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RESUMO DO CAPÍTULO IX: CONCEITO DE FUNÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS, LIVRO

ESTRUTURA E FUNÇÃO NA SOCIEDADE PRIMITIVA - RADCLIFFE-BROWN.

Segundo Radcliffe-Brow, o conceito de função aplicado à sociedades humanas


baseia-se na analogia entre vida social e vida orgânica. Ele fala que o reconhecimento
desta analogia não é uma tática nova, pois já vem sendo usada desde antes, sendo o
primeiro a usar tal analogia, foi Emile Durkheim, em 1985 em Règles de la Méthode
Sociologique.

Para explicar função ele começa com o termo que Durkheim usa: a "função" de
uma instituição social é a correspondência entre ela e as necessidades da organização
social. Porém ele diz que deve haver precauções com a frase, e troca o termo
"necessidades" para "condições necessárias de existência", e tudo isto implica que, há
condições necessárias de existência para as sociedades humanas, do mesmo jeito que
há para organismos animais.

Para ele, todo organismo tem sua estrutura, e a estrutura deve pois ser definida
como uma série de relações entre entidades.

Portanto a vida social da comunidade é definida aqui como "funcionamento" da


estrutura social. A função de qualquer atividade periódica, tal como a punição de um
crime, ou uma cerimônia fúnebre, é a parte que ela desempenha na vida social como
um todo, e, portanto, a contribuição que faz para a manutenção da continuidade
estrutural.

Radcliffe-Brow fala das patologias sociais que Durkheim muito citava, segundo
ele as doenças ameaçam a vida dos animais e organismos, porém na realidade social,
as sociedades não morrem como animais, mas sim alteram sua estrutura. Por seguinte,
não pode definir disnomia como pertubação das atividades usuais de um tipo social,
assim como Durkheim tentou fazer.

O autor trás duas observações, onde diz que uma hipótese é que nem tudo na
vida social nos grupos possuem função, mas sim que é algo interessante e que
podemos buscar os resultados a qual procuramos. Outra é o que parece ser o mesmo
costume social em duas sociedades pode ter funções diferentes nas duas, e ele dá o
exemplo do celibato na Igreja Católica de hoje, e diz que o mesmo costume não é que
era diferente do antigo, mas apresentava uma função diferente da Igreja Cristã
Primitiva. É necessário não apenas observar a forma de costume, mas também sua
função.

O ponto de vista "funcionalista" apresentando por Radcliffe-Brow implica,


portanto, que tenhamos de investigar o mais completamente possível todos os
aspectos da ida social, considerando-os uns em relação com os outros, e que parte
fundamental da tarefa é a investigação do indivíduo e do modo pelo qual é modelado
pela vida social ou ajustado a ela. Ou seja, temos que investigar mais completamente
os aspectos da vida social e de que forma o indivíduo é modelado por ela.
Radcliffe-Brow olha as teorias contra o funcionalismo à época, onde dizem que os
traços culturais, porém de acidentes históricos, e ele diz que a "explicação" de
determinado sistema social será sua história, se soubermos o relato minucioso de
como e onde ele veio a ser o que é.

RESUMO DO CAPÍTULO X: SOBRE ESTRUTURA SOCIAL, LIVRO ESTRUTURA E FUNÇÃO


NA SOCIEDADE PRIMITIVA - RADCLIFFE-BROWN.

Neste capítulo Radcliffe-Brow trata dos conceitos e fenômenos que tange o que
ele chama de estrutura social. Ele começa falando de sua ideia de Antropologia Social,
que é a ciência teórico-natural da sociedade humana, isto é, a investigação dos
fenômenos sociais por métodos essencialmente semelhantes aos empregados nas
ciências físicas e biológicas. O autor diz que alguns antropólogos falam que
antropologia social estuda a cultura, o que ele deixa claro as diferenças e afirma que
Antropologia Social estuda a sociedade humana, termo que expressa significante
relevância e que levam a duas espécies de estudos. Sua ideia é ao estudo de relações
sociais, e dá o exemplo de uma colmeia, onde as abelhas operárias e os demais
trabalham em conjunto formando uma série de rede de relações, uma gata e seus
filhotes, uma série de relações de parentesco,, lembrando que todos estes exemplos
forma-se no que Radcliffe-Brow fala de função social, as abelhas juntas tem a função
de cultivar o mel, ventilação da colmeia, proteção da abelha rainha, cuidados com os
ovos e outras séries de funções; assim como a gata e seus filhotes também
desempenham seus papeis e funções. Portanto ele distingue bem o conceito de estudo
de relações sociais do estudo de cultura. Na antropologia, conforme o autor definiu, o
que se tem a investigar são as formas de associação que se encontram entre seres
humanos.

