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Manual de biología de suelos tropicales. Muestreo y caracterización de la


biodiversidad bajo suelo.

Chapter · January 2012

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5 authors, including:

Cahyo Rahmadi Elizabeth Franklin


Indonesian Institute of Sciences Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
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Ca p í t u l o 5

Collembola, Acari e outros grupos


da mesofauna do solo – O método
de Berlese
Agus Karyanto, Cahyo Rahmadi, Elizabeth Franklin,
F. X. Susilo & José Wellington de Morais

I n t ro d u ç ã o

A mesofauna inclui animais com o tamanho do corpo variando de 0,2 a 2,0 mm,
cuja abundância não pode ser precisamente avaliada através de coleta manual
do material do solo. Enchytraidae (enquitreídeos), Acari (ácaros), Collembola (co-
lêmbolos), Protura (proturos), Pauropoda (paurópodos), Symphyla (sínfilos), Pseu-
doscorpiones (pseudoescorpiões), Palpigradi ( palpigrados), Diplura (dipluros) e e
alguns Nematoda (nematódos) são exemplos típicos da mesofauna, mas algumas for-
mas larvais de espécies da macrofauna também estão dentro deste intervalo de tama-
nho. A coleta da mesofauna (e outros grupos da biota do solo) está integrada ao pro-
grama global de inventários da biodiversidade abaixo do solo descrito no Capitulo 2.
Para cada ponto de amostragem, amostras de solo são localizadas em dois círculos
concêntricos, com 3 e 6 m de raio, respectivamente, a partir do monólito central. A
amostragem é completada por armadilhas localizadas no mínimo 14 m a par tir deste.
A mesofauna é coletada através de dois métodos: a) amostras dos sub-horizontes da
serrapilheira e do solo são extraídas pelo método de Berlese-Tullgren ou pelo método
de Berlese modificado, e b) do líquido mortífero/preservativo das armadilhas de
fosso (pitfall traps). Sondas de diversos formatos e tamanhos são usadas principal-
mente para coletar a mesofauna que vive no solo abaixo da serrapilheira e na própria

Editora UFLA, 2010. Manual de Biologia dos Solos Tropicais (eds F.M.S.Moreira et al.)
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serrapilheira, enquanto que a armadilha de fosso é usada para coletar organismos


que vivem ativamente na superfície.
O método Berlese é um sistema de extração formado por funís para separação de
pequenos artrópodos de solo, desenvolvido por Antonio Berlese no final do século
19. O sistema era constituído de funís com paredes duplas de bronze nas quais circu-
lava água quente, responsável pelo ressecamento lento das amostras de solo. Em
1918, Tullgren modificou o método do Berlese, substituindo a água por lâmpadas
elétricas, instaladas na parte superior dos funis contendo as amostras. O método das
armadilhas de fosso (Capítulo 3, secção D) é eficiente na captura de colêmbolos que
vivem na superfície do solo (edáficos), mas não de ácaros da Subordem Oribatida
(ácaros oribatídeos), uma vez que estes animais são na maioria sedentários (exceto
algumas famílias, tais como Galumnidae e Scheloribatidae), em contraste com os
grupos mais oportunistas como os colêmbolos. Tanto a extração baseada em funis,
quanto a captura com armadilhas de fosso devem ser rotineiramente utilizadas em
programas de coleta.
Na maior parte dos solos, os ácaros oribatídeos são numericamente dominantes
e diversos dentre os artrópodos. Estes ácaros não possuem nome comum no idioma
brasileiro, mas em inglês são conhecidos como “beetle mites”, “armored mites”, or
“moss mites”. Compreendem mais de 9.000 espécies conhecidas (Schatz 2005, Subias
2004), representando 172 famílias (Norton & Behan-Pelletier, 2009). Eles são fre-
quentemente o grupo dominante de artrópodos nos solos de florestas temperadas,
onde 100-150 espécies podem ter uma densidade coletiva excedendo a 100.000
ind.m-2 (Norton, 1990; Norton & Behan-Pelletier, 2009). Em florestas tropicais,
como a Amazônia, cerca de 90-210 espécies (Franklin et al., 2006) podem chegar a
cerca de 15.000 ind.m-2 (Franklin et al., 2001). Eles se alimentam de material vegetal
vivo ou morto e de cadáveres, pastoreiam sobre fungos e algas, e alguns podem ainda
ser predadores (por exemplo, se alimentando de nematódeos) (Siepel, 1990). Suas
fezes formam uma grande área para a decomposição primária por bactérias e fungos
e são, portanto, um componente integrante da estrutura do solo. Após a morte eles
deixam resíduos nitrogenados. Devido ao seu papel regulador na decomposição e na
ciclagem de nutrientes, bem como na formação da estrutura do solo, fatores como
abundância, composição e diversidade de espécies deste grupo em um determinado
hábitat podem ser utilizados como bons indicadores da saúde do solo (Minor, 2004).
Isto pode ser aplicável aos grandes grupos de microartrópodos do solo, ou à razão
entre a abundância e a diversidade entre os vários grupos da mesofauna do solo.
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Collembola, Acari e outros grupos da mesofauna do solo – O método de Berlese 137

