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INTRODUÇÃO À LÓGICA

CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

PROF. CESÁRIO JOSÉ FERREIRA

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ÍNDICE

UNIDADE I - TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS

CAPÍTULO 1 - CONJUNTOS DEFINIÇÕES E OPERAÇÕES


1.1 – INTRODUÇÃO 5
1.2 - RELAÇÕES DE PERTINÊNCIA E INCLUSÃO 5
1.3 - OUTRAS FORMAS DE NOTAÇÃO DE CONJUNTOS 5
EXERCÍCIOS 01. 6
1.4 - OPERAÇÕES COM CONJUNTOS. 6
1.5 - PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES 7
1.6 - OUTRAS PROPRIEDADES 7
EXERCÍCIOS 02 7
1.7 - PRODUTO CARTESIANO 8
1.8 – RELAÇÃO 8
1.9 - NUMERAL DE UM CONJUNTO 8
EXERCÍCIOS 3. 9

UNIDADE II - A LÓGICA DAS PROPOSIÇÕES

CAPÍTULO 2 - PROPOSIÇÕES E CONECTIVOS


2.1 - SENTENÇAS E EXPRESSÕES 10
2.2 - OS PRINCÍPIOS OU AXIOMAS DA LÓGICA MATEMÁTICA 10
2.3 - PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS 11
2.4 - OS CONECTIVOS 11
EXERCÍCIOS 04 12

CAPÍTULO 3 - ÁLGEBRA DAS PROPOSIÇÕES


3.1 - TABELA VERDADE 13
3.2 - TABELAS INICIAIS 13
EXERCÍCIOS 05 13
3.3 - OUTRAS TABELAS VERDADES 14
3.4 - PONTUAÇÃO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS 16
EXERCÍCIOS 06 17

CAPÍTULO 4 - TAUTOLOGIAS E CONTRADIÇÕES


4.1 – DEFINIÇÕES 19
EXERCÍCIOS 7 19
4.2 - IMPLICAÇÃO E EQUIVALÊNCIA LÓGICAS 20
4.3 - PROPOSIÇÕES ASSOCIADAS A UMA CONDICIONAL 20
EXERCÍCIOS 08 21
4.4 – EXPRESSANDO OS CONECTIVOS ,  E  EM FUNÇÃO DE ~,  E . 21
4.5 - USANDO SOFTWARES PARA CONSTRUÇÃO DE TABELAS VERDADE 21
EXERCÍCIOS 09 21

UNIDADE 3 - ÁLGEBRA DE BOOLE

CAPÍTULO 5 - PORTAS LÓGICAS


5.1 - AS MÁQUINAS QUE CALCULAM 22
5.2 - A LÓGICA BINÁRIA OU ÁLGEBRA BOOLEANA 22
5.3 - PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ÁLGEBRA BOOLEANA 23
EXERCÍCIO 10 23
5.4 - TABELAS OPERACIONAIS 23
EXERCÍCIOS 11 24
5.5 - SIMPLIFICAÇÃO DE EXPRESSÕES 24
EXERCÍCIOS 12 24
5.6 - PORTAS LÓGICAS 24
5.7 - TABELAS DAS OPERAÇÕES LÓGICAS 25
5.8 - ALGUNS EXEMPLOS 25
EXERCÍCIOS 13 25

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UNIDADE 4 - MÉTODOS DE RACIOCÍNIO

CAPÍTULO 6 - DEDUÇÃO E INFERÊNCIA LÓGICA


6.1 – INTRODUÇÃO 27
6.2 - MÉTODO DEDUTIVO 27
EXERCÍCIOS 14 28
6.3 - REGRAS DE INFERÊNCIA 28
6.4 - ARGUMENTOS BÁSICOS VÁLIDOS 29
6.5 - DEMONSTRAÇÕES USANDO AS REGRAS DE INFERÊNCIAS 29
EXERCÍCIOS 15 29

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INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA

PREÂMBULO

PREÂMBULO

A Lógica é uma ciência com características matemáticas mas, fortemente ligada à Filosofia.
Ela cuida das regras do bem pensar, ou do pensar correto, sendo, portanto, um instrumento do
pensar. Aristóteles, filósofo grego (384?-322a.C) em sua obra Órganon, distribuida em 8 volumes,
foi o seu principal organizador.
Através da Lógica pode-se avaliar a validade ou não de raciocínios que têm por base
premissas iniciais.
Vejamos um exemplo:
Raciocínio I - (1ª premissa) Todo homem é mortal - (2ª premissa) Sócrates é mortal.
Conclusão: Sócrates é mortal.
Raciocínio II- (1ª premissa) Todo homem é mortal - (2ª premissa) Sócrates é homem.
Conclusão: Sócrates é mortal.
À primeira vista, todos os dois raciocínios parecem verdadeiros. Entretanto, o primeiro é
falso, pois: Sócrates pode perfeitamente ser o gatinho da minha vizinha. Já, o segundo raciocínio é
universamente verdadeiro.
No decorrer deste curso veremos como, a partir de uma lógica formal, podemos analisar a
veracidade ou não de um conjunto de premissas e a correspondente conclusão.

George Boole (1815-1864), em seu livro A Análise Matemática da Lógica estruturou os


princípios matemáticos da lógica formal, que, em sua homenagem foi denominada Álgebra
Booleana. No século XX, Claude Shannon aplicou pela primeira vez a álgebra booleana em
interruptores de onde se originaram os atuais computadores.

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UNIDADE I – TEORIA ELEMENTAR DOS CONJUNTOS

CAPÍTULO 1 – CONJUNTOS DEFINIÇÕES E OPERAÇÕES


1.1 – INTRODUÇÃO

A noção de conjunto é intuitiva. Esta noção está associada a uma coleção de elementos, que,
em geral, apresentam uma propriedade comum.
Exemplos: conjuntos das vogais, conjunto dos números reais, conjunto dos números inteiros
maiores que 5 e menores que 9.
Um conjunto é indicado, em geral, por uma letra maiúscula e seus elementos relacionados
entre duas chaves. Assim, se A é o conjunto das vogais indica-se: A = {a, e, i, o, u}.
A idéia de conjunto pode ser estendida para
(i) Conjunto unitário:
Conjunto das consoantes contidas na palavra areia: {r}.
(ii) Conjunto vazio:
Conjunto dos números inteiros compreendidos entre 7 e 8.
Como não existe nenhum inteiro compreendido entre 7 e 8, indicamos { } ou .
Obs. {} é um conjunto unitário cujo elemento é .
(iii) Conjunto infinito:
O conjunto infinito tem, como o próprio número indica, infinitos elementos. Um exemplo bem
simples de conjunto infinito é o conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, ...}.
(iv) Conjuntos discretos e densos:
Usados principalmente para conjuntos numéricos.
Um conjunto é dito discreto quando, estabelecida a ordem de seus elementos, entre dois
elementos sucessivos não existe outro elemento.
O conjunto dos números naturais é um conjunto discreto, pois, por exemplo, entre o 4 e o 5
não existe nenhum outro número natural. Os conjuntos dos números racionais e dos números reais
são densos. Pois, quaisquer que sejam dois elementos escolhidos sempre existem infinitos números
entre eles.
Veja, por exemplo: escolhidos os racionais 1/3 e 1/2 podemos escrevê-los nas formas 10/30
e 15/30. Entre eles temos 11/30, 12/30, ..., 14/30. Se escolhido um denominador maior, maior
quantidade de racionais teremos entre 1/3 e 1/2.

1.2 – RELAÇÕES DE PERTINÊNCIA E INCLUSÃO

Seja A um conjunto. Se x é um elemento do conjunto A, indicamos x  A, que se lê: o


elemento x pertence ao conjunto A. Caso contrário, se y não é elemento do conjunto A, indica-se
y  A.
É importante notar que os símbolos  e  somente podem ser usados quando se relacionam
elemento e conjunto.

Consideremos então os conjuntos A = {a, b, c, d, e}, B = {b, c, d} e C = {c, e, f}. Como


pode ser notado todo elemento de B pertence ao conjunto A. O mesmo não acontece com os
conjuntos C e A. No caso dos conjuntos A e B, indica-se A  B ou B  A, que se lê, respectivamente
A contém B e B está contido em A. Nestas condições, o conjunto B é um subconjunto de A.
Para os conjuntos A e C, escreve C  A que se lê, C não está contido em A.
Quando se relaciona um conjunto com ele mesmo usa A  A ou A  A. A é um subconjunto
próprio de A.
Convém notar que o conjunto vazio está contido em todo conjunto. Isto é   A. O conjunto
vazio é subconjunto de qualquer conjunto.

1.3 – OUTRAS FORMAS DE NOTAÇÃO DE CONJUNTOS

Já foi visto anteriormente que um conjunto pode ser indicado escrevendo seus elementos
entre duas chaves. Esta forma de notação é denominada LISTAGEM.
Pode-se também representar um conjunto indicando a propriedade comum a seus elementos.
Nesta forma de notação indicamos A = {x | P(x)}, que se lê “A é conjunto dos elementos “x” tais
que P é a propriedade comum”.
Temos, por exemplo: A = {x | x é vogal}, que se lê A é o conjunto dos elementos x tais que
x é vogal. “x” é uma variável que pode assumir diversos valores.
Assim, se x = a, e, i, o, u, x  A e se x = b, x  A.
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Uma terceira forma, chamada “diagrama de Venn”, consiste em circundar os elementos por
linhas.
A

a e No diagrama, os elementos “a”, “e”, “i”, “o” e


i “u” pertencem ao conjunto A. O elemento b
b
u não pertence ao conjunto A.
o

EXERCÍCIOS 01.

