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Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira

Engenharia Agronômica

Cultura do Feijoeiro
Notas de Aula
Prof. Dr Orivaldo Arf

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Bibliografia

EPAGRI – A cultura do feijão em Santa Catarina. Florianópolis, 1992, 285p.

Sartoratto, A.; Rava, C.A. Principais doenças do feijoeiro e seu controle. EMBRAPA, 1994, 300p.

Feijão no inverno. Informe Agropecuário, v.17, nº178. 1994.

Araújo, R.S. et al. Cultura do feijoeiro comum no Brasil.


Piracicaba: POTAFÓS, 1996. 786p.

Vieira, C. Estudo monográfico do consórcio milho – feijão no Brasil. Viçosa: UFV, 1999, 183p.

Thung, M.D.T.; Oliveira, I.P. Problemas abióticos que afetam a produção do feijoeiro e seus
métodosde controle. EMBRAPA - CNPAF, 1998, 172p.

Vieira, C. et al. Feijão: Aspectos gerais e culturais no Estado de Minas Gerais. UFV. Viçosa, 1998.
596p.

Kluthcouski, J. et al. Fundamentos para uma agricultura Sustentável com ênfase na cultura do
feijoeiro. EMBRAPA Arroz e Feijão, 2009. 452p.

Carneiro, J. E. et al. Feijão do plantio à colheita. Editora UFV, 2014. 384 p.

Arf, O. et al. Aspectos gerais da cultura do feijão (Phaseolus vulgaris L.). FEPAF, 2015. 433 p.

Revistas Pesquisa Agropecuária Brasileira, Scientia Agricola, Acta Scientiarum, Bragantia, Pesquisa
Agrop. Tropical, etc..

Anais das Reuniões Nacionais de Pesquisa de Feijão – RENAFE ou CONAFE


1996 – Goiânia
1999 – Salvador
2002 – Viçosa
2005 – Goiânia
2008 – Campinas
2011 - Goiânia
2014 - Londrina

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ORIGEM E IMPORTÂNCIA

1.1. Origem

Origem no continente Americano . Europa e Ásia (após descobrimento da América) + 7000 anos

Centro de origem

Colômbia / Peru e Argentina - sementes grandes


México - sementes pequenas

Centro primário de domesticação:

Mesoamérica e sul dos Andes

1.2. Preferência de consumo

Gênero Phaseolus: Phaseolus vulgaris - (80%)

Gênero Vigna : Vigna unguiculata - (20%)

1.3. Domesticação

- Crescimento mais compacto


- Ereto
- Aumento no tamanho de vagens e dos grãos
- Redução na sensibilidade ao fotoperíodo
- Dormência de sementes
- Deiscência de vagens

1.5. Características Gerais

Proteínas à22% (cv. Bolinha > 30%)


100g de feijão = 345 cal
Carne Branca:28%
Arroz: 7-9%
Pão: 11%

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Figura 2 – Contribuição calórica dos principais alimentos que compõem a dieta brasileira.

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EFEITO DE DILUIÇÃO

“Quanto maior a produtividade, menor é a quantidade de proteína presente nos grãos”

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CLASSIFICAÇÃ O BOTÂNICA

ORDEM: Rosales
FAMÍLIA : Fabaceae (Leguminosae)
SUBFAMÍLIA: Faboideae (Papilionoideae)
TRIBO : Phaseoleae
GÊNERO: Phaseolus
ESPÉCIE: Phaseolus vulgaris L

2.1. Gênero Phaseolus (55 a 100 espécies)

P. lunatus L. : Feijão fava


P. coccineus L.
P. acutifolius
P. polyanthus
P. vulgaris L.: Feijão comum

2.2. Gênero Vigna

V. unguiculata : Feijão caupi


V. angularis : Feijão adzuki
V. radiculata : Feijão mungo
V. umbellata : Feijão arroz

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3. SITUAÇÃO E PERSPECTIVAS

- Adaptação as diversas condições de clima e solo;


- Explorado por pequenos, médios e grandes produtores;
- Cultivo pode ser solteiro, consorciado ou intercalado.

- Cultivado em 3 safras anuais: “das águas”, “da seca” e “de inverno”;


- Cultivares apresentam grãos de tamanho e cores diferentes;
- É um produto que perde rapidamente o valor comercial e nutritivo após a colheita.

