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03/12/2015 Falácia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Falácia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O termo falácia deriva do verbo latino fallere, que significa enganar. Designa­se por falácia um
raciocínio errado com aparência de verdadeiro[1] . Na lógica e na retórica, uma falácia é um argumento
logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na tentativa de provar eficazmente o que
alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do
público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso.

Reconhecer as falácias é por vezes difícil. Os argumentos falaciosos podem ter validade emocional,
íntima, psicológica, mas não validade lógica. É importante conhecer os tipos de falácia para evitar
armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a argumentação alheia. As falácias que são
cometidas involuntariamente designam­se por paralogismos e as que são produzidas de forma a
confundir alguém numa discussão designam­se por sofismas.[1]

É importante observar que o simples fato de alguém cometer uma falácia não invalida toda a sua
argumentação. Ninguém pode dizer: "Li um livro de Rousseau, mas ele cometeu uma falácia, então todo
o seu pensamento deve estar errado". A falácia invalida imediatamente o argumento no qual ela ocorre, o
que significa que só esse argumento específico será descartado da argumentação, mas pode haver outros
argumentos que tenham sucesso. Por exemplo, se alguém diz:

"O fogo é quente e sei disso por dois motivos:

1.  ele é vermelho; e
2.  medi sua temperatura com um termômetro".

Nesse exemplo, foi de fato comprovado que o fogo é quente por meio da premissa 2. A premissa 1 deve
ser descartada como falaciosa, mas a argumentação não está de todo destruída. O básico de um
argumento é que a conclusão deve decorrer das premissas. Se uma conclusão não é consequência das
premissas, o argumento é inválido. Deve­se observar que um raciocínio pode incorrer em mais de um
tipo de falácia, assim como que muitas delas são semelhantes.

Índice

1 Lista de falácias por categoria

1.1 Falácias da ambiguidade

1.1.1 Equívoco

1.1.2 Anfibologia

1.1.3 Ênfase

1.2 Apelo a motivos

1.2.1 Apelo à força
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1.2.2 Apelo à consequência

1.2.3 Apelo ao medo

1.2.4 Argumentum ad misericordiam (apelo à misericórdia)

1.2.5 Apelo à emoção

1.2.6 Argumentum ad antiquitatem (apelo à antiguidade)

1.2.7 Argumentum ad novitatem (apelo à novidade)

1.2.8 Argumentum ad ignorantiam (apelo à ignorância)

1.2.9 Apelo ao preconceito

1.2.10 Apelo à vaidade

1.2.11 Apelo à multidão

1.2.12 Apelo ao ridículo

1.3 Erros categoriais e de regras gerais

1.3.1 Composição

1.3.2 Divisão

1.3.3 Acidente

1.3.4 Inversão do acidente

1.4 Falácias causais

1.4.1 Falsa causa

1.4.2 Depois disso, por causa disso

1.4.3 Inversão de causa e efeito

1.4.4 Terceira causa

1.4.5 Causa diminuta

1.4.6 Causa complexa

1.5 Non­sequitur

1.5.1 Non sequitur (não se segue que)

1.5.2 Afirmação do consequente

1.5.3 Negação do antecedente
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1.5.4 Inconsistência

1.6 Falácias da explicação

1.6.1 Invenção de fatos

1.6.2 Distorção de fatos

1.6.3 Teoria irrefutável

1.6.4 Deus das lacunas

1.6.5 Explicação incompleta

1.6.6 Explicação superficial

1.6.7 Petitio principii (petição de princípio)

1.6.8 Conclusão irrelevante

1.7 Erros de definição

1.7.1 Definição muito ampla

1.7.2 Definição muito restrita

1.7.3 Definição circular

1.7.4 Definição contraditória

1.7.5 Definição obscura

1.8 Falácias da dispersão

1.8.1 Falsa dicotomia

1.8.2 Reductio ad absurdum (redução ao absurdo)

1.8.3 Bola de neve

1.8.4 Pergunta complexa

1.8.5 Reductio ad Hitlerum (redução ao hitlerismo)

1.8.6 Argumentum ad nauseam (repetição nauseante)

1.8.7 Argumentum verbosium (prova por verbosidade)

1.8.8 Meio­termo

1.8.9 Inversão do ônus da prova

1.8.10 Falácia genética
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1.8.11 Dicto Simpliciter (generalização inadequada)