1 – Use o símbolo adequado a cada uma das seguintes sentenças abaixo, sendo definidos os
conjuntos: A = {a, e, i, o , u}, B = {2, 3, 4, 5}, C = {e, u}, D = {x | 1 < x < 7} e D = {b, c}
(a) B______D (b) D_____A (c) ______ C (d) e ____ C (e) x ____ A.

2 – Represente o conjunto B usando a propriedade comum a seus elementos.

3 – Escreva, sob forma de listagem, o conjunto D.

4 – É falso ou verdadeiro que (a)   {  , p, q}? (b) {3}  {1, 2, 3, {3}}?


Justifique suas respostas.
Para o item (b) o sinal  pode ser ou não substituído por ? Justifique sua resposta.

1.4 – OPERAÇÕES COM CONJUNTOS.

Uma operação é um processo escolhido a partir do qual, dados dois elementos quaisquer se
pode obter um terceiro elemento de mesma natureza.
Já é do domínio público operações como adição e multiplicação de números inteiros, que são
representadas pelos sinais + e X (ou .) respectivamente.
Assim, ao indicarmos 3 + 4, significa que escolhemos um processo que irá resultar no inteiro
7 e se indicarmos 3 . 4, o processo escolhido permite obter o resultado 12.
Generalizando indicamos (a  b)  c, para representar uma operação  que, tomados os
elementos “a” e “b”, teremos como resultado o elemento (de mesma natureza) “c”.

Para conjuntos são definidas as operações:

(i) UNIÃO
Indicada pelo símbolo , e definida por A  B = {x | x  A ou x  B}.
Como será visto no estudo das sentenças, o conectivo “ou”, simbolizado por , é usado para indicar
que um elemento pertence a A  B quando pertencer somente ao conjunto A, somente ao conjunto
B ou a ambos os conjuntos.
Temos por exemplo: A = {1, 2, 3, 4} e B = {3, 4, 5, 6}  A  B = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.

(ii) INTERSEÇÃO
Indicada por , esta operação é definida por A  B = {x | x  A e x  B}.
O conectivo e, indicado por , é usado para indicar que x  (A  B) se, e somente se, x
pertencer aos dois conjuntos ao mesmo tempo.
Exemplos:
(1) A = {1, 2, 3, 4}, B = {3, 4, 5, 6}  A  B = {3, 4}
(2) A = {1, 2, 3, 4}, B = {5, 6, 7, 8}  A  B =

(iii) DIFERENÇA
Indicada pelo sinal -, denota-se a diferença entre o conjunto A e o conjunto B por A – B.
Esta operação é definida por A – B = {x | x  A e x  B}.

Se B é um subconjunto de A, pode-se escrever A – B = CB,A que se lê complementar de B


em relação a A.
Exemplo: A = {1, 2, 3, 4}, B = {3, 4, 5, 6}  A - B = {1, 2} e B – A = {5, 6}.
6
Usando diagramas podemos indicar
A B

AB B-A AB


A-B

1.5 – PROPRIEDADES DAS OPERAÇÕES

Sejam  e  duas operações definidas em um conjunto A e x, y e z elementos desse


conjunto.
(i) Se, para todo x e y de A, x  y = y  x, a operação  é dita comutativa.
(ii) Se, para todos x, y, z de A, x  (y  z) = (x  y)  z, a operação  é dita associativa.
(iii) Se em A existe um elemento n, tal que,  x  A, se tem x  n = n  x = x, “n” é o elemento
neutro para a operação .
(iv) Se em A, para cada elemento x de A, existir um elemento y, tal que x  y = y  x = n, então a
operação admite inverso ou simétrico. “x” é o inverso de “y” e “y” é o inverso de x para a operação
.
(v) Se para todos x, y, z de A, x  (y  z) = (x  y)  (x  z) então a operação  é distributiva
em relação a .

Com relação às operações com conjuntos temos:


(i) x  (A  B)  (x  ou x  B)  (x  B ou x  A)  x  (B  A)  A  B = B  A.
x  (A  B)  (x  e x  B)  (x  B e x  A)  x  (B  A)  A  B = B  A.
Portanto, as operações união e interseção são comutativas.

Deixamos como exercício a demonstração dos itens a seguir.


(ii) A  (B  C) = (A  B)  C e A  (B  C) = (A  B)  C. Associatividade.
(iii) A  (B  C) = (A  B)  (A  C) e A  (B  C) = (A  B)  (A  C). Distributividade.
(iv) O conjunto vazio é o elemento neutro da operação união.
Se A, B, C são subconjuntos de um conjunto U, então U é o elemento neutro da operação
interseção. O conjunto U é chamado conjunto universo.
(v) As operações união e interseção não admitem inverso ou simétrico.

1.6 – OUTRAS PROPRIEDADES

Sejam
U = conjunto universo,
= conjunto vazio,
A = complementar de A em relação a U.
Além das propriedades acima, tem-se:
(vi) A  A = A e A  A = A. Idempotente.
(vii) A  (A  B) = A e A  (A  B) = A. Absorção.
(viii) (A  B) = A  B e (A  B) = A  B. Regras de De Morgan.
(ix) A = A.
(x) A  A = U e A  A =
(xi) A  U = U e A  =

EXERCÍCIOS 02

1. Demonstre as propriedades ii, iii, vi, vii, viii, ix, x e xi relativas às operações com conjuntos.

2. Sejam A = {x|x  N e 3 < x < 10}, B = {y|y  N e 4 < y < 12} e C = {z|z  N e 10 < z < 15}
três conjuntos. Considere ainda os conjuntos: vazio e universo U = {w | w  N e 0 < w < 20}
Determine:
7
(a) A (b) (A  B)  C (c) (A  B)  C (d) A – B (e) (A  B)  C (f) (A  B)  C

(g) (B – C)  A (h) (B – C)  A (i) (A  B)  C (i) (A  B)  C

3. Represente os conjunto A, B , C, U em diagramas. Mostre neste diagrama os resultados obtidos


no exercício 2.

1.7 – PRODUTO CARTESIANO

Sejam A e B dois conjuntos. Define-se o produto A X B como sendo o conjunto dos pares da
forma (x, y) tais que x  A e y  B.

Isto é A X B = {(x, y) | x  e y  B}.

Se A = B, então A X B = B X A. O mesmo não acontece quando A for diferente de B. Isto é, o


produto cartesiano não é comutativo.

Exemplo: Sejam A = {1, 2, 3} e B = {3, 4} dois conjuntos.


Pela definição temos: A X B = {(1, 3), (1, 4), (2, 3), (2, 4), (3, 3), (3, 4)} e
B X A = {(3, 1), (3, 2), (3,3), (4, 1), (4, 2), (4, 3)}.
Como pode ser observado pelo exemplo acima A X B  B X A.

1.8 – RELAÇÃO

Chama-se relação ao processo de escolha de pares de um produto cartesiano.


Indica-se, uma relação entre os elementos “a” e “b” do par (a, b) por a  b.
Seja por exemplo a  b  a + b = 5, onde (a, b) são os pares do produto A X B obtido no
exemplo do item anterior.
Esta relação define o conjunto  = {(1, 4), (2, 3)}.
Uma relação  pode ser:
(i) Simétrica, se a  b  b  a.
(ii) Reflexiva, se a  a.
(iii) Transitiva se a  b e b  c  a  c.

Uma relação simétrica, reflexiva e transitiva é denominada relação de equivalência,


enquanto que uma relação não simétrica, não reflexiva e transitiva é denominada relação de
ordem.

Tomando, por exemplo, o conjunto de alunos de uma classe e  a relação “mesma altura que”,
podemos concluir facilmente que, se A, B, C são alunos desta classe:
(1) A  B  B  A, pois se A tem a mesma altura que B, B terá a mesma altura que A.
(2) A  A, pois A tem a mesma altura que ele mesmo.
(3) A  B e B  C  A  C. As alturas dos três são iguais.
Assim, a relação “mesma altura que” permite ordenar os alunos por altura. Esta é então uma
relação de ordem.
Seja agora a relação  = “irmão de”.
Esta relação é simétrica, não reflexiva e transitiva.
Se considerarmos a relação  = “primo de” ela será simétrica, não reflexiva e não transitiva.
Com relação à transitividade, A e C podem ser irmãos.

1.9 – NUMERAL DE UM CONJUNTO

Simbolizado por n(A) o numeral do conjunto A é igual ao número de elementos desse


conjunto A.
Exemplo: se A = {a, b, c, d, e} então n(A) = 5 pois A o conjunto A tem cinco elementos.
Para a união de conjuntos temos:
(1) n(A  B) = n(A) + n(B) – n(A  B), pois em n(A) e n(B) os elementos comuns (pertencentes
à interseção) estão computados duas vezes; e
(2) n(A  B  C) = n(A) + n(B) + n(C) – n(A  B) – n(A  C) – n(B  C) + n(A  B  C).

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EXERCÍCIO RESOLVIDO:

Em um concurso onde foram aplicadas apenas provas de Português e Matemática e, para que
o candidato seja classificado ele deve ser aprovado nas duas disciplinas. Após a correção das provas
verificou-se que 100 candidatos foram aprovados em Matemática e 130 foram aprovados em
Português, mas apenas 80 foram classificados. Quantos candidatos participaram do concurso?
Solução: n(M) = 100 (aprovados em Matemática); n(P) = 130 (aprovados em Português) e n(M  P)
= 80.
Assim, n(M  P) = 100 + 130 – 80 = 150 candidatos.

