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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - ICA


ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

GBISON FERREIRA DE ALMEIDA

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE DE


INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO

MONTES CLAROS - MG
Setembro 2018
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - ICA
ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE DE


INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO

Relatório entregue como requisito parcial para


a disciplina de Irrigação e Drenagem, sob
orientação do Profº Dr. Flávio Gonçalves
Oliveira .

MONTES CLAROS - MG
Setembro 2018
INTRODUÇÃO
A demanda crescente por maior produção de alimentos em áreas cada vez mais
reduzidas, devido a necessidade de manutenção dos recursos naturais, exigem o uso de
técnicas que elevem a capacidade produtiva dos processos agropecuários. Desta maneira,
a irrigação, técnica que visa o suprimento da demanda hídrica das culturas por meio do
uso racional de água, é indispensável para garantir melhores resultados.
No entanto, um projeto de irrigação para ser bem executado garantido menores
custos de instalação, de operação e economia em recursos hídricos e energéticos; alguns
parâmetros de referência devem ser levantados em campo como, tipo e características do
solo como: relevo, textura, densidade, capacidade de campo e velocidade de infiltração.
Este último parâmetro é de suma importância para definir o tempo e quantidade
de aplicação de água sobre a solo, garantindo menor escoamento superficial, que pode
degradar o solo, arrastar nutrientes e matéria orgânica culminando na perda de qualidade
do mesmo se não for controlado.
Da mesma forma, conhecer a capacidade de campo do solo é necessária para
garantir que não seja fornecida água além da capacidade de retenção do solo, assim
evitando perdas por percolação e evitando a lixiviação de nutrientes para camadas
profundas, limitando sua disponibilidade para as plantas.

OBJETIVO

Medir e avaliar a velocidade de infiltração de água no solo, pelo método do


infiltrômetro de anel e a capacidade de campo, por meio de encharcamento do solo.

METODOLOGIA

O experimento foi realizado na área experimental do campus do ICA-UFMG, ao


lado do laboratório de hidráulica, o solo avaliado é um cambissolo com textura argilosa,
que foi preparado convencionalmente com grades aradora, apresentando grande
quantidade de torrões.
Para avaliação da taxa de infiltração foi utilizado um infiltrômetro de anel, com
diâmetro interno de 0,25 m que foi afixado e nivelado no solo a uma profundidade de
0,15 m e então foi adicionado uma quantidade conhecida de água aferida com ajuda de
uma régua graduada, e foi avaliada a infiltração em espaços de tempos predefinidos de 1,
5 e 10 minutos de acordo com a velocidade da infiltração, o nível da agua foi reposto por
3 vezes para facilitar as leituras e garantir maior precisão, os dados coletados estão
expressos na tabela 1, estes que por meio das seguintes equações calculou-se a velocidade
de infiltração pelo método gráfico e analítico.

I = K.Tm Equação 1
Onde:
I - Infiltração acumulada (cm);
T – Tempo de infiltração acumulada (min);
K e m – coeficientes do solo.

Equação 2

Onde:
X = Logaritmo de T na base 10;
Y = Logaritmo de I na base 10;
N = Número de observações.

VI = m.K.T m-1 Equação 3

Onde:
VI – Velocidade de infiltração acumulada (cm/min);
T – Tempo de infiltração acumulada (min);
K e m – coeficientes do solo.

Para estimativa da capacidade de campo do solo, foi preparado uma área de


aproximadamente 1 m², com auxílio de uma enxada o solo foi elevado nas laterais de
forma a criar uma barreira para o escoamento da água e com uso de uma mangueira foram
adicionados aproximadamente 250 litros de água, com uma vazão variável de 10L.min-1.
Após o encharcamento solo foi coberto com uma tampa de PVC para evitar perdas por
evaporação, então após 24 e 48 horas, foram retiradas amostras do solo nas camadas de
20 e 40 cm que foram secos em estufa de ar forçado por 24 horas e teve as massas úmidas
e secas aferidas e por meio de razão percentual calculou-se a capacidade de campo pela
equação:

W (%) = (Pa/Ps)*100 Equação 4

Onde:

W (%) = Percentual de água armazenada;


Pa = Peso da massa de água (g);
Ps = Peso da massa de solo seca (g).