M é to d o s d e c o l eta
Os protocolos aqui descritos abordam primariamente ácaros e colêmbolos presentes
nos horizontes minerais do solo e na serrapilheira. O princípio é coletar pequenas
amostras ou blocos e combiná-los a uma única amostra, que é por sua vez subamostra-
da para a extração pelo método Berlese-Tullgren. Alternativamente três ou quatro
amostras compostas são recolhidas, em vez de apenas uma. Amostras de solo com ou
sem serrapilheira são tomadas no campo com uma sonda de metal. As medidas da
sonda são de 3,5 x 3,5 cm (largura) x 10 cm (altura) e as amostras são tomadas a 5 cm
de profundidade e depois transferidas para um recipiente plástico (300 ml, Figuras 5.1
A e B) para serem armazenadas em recipientes maiores para transporte ao laboratório.
Alternativamente podem ser coletadas amostras do solo a partir de 3,5 x 3,5 x 5 cm
(profundidade) usando uma pequena pá para coletar um volume constante de aproxi-
madamente 100 ml. A amostra composta é então dividida em dez sacos plásticos não
selados, etiquetados, com uma média de 1 kg por saco. Todos os sacos são transferi-
dos para um saco de tecido de 30 x 35 cm, para evitar a morte de mesofauna. Sacos
de tecidos têm sido muito eficientes para armazenamento temporário e transporte de
amostras por longo tempo e distâncias, pois o tecido permite a circulação do ar e
impede indesejados aumentos de temperatura. Além disso, a exposição desnecessária
diretamente à luz solar deve ser evitada durante o ensacamento das amostras no
campo. As amostras devem também ser protegidas da chuva durante o transporte do
campo uma vez que os animais podem morrer se as amostras estiverem muito úmi-
das. Tanto o sol quanto o calor do motor de um carro são prejudiciais para os ani-
mais na amostra. Portanto, todo o material coletado deve ser transportado até o
laboratório, de preferência utilizando um veículo equipado com ar condicionado,
devendo ficar longe do calor do motor do veículo e do sistema de escape. Em caso do
veículo não ter ar condicionado, o material deve ser colocado sobre o assento do pas-
sageiro. Na chegada ao laboratório, todos os sacos com as amostras são dispostos de
acordo com o seu local de coletas. As amostras são embaladas e separadas em cama-
das com papel para manter a estabilidade da umidade dentro da caixa. Após este pro-
cedimento, as amostras são submetidas à extração.
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Figura 5.1 A) Sonda de metal para a coleta de amostras da mesofauna da serrapilheira e do solo. B) O conteú-
do de cada cilindro é colocado em um recipiente de plástico, etiquetado, com ajuda de uma espátula ou faca de
campo. É aconselhável usar luvas de proteção contra galhos e espinhos de plantas, formigas, centopéias, aracní-
deos e demais animais peçonhentos. J.W.Morais & E. Franklin