EXERCÍCIOS 3.

1. Dez pessoas se reuniram para, ao final de um ano, registrarem uma firma. Ficou combinado que
cada um deveria aplicar uma certa importância em caderneta de poupança em compra de ações,
podendo se assim o desejasse aplicar uma parte em poupança e outra em ações.
O responsável pelo controle ao selecionar os recibos das aplicações verificou-se que haviam 8
aplicações em poupança e 6 aplicações em ações. Quantas, da dez pessoas, dividiram suas
aplicações?

2. Em uma classe do terceiro do segundo grau 10 alunos foram aprovados sem necessidade de uma
prova final. Ao fazer o controle para a realização da prova final verificou-se que:
(a) somente será necessário aplicar provas de Matemática, Física e Química.
(b) 18 alunos deverão fazer prova final de Matemática.
(c) 19 alunos deverão fazer prova final de Física.
(d) 15 alunos deverão fazer prova final de Química.
(e) 10 alunos deverão fazer prova final de Matemática e Física.
(f) 9 alunos deverão fazer prova final de Matemática e Química.
(g) 6 alunos deverão fazer prova final de Física e Química.
(h) 4 alunos deverão fazer prova final de Física, Química e Matemática.
Qual é o número de alunos dessa classe?

3. Em uma cidade com 41.520 habitantes são publicados dois jornais A e B. Se 8.050 lêem o jornal
A, 13.200 lêem o jornal e 1230 lêem os dois jornais, quantos habitantes da cidade não lêem
nenhum dos dois jornais?
4. Certa região, com 15000 lavradores,
(a) 7000 plantam tomate;
(b) 4800 plantam alface;
(c) 5600 plantam batata.
(d) 2100 plantam tomate e alface;
(e) 1500 plantam tomate e batata;
(f) 1400 plantam alface e batata;
(g) 800 plantam tomate, alface e batata.
Responda:
(1) quantos plantam pelo menos uma das três espécies?
(2) quantos não plantam nenhuma das três espécies?
(3) quantos plantam tomate e alface mas não plantam batatas?
(4) quantos plantam apenas batata?

5. Em uma cidade com 45000 habitantes, 12.000 são brasileiros, 10.000 são franceses, 5.000 são
ingleses e os demais são espanhóis. Quantos são espanhóis?

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UNIDADE II – A LÓGICA DAS PROPOSIÇÕES
CAPÍTULO 2 – PROPOSIÇÕES E CONECTIVOS

2.1 – SENTENÇAS E EXPRESSÕES

Consideremos as indicações abaixo:


(1) O Brasil é pentacampeão;
(2) Chove;
(3) 3 + 7 = 12
(4) x2 + 5 = 9
(5) Fulano é aluno da UNIPAC.
(6) x + 2
(7) Vermelho.
Observando as cinco primeiras notamos que estas têm um sentido completo (existe um
verbo) enquanto que as duas últimas não exprimem nenhum pensamento com sentido completo.
Às cinco primeiras chamamos de sentenças e as duas últimas chamamos de expressões.
Assim, definimos:
Definição 1 – Sentença é um conjunto de palavras ou símbolos que exprimem um pensamento com
sentido completo.

Uma sentença é dita fechada quando admite um único julgamento FALSO (F) como em (3)
ou VERDADEIRO (v) como em (1). As sentenças fechadas são chamadas de proposições.

Na indicação (4), x é uma variável que pode assumir diversos valores. Existem valores que
tornam a sentença verdadeira e existem valores que tornam a sentença falsa. Para x = 2 e x = - 2 a
sentença é verdadeira e para quaisquer outros valores, a sentença é falsa.
O mesmo ocorre com a indicação (5). A sentença será verdadeira dependendo do valor
atribuído à variável “fulano”.
Sentenças como estas, que admitem um julgamento falso ou verdadeiro dependente do valor
atribuído à variável, são chamadas de sentenças abertas.

Definição 2 – Expressões são frases que não apresentam um sentido completo. Isto é, não
permitem julgamentos.
São exemplos de expressões as indicadas nos itens 6 e 7.

2.2 – OS PRINCÍPIOS OU AXIOMAS DA LÓGICA MATEMÁTICA

Para o estudo das proposições, a Lógica Matemática, toma como princípios:


AXIOMA Nº 1 – PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO
“Uma proposição não pode ser, ao mesmo tempo, falsa e verdadeira.”

AXIOMA Nº 2 – PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO


“Toda proposição ou é verdadeira ou é falsa. Não verificando nunca uma terceira opção.”

Vejamos alguns exemplos:


As proposições: (1) p: o número 21 é ímpar; (2) q: o inteiro 3 é menor que o inteiro 5, são
verdadeiras.
As proposições: (3) r: 5 está compreendido entre 9 e 15; (4) s: A Terra ilumina o Sol, são falsas.

De acordo com os princípios acima, uma proposição, admite um e apenas um dos valores
VERDADEIRO (V) ou FALSO (F). O julgamento F ou V da proposição é denominado valor lógico da
proposição.

Se “p” é uma proposição indicaremos V(p) o valor lógico da proposição “p”. Assim, V(p) =
V se p for verdadeira ou V(p) = F se p for falsa.

Considerando as proposições dos exemplos acima teremos:


V(p) = V(q) = V e V(r) = V(s) = F.

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2.3 – PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS

Uma proposição pode ser simples (também denominada atômica) ou composta (também
denominada molecular).
As proposições simples apresentam apenas uma afirmação. Podemos considerá-las como
frases formadas por apenas uma oração. Representaremos as proposições simples por letras latinas
minúsculas.
Como exemplo:
(1) p: eu sou estudioso; (2) q: Maria é bonita: (3) r: 3 + 4 > 12.
As proposições compostas apresentam mais de uma proposição simples em sua formação.
Podemos considerá-las como um período composto de várias orações. Indicaremos as proposições
compostas por letras latinas maiúsculas.

Se P é uma proposição composta das proposições simples p, q, r, ..., escrevemos P(p, q,


r,...)

Exemplos:
(4) P: Paulo é estudioso e Maria é bonita.
P é a composta das proposições simples p: Paulo é estudioso e q: Maria é bonita.
(5) Q: Maria é bonita ou estudiosa.
Q é a composta das proposições simples p: Maria é bonita e q: Maria é estudiosa.
(6) R: Se x = 2 então x2 + 1 = 5.
R é a composta das proposições simples p: x = 2 e q: x2 + 1 = 5.
(7) S: a > b se e somente se b < a.
S é a composta das proposições simples p: a > b e q: b < a.

2.4 – OS CONECTIVOS

Para se formar novas proposições a partir de proposições dadas são usadas palavras ou
termos a quem chamamos de conectivos.
Na Lógica Matemática, os conectivos usados são:
- Negação: indicado pelo símbolo ~.
Assim, se p : A Lua é um satélite da Terra, então ~p significa “A Lua não é um satélite da
Terra” ou “não é verdade que a Lua é um satélite da Terra”.

- Conjunção: “e” simbolizado por .


Sejam as proposições simples p: Chove e q: faz frio. A proposição composta P(p,q) formada
a partir do conectivo  é P: p  q que significa “chove e faz frio”.

- Disjunção: “ou” simbolizado por .


Se p: 3 + 4 > 5 e q: 3 – 1 = 2, a composta P(p, q) formada ao usar o conectivo  é P: p 
q, que se lê P: 3 + 4 > 5 ou 3 – 1 = 2.
Na disjunção as duas proposições não são contraditórias.

- Disjunção exclusiva: “ou” simbolizado por 


Na disjunção exclusiva, as duas proposições não podem ocorrer ao mesmo tempo.
Tomando por exemplo, as proposições p: x é par e q: x é impar, x pode ser par ou ímpar, mas p
não pode ser par e ímpar ao mesmo tempo.
Escrevemos P(p, q) = p  q.

- Condicional: se...então... simbolizado por .


Temos por exemplo: p: A e B são dois ângulos opostos pelo vértice e q: A e B são iguais.
A composta usando a condicional é P(p, q) = p  q, que significa “se A e B são dois ângulos opostos
pelo vértice então A e B são iguais.”

- Bicondicional: ...se e somente se... simbolizado por .


Sejam p: chove e q: faz frio. A composta usando a bicondicional é P(q, q) = p  q,
significando: chove se e somente se faz frio.

11
EXERCÍCIOS 04

1. Determine o valor lógico de cada uma das seguintes proposições:


a) Santiago é a capital do México. b) Brasília é a capital do Brasil.
c) Cristóvão Colombo foi o descobridor do Brasil. d) (a + b) 3 = a3 + b3.
e) A soma dos ângulos internos de um triângulo é 180º.
f) Os lados opostos de um paralelogramo são iguais.
g) 3 + 4 < 9 h) 1/3 > 1/4.

2. Considere as proposições p: Todo homem é mortal e q: Sócrates é mortal.


Represente simbolicamente as proposições:
a) Se todo homem é mortal então Sócrates é mortal.
b) Todo homem é mortal ou Sócrates é mortal.
c) Sócrates é mortal se e somente se todo homem é mortal.
d) Todo homem é mortal ou Sócrates é mortal.
e) Não é verdade que Sócrates é mortal.
f) Não é verdade que (Sócrates é mortal ou todos os homens são mortais).

3. Considere as proposições p: Pedro é italiano e q: Pedro é brasileiro.


Represente simbolicamente as proposições:
a) Pedro é italiano ou Pedro é brasileiro. (cuidado).
b) Pedro é italiano e Pedro é brasileiro.
c) Pedro é italiano e Pedro não é brasileiro.
d) Não é verdade que (Pedro é italiano e Pedro não é brasileiro).