1.9 Argumentum ad hominem

1.9.1 Ataque pessoal

1.9.2 Apelo ao rico (ad crumenam)

1.9.3 Apelo ao pobre (ad pauper)

1.9.4 Apelo à autoridade

1.9.5 Apelo à autoridade anônima

1.9.6 Argumentum ad lapidem

1.9.7 Estilo sem substância

1.9.8 Expulsão do grupo (falácia do escocês)

1.9.9 Espantalho

1.9.10 Inversão dos fatos

1.9.11 Egocentrismo ideológico

1.9.12 Bulverismo

1.9.13 Falácia da falsa proclamação de vitória

1.10 Falácias indutivas

1.10.1 Generalização precipitada

1.10.2 Amostra limitada

1.10.3 Falsa analogia

1.11 Outras falácias

1.11.1 Círculo vicioso

1.11.2 Complexo do pombo enxadrista

1.11.3 Esnobismo cronológico

1.11.4 Evidência anedótica

1.11.5 Falácia da pressuposição

1.11.6 Falácia da probabilidade condicionada

1.11.7 Falácia de validação pessoal (efeito Forer)
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1.11.8 Falácia nomotética

1.11.9 Falácias tipo "A" baseado em "B" (conclusão sofismática)

1.11.10 Ignoratio elenchi (conclusão sofismática)

1.11.11 Plurium interrogationum

1.11.12 Red herring (nariz vermelho ou de palhaço)

1.11.13 Apelo ao lucro

1.11.14 Falso axioma

1.11.15 Exigência de perfeição

1.11.16 Tu quoque (tu também)

1.11.17 Falácia da conversão

1.11.18 Falácia da oposição

1.11.19 Teoria da Conspiração

2 Ver também

3 Referências

4 Ligações externas

Lista de falácias por categoria
Estas são as falácias formais e informais mais comuns.[2] [3] [4] [5]

Falácias da ambiguidade

Equívoco

Usar uma afirmação com significado diferente do que seria apropriado ao contexto.[6]

Ex.: Os assassinos de crianças são desumanos. Portanto, os humanos não matam crianças.

Joga­se com os significados das palavras. A palavra "humanos" possui vários sentidos, pode ser um tipo
de primata (sentido biológico) ou uma boa pessoa (sentido moral), mas a falácia usa a palavra sem
considerar a diferença de sentido.

Anfibologia

Ocorre quando as premissas usadas no argumento são ambíguas devido à má elaboração sintática.[6]
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Ex.:

1.  Venceu o Brasil a Argentina.
2.  Ele levou o pai ao médico em seu carro.

1. Quem venceu? 2. No carro de quem?

Nesse caso, toda a frase possui sentidos diversos a depender do contexto.

Ênfase

Enfatizar uma palavra para sugerir o contrário.[6]

Ex.: Hoje o capitão estava sóbrio (sugerindo embriaguez).

Pronuncia­se a palavra "hoje" com muita força para sugerir que ele é um alcoólatra.

É uma ironia.

Apelo a motivos

Apelo à força

Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão.[7]

Ex.: Acredite no que eu digo, não se esqueça de quem é que paga o seu salário.

O oponente pode perder a coragem de enfrentar seu chefe porque pode perder o emprego.

Apelo à consequência

Considerar uma premissa verdadeira ou falsa conforme sua consequência desejada.[7]

Ex.:

1.  Você deve ser bom com os outros ou irá para o Inferno.
2.  Você nada tem a perder sendo religioso porque, se Deus existe, você será recompensado.

A premissa é tida como válida somente porque a conclusão nos agrada ou assusta.

Apelo ao medo

Apelar ao medo para validar o argumento.

Ex.: Vote no candidato tal, pois o candidato adversário vai trazer a ditadura de volta.

É uma variação do apelo à consequência.