3.1. Situação Atual

Brasil: entre os maiores produtores e talvez o maior consumidor mundial de feijão;


Áreas em torno de 1,6 ha;
SC + MG = 460.000 produtores

3.2. Principais produtores:


Brasil, Índia, China, Burma, México e EUA.
70% produção mundial (18 milhões de toneladas)

3.3. Área de produção

Índia, Brasil, México, China, EUA e Argentina


28 milhões de ha

3.4. Produtividade

EUA, China, Argentina, México, Brasil e Índia


1785 (EUA) : 421 kg ha-1 (Índia)

3.5. Consumo

Brasil, México, Índia, EUA, Argentina e China


18,0 à0,32 kg habitante/ano

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Fonte: AGRIANUAL (2002)

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Fonte: EMBRAPA

3.6. Exportadores

China
Myanmar
EUA
Canadá
Argentina

3.7. Importadores

Índia
EUA
Cuba
Japão
Reino Unido
Brasil
Itália
México

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3.8. Aumento na oferta de feijão

Elevação da Área cultivada


Elevação da Produtividade
Tecnologia
Genética
Melhoria do ambiente

3.9. Causas da baixa produtividade

- Ausência de calagem;
- Adubação desequilibrada;
- Semente sem origem conhecida;
- Manejo inadequado de pragas, doenças e invasoras;
- Erosão.

3.10. PRODUTOR TRADICIONAL

- Descapitalizado;
- Baixo nível tecnológico;
- Cultura de risco;

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- Consórcio de culturas.

3.11. EMPRESÁRIO RURAL

- Capitalizado;
- Alto nível tecnológico;
- Policultura;
- Manejo adequado do solo,
- Adubação, pragas, doenças, irrigação e invasoras

4. DESCRIÇÃO DA PLANTA

Características Gerais:

- Planta anual
- Herbácea
- Pubescente
- Folhas trifoliadas
- Ciclo entre 70 e 120 dias
- Crescimento determinado
- Florescimento => inflorescência na parte terminal
- Crescimento indeterminado
- Florescimento => emitindo ramos vegetativos
- C3

4.1. SEMENTES

Testa: (tegumento) : Capa protetora da semente


Rafe: Sutura formada pela soldadura do funículo com os tegumentos
Hilo: Cicatriz deixada pelo funículo que conecta a semente com a placenta
Micrópila : Abertura próxima ao hilo através da qual se realiza a absorção de água

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Grande variabilidade
- Cor;
- Forma;
- Tamanho
- e brilho

4.2. PLÂNTULA

- Semente =>absorção de água e inchamento


- Alongamento da radícula =>rompimento da testa pela parte do hilo (origina o sistema
radicular)
- Hipocótilo se alonga empurrando os cotilédones e o epicótilo;
- Hipocótilo ereto, cresce até atingir tamanho máximo;
- Folhas primárias se abrem e desenrolam.

4.3. SISTEMA RADICULAR

- Ramificado (pivotante);
- Raiz principal, secundárias, terciárias...;
- Até 10cm (80%);

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- Nodulação

De acordo com Guimarães et al. (1982)

– Densidade radicular:
- Feijão comum = 0,68 cm/cm3
- Vigna = 1,22 cm/cm3

Distribuição varia quanto à:

- Estrutura do solo;
- Porosidade;
- Aeração;
- Capacidade de retenção de umidade do solo;
- Temperatura;
- Profundidade de adubação.

4.4. CAULE

Origina-se a partir do meristema apical do embrião

Caule principal


1º àponto de inserção dos cotilédones
2º àponto de inserção da folha primária
3º àponto de inserção da 1ª folha trifoliada

Serve para identificação de cultivares

Cor
Pilosidade
Característica da parte terminal  Determinado / indeterminado

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4.5. FOLHAS

Simples  Primárias
Compostas *  Demais folhas

•No seu ponto de inserção existem duas estípulas lanceoladas

4.6. INFLORESCÊNCIA

- Axilar em plantas do tipo I I, I II e IV


- Terminal em plantas do tipo I

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Componentes:

- Eixo
- Pedúnculo e ráquis
- Brácteas
- Botões florais

4.7. FLORES

Sua disposição favorece a autofecundação


Podem ser brancas, branco-amareladas, róseas, purpúreas e ainda violetas.

Florescimento basípeto (tipo I) : Vagens mais maduras em cima


Florescimento acrópeto (tipo I I, III, IV) : Vagens mais maduras em baixo
- 90% das cultivares de feijão do grupo comercial preto apresentam flores de coloração violeta.
- Cultivares de feijão do grupo carioca apresentam flores de coloração branca, porém alguns têm cor
violeta, devido a introdução do caráter porte ereto.

4.8. FRUTO

- Legume (vagem);
- Duas valvas, unidas por duas suturas (dorsal e ventral);
- Sementes prendem-se à sutura ventral;
- Ricos em proteínas

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Foto: Planta com 120 vagens e 911 grãos

05 HÁBITO DE CRESCIMENTO

5.1. Tipo I

Determinado arbustivo
- Planta pouco ramificada, ereta e fechada;
- Espaçamentos menores;
- Menor porte;
- Ciclo precoce;
- Período curto de florescimento (5 a 7 dias).
- Uniformidade de maturação de vagens;
- Curto período de floração;
- Caule principal e ramos laterais (inflorescência), com 5 a 10 entrenós;
- Florescimento basípeto;
- Altura: 30 a 50cm.