4. Sejam as proposições p: 19 é um número primo e q: 12 é um número par. Traduza em palavras


as sentenças:
a) p  q b) p  q c) p  q d) p  q e) p  q
f) ~( p  q) g) ~p  q h) ~(p  q) i) ~~p j) ~(~p  ~q).

5. Sejam as proposições p: 2 < x < 7 e q: x2 + 1 < 50. Traduza em palavras as sentenças:


a) p  q b) p  q c) p  q d) p  q e) p  q
f) ~( p  q) g) ~p  q h) ~(p  q) i) ~~p j) ~(~p  ~q).
k)~(p v q)  (p  ~q)

12
CAPÍTULO 3 – ÁLGEBRA DAS PROPOSIÇÕES

3.1 – TABELA VERDADE

Toda proposição derivada de proposições simples tem seu valor lógico que depende
exclusivamente dos valores lógicos das proposições primitivas.
Para obter os valores lógicos de uma proposição derivada recorremos a um algoritmo
denominado tabela verdade no qual figuram todos as possíveis combinações dos valores lógicos das
proposições primitivas.
Tal algoritmo é construído conforme abaixo:

Para uma proposição Para duas proposições Para três proposições


P P q p q r
V V V V V
V
V F V V F
F
F V V F V
F F V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

O número de linhas é determinado pelo número de arranjos com repetição de dois elementos
tomados “n” a “n” onde “n” é o número de proposições combinadas, que é (AR) 2n = 2n.
Para 4 proposições, a tabela verdade terá 24 = 16 linhas.

3.2 – TABELAS INICIAIS

Vejamos como são as tabelas das proposições: ~p, p  q, p  q, p  q, p  q.

p ~p p q pq pq pq pq pq


V F V V V F V V V
F V V F V V F F F
F V V V F V F
F F F F F V V

Analisando as tabelas observa-se que:


- Negação: se V(p) = V então V(~p) = F e se V(p) = F então V(~p) = V.

- Disjunção: V(p  q) = F se e somente se V(p) = F e v(q) = F.

- Disjunção exclusiva: V(p  q) = F quando V(p) = V(q).

- Conjunção: V(p  q) = V somente quando V(p) = V(q) = V.

- Condicional: V(p  q) = F somente quando V(p) = V e V(q) = F.

- Bicondicional: V(p  q) = V quando V(p) = V(q).

EXERCÍCIOS 05

1. Dê o valor lógico das seguintes proposições:


a. A Lua é um satélite da Terra e o planeta Vênus gira em torno da Terra.
b. Uma estrela tem luz própria ou o sol é um planeta.
c. Se 3 é par então 3 + 1 é impar.
d. Se 3 é par então 5 é par.
e. 4 + 3 = 5 se e somente se 4 = 2 + 2.
f. Santos Dumont inventou o avião ou Cabral descobriu o caminho para as Índias.
2. Dê o valor lógico das seguintes proposições:

13
a. p  q, se V(p) = F e V(q) = F. b. p  q, se V(p) = F e V(q) = F.
c. p  q, se V(p) = F e V(q) = F. d. p  q, se V(p) = F e V(q) = F.
e. p  q, se V(p) = V e V(q) = F. f. p  q, se V(p) = V e V(q) = F.
g. p  q, se V(p) = V e V(q) = F. h. p  q, se V(p) = V e V(q) = F
I. p  q, se V(p) = F e V(q) = V. j. p  q, se V(p) = F e V(q) = V.
k. p  q, se V(p) = F e V(q) = V. l. p  q, se V(p) = F e V(q) = V.
m. p  q, se V(p) = V e V(q) = V. n. p  q, se V(p) = V e V(q) = V.
p. p  q, se V(p) = V e V(q) = V. q. ~p se V(p) = F.

3.3 – OUTRAS TABELAS VERDADES

No item anterior foram construídas as tabelas verdades de proposições compostas formadas


por duas proposições simples ligadas pelos conectivos “ou”, “e”, “se então”, “se e somente se” e a
negação “não”.
Estas proposições compostas podem ser combinadas para formação de proposições mais
complexas, como por exemplo: ~(p  q)  (p  ~q).
Vejamos a tabela verdade para a proposição acima. Como foram usadas duas proposições
simples p e q, devemos usar 22 = 4 linhas, que correspondem a todas as possibilidades de
combinações de V e F das duas proposições.

1º processo:
Nas duas primeiras colunas indicam-se as combinações dos valores lógicos de p e q.
Na terceira coluna calculam-se os valores lógicos de (p  q).
Na quarta coluna calculam-se os valores lógicos de ~(p  q).
Como são necessários os valores lógicos de ~q para obter p  ~q, na quinta coluna calculam-se os
valores lógicos de ~q.
Na sexta coluna calculam-se os valores lógicos de p  ~q, e finalmente, na sétima coluna calculam-
se os valores de ~(p  q)  (p  ~q).

p q pq ~(p  q) ~q p  ~q ~(p  q)  (p  ~q)


V V V F F F V
V F V F V V V
F V V F F F V
F F F V V F F
1 2 3 4 5 6 7

2º processo
Este processo consiste em construir as duas primeiras colunas para os valores lógicos das
proposições simples envolvidas e, à direita, uma coluna para cada proposição e para cada conectivo
que figura na proposição composta.
Observando a ordem das operações lógicas envolvidas calculam-se os valores lógicos relativos a
cada coluna.
É aconselhável deixar uma linha no final da tabela para numerar a seqüência dos cálculos a serem
feitos.
Para o mesmo exemplo anterior, devemos criar 11 tabelas pois temos duas proposições simples e 8
proposições e conectivos figurando na proposição composta.

p q ~ (p  q)  (p  ~ q)
V V F V V V V V F F V
V F F V V F V V V V F
F V F F V V V F F F V
F F V F F F F F F V F
4 1 3 1 6 1 5 2 1

Na tabela acima foi observada a ordem:


1 – obtido a partir dos valores lógicos de p e q. 2 – negação de q.
3 – cálculo de p  q 4 – cálculo de ~(p  q) a partir de 3.
5 – cálculo de (p  ~q)
6 – cálculo de ~(p  q)  (p  ~q) a partir de 4 e 5.
A coluna 6 mostra os valores lógicos de ~(p  q)  (p  ~q).

14
Para simplificação pode-se eliminar as duas primeiras colunas pois os valores lógicos de p e q
irão figurar nas demais colunas.
Exercícios resolvidos
1. Construir a tabela verdade da proposição (p ~q)  ((~p  r)  ~q)
1º processo.
p q r ~p ~q p ~q ~p  r ((~p  r)  ~q) (p ~q)  ((~p  r)  ~q)
V V V F F F V F V
V V F F F F F F V
V F V F V V V V V
V F F F V V F F F
F V V V F V V F F
F V F V F V V F F
F F V V V V V V V
F F F V V V V V V
1 2 3 4 5 6 7 8 9

Ordem dos cálculos:


1, 2, 3 – valores lógicos de p, q e r.
4, 5 – negações de p e q
6 – operação com as colunas 1 e 5
7 – operação com as colunas 4 e 3
8 – operação com as colunas 7 e 5
9 – operação com as colunas 6 e 8.

2º processo: (p ~q)  ((~p  r)  ~q)

(p  ~ q)  ((~ p  r)  ~ q)
V F F V V F V V V F F V
V F F V V F V F F F F V
V V V F V F V V V V V F
V V V F V F V F F F V F
F V F V F V F V V F F V
F V F V F V F V F F F V
F V V F F V F V V V V F
F V V F F V F V F V V F
1 9 6 2 12 8 3 10 5 11 7 4

Ordem dos cálculos:


1, 2, 3, 4, 5 – valores lógicos de p, q e r.
6, 7 e 8 – negações de 2, 4 e 3, respectivamente.
9 – resultado de 1 com 6.
10 – resultado de 8 com 5.
11 – resultado de 10 com 7
12 – resultado de 11 com 9.

2. Sejam p, q e r três proposições tais que V(p)= F, V(q) = V e V(r) = F.


Determine o valor lógico da sentença P(p, q, r) se P = (p ~q)  ~(q  (r  ~p)).
Solução: neste caso pede-se apenas para determinar o valor lógico para V(p)= F, V(q) = V e V(r) =
F.
Não há, assim, necessidade de se construir toda a tabela.
Usaremos o segundo processo para resolver a questão.
São necessárias 12 colunas pois temos 5 proposições, 3 negações, 1 condicional, 1 bicondicional, 1
conjunção e uma disjunção.

(p  ~ q)  ~ (q  (r  ~ p))
F V F V F F V V F F V F
1 8 6 3 12 11 4 10 5 9 7 2

15
Ordem dos cálculos:
1, 2, 3, 4, 5 – valores lógicos de p, q e r.
6, 7 – negações de q e p.
8 – resultado de 1 e 6.
9 – resultado de 5 e 7.
10 – resultado de 4 e 9.
11 – negação de 10
12 – resultado de 8 e 11.
Assim, o valor lógico de P(p, q, r), para P(FVF), é F como pode ser visto na coluna 12.