Argumentum ad misericordiam (apelo à misericórdia)

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Também chamado apelo à piedade. Consiste no recurso à piedade ou a sentimentos relacionados, tais
como solidariedade e compaixão, para que a conclusão seja aceita, embora a piedade não esteja
relacionada ao assunto ou à conclusão do argumento.[7] Do argumento ad misericordiam deriva o
argumentum ad infantium ­ "Faça isso pelas crianças". A emoção é usada para persuadir as pessoas a
apoiar (ou intimidá­las a rejeitar) um argumento com base na emoção, mais do que em evidências ou
razões.

Apelo à emoção

Recorrer à emoção para validar o argumento.

Ex.: Apelo ao júri para que contemple a condição do réu, um homem sofrido, que agora passa pelo
transtorno de ser julgado em um tribunal.

O advogado quer que o júri absolva o réu por compaixão. É semelhante ao apelo à misericórdia.

Argumentum ad antiquitatem (apelo à antiguidade)

Afirmar que algo é verdadeiro ou bom somente porque é antigo ou porque "sempre foi assim".

Ex.: Devemos seguir a Bíblia porque é um livro que atravessou os séculos intacto.

Argumentum ad novitatem (apelo à novidade)

Argumentar que o novo é sempre melhor, sem uma justificativa.

Ex.: Na filosofia, Sócrates já está ultrapassado. É melhor Sartre, pois é mais recente.

Argumentum ad ignorantiam (apelo à ignorância)

Tentar provar algo a partir da ignorância quanto à sua validade. Só porque não se sabe se algo é
verdadeiro, não quer dizer que seja falso, e vice­versa.[8]

Ex.: Ninguém conseguiu provar que Deus existe, logo ele não existe.

Ou o contrário.

Ex.: Ninguém conseguiu provar que Deus não existe, logo ele existe.

Apelo ao preconceito

Associar valores morais a uma pessoa ou coisa para convencer o adversário.[7]

Ex.: Uma pessoa religiosa como você não é capaz de argumentar racionalmente comigo.

A pessoa é estigmatizada por ser religiosa, considerada inferior ao oponente.

Apelo à vaidade

Provocar a vaidade do oponente para vencê­lo.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia 7/23
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Ex.: Não acredito que uma pessoa culta como você acredita nessa teoria.

O oponente, por ser muito culto, pode se sentir envergonhado de defender essa teoria "absurda". É o
contrário do apelo ao preconceito.

Apelo à multidão

Também chamado apelo ao povo. É a tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de
pessoas. Por vezes é chamada de apelo à emoção, pois os apelos emocionais tentam atingir toda a
população.[7]

Ex.: Inúmeras pessoas acreditam em Deus, portanto Deus existe.

Apelo ao ridículo

Ridicularizar um argumento como forma de derrubá­lo.

Ex.: Se a teoria da evolução fosse verdadeira, significaria que o seu tataravô seria um gorila.

Espera­se que o oponente desista da sua convicção porque ela parece ridícula.

Erros categoriais e de regras gerais

Composição

É o fato de concluir que uma propriedade das partes deve ser aplicada ao todo.[9]

Ex.: Todas as peças deste caminhão são leves; logo, o caminhão é leve.

Perceba que o termo "leve" aplicado ao exemplo tem sentido vago, diferentemente de na frase "todas as
peças têm 1kg; logo, o caminhão tem 1kg", onde o valor sugerido é inequivocamente especificado,
tornando óbvia a invalidade do argumento.

Divisão

É o oposto da falácia de composição. Supõe que uma propriedade do todo é aplicada a cada parte.[9]

Ex.: Você deve ser rico, pois estuda em um colégio de ricos.

Acidente

Trata­se de querer aplicar uma regra geral a todos os casos, ignorando as exceções.[10]

Ex.: Devemos usar um protetor solar por causa da radiação UV, então devemos usá­lo hoje à noite, na
praia.

Inversão do acidente

Trata­se de querer usar uma exceção como se fosse uma regra geral.[10]

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Ex.: Se deixarmos os doentes terminais usarem maconha, deveremos deixar todas as pessoas a usarem.

É chamada de generalização precipitada e se assemelha à amostra limitada.