E xt r a ç ã o
Berlese-Tullgren
O aparelho de Berlese-Tullgren (Figura 5.2) é usado para extrair a mesofauna ativa, de
vida livre, das amostras de solo e serrapilheira. O aparelho pode ser mantido em um
laboratório próximo ao acampamento base ou à área experimental. O sistema consiste de
um armário de madeira com cerca de 160 x 50 x 64 cm, dividido em compartimento
superior e inferior. Os dois compartimentos são divididos por uma base de madeira,
coberta com isopor, com aberturas que servem de suporte para funis plásticos (Figura
5.2A). Cada cabine é equipada com portas para excluir insetos voadores que não fazem
parte das amostras. Uma minijanela é aberta na porta, coberta por uma tela de malha de
1 cm para não haver superaquecimento dentro da cabine. Um recipiente (8 cm de diâ-
metro e 5 cm de altura) com fundo de malha, contendo as amostras do solo e da serra-
pilheira, é colocado no topo do funil. O tamanho da malha é de 1,5 mm e deve conter
quatro buracos de 4 mm de diâmetro para permitir a fuga dos animais de maior tama-
nho para baixo. Depois de colocar todos os funis com as amostras, o aparelho é lenta-
mente aquecido por lâmpadas elétricas (25 watts é o ideal; se não disponível, 40 watts
pode ser utilizado), suspensas a 14 cm acima dos funis contendo as amostras. O aqueci-
mento deve ser aumentado gradualmente a cada dia, para evitar a secagem rápida das
amostras, uma vez que a diminuição brusca da umidade, no interior da amostra, pode
ocasionar a morte da mesofauna. O princípio básico do aparelho de Berlese-Tullgren é
que os organismos do solo irão responder à diminuição da umidade resultante do aumen-
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to da temperatura e secagem do material, migrando para baixo, até que finalmente irão
passar pela peneira e cair em um recipiente coletor posicionado à base do funil e conten-
do um líquido mortífero/preservativo (formalina 4%). Para maior eficácia, o funil deve
ter uma encosta íngreme e uma superfície lisa para que tais animais caiam imediatamen-
te através da peneira no frasco receptor. A posição da lâmpada é regulável e prevê outra
forma de garantir o aumento gradativo da temperatura do solo, possibilitando assim um
deslocamento lento das espécies, evitando que elas fiquem aprisionadas nos blocos duros
de solo seco. Normalmente, a temperatura no interior da cabine contendo as amostras é
aumentada gradualmente a partir de 27 °C, para 40-45 °C. As amostras permanecem no
aparelho até que estejam completamente secas (peso seco constante), que ocorre normal-
mente após 8 dias. Se for deixado por um longo tempo, ovos presentes nas amostras irão
eclodir e os imaturos podem eclodir, de modo que os resultados serão menos represen-
tativos. O mortífero/preservativo é normalmente formalina a 4% ou etanol 96%.

Figura 5.2 A) Armários para funis de Berlese-Tullgren. Observe que as pernas dos armários são mantidas
em recipientes com água para evitar a invasão por invertebrados, principalmente formigas (Cortesia M.R.Coelho);
B) Aparelho de Berlese-Tullgren em funcionamento. J.W.Morais & E. Franklin

Método de Berlese modificado


Quando a eletricidade não está disponível, o funil pode ser usado sem as lâmpadas e o
processo de aquecimento/secagem é realizado simplesmente usando a temperatura
ambiente. A Figura 5.3 ilustra um funil de Berlese modificado, equipado com uma
peneira de 2 × 2 mm (13 de malha), adequado para a secagem não assistida. Um siste-
ma de Berlese desse tipo, operado sem luz, muitas vezes realiza uma extração eficiente,
embora seja necessário mais tempo. Com esta modificação o tempo de incubação é de
7 a 14 dias, dependendo das condições iniciais da umidade do solo. O frasco coletor con-
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Figura 5.3 Funil de Berlese com solo e serrapilheira (cortesia do Dr. YR Suhardjono, LIPI Bogor).
Nota: Incubação ocorre com a tampa fechada, mas os furos de ventilação permitem a entrada do ar. Um pano acoplado à tampa impede
a entrada de insetos através dos furos. Frascos coletores devem ser firmemente presos no fundo dos funis.