Radcliffe-Brow alerta que estudar estruturas sociais não significa estudar


relações sociais, como alguns sociólogos definem. Assim como ele diz que determinada
relação social entre duas pessoas, a menos que sejam Adão e Eva no Jardim do Édem,
só existe como parte de uma ampla rede de relações sociais, implicando muitas outras
pessoas, e é esta rede que ele considera objeto de investigações, Portanto ele diz que
estruturas sociais são um todo, o qual ele chamou em outro capítulo de "todo
coerente" as relações sociais são entre as pessoas, sejam como o exemplo da gata, por
marido e mulher, pelo sistema de parentesco, pelo patrão e empregado. Logo vários
conjuntos de relação sociais, implica-se num resultado maior, ou seja um complexo
chamado de estrutura social.

Os casos que se consideram parte da estrutura social são dois. Em primeiro


lugar são as relações de pessoa a pessoa, ou seja, a relação didática, entre família,
dada por sistema de parentesco, como ele dá o exemplo nas tribos aborígenes
australianas, onde toda a estrutura social era estabelecida através de conexões
genealógicas. Em segundo lugar é a diferenciação dos indivíduos por classe e seu
desempenho social, como o caso de empregadores e empregados, chefes e
comunitários. Este é o que ele chama de determinantes das relações sociais.

Radcliffe-Brow fala que intimamente relacionada com a concepção de estrutura


social está relacionada a concepção de "personalidade social" como posição ocupada
pelo ser humano numa estrutura social, o complexo formado por todas as suas
relações sociais com outros. Ele diz que todo ser humano que viva numa sociedade é
duas coisas: indivíduo e pessoa.

Neste pensamento, o autor diz que o ser humano como pessoa é um complexo
relacionamento social. É cidadão da Inglaterra, marido e pai, pedreiro, membro de
determinada congregação metodista, votante em determinado partido, membro de
seu sindicato, adepto do Partido Trabalhista etc. Ela chama atenção para que cada
uma dessas descrições refere-se a um relacionamento social, ou a certo lugar na
estrutura social.

Se necessitar de uma concreta formação comparativa das sociedades, deve-se


ter em mente alguma espécie de classificação dos tipos de sistemas estruturais. Ele
alerta que esta é a parte mais difícil e que ele mesmo levou trinta anos para trabalhar.

Radcliffe-Brow indaga-se como e quais os mecanismos que mantém viva uma


rede de relações sociais, e como atuam. Segundo ele o que ele chamou de fisiologia
social, não trata apenas da estrutura social, mas de toda espécie de fenômeno social.
Moral, direito, boas maneiras, religião, governo e educação, tudo isto são partes do
complexo mecanismo pelo qual uma estrutura social existe e perdura.

Segundo o autor, existe relação social entre dois ou mais organismos


individualmente quando há certo ajuste de seus respectivos interesses. Radcliffe-Brow
diz que interesse são as relações sociais entre as partes, ou seja, as relações sociais
entre os grupos. Desta maneira, o estudo da estrutura social leva imediatamente ao
estudo de interesses ou valores como determinantes das relações sociais. A relação
social não resulta da semelhança de interesse, mas repousa ou no interesse mútuo de
pessoas em outra, ou em um ou mais interesses comuns, ou ainda numa combinação
de ambos os modos. A mais elementar forma de solidariedade social verifica-se
quando duas pessoas estão interessadas em produzir certo resultado e cooperam para
este fim. Quando duas pessoas ou mais têm um "interesse comum" em certo objeto,
pode-se dizer que esse objeto tem um "valor social" para as pessoas associadas a esta
relação.

Radcliffe-Brow aponta uma ideia muito importante, que é a investigação dos


processos pelos quais as estruturas sociais se transformam, de como novas estruturas
surgem. Ele fala que estes processos são muito difíceis de obter êxito pois a influência
ou dominação de invasores ou conquistadores europeus influenciou muito nesta área,
o que é chamado de "contato cultural". Com a chegada dos europeus uma nova
estrutura social surge e depois passa a desenvolver-se. A população agora inclui certo
número de europeus, funcionários do governo, missionários, comerciantes e, em
alguns casos colonos. A vida social da região não é mais simplesmente um processo
dependente das relações e interações dos povos nativos. Ergue-se ali nova estrutura
política e econômica na qual os europeus, embora poucos em número exercem
influência dominadora.

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