(Por tudo 0 que aqui foi disettide: confirmase-que;de 74 onto de vista da construcio dos sentidos, todo texto é perpassa- do por vozes de diferentes enunciadores, ora concordantes, ora dissonantes, o que faz com que se caracterize o fenémeno da lin- guagem humana, como bem mostrou Bahktin (1929), como es- sencialmente dialégico ¢, portanto, polifnico. PARTE Il A CONSTRUGAO DO SENTIDO NO TEXTO FALADO“ sseunnye euimsoo as anb op oupmuos oF ‘opepey O21 0 ‘TEOPD] apeptsuap soreus mssod 011129 o1xa1 © oxuenbua ‘onb rymasod “AepyyfeH{ ‘soz0xn20 9101 sop JOULE no JoFeW oWUaUAOALD OTUOD we vag] ‘ourna nos sod *(GB6I ‘ZR6T) AFEYD {C999 [POS “EISH}) _eurpstp /opepiuurxord ep OUNpILD Op “OILIDs9 no [E10 ‘uenpotu OP 1 pun op wipe ‘orSezman & wrozains soys!ouIAsSG 29 Toy “enu -juop asap oBuo] oF o1xa1 ap sodn sosraap so zenaIs eae + sorsodo sojgd stop 2p eonugnoorp opSepas eu ort a sreppos seoppad sep o7sBoyadis warriujs407 op onuap opp 28 t1H969 9 yey a11uD sebuasayIp sy, 2na259 won (E1 S661) HPsNaEW J “(Z6GT “POM ‘6861 ‘ARPHTPH “0661 sypIe1s21s20 28 IPOH “SG6T “*HPsTOLeIA) Nboyoo ‘eoupruodss orbesioauon & ‘onmno ap "9 [PUNO] eaLIDS9 & ‘Ope] LUN ap “UEP -vprurarna se{no 9 ‘co1S9jodn onupuos wn ap o8uo] ov 2s-tue ‘opSnpord ap ste1os seonyid ap sodn sosraarp so nb opuejmsod 26-194 ‘2(0y epure soanuoze ‘saz94 30d ‘9 oduros wn “fe py pie umutoo v9 ow1o> ‘onbuers9 “e>qUQLODIP PUI} ap sea -sin 195 wreAap eIpDs> 2 eyRy an “wpL0d “woyUss oLU oss -seudoid seansyraizere> wanssod sey ‘oonsynury euraisis owsaus op ‘smuDWEIUDpIAd “ura”yHN 26 exoqurg “ens -uy] ep osn ap sopepyfepour senp wonanst0> raH989 > EE Viv4 VG VZIUNLYN V78 Possui maior complexidade sintdtica. Desta forma, fala ¢ escri apresentam tipos de complexidade diferentes. O que se verifica, na verdade, é que existem textos escti- {0s que se situam, no continuo, mais préximos ao pélo da fala conversacional (bilhetes, cartas familiares, textos de humor, por ‘exemplo), 20 passo que existem textos falados que mais se apro- ximam do pélo da escrita formal (conferéncias, entrevistas pro- fissionais para altos cargos administrativos e outros), existindo, ainda, tipos mistos, além de muitos outros intermedidtios. Foi com base na visio dicotémica acima mencionada que se estabelecera, inicialmente, as diferencas entre fila e escrita, entre as quais as mais freqtientemente mencionadas so as se. guintes: Fae Bscrita ag contextualzada escontextualizada implicta explicta redundante condensada nfo-planejada planejada predomindacia predomingncia do “modus pragmitica” do "modus sintético” fragmentada fo-fragmentada incompleta completa pouco elaborada claborada Pouca densidade informacional _densidade informacional Predomininciadefiasescuras, __predominncia de fascscomplexas, simples ou coordenadas com tubordinagio abundance equena frequiéncia de passivas Poucas nominalizagdes cemprego freqitente de pasivas abundancia de nominalizagses Na realidade, porém, 0 que ocorre € quer 1, Nem todas essas caracteristicas so exclusivas de uma ou outra das duas modalidades. 2. Tais caracteristicas foram sempre estabelecidas tendo por pardmetro o ideal da escrita (isto , costuma-se olhar a lingua falada através das lentes de uma gramitica projeta- da para a esctita), 0 que levou a uma visio preconceituosa da fala (descontinua, pouco organizada, rudimentar, sem nenhum planejamento), que chegou a ser comparada 2 linguagem ristica das sociedades primitivas ou a das crian- cas em fase de aquisicéo... E evidente, contudo, que a fala possui caracteristicas pré- prias, entre as quais as que so apresentadas abaixo (cf,, por exem- plo, Koch, 1992; Koch et al., 1990): 1. E relativamente nao-planejével de antemio, 0 que decorre de sua natureza altamente interacional isto é, ela necessi- ta ser localmente planejada, ou seja, planejada e replane- jada a cada novo “lance” do jogo da linguagem. 2. O texto falado apresenta-se “em se fazendo”, isto é, em sua propria génese, tendendo, pois, a “por a nu” o préprio processo da sua construcio. Em outras palavras, a0 contré- rio do que acontece com 0 texto escrito, em cuja elabora- s40 © produror tem maior tempo de planejamento, po- dendo fazer rascunhos, proceder a revis6es ¢ corregGes etc., no texto falado planejamento e verbalizagdo ocorrem si- multaneamente, porque ele emerge no préprio momento da interagio: ele € 0 seu préprio rascunho, n