Falácias causais

Falsa causa

Afirma que, apenas porque dois eventos ocorreram juntos, eles estão relacionados.

Ex.: Nota­se uma maior frequência de erros de português em sala de aula desde o início das redes sociais
e o uso do internetês. O advento das redes sociais vem degenerando o uso do português correto.

Falta mostrar uma pesquisa que o comprove.

Depois disso, por causa disso

Consiste em dizer que, pelo simples fato de um evento ter ocorrido logo após o outro, eles têm uma
relação de causa e efeito. Porém, correlação não implica causalidade.[11]

Ex.: O Japão rendeu­se logo após a utilização das bombas atômicas por parte dos Estados Unidos.
Portanto, a paz foi alcançada devido à utilização das armas nucleares.

Ex.: O Sol nasce porque o galo canta.

Inversão de causa e efeito

Considerar um efeito como uma causa.[11]

Ex.: O investimento na educação sexual causou a propagação da SIDA.

Na verdade, foi exatamente o contrário. A epidemia de SIDA levou ao incremento da educação sexual
como forma de prevenção.

Terceira causa

Ignorar a existência de uma terceira causa, não levada em conta nas premissas.[11]

Ex.: Estamos vivendo uma fase de elevado desemprego, que é provocado por um baixo consumo.

Há uma causa tanto para o desemprego como para o baixo consumo.

Ex.: A Alemanha está em crise, que é provocada pelos banqueiros judeus.

Existem outros motivos para a crise (ter perdido a Primeira Guerra pode ser uma terceira causa).

Causa diminuta

Apontar uma causa pouco importante.[11]

Ex.: Fumar causa a poluição do ar em Edmonton.
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A causa maior é a poluição industrial e dos automóveis.

Causa complexa

Supervalorizar uma causa quando há várias ou um sistema de causas.[11]

Ex.: O menino não teria sido atingido pela bola se não houvesse acabado o recreio.

Mas também não teria sido atingido se o colega não tivesse chutado a bola para cima, quando o recreio
acabou.

Houve muitas outras causas.

Non­sequitur

Non sequitur (não se segue que)

Tipo de falácia no qual a conclusão não se sustenta nas premissas. Há uma violação da coerência
textual.[12]

Ex.: Que nome complicado tem este futebolista! Deve jogar muita bola.

A conclusão de que ele joga muito bem nada tem a ver com a premissa de seu nome complicado.

É o modelo básico de uma falácia porque as premissas não levam à conclusão e podem até levar ao
sentido contrário.

Afirmação do consequente

Essa falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional da seguinte forma:

  Se A, então B.
  B
  Então A.

Ex.: Se há carros, então há poluição. Há poluição. Logo, há carros.

Afirma­se o consequente e depois se afirma o antecedente da proposição condicional. O antecedente é o
que vem depois de "se" (A) e o consequente é o que vem depois de "então" (B).[12]

A poluição não é causada somente por carros.

Negação do antecedente

Essa falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional da seguinte forma:

  Se A, então B.
  Não A
  Então não B.

Ex.: Se há carros, então há poluição. Não há carros. Logo, não há poluição.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia 10/23
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Nega­se o antecedente e depois se nega o consequente.[12]

A falta de carros não acarreta necessariamente a falta de poluição.

OBS: Os modos certos de argumentar são os contrários, afirmar o antecedente e depois afirmar o
consequente ou negar o consequente e depois negar o antecedente.

Inconsistência

Construir um raciocínio com premissas contraditórias.[12]

Ex.: John é maior do que Jake e Jake é maior do que Fred, enquanto Fred é maior do que John.

Qual é o maior?

Falácias da explicação

Invenção de fatos

Consiste em mentir ou apresentar informações imprecisas.

Ex.: A causa da gripe é o consumo de arroz.

Distorção de fatos

Também chamada de omissão de dados. Mascarar os verdadeiros fatos.[13]

Ex.: O segredo da minha força são os cabelos.

É omissão de informação.

Teoria irrefutável

Informar um argumento com uma hipótese que não pode ser testada.

Ex.: Ganhei na loteria porque Deus quis assim.