Ex: Goiano Precoce / Bolinha / Colibri

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5.2. Tipo II

- Indeterminado arbustivo
- Ramificação ereta e fechada;
- Caule ereto com poucos ramos laterais (2 a 3);
- Bom potencial produtivo;
- Boa capacidade de compensação quando têm redução na população de plantas
- Ramos curtos;
- Período de florescimento (10 a 15 dias);
- Pouca desuniformidade de maturação de vagens;
- Após floração, plantas continuam crescendo, porém em ritmo mais lento;
- Ciclo mais longo em relação às do tipo I.

Ex: Jalo Precoce / Ouro / Juriti

Cultivar Safira

5.3. Tipo III

- Indeterminado prostrado
- Grande número de ramificações;
- Ramificações abertas;
- Plantas prostradas / semi-prostradas com ramificações desenvolvidas;
- Ciclo mais longo;
- Altamente produtivas.
- Caule principal e laterais podem ter aptidão trepadora;
- Excelente capacidade de compensação em baixas populações de plantas;
- Constituem a maior parte dos cultivares em uso;

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- Desuniformidade de maturação de vagens;
- Após floração, o caule principal e alguns laterais podem se destacar como GUIAS.

Ex: Carioca / IAC Carioca / IAC Carioca Eté / Pérola

Gioano Precoçe Tipo I

5.4. Tipo IV

Indeterminado trepador
- Baixo número de ramos laterais em cada nó;
- Ciclo mais longo;
- Colheita parcelada
- Ramos laterais pouco desenvolvidos;
- Caule principal (20-30 nós) com até mais de 2m de altura;
- Florescimento persiste por várias semanas.

Devido ao seu longo período de floração, não é recomendado que se realize a colheita da planta inteira,
visto que haverá vagens secas e verdes ao mesmo tempo, na mesma planta.

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Fonte: CIAT (1985)

7 DAE 14 DAE

Fonte: Arf et al. (2012)

6. CULTIVARES

MUNDO

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- Elevado número de cultivares;
- CIAT existe mais de 38 mil genótipos de Phaseolus vulgaris L.;
- Outras coleções: EUA, México e Inglaterra

BRASIL

- Mantidas coleções de linhagens e cultivares


- Bancos de Germoplama:
-- CENARGEM
-- CNPAF 17.346 genótipos em 2013)
-- IAPAR
-- IPA-PE
-- UFV (+antigo)
-- IAC
-- Outros

UR = 25% e T = 12º C  Viabilidade 6 anos

- O número de cultivares utilizados de feijão é grande


- Exigência diferente quanto ao tamanho, cor e brilho

- Geral:

-- Feijão Preto: RS (parte), SC, PR (sul), RJ, ES e sudeste de MG


-- Feijão de Cor: demais regiões do país

- Denominação popular e regional


Cultivares diferentes com o mesmo nome
Cultivar com mais de um nome

Programa de Melhoramento Genético do CNPAF - EMBRAPA


Ensaios de campo: período "de inverno" - Goiânia (GO)
período "das águas" e "da seca"- Ponta Grossa (PR)

Objetivos:

Desenvolver cultivares adaptados às diferentes regiões do Brasil, com tipo de grão demandado
pelo consumidor, mais produtivos, estáveis e resistentes aos principais fatores que restringem a
produção.

Outros aspectos:

- O enfoque maior é para o "Carioca" e "Preto", mas também a busca de outros tipos de grãos;
- Para manter o tipo de grão "Carioca" existem de 20 a 30 genes que associados a outros somam ao
redor de 200, o que tem dificultado a obtenção de cultivares novos com outras características;

- No BAG do CNPAF existem 17.346 acessos de Phaseolus vulgaris L entre linhagens e cultivares
nacionais e do exterior;

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- Plantas eretas possuem menor número de vagens/planta em relação às prostradas, exigindo maior
número de plantas/área;

- O CNPAF avalia por ano cerca de 1.000 ensaios de valor de cultivo e uso;
- A cada 20.000 linhagens avaliadas 01 ou 02 podem ser recomendadas para o cultivo;

-A taxa de retorno de lançamento de um novo cultivar é de 10:1 em relação ao recurso gasto na sua
produção.

A obtenção de novos cultivares que substituam com vantagem os já existentes é um desafio crescente
para os melhoristas.

As exigências são cada vez maiores quanto a:

- Resistência às diferentes raças dos patógenos;


- Plantas mais eretas;
- Grãos com tamanho, cor, formato e com boas qualidades culinárias;
- Alta produtividade de grãos.