Figura 5.4 Funil de Berlese feito de alumínio; com 50 cm de altura x 40 cm de diâmetro (cortesia do Dr. YR Suhardjono,
LIPI Bogor).
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Collembola, Acari e outros grupos da mesofauna do solo – O método de Berlese 141

tendo etanol 96% como líquido mortífero/preservativo é recolhido a cada 4 - 5 dias de


intervalo (Figura 5.4). O aparelho Berlese stricto sensu pode ser transformado para o
modelo Berlese-Tullgren, através de uma lâmpada de luz de 10 - 40 watts acima das
amostras de solo. As tampas sobre as amostras permanecem fechadas para evitar a
entrada de outros insetos. Com a presença de luz o tempo de incubação (quantidade de
tempo necessário para extrair a fauna de solo) é de aproximadamente quatro a cinco
dias. A utilização de uma lâmpada pode atrair insetos noturnos, especialmente se o funil
de Berlese não estiver devidamente fechado. Para evitar isso, o orifício de ventilação na
tampa deve ser fechado à noite.
Apesar da menor eficiência em comparação com outros métodos de amostragem, o
sistema de Berlese-Tullgren e o sistema Berlese são os métodos de extração mais fre-
quentemente utilizados para avaliação da diversidade e da densidade da mesofauna do
solo (André et al., 2002). Uma característica útil dos aparelhos é que eles podem ser ope-
rados para uma série de escalas espaciais, e o mesmo princípio pode ser usado para
extrair uma única amostra com sonda ou uma amostra de maior tamanho. No caso de
amostras de maior tamanho há necessidade de um funil com maior capacidade e um
tempo de secagem mais demorado. Eles também são mais baratos e fáceis de construir,
podem ser facilmente transferidos para o local de amostragem e podem ser ajustados
para um grande número de amostras, mesmo em regiões remotas (Franklin & Morais,
2006). O aparelho pode ser facilmente construído, possui baixo custo e os componentes
são fáceis de improvisar (Figura 5.5)

Figura 5.5 Equipamentos básicos necessários para coleta das amostras no campo a serem extraídas pelo apare-
lho de Berlese-Tullgren (Da esquerda para a direita: três funis acoplados com recipientes coletores com peneiras no
fundo; um recipiente coletor usado para transporte da amostra do campo para o laboratório; duas piscetas, uma
tesoura, uma caneta, um funil menor ao lado do tubo com tela no interior para manuseio e transferência da meso-
fauna de um recipiente para outro; duas sondas para coleta de amostra de solo; um frasco coletor, com tampa ros-
queável, usado com líquido mortífero/preservativo, no aparelho de Berlese-Tullgren). Cortesia de M.R.Coelho
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C l a re a m e n to d e e s p é c i m e s e
pro cessos de montagem
Para a identificação, espécimes da mesofauna são montados em lâminas após o clarea-
mento. O processo de montagem deve ser feito ao estereomicroscópio. Observações de
morfologia normalmente requerem um microscópio composto