Uma proposição que não pode ser testada e refutada não possui valor.

Deus das lacunas

Responder a questões sem solução com explicações sobrenaturais e/ou que não podem ser comprovadas.

Ex.: Os passageiros do avião sobreviveram porque Deus interveio no acidente.

Deus supre a falta de explicações, as lacunas. É uma teoria irrefutável.

Explicação incompleta

Ex.: As pessoas tornam­se esquizofrênicas porque as diferentes partes dos seus cérebros funcionam
separadas.
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O fato de partes diferentes do cérebro funcionarem separadamente é só um dos aspectos da
esquizofrenia, mas que por si só não qualifica a doença.

Explicação superficial

Usar classificações para tirar conclusões.

Ex.: A minha gata Elisa gosta de atum porque é uma gata.

O gato deve gostar de atum somente porque é um gato, é uma questão de categoria.

Petitio principii (petição de princípio)

Demonstrar uma tese partindo do princípio de que já é válida.[14]

Ex.: É fato que a Bíblia é verdadeira, portanto todos devem buscar nela a verdade.

Trata­se de usar uma premissa que é igual à conclusão e forma com esta um raciocínio circular. A Bíblia
é verdadeira porque contém a verdade e contém a verdade porque é verdadeira.

De fato, a informação de veracidade da Bíblia foi usada na premissa e na conclusão, não se usou uma
premissa que levasse a uma conclusão de veracidade.

Conclusão irrelevante

Obter uma conclusão que não decorre das premissas.[14]

Ex.: A lei deve estipular um sistema de cotas nas eleições para que as mulheres possam ocupar mais
cargos políticos. Os cargos são dominados por homens e não fazer algo para mudar essa situação é
inaceitável. Necessitamos de uma sociedade mais igualitária.

As cotas não são a solução única e obrigatória do problema, o que se requer em um raciocínio dedutivo.
A conclusão irrelevante ou sofismática é do tipo non sequitur, as premissas não justificam a conclusão.

Erros de definição

Definição muito ampla

Ex.: Uma maçã é um objeto vermelho e redondo.[15]

Mas o planeta Marte também é vermelho e redondo.

Definição muito restrita

Ex.: Uma maçã é um objeto vermelho e redondo.[15]

Mas há maçãs que não são vermelhas.

Definição circular

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia 12/23
03/12/2015 Falácia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Definir um termo usando o próprio termo que está sendo definido.[15]

Ex.: A Bíblia é a palavra de Deus porque foi inspirada por Deus.

A circularidade consiste em repetir a premissa na conclusão.

Definição contraditória

Definir algo com termos que se contradizem.[15]

Ex.: Para serem livres, submetam­se a mim.

Definição obscura

Definir algo em termos imprecisos ou incompreensíveis.[15]

Ex.: Vida é a borboleta sublime que bate suas asas dentro de nós.

Falácias da dispersão

Falsa dicotomia

Também conhecida como falácia do branco e preto ou do falso dilema. Ocorre quando alguém apresenta
uma situação com apenas duas alternativas, quando de fato outras alternativas existem ou podem
existir.[8]

Ex.: Se você não está comigo, então está contra mim.

Reductio ad absurdum (redução ao absurdo)

Consiste em averiguar uma hipótese, chegando a um resultado absurdo, para depois tentar invalidar essa
hipótese.

Essa técnica é utilizada muitas vezes sem ter o caráter falacioso, inclusive para provar teorias. Por
exemplo, matemáticos gregos da Antiguidade provaram que a raiz quadrada de 2 é um número
irracional, demonstrando que a hipótese contrária (a de ser um número racional, na forma p/q onde p e q
são inteiros) leva a um absurdo. Só é falaciosa quando o raciocínio desenvolvido pela pessoa utiliza
falsas premissas.

Ex.:

1.  A: Você deveria respeitar a crença de C porque todas as crenças são de igual validade e não
podem ser negadas.
2.  B: Eu recuso que todas as crenças sejam de igual validade.
3.  B: De acordo com sua declaração, essa minha crença é válida, como todas as outras crenças.
4.  B: Contudo, sua afirmação também contradiz e invalida a minha, sendo exatamente o oposto dela.

