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Processos de Transferência e de Trsnaporte 2007/08

Trabalho Prático - 2

MÁQUINA TÉRMICA

Objectivo – Observação do funcionamento de uma máquina térmica. Determinação do trabalho


termodinâmico realizado.

1. Introdução

Do ponto de vista das suas aplicações, a consequência directa mais importante da 2ª lei da
Termodinâmica é a limitação de eficiência das máquinas térmicas, dispositivos que transformam
energia térmica noutras formas de energia, nomeadamente, eléctrica ou mecânica.
Numa máquina térmica, uma dada substância percorre um processo cíclico (processo ao fim do
qual as variáveis termodinâmicas retomam os seus valores iniciais), no qual há absorção de energia
térmica (QQ) a partir de uma fonte quente, produção de trabalho (W) e cedência de energia térmica
(QF) a uma fonte fria. Uma vez que a substância percorre um ciclo, a energia interna correspondente
aos estados inicial e final é a mesma (∆U=0) e tem-se, pela 1ª lei:

/W/ = /QQ/- /QF/.

A eficiência desta máquina, definida como o quociente entre o trabalho realizado pela máquina
e a energia térmica recebida da fonte quente será:
W Q
η= = 1− F .
QQ QQ

O trabalho prático consiste em testar uma máquina térmica que funciona num ciclo de 4
estágios (2 de expansão e 2 de compressão) e que realizará trabalho útil levantando pequenos pesos
de uma altura para outra. Nesta experiência poder-se-á verificar que o trabalho mecânico realizado
para deslocar uma massa de valor m na vertical de uma distância y, é igual ao trabalho
termodinâmico útil realizado durante o ciclo e medido através da área de um diagrama P-V:

Wútil = ∫ PdV

2. Realização experimental

Material – Sistema Pasco TD-8572 (descrição nas figuras 1 e 2), sensor de movimento rotacional
CI-6538 com fio e massa de 10g (figura 3), sensor de pressão absoluta CI-6532A,
sensor de temperatura CI-6505B, calorímetro com água bastante quente, calorímetro
com água e gelo, massas marcadas de 50, 100 e 200g.

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Figura 2
Figura 1

Figura 3

Montagem experimental

1) Monte o cilindro (fig. 1) num tripé adequado e suspenda o sensor


de movimento de rotação como sugere a figura 4, prendendo um
fio à plataforma ligada ao pistão do cilindro.
2) Use a câmara de gás (fig. 2) com a rolha de um só orifício,
ligando-a, através do tubo simples, a uma das entradas do cilindro.
3) Ligue a outra entrada do cilindro ao sensor de pressão. Ligue o
Figura 4
sensor de pressão à interface SW500.
4) Ligue o sensor de movimento à interface SW500.
5) Ligue a interface SW500 e o computador. Abra o
programa Science Workshop e instale os sensores
de pressão e de movimento de rotação.
6) No menu do sensor de rotação seleccione a roldana
média e 360 rotações por divisão (fig.5). O sensor
de pressão não necessita de calibração. Nas
“Sampling Options” escolha uma periodicidade de
10 Hz para a recolha de dados.
7) Utilizando o recurso de máquina de calcular
fornecida pelo programa, prepare o cálculo do Figura 5
volume baseado na leitura da posição do pistão
fornecida pelo sensor de rotação, tendo em conta que o cilindro tem um diâmetro de 3.25 cm e
uma altura inicial de 5 cm (fig. 6), acrescentando-lhe o volume do cilindro externo, 85.32 cm3.

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8) Prepare um gráfico da Pressão (kPa) em função do


+85.32
(@1.linPos+5)*pi*1.625*1.625+85.32
Volume (cm3).
9) Com a câmara de gás à temperatura ambiente,
coloque o pistão na marca 50 mm da altura do cilindro, o
que pode ser feito tirando a rolha da câmara de gás.
10) Faça passar o fio ligado à plataforma pela roda de
diâmetro médio do sensor de movimento (fig. 5).
Suspenda uma pequena massa (5 ou 10g) no outro
extremo do fio.
11) Prepare duas fontes térmicas: vaso com água a uma
Fig.6 temperatura inferior a 10 ºC e outro a uma
temperatura superior a 50 ºC. Meça a temperatura das
duas fontes.
12) Escolha uma massa marcada (por exemplo 50g). (Não utilize massas superiores a 200g pois
pode provocar fugas nas válvulas.)

Procedimento experimental

1) Introduza a câmara de gás na fonte


fria, deixe estabilizar, click em
“Start” e faça o seu sistema percorrer
o seguinte ciclo:
a) Coloque a massa na plataforma;
b) Quando o pistão parar, coloque a
câmara de gás na fonte quente;
c) Quando o pistão parar, retire a
massa da plataforma;
d) Depois do pistão parar, volte a
colocar a câmara de gás na fonte
fria e deixe completar o ciclo.

2) Pare a aquisição. Utilizando a opção de Estatística determine a área encerrada no ciclo. A que
corresponde essa área?

3) Repita o procedimento anterior para as outras duas massas.

4. Tratamento de resultados

1) Identifique os pontos do ciclo, tentando perceber que tipo de transições se passam entre esses
pontos.

2) Calcule a variação de volume esperada a partir da variação de pressão exercida sobre o gás
quando se coloca a massa na plataforma e quando se coloca a câmara de gás no banho quente.

3) Calcule o trabalho mecânico realizado e compare-o com o trabalho termodinâmico obtido.

Nota – A temperatura do ar contido na câmara de gás e do ar no cilindro não é necessariamente a


mesma, uma vez que, devido às dimensões dos tubos de ligação a termalização demora algum
tempo. Assim, deve considerar-se o ar no recipiente e no cilindro como dois subsistemas no que diz
respeito à temperatura mas um só sistema no que diz respeito ao volume.

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