Clarificação
Clareamento é o processo de tornar os tecidos do espécime mais transparentes pela
remoção ou lavagem da gordura corporal e pigmentos. A solução de Nesbitt (composi-
ção dada abaixo) é comumente utilizada, mas hidróxido de potássio (KOH) e ácido lác-
tico são alternativas eficazes. Espécimes podem ser clareados com KOH 15 % por 2 a 5
minutos, com ou sem aquecimento. Greenslade et al. (2009) propôs o uso de KOH 10 %
por 2 a 5 minutos, dependendo do pigmento e da gordura corporal do animal. Após a
imersão em KOH, os espécimes são transferidos para cloralfenol por alguns minutos até
que a reação de neutralização esteja completa. Um método de clareamento mais simples
é o uso de ácido láctico, onde espécimes da mesofauna são imersos e aquecidos por
períodos de tempo variáveis dependendo do tamanho. Este método é mais barato, fácil,
seguro e funciona bem (Greenslade et al., 2009). Táxons com cutículas delicadas, como
alguns Diplura, Protura e Pauropoda, não devem ser colocados em ácido láctico puro e
sim diluído em 50% de acido láctico e etanol, por algumas horas, sem aquecimento, a
não ser que alguma estrutura tenha de ser bastante distendida para melhor visualização
de cerdas. O tempo deve ser controlado para cada caso porque os espécimes podem ser
danificados e desarticulados. Para montagem permanente, os espécimes devem ser
transferidos para outro meio, uma vez que o ácido láctico continua o processo de cla-
reamento e amolecimento dos animais. Grandjean (1949), Balogh (1959), Travè (1965),
Krantz & Walter (2009) e Norton (1990) discutem sobre clareamento e montagem de
lâminas com ácaros. Após a identificação, a maior parte de ácaros oribatídeos é manti-
da em frascos com etanol 70-75% e glicerina 5%. Ácaros altamente esclerotizados
podem ser clareados com lactofenol (contém ácido láctico, cristais de fenol e água des-
tilada na proporção de 50:25:25) ou apenas com ácido láctico (a frio ou a quente).

Montagem
Nenhum método é totalmente satisfatório para a montagem de lâminas (Greenslade
et al., 2009) e a montagem de mesoinvertebrados em lâmina permanente deve ser
evitada (ver Grandjean, 1949 e Balogh, 1959), uma vez que muitas variáveis estão en-
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Collembola, Acari e outros grupos da mesofauna do solo – O método de Berlese 143

volvidas no processo, desde a própria arte e experiência do cientista, até as influên-


cias climáticas entre regiões temperadas e tropicais. O posicionamento dos espécimes
sobre a lâmina é diferente para diferentes ordens: por exemplo, Collembola,
Poduromorpha são colocados dorsoventralmente, enquanto Entomobryomorpha,
Symphypleona e Neelipleona são colocados lateralmente. Alguns grupos precisam ser
dissecados antes da montagem para a identificação com o propósito de se observar a
quetotaxia de cada parte, comumente utilizados como as principais características.
Mais uma vez utilizando o exemplo dos colêmbolos, a dissecação é recomendada
para Symphypleona, Paronellidae e Entomobryidae maiores (6 - 8 milímetros).
A dissecação é efetuada em diferentes partes do corpo como cabeça, pernas, fúrcula,
tubo ventral e segmentos abdominais V e VI. As partes do corpo dissecadas de
Entomobryomorpha devem ser colocadas dorsoventralmente sobre a lâmina. En-
tretanto, partes do corpo de grandes Symphypleona são montadas da seguinte forma:
cabeça, em posição dorsoventral, grande abdômen (ou primeiro segmento abdomi-
nal) em posição lateral, pequeno abdômen (ou último segmento abdominal) e fúr-
cula em posição dorsoventral. No caso de espécimes mutilados, é aconselhável mon-
tar todas as partes do corpo em uma lâmina para evitar a identificação errada. A
solução de Berlese é recomendada para a montagem. Os espécimes são montados em
lâminas, cobertas com lamínulas para secagem em estufa a 70 °C durante pelo menos
7 dias. Outras soluções, tais como a meio de Hoyer, também podem ser utilizadas no
processo de montagem (Tabela 5.1).