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7. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

7.1. Temperatura

18 – 24°C
21°C: Ótima

Temperaturas extremas provocam queda de flores e reduzem o vingamento de vagens;

Viabilidade do pólen;
Crescimento do tubo polínico;

Termoperíodo ideal: 29,5°C – 21,0°C (dia – noite)

Elevadas:
- Queda no nº de grãos por vagem;
- Aumenta de etileno  queda de folhas, flores e vagens

Baixas:
- Redução na formação de ramos laterais ou axilares;

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- Abortamento de sementes;
- Falhas na formação e fisiologia das estruturas reprodutivas;
- % de germinação do grão de pólen é reduzida;
- Redução da taxa de fecundação.

A baixo de 10ºC:
-Menor desenvolvimento e redução na altura de plantas

7.2 - UMIDADE

EXCESSO:
- Apodrecimento de sementes e vagens;
- Paralisação no desenvolvimento;
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- Amarelecimento das plantas;
- Ataque de doenças.

FALTA:
- Menor altura e área foliar da planta;
- Menor número de vagens e grãos vagem-1;
- Menor desenvolvimento e produção.

NECESSIDADE DE Á GUA

“De acordo com a literatura, durante ciclo o feijoeiro necessita de 300 a 500 mm de água”

7.3. Ventos

- Danos mecânicos;
- Estimulam a produção de etileno;
- Abscisão de flores e vagens novas.

08. FENOLOGIA

Estudo das fases vegetativa e reprodutiva da planta em função de sua correlação com aspectos
morfológicos da planta.

FASE VEGETATIVA

V0 V1 V2 V3 V4

• V0: Germinação (influência da T°C e H2O)


• V1: Emergência (emissão dos cotilédones)
• V2: Emissão das folhas primárias
• V3: Emissão da 1ª folha trifoliada
• V4: Emissão da 3ª folha trifoliada

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Fonte: Dourado Neto & Fancelli (2000); Portes (1996)

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FASE REPRODUTIVA

R5 R6 R7 R8 R9

R5 Pré-floração (botões florais formados)


R6 Floração (abertura da 1ªflor de 50% das plantas)
R7 Formação de vagens (1º - cresc. em comp. das vagens)
R8 Enchimento de vagens
R9 Maturação (máximo acúmulo de fotossintatos)
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Fonte: Dourado Neto & Fancelli (2000); Portes (1996)

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9. PRÁTICAS CULTURA IS

9.1 – PREPARO DO SOLO

Quando realizado de maneira incorreta, leva rapidamente à degradação das características do solo,
culminando com o declínio paulatino do seu potencial produtivo.

Aspectos a considerar:

- Restituição de nutrientes;
- Conservação do solo;
- Aeração e infiltração de água;
- Controle de plantas daninhas;
- Controle de doenças;
- Possibilidade de formação de camadas compactadas:
-- “pé-de-arado” e “´pé-de-grade”

Principais pontos na escolha do método de preparo

- Grau de compactação do solo;


- Volume de restos culturais;
- Infestação de invasoras;
- Fertilidade do perfil do solo explorado pelas raízes.

Objetivos :

- Oferecer condições de semeadura;


- Conseguir uma boa germinação;

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- Estabelecimento e desenvolvimento da cultura;
- Facilitar a colheita.

Tipos de preparo do solo para o feijoeiro

Preparo convencional

- Equipamentos utilizados:
Discos - (Arados ou Grades);
Arados de aiveca: => - profundidade
- melhor inversão do solo
- melhor leito de semeadura

Objetivo da Aração:

- Eliminar camadas superficiais compactadas


- Favorecer a aeração do solo
- Melhorar infiltração de água
- Melhorar o desenvolvimento das raízes
- Profundidade de trabalho: 25 – 35 cm

- Umidade adequada;
- Alterar o uso de implementos;
- Alternar a profundidade de trabalho (Problemas de degradação do solo são minimizados).

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Arados de aiveca

Arado de discos

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Grade pesada

Preparo Reduzido

Redução do número de operações:


- Economizar tempo;
- Economia de trabalho e combustível;
- Diminuir a erosão;
- Maior sustentabilidade.

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ARADO ESCARIFICADOR:

Deve ser utilizado em solo com menor umidade.


Não forma torrões grandes.

Seu uso é limitado pela presença de tocos e raízes grossas no solo, que dificultam ou pioram a
qualidade do preparo.

Arado escarificador de 7 hastes com destorroador.

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Preparo reduzido do solo

SISTEMA PLANTIO DIRETO

- Semeadura diretamente no solo não revolvido;


- Solo descompactado;
- Possui camada com restos vegetais;
- Fertilidade homogênea;
- Maior inclinação do terreno.