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para cálculo da velocidade de infiltração pelo método analítico a equação (1) foi
linearizada aplicando propriedade de logaritmo e os fatores foram calculados segundo a
equação 2 e por fim aplicou-se a equação (3) e multiplicou o resultado por 60 para obter
a resposta em (cm/h), e os resultados são apresentados na tabela 2.
Pelo método gráfico, expresso pelo gráfico 1, a equação (1) é calculada
diretamente pelo software MS Excel e os valores são aplicados diretamente na equação
(3).

Tabela 1 – Dados coletados em campo


Reposição de I acumulada
Tempo(min) Nível de água(cm) Infiltração (cm)
água(cm) (cm)
0 6 0 0
1 5,5 0,5 0,5
2 5,3 7,5 0,2 0,7
3 7,3 0,2 0,9
4 7 0,3 1,2
5 7 0 1,2
6 6,8 0,2 1,4
8 6,7 7,2 0,1 1,5
10 7 0,2 1,7
12 6,9 0,1 1,8
15 6,5 0,4 2,2
18 6,3 0,2 2,4
21 6 0,3 2,7
26 5,6 0,4 3,1
31 5,3 7 0,3 3,4
41 6,6 0,4 3,8
51 6 0,6 4,4
61 5,4 0,6 5
71 4,8 0,6 5,6
Observa-se pela tabela 1, que a infiltração é alta nos primeiros minutos variando
1 minuto entre as leituras, à medida que a velocidade diminuiu o tempo entre as leituras
foram variados de 2, 5 e 10 min, os resultados estabilizaram cerca de 1 hora após o início
do teste.

Gráfico 1 – Infiltração acumulada em função do tempo

5
Infiltração acumulada

4
y = 0,4909x0,5589
3 R² = 0,9955

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Tempo acumulado

Os fatores calculados graficamente são os mesmos obtidos pelo método analítico,


o coeficiente de determinação R²= 0,99, mostra alto grau de correlação entre os dados e
precisão na execução e leitura dos dados no campo

Tabela 2 – Cálculo da Velocidade de Infiltração


I acumulada VI
Tempo(min)
(cm) X (log T) Y (Log I) XY X² (cm/h)
0 0 _ _ _ _ _
1 0,5 0,00 -0,30 0,00 0,00 16,46
2 0,7 0,30 -0,15 -0,05 0,09 12,13
3 0,9 0,48 -0,05 -0,02 0,23 10,14
4 1,2 0,60 0,08 0,05 0,36 8,93
5 1,2 0,70 0,08 0,06 0,49 8,09
6 1,4 0,78 0,15 0,11 0,61 7,47
8 1,5 0,90 0,18 0,16 0,82 6,58
10 1,7 1,00 0,23 0,23 1,00 5,96
12 1,8 1,08 0,26 0,28 1,16 5,50
15 2,2 1,18 0,34 0,40 1,38 4,99
18 2,4 1,26 0,38 0,48 1,58 4,60
21 2,7 1,32 0,43 0,57 1,75 4,30
26 3,1 1,41 0,49 0,70 2,00 3,91
31 3,4 1,49 0,53 0,79 2,22 3,62
41 3,8 1,61 0,58 0,94 2,60 3,20
51 4,4 1,71 0,64 1,10 2,92 2,91
61 5,0 1,79 0,70 1,25 3,19 2,69
71 5,6 1,85 0,75 1,39 3,43 2,51
Soma 19,46 5,31 8,42 25,82
Média 1,08 0,30
Tabela 3 – Cálculo da Capacidade de campo
Media
Profundidade Massa Umida
Massa Seca (g) A M (g) A M CC (%)
(cm) (g)
(g)
1º 20 144,59 112,6 31,99
coleta 30,79 26,34
40 150,77 121,18 29,59
2º 20 137,09 110,30 26,79
coleta 21,02 19,24
40 123,51 108,25 15,26

CONCLUSÕES
Pode-se concluir que o solo possui uma VIB alta, pois após uma hora a velocidade
de infiltração é de aproximadamente 27 mm.h-1, e apresenta capacidade de campo de
20,85 %. Desta maneira, entende-se que é um solo com boa capacidade de retenção de
água e alta velocidade de infiltração, podendo trabalhar com um manejo com maior turno
de rega, reduzindo custos de operações e reduzindo a incidência de doenças e pragas.

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