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NEUROPSICOLOGIA DOS

TRANSTORNOS DO
DESENVOLVIMENTO
Prof. Dr. Liércio Pinheiro de Araújo

2. MEMÓRIA
Filha de Urano
(o Céu) e de
Gaia (a Terra);
da união com
Zeus gerou as
Musas.

MNEMOSYNE
É a deusa que
personificava a
memória
MEMÓRIA
 Função cognitiva que permite o registro de experiências
novas e a recordação de outras passadas.

 Processo dinâmico de aquisição (codificação), retenção


e evocação de informações.

 Processo de armazenamento de informações adquiridas


ontogeneticamente, que podem ser evocadas em
qualquer momento.
Processo que promove:

Modificação mais ou menos permanente das relações


do organismo com o seu meio (mudança no
comportamento) que ocorre como resultado da prática,
da experiência e/ou observação.

O aprendizado é a aquisição dessas modificações.


Modelos de Memória
MEMÓRIA MEMÓRIA DE MEMÓRIA DE
SENSORIAL CURTO PRAZO LONGO PRAZO
(MS) (MCP) (MLP)
Não é processada em uma única região cerebral

Os processos neurofisiológicos subjacentes à memória seriam


controlados e modulados pelo funcionamento integrado de
diferentes regiões do sistema nervoso.
A contribuição de cada região para o processo depende da
natureza da informação processada

✓ distinção entre tipos de memória;


✓ proposta da existência de múltiplos sistemas de memória.
Sistemas de
Memória
Memória Declarativa
Explícita

Memória de Memória c Memória de


Trabalho a Operacional Longo -Prazo

Memória Memória de curta-


imediata b duração a
Memória Não-Declarativa
Implícita
Memória de Memória de
curto-prazo c trabalho b

Habilidades Condicionamento
Episódica Semântica Clássico Pré-Ativação
Hábitos Habituação

[a] IZQUERDO, I. Memória. Editora Artmed, Porto Alegre, 2002.


[b] SQUIRE, R.S.; KANDEL, E.R. Memória. Da mente às moléculas. Trad. C. DALMAZ; J.A. QUILFELDT, Editora Artmed, Porto Alegre, 2003.
[c] XAVIER, G.F. A modularidade da memória e o sistema nervoso. Psicologia-USP, v.4, pp.61-115, 1993..
✓Armazenamento
Motoras (de PROCEDIMENTO)
Guarda informação temporário
permanente.
Emocionais
sobre fatos:
–deem
(medo)
✓facilitação do desempenho em função
✓Resulta
✓As
✓Acesso
✓Guarda
✓Palavras, da
 informações
segundos
função experiência,
daconsciente
informação
autilidade
símbolos
minutos.são
da
ao
esobreporém
armazenadas
os
informação
conteúdo
seus éda
eventos após
(seg.-
da apresentação prévia de informações
expressa
✓processo
o
informação.como
experenciados.
significados;
.
Capacidade
dias) uma
defórmulas, a 7 itens
Ex. “Omudança
consolidação.
limitada primeiro no
conceitos beijo.
e

comportamento,

(chunks=blocos).
- Apagadas
Aquela
relações.
Memória
aula
Ex.para
etc..”nãorefere-se
“AZUL” comofatos,
eventos, uma
aopalavras,
seu
Sistemas de ✓ Mantida
lembrança
faces,
significado
música
- Consolidação.epor
nãoprocessos

etc..
àM.
evocação
Longo dePrazo
atenção
de um e
Memória ensaio.
✓Depois
acontecimento. CONSOLIDAÇÃO
de se tornar automática, não

há Fundamental
acessode
Processo na formação
consciente de novas
ao conteúdo
consolidação dado
CONSOLIDAÇÃO
memórias
informação.  consolidação. ANTES
Compreensão das frases L Frontal L Parietal
Processo de consolidação ANTESDEPOIS
Memória de Memória Memória de do C. Pré-Frontal L Occipital 
Trabalho Operacional Longo -Prazo DEPOIS
da tarefa  ativação
L Temporal

x

escritas ouvidas
Memória Declarativa Memória Não-Declarativa
Explícita Implícita

Habilidades Condicionamento
Episódica Semântica cálculo
Clássico Pré-Ativação
Hábitos Habituação

0:0
0
MOTIVAÇÃO

No. de
ASSOCIAÇÕESCOGNI
TIVAS e AFETIVAS

ATENÇÃO
Falta
MOTIVAÇÃO

Estresse,
ansiedade,
depressão
Falta
ATENÇÃO

0:0
3
Incapacidade parcial ou total de reter e evocar informações.
Qualquer processo que interfira com a formação de uma memória a curto-prazo
ou a sua fixação em memória de longo prazo resulta em amnésia.
Amnésia Retrógrada - Distúrbio de Evocação:
Incapacidade de recordar acontecimentos ocorridos antes do
estabelecimento do distúrbio.
Amnésia Anterógrada - Distúrbio de Retenção:
Incapacidade de armazenar novas informações.