Tabela 5.1
Composição química para clareamento e montagem de espécimes

1. Clareamento de espécimes

Fluído de Nesbitt´s a. 25 mL de água destilada


b. 40 g de hidrato de cloral
c.2,5 ml de ácido hidroclóridrico
10% KOH ou NaOH

2. Montagem de espécimes

Solução de Berlese a. 20 mL de água destilada


b. 15 g de goma arábica
c. 50 g hidrato de cloral
d. 5 mL de glicerina.
e. 10 g de xarope de glucose, e
f. 5 mL ácido acético glacial
Meio de Hoyer a. 50 mL de água destilada.
b. 30 g de goma arábica
c. 200 g de hidrato de cloral
d. 20 ml de glicerina

Nota: Montagem em Berlese: endurecer a 70oC por sete dias. Hoyer’s é um agente temporário e não endurece no aquecimento, mas podem
ser feitas montagens semipermanentes da lamínula com esmalte de unhas transparente.
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A montagem temporária é comumente utilizada para ácaros do solo, e pode ser uti-
lizada para outros grupos da mesofauna. O espécime é transferido para algumas gotas
de ácido láctico ou glicerina em uma lâmina escavada. Uma lamínula é colocada parcial-
mente ao longo da depressão. O espécime é colocado sob a lamínula perto da borda da
depressão da lâmina escavada e colocado levemente abaixo da lamínula na orientação
desejada, com um pincel de cerda flexível (Travè, 1965).

Identificação de espécimes e
a n á l i s e d e da d o s
Identificação
A maioria dos invertebrados do solo pode ser identificada por ordens ou por famílias com
a ajuda de livros, tais como Bachelier (1978) e Dindal (1990). No entanto, para a maioria
dos grupos de artrópodes do solo a identificação além deste nível é muito difícil. A espe-
cialização taxonômica é talvez o fator crítico na seleção de um táxon para se estudar por
espécie. Várias informações estão disponíveis na Web, fornecendo as chaves que ajudam a
identificar e a apontar características distintivas dos diferentes grupos, por exemplo,
http://www.cals.ncsu.edu/course/ent591k/kwikey1.html. Bachelier (1978) fornece uma
ampla perspectiva taxonômica dos artrópodes do solo, com chaves ilustradas para vários
grupos. As formigas estão entre os grupos ideais para projetos de biodiversidade devido a
três fatores: 1) facilidade de coleta e identificação, 2) elas são um grupo bem estudado do
ponto de vista taxonômico, minimizando os problemas de comparações de morfoes-
pécies, 3) grande suporte digital na internet que facilita as identificações e trocas de infor-
mações entre especialistas. Bestelmeyer et al. (2000) e Delabie et al. (2000) fornecem infor-
mações valiosas sobre métodos de campo e esforço amostral. Dindal (1990) fornece um
amplo estudo sobre a biologia, taxonomia e ecologia de grupos da biota do solo. O livro
foi escrito para facilitar o uso por iniciantes e profissionais, com chaves de identificação
ilustrada por famílias e, às vezes, por espécies, para diversos grupos como Nematoda,
Enchytraidae, Scorpiones (escorpiões), Araneae (aranhas), Pseudoscorpionida (pseudos-
corpiões), Opiliones (opiliões), Acari, Isopoda (isópodos), Chilopoda (quilópodos),
Pauropoda, Symphyla (sínfilos), Protura (proturos), Diplura, Collembola, Isoptera
(cupins), Coleoptera (coleópteros), Diptera (dípteros) e Hymenoptera (himenópteros). O
Trabalho de Adis (2002) contém chaves de identificação ilustradas em Arachnida (aracní-
deos) e Myriapoda (miriápodos) Neotropicais, com chaves de identificação para todas as
classes, ordens, famílias, alguns gêneros e listas de espécies terrestres conhecidas, fornecen-
do ainda referências sobre a taxonomia desses grupos.
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Collembola, Acari e outros grupos da mesofauna do solo – O método de Berlese 145

As subordens de ácaros e muitas famílias de Collembola são facilmente identificadas,


