Estado de Sociedade ou Governo Civil em John Locke
Em John Locke, o Estado de Sociedade ou o Contrato Social surge da necessidade
de aperfeiçoar o Estado de natureza onde, segundo ele, os indivíduos já viviam relativamente bem, em um estado pré-social e pré-político, fruto da racionalidade, liberdade e igualdade. Entretanto, não havia como prever a prática de delitos por parte dos indivíduos, tais como a invasão e a violação de propriedades (vida, bens) ainda que de forma ocasional. Sem um Estado social determinado por leis, esta realidade poderia conduzir os indivíduos para um estado de guerra, entre si. Por isso a necessidade do Contrato Social, onde os indivíduos concordam, de forma livre, em criar um pacto de consentimento, tendo como fim último a preservação e manutenção dos direitos que já possuíam no Estado de natureza. “No estado civil os direitos naturais inalienáveis do ser humano à vida, à liberdade e aos bens estão melhor protegidos sob o amparo da lei, do árbitro e da força comum de um corpo político unitário” (Mello apud Weffort, 2006, p. 86). Após a entrada unânime dos indivíduos no estado civil ou estado social, a preocupação da comunidade recai sobre qual a forma mais justa de governo deve ser escolhida, buscando prevalecer o governo da maioria, sem, entretanto, prejudicar a minoria em seus direitos individuais. Para Locke, qualquer que fosse o modelo de governo adotado, seu fim último deve ser a proteção da propriedade em suas múltiplas acepções: vida, bens, direitos individuais, liberdade religiosa, etc. (Mello apud Weffort, 2006, p. 87).
A proteção da vida e dos direitos individuais em John Locke