- O solo é preparado somente onde são depositadas as sementes;


- Proteção do ambiente;
- Maior sustentabilidade;
- Semeadoras equipadas para o sistema;
- Redução no uso de máquinas;
- Redução no custo de produção;
- Redução de perda de solo por erosão;
- Melhoria na estrutura do solo.

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Feijão em Sistema Plantio Direto

Semeadura realizada com haste escarificadora

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9.2 - SEMEADURA

9.2.1. ÉPOCAS DE SEMEADURA.

Feijão “das águas”

- Agosto a setembro;
- Início do período chuvoso;
- As plantas se desenvolvem no final do inverno e durante a primavera, coincidindo a colheita com o
início do verão;

- Problemas:

-- Falta de umidade na semeadura;


-- Ocorrência de veranicos;
-- Excesso de umidade na colheita nas semeaduras tardias.

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Fonte: Pizan et al. (1996)

Feijão “da seca”

- Janeiro e fevereiro;
- As plantas irão se desenvolver durante o verão e outono, coincidindo a colheita em período de
redução na precipitação pluvial;

- Problemas:

-- Excesso de chuvas na semeadura;


-- Ocorrência de veranicos;
-- Excesso de umidade na colheita nas semeaduras antecipadas;
-- Ocorrência de geadas nas semeaduras tardias.

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Fonte: Pizan et al. (1996).

Feijão “de inverno”.

- Abril a junho;
- Uso de irrigação;
- A colheita é realizada durante os meses de inverno;

- Problemas:

-- Ocorrência de geadas;
-- Excesso de umidade na colheita em semeaduras tardias.

Vantagens:

- Altos rendimentos;
- Colheita em período seco;
- Produto de melhor qualidade;
- Ótimas condições de produção de sementes;
- Entressafra: melhores preços;
- Melhor uso do solo;
- Diminuição da incidência de pragas e doenças;

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- Menor interferência de fatores climáticos.

Fonte: Pizan et al. (1996).

OBSERVAÇÃO:

Em áreas onde há inverno rigoroso, a semeadura deve ser realizada em julho, no entanto pode-se ter
problemas na colheita em função do início do período chuvoso do novo ano agrícola. (4ª Época de
Semeadura)

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9.2.2 – POPULAÇÃO DE PLANTAS.

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Baixa População de Plantas

- Controle de pragas e doenças;


- Controle de plantas daninhas

População adequada de plantas

- Recobrimento da área no período de florescimento;

- Tipos de Plantas: Tipo I: Determinado


Tipo II: Indeterminado Arbustivo
Tipo III: Indeterminado Prostrado

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Aspectos importantes para evitar falhas na cultura

- Qualidade das sementes (germinação e vigor);


- Regulagem da semeadora
-- Distância entre sementes
-- Profundidade uniforme
- Solo com boa umidade;
- Capricho do operador (usar ajudante);
- Classificação das sementes por tamanho;
- Cuidados com as linhas coincidentes com o local das rodas do trator.

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Cultivar Pérola – Junho/2012

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9.2.3 – Consumo de sementes por área.

Onde:

Q = quantidade de sementes, em kg
P = massa de 100 sementes, em gramas
D = número de sementes por metro de fileira
A = área da lavoura, em m2
G = poder germinativo das sementes em %
E = espaçamentos entrelinhas, em metros

Fonte: Vieira (1978)

Onde:

Q = quantidade de sementes, em kg ha-1


D = Número de plantas por metro de fileira
P = Peso de 100 sementes, em gramas
PG = poder germinativo, em %
E = espaçamento entre fileiras, em m

Fonte: EMBRAPA –
CNPAF (1989)

9.2.4 – Tratamento de Sementes .

Algumas das principais doenças da cultura são transmitidas por sementes

- Antracnose
- Mancha angular

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- Bacteriose

É uma prática importante que tem a função de eliminar patógenos e oferecer proteção durante o
desenvolvimento inicial da planta.

Produtos:

Captan, Derosal, Euparen, Kobutol, Mayran


Plantacol, Pecenol, Terraclor, Vetran
Rhodiauram, Vitavax, Vitavax+Thiram (Muito usado na FEPE – UNESP)

Controle de pragas via semente.

Inseticidas:
- Counter
- Cruiser
- Furadan
- Marzinc
- Promet
- Ralzer
- Semevin

TRATAMENTO DE SEMENTES.

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“Trata-se de uma prática relativamente barata, quando comparada ao custo total de produção do
feijoeiro ou ao dano causado pelas doenças citadas”

9.2.5 – Inoculação de Sementes.

Especificidade

Rhizobium leguminosarum bv. phaseoli


Rhizobium phaseoli
Rhizobium tropici

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Fatores Que Afetam:.

- Água
- O2
- T °C
- Nutriente

Cuidados Na Inoculação:

- Realizar a inoculação à sombra


- Semeadura no mesmo dia
- Solos com boa umidade

RESULTADOS ?????

