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou
representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos.
        Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei
ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
        Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
        Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
        Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
        Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
        Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente
para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
        Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
        Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude:             (Incluído pela Lei nº
10.764, de 12.11.2003)
        Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.
        Art. 240.  Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo
explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:              (Redação dada pela Lei nº 11.829,
de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.              (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
2008)
§ 1o  Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia
a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com
esses contracena.              (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:              (Redação dada pela Lei
nº 11.829, de 2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;              (Redação dada pela Lei nº
11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou              (Redação
dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
208
NA CURSOS E ASSESSORIA

III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por
adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha
autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.              (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)       
Art. 241.  Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:             (Redação dada pela Lei nº 11.829,
de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.             (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
2008)
        Art. 241-A.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer
meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:              (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.             (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1o  Nas mesmas penas incorre quem:          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de que trata
o caput deste artigo;          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou imagens
de que trata o caput deste artigo.         (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 § 2o  As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste artigo são puníveis quando o responsável
legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito
de que trata o caput deste artigo.            (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Art. 241-B.  Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 § 1o  A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se
refere o caput deste artigo.          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 § 2o  Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades
competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a
comunicação for feita por:          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 I – agente público no exercício de suas funções;            (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o
recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste
parágrafo;        (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por
meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial,
ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 § 3o  As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito
referido.          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Art. 241-C.  Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica
por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
representação visual:             (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica
ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Art. 241-D.  Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o
fim de com ela praticar ato libidinoso:        (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.           (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Parágrafo único.  Nas mesmas penas incorre quem:          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com
o fim de com ela praticar ato libidinoso;        (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir de forma
pornográfica ou sexualmente explícita.        (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
209
NA CURSOS E ASSESSORIA

 Art. 241-E.  Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou
pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais
explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins
primordialmente sexuais        (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
        Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
adolescente arma, munição ou explosivo:
        Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.          (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Art. 243.  Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a
criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes
possam causar dependência física ou psíquica:        (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.       
(Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
        Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam
incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
        Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
        Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2o desta Lei, à
prostituição ou à exploração sexual:       (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
        Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utilizados na prática
criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado
ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-
fé.          (Redação dada pela Lei nº 13.440, de 2017)
        § 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se
verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste
artigo.         (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
        § 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de
funcionamento do estabelecimento.         (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
        Art. 244-B.  Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando
infração penal ou induzindo-o a praticá-la:        (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
        Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.        (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
       § 1o  Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas
utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.         (Incluído pela
Lei nº 12.015, de 2009)
       § 2o  As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração
cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. (Incluído pela
Lei nº 12.015, de 2009)
Capítulo II
Das Infrações Administrativas
        Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de
ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
        Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento o exercício dos direitos
constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
        Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de
comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a
criança ou adolescente a que se atribua ato infracional:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
        § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente
envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe
sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
        § 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão, além da pena
prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou a
210
NA CURSOS E ASSESSORIA

suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico até por
dois números.          (Expressão declarada inconstitucional pela ADIN 869).
        Art. 248.                    (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017)      (Vigência)
        Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente
de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho
Tutelar:         (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
        Art. 250.  Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem
autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou
congênere:        (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
Pena – multa.           (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
§ 1º  Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá determinar
o fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.          (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
§ 2º  Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será
definitivamente fechado e terá sua licença cassada.         (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
        Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com inobservância do disposto nos
arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
        Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar visível e de
fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou
espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
        Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos, sem indicar
os limites de idade a que não se recomendem:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de reincidência, aplicável,
separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
        Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou
sem aviso de sua classificação:   (Expressão declarada inconstitucional pela ADI 2.404).
        Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade
judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
        Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão competente como
inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
        Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a autoridade poderá determinar
a suspensão do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
        Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação em vídeo, em desacordo
com a classificação atribuída pelo órgão competente:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade judiciária
poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
        Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:
        Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena em caso de reincidência,
sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
        Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de observar o que dispõe esta
Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação no
espetáculo:           (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade judiciária
poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
        Art. 258-A.  Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação e operacionalização dos
cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:         (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)   Vigência
        Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).       (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de efetuar o cadastramento de
crianças e de adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção
e de crianças e adolescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar.         (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
211
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Art. 258-B.  Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de
gestante de efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha
conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho para adoção:         (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).         (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009)   Vigência
        Parágrafo único.  Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial ou comunitário destinado
à garantia do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida no caput deste
artigo.         (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência        
Art. 258-C.  Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81:          (Redação dada pela Lei nº
13.106, de 2015)
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);        (Redação dada pela Lei
nº 13.106, de 2015)
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o recolhimento da multa
aplicada.           (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Disposições Finais e Transitórias
        Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação deste Estatuto, elaborará
projeto de lei dispondo sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de
atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do Livro II.
        Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promoverem a adaptação de seus órgãos e
programas às diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.
Art. 260.  Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo essas
integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os seguintes limites:        (Redação dada pela
Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com
base no lucro real; e         (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste
Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997.        (Redação dada
pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
          § 1º -          (Revogado pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997)
§ 1o-A.  Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos captados pelos fundos nacional,
estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas as disposições do
Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência
Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância.            (Redação dada dada pela
Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente fixarão
critérios de utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais receitas,
aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças
e adolescentes e para programas de atenção integral à primeira infância em áreas de maior carência
socioeconômica e em situações de calamidade.            (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
         § 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento,
regulamentará a comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo.          (Incluído
pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
          § 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma de fiscalização da aplicação, pelo
Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste
artigo.           (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)       
§ 5o  Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de
que trata o inciso I do caput:         (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite em conjunto com outras deduções do
imposto; e         (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - não poderá ser computada como despesa operacional na apuração do lucro real.         (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
212
NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 260-A.  A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a pessoa física poderá optar pela
doação de que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste
Anual.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
§ 1o  A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguintes percentuais aplicados sobre o
imposto apurado na declaração:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
I - (VETADO);          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - (VETADO);          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
§ 2o  A dedução de que trata o caput:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado na declaração de que
trata o inciso II do caput do art. 260;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - não se aplica à pessoa física que:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
a) utilizar o desconto simplificado;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
b) apresentar declaração em formulário; ou          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
c) entregar a declaração fora do prazo;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
III - só se aplica às doações em espécie; e          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
§ 3o  O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de vencimento da primeira quota ou quota
única do imposto, observadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do
Brasil.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
§ 4o  O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3o implica a glosa definitiva desta parcela
de dedução, ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na
Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na legislação.          (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012)      (Vide)
§ 5o  A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual as doações
feitas, no respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e
do Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional concomitantemente com a opção de que trata
o caput, respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
Art. 260-B.  A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser deduzida:          (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012)      (Vide)
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto trimestralmente;
e          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto
anualmente.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Parágrafo único.  A doação deverá ser efetuada dentro do período a que se refere a apuração do
imposto.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-C.  As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efetuadas em espécie ou em
bens.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Parágrafo único.  As doações efetuadas em espécie devem ser depositadas em conta específica, em
instituição financeira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260.         (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-D.  Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e
do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em favor do doador,
assinado por pessoa competente e pelo presidente do Conselho correspondente,
especificando:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
I - número de ordem;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do emitente;          (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012)      (Vide)
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
V - ano-calendário a que se refere a doação.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
213
NA CURSOS E ASSESSORIA

§ 1o  O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido anualmente, desde que
discrimine os valores doados mês a mês.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
§ 2o  No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identificação dos bens, mediante
descrição em campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, informando também se houve
avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
Art. 260-E.  Na hipótese da doação em bens, o doador deverá:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil;          (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012)      (Vide)
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, quando se tratar de pessoa física, e na
escrituração, no caso de pessoa jurídica; e          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
III - considerar como valor dos bens doados:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declaração do imposto de renda, desde que não
exceda o valor de mercado;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
Parágrafo único.  O preço obtido em caso de leilão não será considerado na determinação do valor dos
bens doados, exceto se o leilão for determinado por autoridade judiciária.         (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-F.  Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo
contribuinte por um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução perante a Receita
Federal do Brasil.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-G.  Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e
do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir os recursos do
Fundo;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - manter controle das doações recebidas; e          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as doações recebidas mês a mês,
identificando os seguintes dados por doador:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
a) nome, CNPJ ou CPF;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens.         (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012)      (Vide)
Art. 260-H.  Em caso de descumprimento das obrigações previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita
Federal do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
Art. 260-I.  Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e
municipais divulgarão amplamente à comunidade:          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
I - o calendário de suas reuniões;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à criança e ao
adolescente;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficiados com recursos dos Fundos dos
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais;          (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012)      (Vide)
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor dos recursos previstos para
implementação das ações, por projeto;          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto atendido, inclusive com
cadastramento na base de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência;
e          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da
Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012)      (Vide)
Art. 260-J.  O Ministério Público determinará, em cada Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos
incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei.          (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
214
NA CURSOS E ASSESSORIA