Aparentemente B mostrou que a afirmação de A é contraditória, porém A possivelmente quis dizer
apenas que todas as crenças são subjetivamente válidas, ou seja, B fez uso de uma premissa falsa, uma
premissa que não foi lançada por A.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia 13/23
03/12/2015 Falácia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Bola de neve

Também chamada de derrapagem, ou declive escorregadio. Elaborar uma sucessão de premissas e
conclusões que conduzem ao absurdo.[8]

Ex.: Se legalizarmos o aborto de bebês anencéfalos, logo iremos legalizar o aborto em bebês com
síndrome de Down e, no final, todo tipo de aborto será legalizado.

Pergunta complexa

Insinuação por meio de pergunta.[8]

Ex.: Por que você bate na sua mulher?

São duas peguntas numa só:

1.  Você bate na sua mulher?
2.  Por que você faz isso?

Insinua­se que o homem bate na sua mulher.

Reductio ad Hitlerum (redução ao hitlerismo)

Invalidar um argumento pela comparação com Hitler ou com o nazismo.

Ex.: Hitler acreditava em Deus, então os crentes não devem ser boas pessoas.

Argumentum ad nauseam (repetição nauseante)

É a aplicação da repetição constante e a crença incorreta de que, quanto mais se diz algo, mais correto
isso está.

Ex.: Se Joãozinho diz tanto que sua ex­namorada é uma mentirosa, então ela é.

Espera­se convencer o oponente com a saturação da sua mente pelo argumento.

Argumentum verbosium (prova por verbosidade)

Tentativa de esmagar os envolvidos pelo discurso prolixo, apresentando um enorme volume de material.
Superficialmente, o argumento parece plausível e bem pesquisado, mas é tão trabalhoso desembaraçar e
verificar cada fato comprobatório que pode acabar por ser aceito sem ser contestado.

É mais uma tentativa de saturar a mente do oponente.

Meio­termo

Recorrer ao meio­termo sem razão.

Ex.: Não temos relógio, mas alguns dizem que são dez horas e outros dizem que são seis horas, então é
mais acertado supor que são oito horas.

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O meio­termo pode ou não ser falacioso, depende do contexto. Além disso, a exclusão do meio­termo
pode também ser uma falácia.

Inversão do ônus da prova

O argumentador transfere ao seu opositor a responsabilidade de comprovar o argumento contrário,
eximindo­se de provar a base do seu argumento original.

O ônus da prova inicial cabe sempre a quem faz a afirmação primária positiva.

Ex.: Dragões existem porque ninguém conseguiu provar que eles não existem.

No caso acima, o ônus da prova recairá sobre quem fez a afirmação de que dragões existem.

Ex.: Extraterrestres não existem porque ninguém conseguiu provar que eles existem.

Ausência de evidência não significa evidência de ausência, não sendo necessário que alguém prove a
existência de algo para demonstrar a invalidade dos argumentos que defendem a inexistência.

Falácia genética

Consiste em aprovar ou desaprovar algo baseando­se unicamente em sua origem.

Ex.: Você gosta de chocolate porque seu antepassado do século XVIII também gostava.

Aponta­se a causa remota como o fator de validade.

Dicto Simpliciter (generalização inadequada)

Ocorre quando o tamanho da amostra é pequeno demais para sustentar uma generalização. Também
referido como compreensão errônea da natureza da estatística, ou estatística de números pequenos.

Ex.: Minha namorada me traiu. Logo, as mulheres tendem à traição.

Argumentum ad hominem

Ataque pessoal

Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado.[16]

Ex.: Se foi um burguês quem disse isso, certamente é engodo.

O argumento está errado porque foi dito por um "canalha".

Apelo ao rico (ad crumenam)

Essa falácia consiste em pregar que a riqueza ou o sucesso material torna as pessoas corretas.

Ex.: O barão é um homem bem sucedido na vida. Se ele diz que isto é bom, há de ser.

Apelo ao pobre (ad pauper)

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Oposto ao ad crumenam. Essa é a falácia de assumir que, apenas porque alguém é mais pobre, então é
mais virtuoso e verdadeiro.