- Solo corrigido ?
- Adubação no sulco com N em baixas quantidades ?
- Validade do inoculante ?
- Deficiência de P (form. e func. dos nódulos) ?
- Presença de elevado n° de estirpes ?

Inoculação com Azospirillum brasilense?

Inoculação pode ser:


- Na semente
- Foliar

Hipótese: aumento do volume radicular proporcionando maior quantidade de raízes para formação de
nódulos pelo rizóbio.

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9.3 – Calagem e Adubação.

CORREÇÃO DO SOLO

- CALAGEM
- GESSAGEM
- SILICATAGEM

CALAGEM

- Aumento da eficiência dos adubos


- Produtividade
- Rentabilidade Agropecuária.
Lopes et al. (1991)

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NC (t/ha) = (V2 - V1) CTC/ 10 PRNT

São Paulo / Paraná

V2 = 70% e Mg > ou = 5 mmolc dm-3

O calcário deve ser aplicado cerca de dois a três meses antes da semeadura e incorporado ao solo a
uma profundidade de 20 a 30 cm.

Em sistema plantio direto pode ser distribuído na superfície do solo, sendo que neste caso o seu efeito
ocorre de forma mais lenta.

Benefícios.

- Eleva o pH;
- Fornece Ca e Mg como nutrientes;
- Diminui ou elimina os efeitos tóxicos do Al, Mn e Fe;
- Diminui a “fixação” de P;
- Aumenta a disponibilidade do N, P, K, Ca, Mg, S e Mo do solo.
- Aumenta e eficiência dos fertilizantes;
- Aumenta a atividade microbiana e a liberação de nutrientes;
- Melhora as propriedades físicas do solo,
- Aumenta a produtividade das culturas

Época e modo de aplicação

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Época de aplicação:

- Qualquer época do ano, com a maior antecedência possível da semeadura.


- No caso de não ser possível aplicar o calcário com antecedência necessária, pode-se utilizar
produtos com maior PRNT.

Distribuição: - O calcário deve ser espalhado o mais uniformemente possível

Incorporação:

- O calcário deve ser incorporado à maior profundidade possível de modo a permitir o melhor
contato do corretivo com as partículas do solo.

GESSAGEM:

Gesso: Sulfato de cálcio dihidratado (forma de pó branco- amarelado)


Condicionador de sub-superfície

Finalidades:

Fornecimento de Ca e S ao solo
Fornecimento de enxofre (maior teor de cistina – Arf,1994) às plantas, contém 15% de S a um baixo
custo, fator que torna indicativa sua utilização.

Vantagens do uso do gesso:

Diminuição [Al] trocável nas camadas subsuperficiais => aumento de Ca


Visando-se "melhorar" o ambiente para o crescimento radicular em subsuperfície
A planta explora um maior volume de solo tendo mais acesso à água e nutrientes

NG (kg ha-1) = 6 x argila (g kg-1)

De maneira geral, aplica-se quando:

Amostras de solo de 20 a 40cm


Teores de Ca+2 < 4,0 mmolc dm-3
Saturação por Al (m%) > 40%

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ADUBAÇÃO MINERAL:

- Para quê adubar?


- Quando adubar?
- Quanto adubar?
- Onde aplicar?

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ÉPOCA DE APLICAÇÃO DE N:

Período de maior absorção corresponde ao máximo acúmulo diário MS (entre 40-55 dias)
Durante o florescimento e a translocação de N para as vagens ocorre a partir dos 55 dias.
(ROSOLEM, 1987)

Quando em cobertura: o N deve ser aplicado entre V3 –V4 (1° e 4° folha trifoliada 20-35d).

Em solo arenoso no período das águas ou em lavouras irrigadas, doses de N = ou > 60 kg ha-1 podem
ser parceladas em 2 vezes, aplicando-se a última até, no máximo V4 – R5 .

O N também pode ser aplicado via água de irrigação, parcelado em 3 vezes, no intervalo entre V2 -

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R5.

MICRONUTRIENTES:

Para verificar se o solo necessita de algum micronutriente deve-se:

- Observar os sintomas visuais de deficiência;


- Realizar a diagnose foliar;
- Conhecer as condições favoráveis à deficiência;
- Análise química do solo.

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Adubação com micronutrientes:

Boro – 10 a 20 kg ha-1 bórax na mistura de adubos;


Cobre – 5 a 10 kg ha-1 de sulfato de cobre na mistura de adubos;
Ferro – solução de sulfato ferroso a 1% neutralizado com cal (25 a 50 L ha-1);
Manganês – solução de sulfato manganoso a 2% neutralizado com cal (25 a 50 L ha-1);
Molibdênio – 0,5 a 1 kg de molibdato de sódio na mistura de adubos;
Zinco – 20 a 30 kg ha-1 de sulfato de zinco na mistura;
Cobalto – 0,25 a 0,5 kg de cloreto de cobalto na mistura de adubos.