Parágrafo único.  O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a
responder por ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a requerimento
ou representação de qualquer cidadão.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-K.  A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à
Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a
relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais e
municipais, com a indicação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das contas bancárias
específicas mantidas em instituições financeiras públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos
dos Fundos.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
Art. 260-L.  A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as instruções necessárias à aplicação do
disposto nos arts. 260 a 260-K.         (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)      (Vide)
        Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente, os registros,
inscrições e alterações a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados
perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer a entidade.
        Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados e municípios, e os estados aos
municípios, os recursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam
criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente nos seus respectivos níveis.
        Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão
exercidas pela autoridade judiciária.
        Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com
as seguintes alterações:
1) Art. 121 ............................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de inobservância de
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não
procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o
homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze
anos.
2) Art. 129 ...............................................................
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
3) Art. 136.................................................................
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze anos.
4) Art. 213 ..................................................................
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214...................................................................
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de três a nove anos.»
        Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973, fica acrescido do seguinte item:
"Art. 102 ....................................................................
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular do texto integral
deste Estatuto, que será posto à disposição das escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos
direitos da criança e do adolescente.
Art. 265-A.  O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos direitos da criança e do
adolescente nos meios de comunicação social.            (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Parágrafo único.  A divulgação a que se refere o caput será veiculada em linguagem clara,
compreensível e adequada a crianças e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6
(seis) anos.            (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.
        Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovidas atividades e campanhas de
divulgação e esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
       Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de
Menores), e as demais disposições em contrário.
215
NA CURSOS E ASSESSORIA

        Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.


FERNANDO COLLOR 

LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, contra as
autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei.
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar
culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra a
autoridade culpada.
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo do
abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de
testemunhas, no máximo de três, se as houver.
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.              (Incluído pela Lei nº
6.657,de 05/06/79)
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com
abuso de poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer
outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu
valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de
carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou
desvio de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir
em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.            (Incluído pela Medida
Provisória nº 111, de 1989)
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir
em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.               (Incluído pela Lei nº
7.960, de 21/12/89)
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função
pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá
em:
216
NA CURSOS E ASSESSORIA

a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com perda de
vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma
indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e
consistirá em:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até três
anos.
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções
de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
Art. 7º recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção administrativa, a autoridade
civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato.
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou
federais, civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo.
§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação militar normas reguladoras do inquérito
administrativo serão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28
de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União).
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação
penal ou civil.
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou militar.
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade administrativa ou independentemente
dela, poderá ser promovida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou ambas, da
autoridade culpada.
Art. 10. Vetado
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil.
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por denúncia
do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito
horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a
sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento.
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas vias.
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o
acusado poderá:
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de duas testemunhas qualificadas;
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da audiência de instrução e julgamento, a designação
de um perito para fazer as verificações necessárias.
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o
apresentarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e julgamento.
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação poderá conter a indicação de mais duas
testemunhas.
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia requerer o arquivamento da
representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da
representação ao Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro órgão do Ministério
Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender.
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida
ação privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e oferecer
217
NA CURSOS E ASSESSORIA

denúncia substitutiva e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no
caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito horas, proferirá despacho,
recebendo ou rejeitando a denúncia.
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde logo, dia e hora para a audiência
de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente. dentro de cinco dias.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer à audiência de
instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será acompanhado da segunda via da
representação e da denúncia.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo, independentemente de
intimação.
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória para a audiência ou a intimação de
testemunhas ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra "b", requerimentos para a realização de
diligências, perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis
tais providências.
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de justiça declare
aberta a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o representante do
Ministério Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu.
Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o Juiz.
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão
retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência.
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e
realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no
local que o Juiz designar.
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se estiver presente.
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor
para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao Ministério
Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de
quinze minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz.
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a sentença.
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá,
em resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos e, por extenso,
os despachos e a sentença.
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Ministério Público ou o advogado que houver
subscrito a queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a observância dos
prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro.
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Código de Processo Penal, sempre que
compatíveis com o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei.
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, caberão os recursos e apelações previstas
no Código de Processo Penal.
Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência e 77º da República.
H. CASTELLO BRANCO 