Ex.: Joãozinho é pobre e deve ter sofrido muito na vida. Se ele diz que isso é uma cilada, eu acredito.

Apelo à autoridade

Argumentação baseada no apelo a alguma autoridade reconhecida para comprovar a premissa.[16]

Ex.: Se Aristóteles disse que o Sol gira ao redor da Terra em uma das esferas celestes, então é
certamente verdade.

É como se um especialista pudesse acertar em tudo o que diz, mesmo sendo algo fora da sua área de
especialidade. Essa falácia consiste em usar as opiniões de especialistas em áreas nas quais eles são
leigos, como um físico se pronunciando sobre antropologia. A opinião dele só vale dentro da física.

No caso acima, Aristóteles não tinha meios de testar essa teoria astronômica, no tempo dele não havia
recursos para isso. Entretanto, as teses dele em metafísica certamente podem ser consideradas porque
não dependem de instrumentos e experimentação, somente do raciocínio típico de um filósofo.

Apelo à autoridade anônima

Trata­se de fazer afirmações recorrendo a supostas autoridades, mas sem citar as fontes.[16]

Ex.: Os peritos dizem que a melhor maneira de prevenir uma guerra nuclear é estar preparado para ela.

Que peritos?

Argumentum ad lapidem

Desqualificar uma afirmação como absurda, mas sem provas.

Ex.: João, ministro da educação, é acusado de corrupção e defende­se dizendo: "Esta acusação é um
disparate".

Baseado em quê? Onde estão as evidências em contrário?

Estilo sem substância

Validar um argumento por sua beleza estética ou pela elegância do argumentador.[16]

Ex.: Trudeau sabe dirigir as massas com muita habilidade. Ele deve ter razão.

Expulsão do grupo (falácia do escocês)

Fazer uma afirmação sobre uma característica de um grupo e, quando confrontado com um exemplo
contrário, afirmar que esse exemplo não pertence realmente ao grupo.

Ex.:

1.  Nenhum escocês coloca açúcar em seu mingau.
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03/12/2015 Falácia – Wikipédia, a enciclopédia livre

2.  Ora, eu tenho um amigo escocês que faz isso.
3.  Ah, sim, mas nenhum escocês "de verdade" coloca.

A falácia não ocorre se há uma justificativa para o argumento.

Espantalho

Consiste em criar ideias reprováveis ou fracas, atribuindo­as à posição oposta.[14]

Ex.:

1.  Deveríamos abolir todas as armas do mundo porque elas causam guerras. Só assim haveria paz
verdadeira.
2.  Meu adversário, por ser de um partido de esquerda, é favorável ao comunismo radical e quer
retirar todas as suas posses, além de ocupar as suas casas com pessoas que você não conhece.

O outro é convertido num monstro, num espantalho, uma figura fácil de odiar e na qual todos querem
bater visto que sua maldade foi "comprovada". É dessa forma que se faz uma pessoa odiar alguém ou
alguma coisa, basta associá­los a outra pessoa ou coisa que todos odeiam. Leva­se a pessoa a odiar o
outro por associação.

É uma demonização do oponente.

Inversão dos fatos

O argumentador rebate o ataque de seu adversário usando o mesmo argumento.

Ex.:

1.  A: B é um comunista!
2.  B: Na verdade A que é um comunista!

Egocentrismo ideológico

Realizar um argumento de forma parcial e tendenciosa.

Ex.:

1.  O liberalismo é o ideal, pois Smith disse que...
2.  O marxismo é o ideal, pois Marx disse que...

A pessoa só consegue pensar de seu ponto de vista.

Bulverismo

Argumentar partindo do pressuposto de que o oponente já está comprovadamente errado.

Ex.:

1.  Você está dizendo que a Bíblia é correta? Nem vou discutir com você, parei. Sabemos que a
ciência comprovadamente explica tudo corretamente.
2.  Se você não acredita que a Bíblia é infalível, já perdeu o argumento, pois é óbvio que ela é.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia 17/23
03/12/2015 Falácia – Wikipédia, a enciclopédia livre

É um egocentrismo ideológico, não se consegue considerar os pontos de vista do outro.