3. Sejam as proposições p: 3 + 1 = 4, q: 2 > 3, r: 1  0 e s: 23 = 8.


Determine o valor lógico de (p ~q)  ~(q  (s  ~r)).
Solução: neste exercício, devemos inicialmente verificar o valor lógico das sentenças dadas.
V(p) = V pois 3 + 1 = 4 é verdadeiro.
V(q) = F pois 2 > 3 não é verdadeiro.
V(r) = V pois 1  0 é verdadeiro.
V(s) = V pois 23 = 8 é verdadeiro.
Serão necessárias 12 colunas: p, q, q, r, s, três negações, uma condicional, uma bicondicional, uma
conjunção e uma disjunção.

(p  ~ q)  ~ (q  (s  ~ r)
V V V F V V F F V F F V
1 8 6 2 12 11 3 10 4 9 7 5

Ordem dos cálculos:


1, 2, 3, 4, 5 – proposições p, q, q, s, r.
6, 7 – negações de 2 e 5, respectivamente.
8 – resultado de 1 e 6.
9 – resultado de 4 e 7.
10 – resultado de 3 e 9.
11 – negação de 10.
12 – resultado de 11 e 8.
Portanto, V(VFVV) = V.

3.4 – PONTUAÇÃO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

Conforme ocorre em expressões algébrica, o uso de parênteses permite identificar a ordem


dos cálculos a serem feitos. Ao usar diversos pares de parênteses deve-se iniciar os cálculos a partir
do último parêntese que se abre e do primeiro parêntese que se fecha a contar da direita.
Entretanto, caso não ocorra dupla interpretação, os parênteses podem ser eliminado. Em tal
situação, convenciona-se a ordem (1) ~, (2)  e , (3)  e (4) .
Tomando por exemplo a proposição p  q  ~r  p, a aplicação de parênteses leva a
p  ((q  (~r))  p).

3.5 – USANDO SOFTWARES PARA CONSTRUÇÃO DE TABELAS VERDADE

Os dois principais programas que trabalham com planilhas de cálculos são o Excel do pacote
Office da Microsoft e o StarCalc do pacote do Star Office da Sun Micro Systems. A vantagem do
segundo em relação ao primeiro está na gratuidade do programa (até versão 5.2) e no uso para
cálculo com matrizes.
Iremos descrever aqui, como usar o StarCalc, porém os procedimentos são idênticos para os
dois.
(1) Para inicializar o StarCalc, use o caminho: botão INICIAR, Opção PROGRAMAS, Star Office – v,
Star Office – v. (v é a versão instalada).
(2) Ao abrir a página inicial serão exibidos os ícones dos programas constantes do Desktop (página
inicial do Windows) e a seguir uma janela onde você faz as opções sobre os programas para uso da
Internet. Marque a opção “sem modificações” e clique em OK.

16
Dependendo da configuração, na parte inferior da página, será exibido um quadro onde são
fornecidas dicas sobre o uso do programa. Clique no botão marcado com “X” para fechar este
quadro e assim, ser possível o trabalho em tela cheia.

(3) A seguir, clique no menu Fichero (Arquivo), desloque o ponteiro do mouse até a opção Novo. A
seguir, desloque o ponteiro do mouse até a opção “Folha de Cálculo” e clique nessa opção.
Será então aberta uma folha dividida em retângulo. Tal folha é chamada de planilha e cada
retângulo é uma célula. A posição da célula é identificada por uma letra (coluna) e um número
(linha).
Assim, a célula C5, é o retângulo posicionado na coluna C e na linha 5.

Para construir tabelas verdades devemos indicar nas células um dos julgamentos
VERDADEIRO ou FALSO por extenso.
Os comandos para os cálculos são: = NÃO(p), = OU(p; q); = E(p; q) onde p e q são as células
onde estão registrados os valores VERDADEIRO ou FALSO.

Vejamos como criar uma tabela verdade no StarCalc (ou no Excel). Tomemos por exemplo, a
tabela verdade de p  ~q.
Serão indicadas as células a serem usadas para facilitar as referências.
(4) Nas células B2, B3, B4, B5 digite os valores lógicos de p (VERDADEIRO, VERDADEIRO, FALSO,
FALSO);
(5) Nas células C2, C3, C4, C5 digite os valores lógicos de q (VERDADEIRO, FALSO, VERDADEIRO,
FALSO);
(6) Na célula D2 digite =NÃO( e a seguir clique na célula C2. Digite ) para fechar o parêntese e
completar =NÃO(C2). Assim, você terá o valor lógico de ~q.
Pressione ENTER.
(7) Clique na célula D2 para seleciona-la. No canto inferior direito da célula será exibido um
pequeno quadrado em negrito. Posicione o ponteiro do mouse sobre o quadrado e, mantendo
pressionado o botão esquerdo do mouse, arraste o ponteiro até a célula D5.
Isto fará copiar a fórmula para as demais células.
Nas células D2, D3, D4, D5 serão exibidos os valores lógicos de ~q (FALSO, VERDADEIRO, FALSO,
VERDADEIRO).
(8) Na célula E2 digite =OU( , clique na célula B2, digite (;) sem os parênteses, clique na célula D2,
digite ) para fechar o parênteses. Pressione a tecla ENTER.
Proceda como em (4) para obter os valores lógicos de p  ~q.

É importante observar que os conectivos ,  e  não são aplicáveis no Excel e no StarCalc.


Para construir tabelas com estes conectivos use as equivalências, cujas justificativas serão vistas no
capítulo 4.
(1) p  q  ~p  q
(2) p  q  (~p  q)  (~q  p).
(3) p  q  (p  ~q)  (q  ~p).

EXERCÍCIOS 06

1. Construa as tabelas verdade das seguintes proposições


a) ~p  (q  p) b) ~p  (q  p) c) ~p  (q  p)
d) ~p  (q  p) d) ~p  (q  p) e) p  (~q  p)
f) p  (~q  p) f) (p  q)  (~p  q) g) (p  q)  (~p  q)
h) (p  q)  (~q  p) i) ~(p  q)  ~(p  q) j) ~(p  q)  ~(p  q)
k) ~p  (p  (q  ~p)) l) p  ~(p  ~(q  ~p)) m) ~(~p  q).

2. Construa as tabelas verdade das seguintes proposições


a) ~(p  q) b) ~p  ~q.
Que conclusão pode-se tirar a respeito das duas proposições.

3. Construa as tabelas verdade das seguintes proposições


a) ~(p  q) b) ~p  ~q.
Que conclusão pode-se tirar a respeito das duas proposições.

17
4. A partir das conclusões tiradas nos exercícios 2 e 3, negue as proposições:
a) Maria é bonita e Maria é estudiosa.
b) Maria é bonita ou Maria é estudiosa.
c) Maria não é bonita e Maria não é estudiosa.
d) Maria não é bonita ou Maria não é estudiosa.
e) Maria não é bonita ou Maria é estudiosa.
f) Maria é bonita e Maria não é estudiosa.
g) Maria é bonita ou Maria não é estudiosa.

5. Construa as tabelas verdade das seguintes proposições.


a) ~(~p  q)  (r  s) b) ~(p  q)  ~(r  q)
c) ~(p  q)  ~((p  ~r)  (~q  s)) d) ~(p  q)  ~((p  ~r)  (~q  s))

6. Considere as proposições p, q, r, s tais que V(p) = V(s) = F e V(q) = V(r) = V.


Determine o valor lógico das seguintes proposições compostas:
a) ~p  (q  p) b) ~(p  q)  ~(p  ~r) c) ~(p  q)  ((p  ~r)  (~q  s)).

7. Considere as proposições p: A lua tem luz própria; q: A Unipac ministra curso superior; r: Pedro
Álvares Cabral descobriu o Brasil; s: Santos Dumont inventou a lâmpada.
Determine o valor lógico das proposições:
a) (p  q)  (r  s). b) (p  q)  (r  s). c) ~(p  q)  ((p  ~r)  (~q  s)).
d) ~(p  q)  ~(p  ~r)  (~q  s) e) ~(s  q)  ~(p  ~r)

8. Escreva as proposições sob forma simbólica, construa a tabela verdade e, a partir do resultado
encontrado decida o que Antônio deve fazer.
a) Antônio irá passear se e somente se Carlos for jogar futebol e Marina for assistir televisão.
b) Marina irá assistir televisão se Luis ou Paula trouxer um filme romântico.
c) Paulo irá trazer o filme, mas Carlos não vai jogar futebol.

18
CAPÍTULO 4 – TAUTOLOGIAS E CONTRADIÇÕES

4.1 – DEFINIÇÕES

Vejamos as tabelas verdades das seguintes proposições


(1) P(p, q) = (p  q)  (q  p)
(2) P(p, q) = ~(p  q)  (p  q)
(3) P(p, q) = ~p  (p  ~q)
(4) P(p, q) = ~(p q)  (p  q).

(1)
p q pq qp (p  q)  (q  p)
V V V V V
V F F F V
F V F F V
F F F F V

(2) p q pq ~(p  q) pq ~(p  q)  (p  q)


V V V F V V
V F V F F V
F V V F F V
F F F V V V
(3) p q ~p ~q p  ~q ~p  (p  ~q)
V V F F F F
V F F V V F
F V V F F F
F F V V F F
(4) p q p q ~(p q) pq ~(p q)  (p  q)
V V V F V F
V F F V F F
F V F V F F
F F V F V F

Nas duas primeiras tabelas, quaisquer que sejam os valores lógicos de p e q, V(P) = V e nas
duas últimas, quaisquer que sejam os valores lógicos de p e q, V(P) = F.
As duas primeiras proposições são chamadas de TAUTOLOGIA e as duas últimas de CONTRADIÇÃO.

Definição 1 – Chama-se TAUTOLOGIA à proposição composta P(p, q, r, ...) tal que V(P) = V,
quaisquer que sejam os valores lógicos das proposições simples envolvidas.
As tautologias são também chamadas de “proposições logicamente verdadeiras”.