LEI 11.340
218
NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 1o  Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher,
nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do
Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e
estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Art. 2o  Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível
educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe
asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental
e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Art. 3o  Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à
segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao
lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e
comunitária.
§ 1o  O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das mulheres no
âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 2o  Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo
exercício dos direitos enunciados no caput.
Art. 4o  Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e,
especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 5o  Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação
ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e
dano moral ou patrimonial:                        (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas,
com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação.
Parágrafo único.  As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Art. 6o  A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos
humanos.
CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
Art. 7o  São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição
da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou
controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
à saúde psicológica e à autodeterminação;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição
da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou
controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro
meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;   (Redação dada pela Lei nº
13.772, de 2018)
219
NA CURSOS E ASSESSORIA

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a
induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante
coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais
e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração,
destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores
e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
CAPÍTULO I
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
Art. 8o  A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio
de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de
ações não-governamentais, tendo por diretrizes:
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as
áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva
de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à freqüência da violência
doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente,
e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas;
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da família, de
forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de
acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3o e no inciso IV do art. 221 da
Constituição Federal;
IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em particular nas
Delegacias de Atendimento à Mulher;
V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e familiar
contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos
instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres;
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos de promoção de
parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo por objetivo
a implementação de programas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher;
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros
e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às questões de
gênero e de raça ou etnia;
VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito respeito à
dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos
direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e
familiar contra a mulher.
CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
Art. 9o  A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma
articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no
Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas
públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.
§ 1o  O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e
familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.
§ 2o  O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua
integridade física e psicológica:
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta;
220
NA CURSOS E ASSESSORIA

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis
meses.
§ 3o  A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos
benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de
contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis
nos casos de violência sexual.
CAPÍTULO III
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
Art. 10.  Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, a
autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências legais
cabíveis.
Parágrafo único.  Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de medida protetiva de
urgência deferida.
Art. 10-A.  É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento policial e
pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do sexo feminino -
previamente capacitados.                   (Incluíd pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 1o  A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha de violência
doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes
diretrizes:                   (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, considerada a sua condição
peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e familiar;                   (Incluído pela Lei nº 13.505,
de 2017)
II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência doméstica e familiar,
familiares e testemunhas terão contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas a eles
relacionadas;                   (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos
criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida privada.                   (Incluído
pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 2o  Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha de delitos
de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento:                   (Incluído pela
Lei nº 13.505, de 2017)
I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual conterá os
equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em situação de violência doméstica e familiar ou
testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida;                   (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional especializado em violência
doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial;                   (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)
III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a degravação e a mídia
integrar o inquérito.                   (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
Art. 11.  No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade policial
deverá, entre outras providências:
I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério Público e ao
Poder Judiciário;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver
risco de vida;
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da
ocorrência ou do domicílio familiar;
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.
Art. 12.  Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da
ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo
daqueles previstos no Código de Processo Penal:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada;
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
221
NA CURSOS E ASSESSORIA