0:0
3
CARRUAGEM
TATUAGEM
VIAGEM
FUNDAÇÃO
TERMINAÇÃO
APLICAÇÃO
COR______
MAPAS COGNITIVOS E
MAPAS CONCEITUAIS
Figura 1. Fonte: HERMANN, W; BOVO, V. Mapas Mentais: Enriquecendo Inteligências. 2005.
João, uma criança forte e astuta roubou os brinquedos das
demais crianças na sala de aula e os guardou em seu armário.
Esta criança sempre fica com a chave em seu bolso e o armário é
muito resistente (ninguém conseguiu arrombá-lo). Para que as
outras crianças possam tomar os brinquedos de volta, deverá ser
à força. Se todos os pequeninos forem atrás dele ao mesmo
tempo, conseguem acertá-lo e, também, reaver seus brinquedos.
Porém, dependendo de como as crianças estiverem se
aproximando de João, é possível que este fuja e chame a
professora. Ao fazer isso, ela irá colocar todos de castigo, o que é
indesejável. Se forem poucas crianças abordá-lo, estas podem
apanhar de João, dado que ele é o garoto mais forte da sala.
Como fazer com que as outras crianças recuperem seus
brinquedos sem apanhar e sem ficar de castigo?
Figura 2. Fonte: HERMANN, W; BOVO, V. Mapas Mentais: Enriquecendo Inteligências. 2005.
Vítima G.T, 5 anos foi abusada pela avô paterna desde
1 ano.

A figura 2 corresponde ao caso de denuncia de


violência sexual cometido pela avó paterna desde que
a criança tinha 1 ano. Segundo relatos da genitora os
atos de violência sexual ocorriam na casa da acusada
quando ela estava sozinha com a criança. A criança
não conseguiu representar de forma sequencial o
mapa cognitivo, apenas fez um desenho dela da vó e
do padrasto, relatando que no desenho era a vó e o
padrasto mexendo nas partes intimas dela. Em todas
as sessões nos relatos orais G. T afirmava a mesma
coisa sem que houvesse sequencia do ato. Através do
mapa e dos relatos orais foram levantados indicativos
que a criança pela idade não conseguiu realizar a
transferência de suas memórias por meio das
representações mentais para o papel durante a
construção do mapa cognitivo. Possivelmente não
houve violência sexual e sim alienação parental.

Figura 2. Mapa cognitivo realizado pela vítima G.T, 5 anos.


C.E, abusada pelo pai, apenas uma vez quando
tinha 7 anos.

A figura 3 apresenta o caso de denuncia de


violência sexual cometida pelo pai da vítima.
Segundo a genitora e a C.E a violência sexual
ocorreu dentro da casa deles na cama do pai,
onde o mesmo estava deitado e a criança foi
dar boa noite, o pai a pegou a força e agarrou.
Através da apresentação gráfica realizada pela
criança foi possível identificar todo o relato oral
na entrevista lúdica no qual ela retrata de forma
lógica e sequencial tudo como ocorreu,
Confirmamos que houve transferências de
memórias da vivência do fato ocorrido através
das representações mentais.

Figura 3. Mapa cognitivo realizado pela vítima C.E. , 9 anos.


D.B, 17 anos, denunciou o pai de
criação de violência sexual quando
tinha 15 anos por influência de
uma namorado de 40 anos, mas
posteriormente passou a negar que
o fato ocorreu. O processo de
avaliação e diagnóstico foi
inconclusivo.

Figura 4. Mapa Cognitivo realizado pela vítima D. B, 17 anos.


Vítima 06, foi abusado pelo companheiro da avó dos 12 Até os
Anos.

A figura 5 corresponde a um caso de denuncia de violência sexual


cometida pelo avô de criação da vítima. Segundo relatos da
genitora e da própria vítima o acusado aliciava M.P, desde que ela
era pequena, mas só iniciou os atos de violência sexual quando
ela tinha 12 anos. M.P em uma das entrevistas relatou que ele
estava sempre por perto, dava tudo pra ela e sempre a tratava
bem e ela ainda relatou que gostava muito dele, o chamando até
hoje de vô. Relatou que a primeira vez ocorreu na casa da avó
quando ela estava assistindo desenho e o acusado passou a mão
nos cabelos dela descendo para os seios, mas disse que tinha sido
sem querer a partir disso M.P, afirma que ele sempre arrumava
um jeito de tocar nela mexer nas genitálias e beija-la a forma,
mas que nunca houve penetração pois ele tinha medo de
descobrirem, ela afirma ainda que demorou para denunciar pois
ele ameaçava matar ela e a mãe. Através da representação
identifica-se que M.P conseguiu realizar transferências de suas
memórias do fato vivenciado para o mapa cognitivo. Com o mapa
e todas as outras ferramenta utilizadas levantaram-se indicativos
de que houve violência sexual.

Figura 6. Mapa cognitivo realizado pela vítima M. P, 18 anos.

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