Definição 2 – Chama-se CONTRADIÇÃO à proposição composta P(p, q, r, ...) tal que V(P) = F,
quaisquer que sejam os valores lógicos das proposições simples envolvidas.
As contradições são também chamadas de “proposições logicamente falsas” ou
“contraválidas”.

Definição 3 – As proposições que apresentem valores lógicos V e F são chamadas de


CONTINGÊNCIAS.

EXERCÍCIOS 7

1. Dadas as proposições abaixo, verifique quais são tautologias, quais são contradições e quais são
contingências.
a) (p  q)  ((p  q)  (q  r)) b) ((p  q)  p)  q c) (p  q)  (p  ~q)
d) p  (p  q)  r e) ~(~p  q)  (p  q) f) p  (q (q p)
g) (p  q)  ~(p  q) h) (q  p)  (p  q) i) (p  q)  ((p  r)  (q  r))

19
4.2 – IMPLICAÇÃO E EQUIVALÊNCIA LÓGICAS

Sejam P(p, q, r, ...) e Q(p, q, r...) duas proposições.

Definição 1: Uma proposição P implica na proposição Q se e somente se a tabela verdade de


P  Q for uma tautologia.

Para indicar que a proposição P implica na proposição Q usa-se P  Q.

A implicação lógica goza das seguintes propriedades:


P1 – Reflexiva. Isto é P  P.
P2 – Transitividade. Isto é P  Q e Q  S então P  S.
A transitividade pode ser estendida a qualquer série de proposições: P  R e R  S e S  ...
 X então P  X.

Definição 2: Uma proposição P é logicamente equivalente a outra proposição Q se e somente se a


tabela verdade de P  Q for uma tautologia.

Para indicar que a proposição P é equivalente à proposição Q usa-se P  Q.

A equivalência lógica goza das seguintes propriedades:


P1 – P e Q são equivalentes se forem ambas tautologias ou ambas contradições.
P2 – Reflexiva. Isto é P  P.
P3 – Simétrica. Isto é, se P  Q então Q  P.
P4 – Transitividade. Isto é se P  Q e Q  R então P  R.

Provemos algumas equivalências lógicas.


Sejam p e q duas proposições, c uma contradição e t uma tautologia.
(1) c  p  p (2) t  p  p (3) c  p  c (4) t  p  t

c t p cp tp cp tp cpp tp p cpc tpt


F V V V V F V V V V V
F V F F F F V V V V V
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

As colunas 8, 9, 10 e 11 mostram que t  p  p, c  p  c e t  p  t são tautologias. Portanto, as


equivalências (1), (2), (3) e (4) são verdadeiras.
(5) p  q  p (6) p  q  q (7) p  p  q (8) q  p  q
p q pq pq pqp pqq ppq qpq
V V V V V V V V
V F F V V V V V
F V F V V V V V
F F F F V V V V
1 2 3 4 5 6 7 8

As colunas 5, 6, 7 e 8 mostram que p  q  p, p  q  q, p  p  q e q  p  q são tautologias.


Portanto as implicações (5), (6), (7) e (8) são verdadeira.

4.3 – PROPOSIÇÕES ASSOCIADAS A UMA CONDICIONAL

A partir da condicional p  q podemos obter as condicionais


(1) q  p, denominada proposição recíproca de p  q;
(2) ~p  ~q, denominada proposição contrária de p  q; e
(3) ~q  ~p, denominada proposição contrapositiva de p  q ou recíproca da proposição ~p  ~q.
Em geral, na proposição p  q, p é chamada de hipótese e q de tese.

Por exemplo: se A e B são ângulos opostos pelo vértice então eles são iguais. Nesta
proposição “A e B são ângulos opostos pelo vértice” é a hipótese e “eles são iguais é a tese”.
A hipótese é uma proposição que se supõe verdadeira enquanto que a tese é uma proposição que se
quer provar.

20
Vejamos a equivalência entre as proposições: p  q, q  p, ~p  ~q e ~q  ~p.
p q ~p ~q pq qp ~p  ~q ~q  ~p
V V F F V V V V
V F F V F V V F
F V V F V F F V
F F V V V V V V
1 2 3 4 5 6 7 8

Observando a tabela nota-se, pelas colunas 5 e 8 que (p  q)  (~q  ~p).


A equivalência entre p  q e ~q  ~p estabelece um procedimento para demonstrar
teoremas condicionais como, “se a + b = c então a = c – b” , onde a + b = c é a hipótese e a = c –
b é a tese.
Para provar a propriedade podemos usar a contrapositiva ou a negação da tese. Se a
negação da tese levar a concluir a negação da hipótese então a propriedade estará demonstrada.
Negando a tese, a  c – b. Somando b a ambos os membros, a desigualdade permanece. Assim,
a + b  c – b + b  a + b  c. O que contraria a hipótese. Portanto a propriedade é verdadeira.

EXERCÍCIOS 08

1. Mostre que:
a) p  q  p  q b) p  q  q  p c) p  q  p d) p  q  q
e) (p  q)  (q  p) f) ~(p  ~q)  ~p  q.

2. Dadas as proposições p: 5 > 3 e q: 2 + 2  5.


(a) Escreva a recíproca, a contrária e a contrapositiva da proposição p  q, sob forma simbólica
(b) Escreva, por extenso, a proposição p  q, sua recíproca, sua contrária e sua contrapositiva.

4.4 – EXPRESSANDO OS CONECTIVOS ,  E  EM FUNÇÃO DE ~,  E .

Na álgebra das proposições se P(p, q, r, ...)  Q(p, q, r...), pode-se substituir P(p, q, r, ...)
por Q(p, q, r...). Em alguns programas, como Excel e Starcalc podem-se construir tabelas verdade,
entretanto, nem todos os conectivos poderão ser usados. Assim, é importante saber substituir
conectivos por outros.
Vejamos as possíveis substituições:
(1) p  q pode ser substituído por ~p  q pois ~p  q  p  q.
(2) p  q pode ser substituído por (~p  q)  (~q  p).
(3) p  q que equivale a ~(p  q) pode ser substituída por (p  ~q)  (q  ~p).

A comprovação destas correspondências pode ser feita através das tabelas verdades.
(1) p q ~p ~p  q pq
V V F V V
V F F F F
F V V V V
F F V V V
(2) p q ~p ~q ~p  q ~q  p (~p  q)  (~q  p) pq
V V F F V V V V
V F F V F V F F
F V V F V F F F
F F V V V V V V

(3) p q ~p ~q ~pq p~q (~pq)  ( p~q) pq


V V F F F F F F
V F F V F V V V
F V V F V F V V
F F V V F F F F

Observando as duas últimas colunas das tabelas verifica-se a igualdade dos valores lógicos
das duas proposições.

EXERCÍCIOS 09
1. Construa as tabelas das proposições ~p, p  q, p  q, p  q, p  q, p  q.
2. Construa as tabelas das proposições dadas nos exercícios nº 2 página 12, nº 1 página 13, nºs 6 e
7 página 18.

21
UNIDADE 3 – ÁLGEBRA DE BOOLE
CAPÍTULO 5 – PORTAS LÓGICAS

5.1 – AS MÁQUINAS QUE CALCULAM

A história do computador pode ser dividida em três fases básicas:

1ª fase – o ábaco – data do ano 500 a.C. – usado para registro e contagem de valores, bem como
realização de operações simples como adição e subtração. Consistia essencialmente de várias fileiras
com seis peças. Em cada uma dessas fileiras, uma das peças apresentava-se separada das demais.
O processo usado na contagem ou nas operações tinha por base o complemento dos dígitos 1, 2, 3,
4, e 5 em relação a 10. Por exemplo para registrar o número 8, movia-se a peça separada para
indicar 5 e separavam-se 3 das outras cinco peças agrupadas.

2ª fase – contador mecânico de rodas e engrenagens dentadas – segundo consta, data de 1642,
inventada pelo francês Blaise Pascal, matemático e filósofo. Cada roda continha dez dentes. Ao
completar uma volta, um dos dentes, mais longo que os demais fazia girar um dente da roda
seguinte. Este processo é ainda usado nos marcadores de quilometragem dos automóveis.

3ª fase – dispositivos eletromecânico – no final do século XIX foi inventado o motor elétrico e com
ele foi possível fazer funcionar os sistemas mecânicos por meio de motores.
4ª fase – dispositivos eletrônicos – com a invenção da válvula em 1906, as máquinas de calcular
puderam se tornar mais leves pois utilizavam apenas sinais elétricos para o seu funcionamento,
associando o 0 à não passagem de uma corrente e o 1 à passagem da corrente. Assim, passou a ser
usado um sistema binário no lugar de um sistema decimal. As válvulas, que implicavam em
construção de circuitos que ocupam um grande espaço, foram sendo substituídas por novas
invenções como dispositivos transistorizados até chegar aos nossos dias onde são usados os
denominados circuitos integrados que, ocupando pequeno espaço tornou possível a construção de
microcomputadores.

5.2 – A LÓGICA BINÁRIA OU ÁLGEBRA BOOLEANA

Se considerarmos um circuito elétrico com uma fonte, chaves liga-desliga e lâmpadas, são
possíveis diversas combinações entre estes elementos e assim efetuarmos operações binárias. Isto é
operações onde a lâmpada será acesa ou não.
Vejamos alguns exemplos:
(1) O circuito permite dois resultados: (i) chave aberta 
fonte lâmpada apagada e (ii) chave fechada  lâmpada acesa.