uma vez que sua morfologia e as características básicas são aprendidas (Crossley &
Coleman, 1999). A identificação de Collembola por gênero está disponível em Greenslade
et al. (2009). Publicações de Yoshii (1981a, 1981b,1982a, 1982b e 1983) podem ser usadas
para identificar Collembola por espécies nas famílias Entomobryidae e Paronellidae. Os
recursos para identificar ácaros por família e gêneros estão disponíveis em Krantz &
Walter (2009) e Dindal (1990). Balogh (1972), Balogh & Mahunka (1983) e Balogh &
Balogh (1992) fornecem as chaves e figuras por gênero de ácaros pertencentes à subordem
Oribatida. Infelizmente, existem poucas chaves por espécies para este grupo nos trópicos.
Balogh & Balogh (1990) disponibilizam chaves de identificação para ácaros oribatídeos na
região neotropical, bem como uma lista de espécies e bibliografia das espécies descritas
nessa área. Woas (2002) organizou as espécies e morfoespécies de oribatídeos coletados no
estado do Amazonas de acordo com a organização morfológica e ontogenética dos gran-
des grupos de ácaros oribatídeos, incluindo informações sobre a taxonomia, ecologia e
distribuição das espécies.

Análise dos dados


O número de indivíduos de cada ordem para cada local pode ser usado para estimar
a abundância. Grupos sociais como Formicidae e Isoptera devem ser analisados levan-
do-se em consideração os dados qualitativos de presença e ausência, uma vez que pos-
suem distribuição agregada. A utilização destes grupos sociais em conjunto com os
demais grupos pode mascarar os resultados baseados em abundância ou densidade.
As amostras coletadas utilizando pequenos cilindros ou blocos são combinadas para
compor uma única amostra global que é então formada por subamostras a serem usa-
das na extração pelo método Berlese-Tullgren. Este procedimento supera a baixa efi-
ciência relativa da extração presente, uma vez que maximiza as chances de capturar
mais táxons. O conjunto de dados deve incluir, portanto, a riqueza de espécies nesses
táxons selecionados para identificação por espécies. Uma vez que grupos de locais
com características semelhantes têm uma fauna de solo semelhante e que a maior
parte dos animais do solo pode ser associada a grupos funcionais básicos (Ruf et al.,
2003), táxons pouco conhecidos também podem ser classificados nos níveis taxonô-
micos mais elevados (ordem ou família) ou de acordo com a sua principal função eco-
lógica (detritívoros, fitófagos, predadores, etc.). Tem sido mostrado que os conjuntos
de dados formados por gênero e família (por exemplo, para ácaros oribatídeos) tam-
bém podem detectar os efeitos da perturbação com pouca perda de informação eco-
lógica e podem ser uma ferramenta preliminar para descrever padrões de sucessões
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em ecossistemas perturbados (Caruso & Migliorini, 2006; Balogh et al., 2008). Em


inventários de ácaros oribatideos, Santos et al. (2008) comprovaram que é possível
reduzir a proporção das amostras a serem triadas e identificadas em laboratório, assim
como o número de amostras a serem coletadas em campo sem a perda da informação
ecológica e com grande redução dos custos de financiamento. Os autores também
estabeleceram protocolos de coleta para este grupo megadiverso, que pode ser adap-
tado à finalidade de cada projeto.
A comparação dos grupos taxonômicos entre os diversos sistemas de uso da terra
deve ser efetuada pela análise hierárquica de agrupamentos baseada na abundância
transformada. O número de indivíduos é comumente transformado para logarítimo
de x ‘ = 1og10 (x + 1) para evitar o risco de dar maior valor às espécies mais abundan-
tes na análise dos dados (Ludwig & Reynolds, 1988). Chao et al. (2005) e Chao et al.
(2006) desenvolveram um estimador estatístico que leva em conta espécies não detec-
tadas em todas as amostras, baseado em correspondência estatística entre singletons e
outras combinações de espécies raras entre as amostras em comparação (Chao-
Sørensen Abundância de Estimador de base). Este índice é especialmente útil para
taxa de invertebrados hiperdiversos com numerosas espécies raras, como Collembola,
Oribatida, outros Acari e Formicidae. Este estimador, assim como outros índices de
diversidade, podem ser calculados utilizando o programa EstimateS (Colwell, 2006).
Outros programas como DIVERS do Pacote de Metodologia Ecológica para Windows
ou “R” (R Development Core Team 2007) podem ser usados para calcular a riqueza
dos índices de espécies. Outros recursos podem ser efetuados, por exemplo, rarefação
e estatística multivariada.
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