III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da
ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames
periciais necessários;
V - ouvir o agressor e as testemunhas;
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes criminais,
indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra ele;
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.
§ 1o  O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter:
I - qualificação da ofendida e do agressor;
II - nome e idade dos dependentes;
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.
§ 2o  A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1o o boletim de ocorrência e cópia
de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.
§ 3o  Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e
postos de saúde.
Art. 12-A.  Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políticas e planos de atendimento à
mulher em situação de violência doméstica e familiar, darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à
criação de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos de
Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a investigação das violências graves
contra a mulher.
Art. 12-B.  (VETADO).                   (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 1o  (VETADO).                   (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 2o  (VETADO.                   (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 3o A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessários à defesa da mulher em
situação de violência doméstica e familiar e de seus dependentes.                   (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)
TÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS
 CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 13.  Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da prática
de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo
Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não
conflitarem com o estabelecido nesta Lei.
Art. 14.  Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com
competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos
Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher.
Parágrafo único.  Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as
normas de organização judiciária.
Art. 15.  É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
I - do seu domicílio ou de sua residência;
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III - do domicílio do agressor.
Art. 16.  Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só
será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal
finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
Art. 17.  É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de
cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o
pagamento isolado de multa.
CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
 Seção I
Disposições Gerais
222
NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 18.  Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso;
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
Art. 19.  As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do
Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1o  As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de
audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente
comunicado.
§ 2o  As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser
substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta
Lei forem ameaçados ou violados.
§ 3o  Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas
medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da
ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.
Art. 20.  Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do
agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação
da autoridade policial.
Parágrafo único.  O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de
motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 21.  A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos
pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do
defensor público.
Parágrafo único.  A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor.
Seção II
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor
Art. 22.  Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o
juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas
protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos
termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância
entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da
ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento
multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
§ 1o  As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na legislação em
vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser
comunicada ao Ministério Público.
§ 2o  Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas
no caput e incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao
respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará
a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo cumprimento da
determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o
caso.
§ 3o  Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer
momento, auxílio da força policial.
§ 4o  Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do
art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
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NA CURSOS E ASSESSORIA

Seção III
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
Art. 23.  Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de
atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após
afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos
filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
Art. 24.  Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade
particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de
propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes
da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.
Parágrafo único.  Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos incisos II e III
deste artigo.
Seção IV
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência 
Art. 24-A.  Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta
Lei:             (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.             (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 1o  A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as
medidas.             (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 2o  Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder
fiança.             (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 3o  O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.             (Incluído pela Lei
nº 13.641, de 2018)
CAPÍTULO III
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 25.  O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 26.  Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:
I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de assistência social e de
segurança, entre outros;
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em situação de
violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais cabíveis no
tocante a quaisquer irregularidades constatadas;
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.
CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
Art. 27.  Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência doméstica e
familiar deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei.
Art. 28.  É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e familiar o acesso aos serviços
de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial,
mediante atendimento específico e humanizado.
TÍTULO V
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
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NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 29.  Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados
poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais
especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.
Art. 30.  Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem
reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à
Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de
orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e os
familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
Art. 31.  Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofundada, o juiz poderá determinar a
manifestação de profissional especializado, mediante a indicação da equipe de atendimento
multidisciplinar.
Art. 32.  O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, poderá prever recursos para a
criação e manutenção da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 33.  Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as
varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as causas
decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões do
Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.
Parágrafo único.  Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais, para o processo e o
julgamento das causas referidas no caput.
TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 34.  A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser
acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.
Art. 35.  A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e promover, no limite das
respectivas competências:
I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos dependentes em
situação de violência doméstica e familiar;
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de violência doméstica
e familiar;
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e centros de perícia médico-legal
especializados no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar;
IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar;
V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.
Art. 36.  A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a adaptação de seus órgãos
e de seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.
Art. 37.  A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei poderá ser exercida,
concorrentemente, pelo Ministério Público e por associação de atuação na área, regularmente constituída
há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.
Parágrafo único.  O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz quando entender que
não há outra entidade com representatividade adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.
Art. 38.  As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher serão incluídas nas bases
de dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de
dados e informações relativo às mulheres.
Parágrafo único.  As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal poderão
remeter suas informações criminais para a base de dados do Ministério da Justiça.
Art. 39.  A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de suas competências e nos
termos das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamentárias
específicas, em cada exercício financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas nesta Lei.
Art. 40.  As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorrentes dos princípios por ela
adotados.
Art. 41.  Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente
da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
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NA CURSOS E ASSESSORIA

Art. 42.  O art. 313 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa
a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
“Art. 313.  .................................................
................................................................
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da lei específica, para
garantir a execução das medidas protetivas de urgência.” (NR)
Art. 43.  A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 61.  ..................................................
.................................................................
II - ............................................................
.................................................................
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
........................................................... ” (NR)
Art. 44.  O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar
com as seguintes alterações:
“Art. 129.  ..................................................
..................................................................
§ 9o  Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
..................................................................
§ 11.  Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido
contra pessoa portadora de deficiência.” (NR)
Art. 45.  O art. 152 da Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), passa a vigorar com
a seguinte redação:
“Art. 152.  ...................................................
Parágrafo único.  Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o
comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR)
Art. 46.  Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua publicação.
Brasília,  7  de  agosto  de 2006; 185o da Independência e 118o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
Dilma Rousseff

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