Operações possíveis:
A B
A e B abertas  lâmpada apagada
(2) fonte  A aberta e B fechada  lâmpada apagada
A fechada e B aberta  lâmpada apagada
A e B fechadas  lâmpada acesa.
A Operações possíveis:
B A e B abertas  lâmpada apagada
(3) fonte A aberta e B fechada  lâmpada acesa

A fechada e B aberta  lâmpada acesa
A e B fechadas  lâmpada acesa.
Como será visto posteriormente, os circuitos acima apresentam propriedades e operações
semelhantes às propriedades da teoria dos conjuntos e à lógica das proposições.

Podemos então definir: “lógica binária ou álgebra booleana é um sistema que opera com dois
valores tendo como resultado um destes valores”.

Na álgebra booleana como na álgebra comum trabalhamos com variáveis e operações. Na


álgebra comum o número de variáveis é infinito e as operações são as já conhecidas: adição,
subtração, multiplicação, divisão, potenciação, radiciação e potenciação. Na álgebra booleana usam-
se apenas duas variáveis que podem ser ABERTO e FECHADO ou FALSO e VERDADEIRO.
Em geral, atribuem-se os dígitos 1 a FECHADO (ou VERDADEIRO) e 0 a ABERTO (ou falso).

22
As operações fundamentais usadas na álgebra booleana são denominadas:
(1) NOT – não – que para a variável A, se indica A ou A’.
Esta operação equivale ao complementar do conjunto A na teoria dos conjuntos e à ~p na
álgebra das proposições.
(2) AND – e – que, para as variáveis A e B, se indica A AND B ou A.B.
Esta operação equivale à interseção de conjuntos na teoria dos conjuntos e à p  q na
álgebra das proposições.
(3) OR – ou - que, para as variáveis A e B, se indica A OR B ou A + B.
Esta operação equivale à união de conjuntos na teoria dos conjuntos e à p  q na álgebra das
proposições.

5.3 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ÁLGEBRA BOOLEANA

Considerando que as variáveis A, B e C podem assumir um dos valores 0 ou 1, a Álgebra


Booleana tem por base os seguintes princípios:

1 A+B=B+A A.B = B.A Comutatividade


2 A + (B + C) = (A + B) + C A.(B.C) = (A.B).C Associatividade
3 A+0=A A.1 = A Neutro
4 A+A=A A.A = A Idempotência
5 A+1=1 A.0 = 0 elemento absorvente
6 A + (B.C) = (A + B).(A + C) A.(B + C) = (A.B + A.C) Distributividade
7 Se A = 0 então A’ = 1 Se A = 0 então A’ = 1 Operação NOT
8 Se A = 1 então A’ = 0 Se A = 1 então A’ = 0 Operação NOT
9 (A’)’ = A (A’)’ = A Involução
10 A + A’ = 1 A.A’ = 0 Simétrico
11 (A + B)’ = A’.B’ (A.B)’ = A’+ B’ De Morgan
12 A + (A.B) = A A.(A + B) = A Absorção

EXERCÍCIO 10
1. Construa uma tabela com as propriedades de 1 a 12 da tabela anterior fazendo a correspondência
entre a álgebra das proposições e a teoria dos conjuntos.
2. Construa um diagrama para o circuito correspondente às operações:
A + (B.C); A.(B + C); (B + C)’ e (B.C)’.

5.4 – TABELAS OPERACIONAIS

Semelhante às tabelas verdade da Lógica das Proposições, podemos construir as tabelas


operacionais para a álgebra booleana. Nestas últimas os valores lógicos são os dígitos 0 e 1.
Estas tabelas são construídas com base nos princípios indicados no item 1.3.
TABELA NOT (‘) TABELAS OR (+) e AND (.)
A A’ A B A+B A.B
1 0 1 1 1 1
0 1 1 0 1 0
0 1 1 0
0 0 0 0

TABELA A.(C’ + B + D’)


A B C D C’ D’ C’ + B C’+B+D’ A.(C’+B+D’)
1 1 1 1 0 0 1 1 1
1 1 1 0 0 1 1 1 1
1 1 0 1 1 0 1 1 1
1 1 0 0 1 1 1 1 1
1 0 1 1 0 0 0 0 0
1 0 1 0 0 1 0 1 1
1 0 0 1 1 0 1 1 1
1 0 0 0 1 1 1 1 1
0 1 1 1 0 0 1 1 0
0 1 1 0 0 1 1 1 0
0 1 0 1 1 0 1 1 0
0 1 0 0 1 1 1 1 0
0 0 1 1 0 0 0 0 0
0 0 1 0 0 1 0 1 0
0 0 0 1 1 0 1 1 0
0 0 0 0 1 1 1 1 0

23
EXERCÍCIOS 11
1. Construa as tabelas das seguintes expressões booleanas
a) A + A’ b) A.A’ c) (A + B)’ d) (A.B)’ e) A’.B’ f) A’ + B’.
g) A.B.C + A.B’.C’ + A’.B’.C’ h) (A + B).(A + C)’ i) (A.B + A.B’)’

2. Demonstre, mediante a construção de tabelas, as propriedades 1 a 6, 9 a 11 da tabela do item


1.3.

5.5 – SIMPLIFICAÇÃO DE EXPRESSÕES

Dependendo da expressão booleana, os circuitos correspondentes podem ser bastante


complexos . Usando as propriedades descritas na tabela do item 1.3, pode-se, às vezes, simplificar
tais expressões e, em conseqüência, obter circuitos mais simples.
Por exemplo: a expressão X = [(A’ + B).B]’ pode ser transformada em X = A + B.
Temos: X = [(A’ + B).B’]’  [A’.B’ + B.B’]’ (P6)
[A’.B’ + B.B’]’  [A’.B’ + 0]’ (P10)
[A’.B’ + 0]’  [A’.B’]’ P(3)
[A’.B’]’  (A’)’ + (B’)’ P(11)
(A’)’ + (B’)’  A + B (P9).
Pela transitividade da equivalência, conclui-se que [(A’ + B).B]’  A + B.

EXERCÍCIOS 12

1. Simplifique cada uma das expressões abaixo


a) A.B’ + B’.A + C.D.E + C’.D.E + E.C’.D
b) A.B.C.(A.B.C + A.B.C + A.B.C)
c) A.B + A.B + A.C + A.C
d) (A.B.C).(D.E).(F.G.H).(A.B.C)
e) A.C’ + C.A.B + C’.A.B + A.C
f) (A.C + B.C).A.(A + A.B) + C.C + A.B
g) A.B + B.A
h) (A + B).(A + B’)
i) (A + 1).B.B’ + A + C.C.0 + C
j) (A + 1).(B.0) + D.D + 1.

2. Considere os valores binários: A = 1011, B = 0101 e C = 1111.


Determine o valor de X, se:
a) X = A + B’.C
b) X = (A’.B) + C’
c) X = (A + B’)’ + A.C’
d) X = (A +B’)’ + (A + C’)’.

5.6 – PORTAS LÓGICAS

Os hardwares de um computador são conjuntos de circuitos eletrônicos simples combinados.


Circuitos estes destinados a receber um sinal de entrada (0 ou 1) ou combinação desses sinais, com
os quais são realizadas operações ou funções lógicas e, a partir dessa entrada produzir um sinal de
saída.

Os circuitos simples são denominados portas lógicas. Esquematizando temos:

entradas Exemplo
E1 1
E2 S 1
... porta lógica
0 +
En saída

24
A tabela a seguir mostra as portas lógicas, o simbolismo matemático e a representação gráfica das
mesmas.

XOR (ou (AB)


exclusivo)

Podemos associar diversas portas lógicas para que, dada uma entrada a mesma combine
com um conjunto registrador de origem e assim obter um registrador de origem. Veja o exemplo
abaixo.

O sinal indica que não há contato entre os ramos do circuito.

O registrador de origem fornece um determinado sinal que combinado com o sinal da entrada
resultará no sinal registrado no destino.

25
5.7 – TABELAS DAS OPERAÇÕES LÓGICAS

A lógica das proposições utiliza os valores lógicos VERDADEIRO (V) e FALSO (F). Nas portas
lógicas estes valores são equivalentes a 1 e 0, respectivamente. Assim, as tabelas das operações
com as proposições e as tabelas operacionais com as portas lógicas se correspondem.
Temos então:

5.8 – ALGUNS EXEMPLOS

Sejam calcular a saída X da operação X = A + (B.C)’ para A = 01101, B = 10011 e C =


11000.
1º passo: B.C = (1,0,0,1,1).(1,1,0,0,0) = (1,0,0,0,0)
2º passo: (B.C)’ = (0,1,1,1,1)
3º passo A + (B.C)’ = (0,1,1,0,1) + (0,1,1,1,1) = (0,1,1,1,1).