Adubação Foliar:

Não pode ser encarada como substituta da adubação realizada no solo;


Não é recomendada para culturas anuais como feijão, só em casos específicos => baixa eficiência.
Quando necessária: efeito rápido mas sem qualquer efeito para culturas subsequentes.

Cuidados: Aplicações de grandes quantidades via foliar pode provocar problemas de aplicação e
toxidade.

Adubação Orgânica E Adubação Verde.

A cultura responde bem à adubação orgânica.


Tem sido obtidas respostas à aplicação de até 15 a 20 t ha-1 de esterco de curral e até 4 a 8 t ha-1de
esterco de galinha ou cama de frango de corte. O efeito residual desta adubação tem sido observado até
o 3º ano.

O adubo orgânico deve ser aplicado a lanço e incorporado com grade.

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Benefícios da Adubação Verde:

- Proteção do solo;
- Suprimento de matéria orgânica ao solo;
- Descompactação, estruturação e aeração do solo;
- Redução da infestação de plantas daninhas;
- ↑ da capacidade de armazenamento de água no solo;
- Fixação de N da atmosfera;
- Melhoria no aproveitamento e eficiência de fertilizantes.

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9.4. CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS.

INTRODUÇÃO.

Produtividade média brasileira ↓ (< 1000kg/ha)

Causas da baixa produtividade


Ausência de calagem
Adubações inadequadas
Sementes inadequadas
Erosão
Manejo inadequado de pragas, doenças e plantas daninhas

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Principais Plantas Daninhas:

- Bidens pilosa (picão-preto)


- Brachiaria plantaginea (capim-marmelada)
- Euphorbia heterophylla (leiteiro)
- Eleusina indica (capim-pé-de-galinha)
- Amaranthus spp. (caruru)
- Cenchrus echinatus (capim-carrapicho)
- Commelina benghalensis (trapoeraba)
- Cyperus spp. (tiririca)
- Digitaria horizontalis (capim-colchão)
- Ipomoea spp. (corda-de-viola)

Período Crítico De Interferência:

Período na qual a área cultivada deverá estar isenta da competição das plantas daninhas, para que não
ocorram perdas na produtividade (PITELLI, 1985).

O PCI: imprescindível realizar o controle;


Época de se fazer o manejo das plantas daninha sem afetar a produtividade da cultura

Feijão de 15 a 30 DAE (VIEIRA, 1985)

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275
CONTROLE DAS PLANTAS DANINHAS

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CONTROLE PREVENTIVO

- Prevenir a introdução, estabelecimento e/ou disseminação de plantas daninhas na área;


- Sementes sadias;
- Cuidados (estrumes e palhas);
- Limpeza de máquinas e implementos agrícolas;
- Carreadores e terraços.

CONTROLE CULTURAL

- Forma de aproveitar as características da cultura, para que esta leve vantagem sobre a planta
daninha;
- Espaçamento x cultivares;
- Hábito de crescimento (cultivar);
- Plantio direto;
- Rotação de culturas;
- Consórcio;
- Semeadura logo após dessecação;
- Última gradagem imediatamente antes da semeadura.

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CONTROLE MECÂNICO

Elimina plantas daninhas por meio físico-mecânico.

- Capina manual
- Cultivo mecânico

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CONTROLE QUÍMICO

Pelo uso de herbicidas

Vantagens Desvantagens
↑ praticidade Meio ambiente
↑ eficiência (custo x eficiência) Exige maior conhecimento técnico
Grandes áreas Produtor alta tecnologia
Épocas chuvosas

ÉPOCAS DE APLICAÇÃO

Pré-plantio (PRE): aplicado antes da semeadura;


Pré-plantio incorporado (PPI): aplicado antes da semeadura e incorporado com grades;
Pré-emergência aplicação (PRE): entre a semeadura e emergência;

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Pós-emergência (POS): aplicação após a emergência da cultura e das plantas daninhas

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CONTROLE INTEGRADO

- O uso de dois ou mais métodos de controle de plantas daninhas ajuda manter suas populações abaixo
do nível que induz a perdas econômicas, com o mínimo de impacto ambiental.

- Infra-estrutura
- Mão-de-obra e implementos
- Custos

CURIOSIDADE

O uso de substância por definição considerada tóxica, em doses muito menores que a utilizada,
visando estimular o desenvolvimento vegetal é conhecido como “efeito hormético” ou HORMESE.
(CALABRESE e BALDWIN, 2002).