Como pode ser observado A + (B.C)’ equivale à (B.C)’ para os valores dados.
A representação gráfica da operação acima é:

EXERCÍCIOS 13

1. Considere os valores A = 1110001, B = 0011100, C = 1010101 e D = 0101011


Calcule o valor de X, se
a) X = (A + B).(C + D) b) X = (A.B) + (C.D) c) X = A.B’ + C’.D
d) X = (A’ + B).(C1 + D’)’ e) X = A.B.C.D f) X = (A.B)’ + (C’D)
g) X = (A’ + B)’ h) X = A’  (B.C)’ i) X = (A  B)’ . (C  D’)

2. Faça a representação gráfica das operações do exercício anterior.

3. Para cada uma das representações abaixo, determinar o valor da saída X.

26
UNIDADE 4 – MÉTODOS DE RACIOCÍNIO

CAPÍTULO 6 – DEDUÇÃO E INFERÊNCIA LÓGICA

6.1 – INTRODUÇÃO

Dedução e a indução são formas de raciocinarmos ou mesmo de argumentar, isto é, são


formas de reflexão. O raciocínio pode ser algo ordenado, coerente, lógico e pode ser dedutivo ou
indutivo.
Os argumentos dedutivos como os indutivos são fundamentados em premissas. A dedução e a
indução são processos que se completam.
Consideremos as seguintes seqüências de raciocínio:
i) Todo homem é mortal.
Sócrates é mortal.
Então, Sócrates é homem.
ii) Seja o trinômio: n2 + n + 17. Se fizermos n = 0, 1, 2, 3, 4 e 5, obtemos: 17, 19, 23, 29, 37,
47. Todos esses resultados são números primos. Poder-se-ia dai concluir que para todo n  N, n2 +
n + 17 é um número primo.
As duas conclusões são evidentemente falsas pois
(i) "Sócrates pode ser um gatinho" que é mortal mas não é homem e,
(ii) para n = 17, n2 + n + 17 = 17*19 que não é primo. A sentença é verdadeira para n < 16.

Entretanto, raciocínio como estes, desde que seguidas algumas regras, poderão ser válidos.
No exemplo (i) partimos de uma afirmação geral para se chegar a uma afirmação particular. Um
raciocínio desse tipo é chamado de DEDUÇÃO. No exemplo (ii) de algumas situações particulares
tentou-se chegar a uma afirmação que poderia ser válida para todas as situações. Este tipo de
raciocínio é denominado INDUÇÃO.

6.2 – MÉTODO DEDUTIVO

O método dedutivo considerado como o procedimento ideal da ciência goza de grande


prestígio desde a época de Aristóteles. As idéias de que as explicações científicas devem ter uma
forma de dedução lógica, teve ampla aceitação. Este método tradicionalmente é definido como um
conjunto de proposições particulares contidas em verdades universais. O ponto de partida é a
premissa antecedente que tem valor universal (ou pelo menos assim se admite), e o ponto de
chegada é a conseqüente. A conseqüente contém ou afirma um conhecimento particular ou menos
geral contido explicitamente na primeira. Daí que uma definição simplista do método dedutivo pode
ser endossada como segue: "método dedutivo é aquele que vai do conhecimento geral para o
particular".
Na álgebra das proposições, o método dedutivo consiste em demonstrar implicações (H  T)
e equivalências lógicas (H  T que equivale provar H  T e T  H).
Podemos aplicar, na implicação, o processo direto que consiste em aceitar a hipótese, usando
propriedades ou equivalências lógicas, comprovar a tese ou o processo indireto que consiste em
negar a tese. Neste processo se a negação da tese implicar na negação da hipótese, a proposição
será verdadeira. Este segundo método é denominado, redução ao absurdo.
Nas demonstrações é aconselhável converter os conectivos “se então”, “se e somente se” e “ou
exclusivo” nos conectivos “e” e “ou”, pois isto facilita as conversões de proposições em proposições
equivalentes.
Lembrando tais conversões temos:
(1) p  q  ~p  q
(2) p  q  (p  q)  (q  p)  (~p  q)  (~q  p)
(3) p  q  ~(p  q)  ~((~p  q)  (~q  p))  ~(~p  q)  ~(~q  p)  (p  ~q)  (q  ~p)

Além dessas equivalências podemos usar as equivalências e implicações abaixo, já provadas por
tabelas verdade,
(4) c  p  p (5) t  p  p (6) c  p  c (7) t  p  t
(8) p  q  p (9) p  q  q (10) p  p  q (11) q  p  q.

Vejamos algumas aplicações:


(1) Demonstrar que (p  q)  p  q.
Demonstração:
27
(p  q)  p  p  (p  q) (comutatividade do conectivo )
p  (p  q)  p  (~p  q) (1)
p  (~p  q)  (p  ~p)  (p  q) (distributividade)
(p  ~p)  (p  q)  C  (p  q) [(p  ~p) é uma contradição]
C  (p  q)  p  q (5)
p  q  q (10).

(2) Demonstrar que (p  q)  ~q  ~p


Demonstração:
(p  q)  ~q  (~p  q)  ~q (1)
(~p  q)  ~q  (~p  ~q)  (q  ~q) (distributividade)
(~p  ~q)  (q  ~q)  (~p  ~q)  C [(q  ~q) é uma contradição]
(~p  ~q)  C  C  (~p  ~q) (comutatividade)
C  (~p  ~q)  (~p  ~q) (5)
(~p  ~q)  ~p (9).

(3) Demonstrar que (p  q)  ~p  q.


Demonstração:
(p  q)  ~p  (p  ~p)  (q  ~p) (distributividade)
(p  ~p)  (q  ~p)  C  (q  ~p) [(p  ~p) é uma contradição]
C  (q  ~p)  (q  ~p) (5)
q  ~p  ~p (10).

EXERCÍCIOS 14

1. Demonstre as equivalências e implicações


a) p  q  (p  ~q)  c b) p  q  (p  q)  q
c) (p  q)  (p  ~q)  ~p d) (p  q)  r  p  (q  r)
e) (p  r)  (q  r)  (p  q)  r f) (p  q)  (p  r)  (p  q)  r

6.3 – REGRAS DE INFERÊNCIA

Sejam P1, P2, P3, ... Pn, e Q proposições tais que (P1  P2  P3  …  Pn)  Q, isto é
(P1  P2  P3  …  Pn)  Q é uma tautologia, dizemos que (P1  P2  P3  …  Pn) é um
argumento que tem como conseqüência a proposição Q. As proposições P1, P2, P3, ... Pn são
denominadas premissas e Q é denominada conclusão.
Um argumento de premissas P1, P2, P3, ..., Pn e conclusão Q é indicado por

P1, P2, P3, ..., Pn Q,


que se lê:
(1) P1, P2, P3, ..., Pn acarretam Q; ou
(2) Q decorre de P1, P2, P3, ..., Pn; ou
(3) Q se deduz de P1, P2, P3, ..., Pn; ou
(4) Q se infere de P1, P2, P3, ..., Pn; ou
(5) de P1, P2, P3, ..., Pn se conclui Q.

Definição 1: Um argumento P1, P2, P3, ..., Pn Q é válido se e somente se a conclusão Q é


verdadeira todas as vezes que as premissas P1, P2, P3, ..., Pn são verdadeiras.

Definição 2: Um argumento não válido é denominado sofisma.

28
6.4 – ARGUMENTOS BÁSICOS VÁLIDOS

Apresentamos abaixo uma relação dos principais argumentos válidos usados também
chamadas regras de inferências. Tais argumentos já forma demonstrados através de tabelas
verdade ou por dedução.

6.5 – DEMONSTRAÇÕES USANDO AS REGRAS DE INFERÊNCIAS

Para demonstrar a validade de um argumento podemos utilizar tabelas verdades. Entretanto,


à medida que aumento o número de proposições, o método de tabelas pode-se tornar bastante
trabalhoso. O uso das regras de inferências podem tornar estas demonstrações bem mais simples.
Na verificação da validade de um argumento é comum utilizar o algoritmo abaixo, que mostraremos
usando um exemplo.
Seja demonstrar a validade de p  (q  r), p  q, p r

Inicialmente escrevemos as premissas em coluna:

(1) p  (q  r) P1
(2) p  q P2
(3) p P3

Separamos as premissas por um traço horizontal.


A seguir, considerando as premissas dadas, aplicam-se as regras de inferência até obter a premissa
que se quer concluir.

Dando continuidade temos:


(1) p  (q  r) P1
(2) p  q P2
(3) p P3

(4) q  r (P1 e P3) aplicando MP


(5) q (P2 e P3) aplicando MP
(6) r (4 e 5) aplicando MP.

Não se pode esquecer que o argumento pode ser demonstrado a partir da tabela verdade
[(p  (q  r))  (p  q)  p]  r.

EXERCÍCIOS 15
1. Verificar a validade dos seguintes argumentos
a) p  q, p  r q b) p  q, p  r  s p  s.
c) p  (q  r), p  q, p r d) p  q  r, (r  q)  (p  s  t)), p  s st

2. Demonstrar a validade do argumento


P1: Se Pedro tem a mesma altura que João então João tem a mesma altura que Luis.
P2: Se Pedro tem a mesma altura que Luis então Pedro tem a mesma altura que Antônio.
P3: Ou Pedro tem a mesma altura que João ou a altura de Pedro é 1,80 m.
P4: Se a altura de Pedro é 1,80 m então a altura de Pedro mais 0,20 m = 2,00 m.
P5: Mas a altura de Pedro mais 0,20 não é igual a 2,00m.
29
Portanto: Pedro tem a mesma altura que Antônio.

3. Verificar a validade do argumento:


x = y  x = z, x  y  x < z, x > z  y > z, y  z  x  z y > z.

4. Verificar a validade dos seguintes argumentos:


a) (p  q)  r, r  s, t  ~u, t, ~s  u ~(p  q)
b) p  q, q  r, s  t, p  s rt
c) p  q, ~r  (s  t), r  (p  s), ~r qt
d) p  q, (p  r)  (s  q), (p  q)  r, ~s q
e) p  q, q  r, r  s, ~s, p  t t
f) r  (p  q), r, ~p q
g) p  ~q, ~~q, ~p  r r
h) p  q, ~q, , ~p ~r r.

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