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9.5. PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS DO FEIJOEIRO

9.5.1. Controle de Pragas

Principais Pragas

- Lagarta elasmo - Ácaro branco


- Vaquinhas - Carunchos
- Mosca branca

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Mosca Branca

Inseto vetor é o alvo a ser atingido


Inseto de pequeno tamanho

- 29 dias em temperatura de 20 C
- 16 dias em temperatura de 28 C
- Longevidade do adulto é de 18 dias
- Coloca cerca de 100 ovos
- Grande número de hospedeiros (mais de 500) - Plantas daninhas, soja, algodão, etc

Controle da Mosca Branca

- Resistência do cultivar
- Época de semeadura
- Controle Químico

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Método Alternativo

- Armadilha
- Uso de creolina como repelente (0,5ml/litro)

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PRAGAS DE MENOR OCORRÊNCIA

- Cigarrinha verde
- Mosca minadora
- Percevejos
- Lagartas da vagem
- Lesmas

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Controle

- Manter a população em um nível que não cause dano econômico;


- Observar a flutuação da população;
- Condições climáticas;
- Sistemas de cultivo.

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9.5.2 CONTROLE DE DOENÇAS

Agentes causadores de doenças no feijoeiro

De acordo com a literatura:

-108 fungos
- 19 virus
- 17 bactérias

PRINCIPAIS DOENÇAS

- Mosaico dourado
- Antracnose
- Mancha angular
- Ferrugem
- Mancha de Alternaria
- Oídio
- Mofo branco
- Fusarium

Medidas preventivas

- Sementes de boa qualidade


- Rotação de culturas
- Tratamento de sementes
- Catação de sementes

ANTRACNOSE

- Temperaturas amenas
- Umidade relativa alta
- Morte das nervuras
- Lesões profundas nas vagens

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FERRUGEM

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DOENÇAS DE MENOR OCORRÊNCIA

- Mosaico comum
- Mosaico em desenho
- Outras viroses
- Mancha de Ascochyta
- Crestamento bacteriano comum
- Mela
- Podridão cinzenta do caule
- Podridões radiculares
- Podridão do caule

CONTROLE DE DOENÇAS

Objetivo: ter por ocasião da colheita o mínimo possível de doença na área evitando redução na QUAL
IDADE e na QUANTIDADE de grãos.

O nível de doença na área por ocasião da colheita depende:

1 – Nível inicial de inoculo na área

- Semente de boa qualidade;


-Tratamento de sementes;
- Rotação de culturas;
- Eliminação de restos.

2 – Taxa de Progresso da Doença

- Resistência do cultivar;
- Práticas culturais;
- CONTROLE QUÍMICO

3 – Duração da Epidemia

- Época de semeadura;
- Escolha do local para instalação da cultura.

Fonte: Mafia et al. (1988)

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10

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COLHEITA DO FEIJÃO

- Grande importância
- Pequenas, médias e grandes propriedades
- Condições climáticas

ÉPOCA DE COLHEITA

- Ideal é logo após a maturidade fisiológica


- Máxima qualidade fisiológica (germinação e vigor)
- Teor de umidade (35%)
- Vagens verdes

Na prática ocorre quando:


- Mudança da coloração das vagens
- Verde  creme-palha

Problemas

- Chuva em excesso (“das águas”)


- Baixo teor de umidade na semente
- Presença de plantas daninhas
- Preparo do solo mal feito;
- Relevo da área;
- População de plantas;
- Cultivares com deiscência alta de vagens.

Sistemas de Colheita

- Manual (baixo rendimento)


- Semi-mecanizado (mais utilizado)
- Mecanizado (direto e indireto)

Manual

- Arranquio das plantas é manual


- Secagem no campo ou em terreiros
- Trilha
- Abanação
- 8-10 homem/dia/ha
- Plantas daninhas pode interferir

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Semi-mecanizado (mais utilizado)

- Arranquio e enleiramento manuais


- Trilha mecânica
- Estacionárias
- Recolhedoras – Trilhadoras
- Automotrizes operadas estacionadas

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Mecanizado

- Falta de mão-de-obra
- Arrancadores – enleiradores
 Recolhedoras – trilhadoras
- Colhedoras automotrizes

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MECANIZADO DIRETO

Utiliza elevadores de plantas

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Mecanizado Direto

- Uso de levantadores pode introduzir restos culturais com terra;


- O preço de venda é menor;
- Exige o uso de dessecantes;
- Perdas são maiores chegando a 10%.

Solução para a colheita Direta

- Cultivares de porte mais ereto;


- Cultivares com maior altura de inserção da primeira vagem;
- Uniformidade de maturação dispensando o uso de dessecante.
- Arranquio ou ceifa mecânica;
- Trilha mecânica

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BENEFICIAMENTO E EMPACOTAMENTO PARA DISTRIBUIÇÃO AOS CONSUMIDORES

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