Falácia da falsa proclamação de vitória

Proclamar vitória, dando a entender que venceu a discussão, sem ter conseguido realmente apresentar
bons argumentos.

É uma bravata contra o oponente para intimidá­lo.

Falácias indutivas

Generalização precipitada

Uma pequena amostra leva a uma conclusão tendenciosa.[13]

Amostra limitada

A amostra não representa toda a população. É uma generalização precipitada.

Ex: Na região Sul do Brasil, faz muito frio. Logo, em todo o Brasil faz frio.[13]

Falsa analogia

Duas coisas sem relação são comparadas.

Ex.: Os empregados são como pregos: temos que martelar a cabeça para que cumpram suas funções.[13]

Outras falácias

Círculo vicioso

É a tentativa de provar uma conclusão com base em uma retroalimentação, o efeito reforçando a causa.

Ex.:

1.  A inflação diminui o poder dos salários, temos que aumentar os salários, mas, fazendo­o, teremos
que aumentar os preços para pagá­los, o que aumentará a inflação.
2.  A polícia me passou uma multa porque não gosta de mim. E a prova de que eles não gostam de
mim é terem me passado uma multa.

Uma coisa leva à outra.

Complexo do pombo enxadrista

Proclamar vitória, dando a entender que venceu a discussão, sem ter conseguido realmente apresentar
bons argumentos.

É uma bravata contra o oponente para intimidá­lo. É parecida com a falsa proclamação de vitória.

Esnobismo cronológico
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03/12/2015 Falácia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Ocorre quando o pensamento, a arte ou a ciência de um período histórico anterior é tido como
inevitavelmente inferior, quando comparado com os equivalentes do tempo presente.

Ex.: A é um argumento antigo, da época em que as pessoas também acreditavam em B. Se B é
claramente falso, A também é falso.

É um apelo à tradição ou à antiguidade.

Evidência anedótica

Refere­se a uma evidência informal na forma de anedota (conto, episódio, derivado do grego anékdota,
significando "coisas não publicadas") ou de "ouvir falar". A evidência anedótica é chamada de
testemunho.

Ex.: Há provas abundantes de que Deus existe e de que continua produzindo milagres hoje. Na semana
passada, li sobre uma menina que estava morrendo de câncer. Sua família inteira foi à igreja e rezou e
ela se curou.

É um mero boato.

Falácia da pressuposição

Consiste na inclusão de uma pressuposição que não foi previamente esclarecida como verdadeira, ou
seja, na falta de uma premissa.

Ex.: Você já parou de bater na sua esposa?

É uma pergunta maliciosa porque se divide em duas. A primeira seria "Você bate na sua esposa?", é isso
o que se pretende dizer aos ouvintes.

É semelhante à pergunta complexa.

Falácia da probabilidade condicionada

Ocorre quando se expõem estatísticas e probabilidades sem oferecer o contexto necessário para sua
interpretação, confundem­se probabilidades condicionais, invertendo­as ou tratando­as como se fossem
incondicionais.

Ex.: Os jurados foram expostos à chance de o marido vir a matar a mulher porque ele a espancava,
quando o dado relevante, diante do fato consumado (a esposa já tinha sido assassinada), era "Qual a
chance de a mulher ter sido morta pelo marido, dado que ele a espancava?". A chance de ser morta por
um marido espancador é de 1 em 1.000, de qualquer forma é muito mais alta que o risco de uma mulher
ser morta por um marido que não a espanca ou por um estranho qualquer na rua, mas era a pergunta
errada.

Falácia de validação pessoal (efeito Forer)

Avaliar algo ou alguém com critérios genéricos, dando a entender que essa avaliação é individual.

Seria como avaliar alguém em função de ser comunista, como se todos os comunistas fossem iguais.

Falácia nomotética
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia 19/23
03/12/2015 Falácia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Consiste na crença de que uma questão pode ser resolvida simplesmente dando­lhe um novo nome,
quando, na realidade, a questão permanece sem solução.

Ex: Renomear o criacionismo como design inteligente ou o comunismo como democracia popular.

Falácias tipo "A" baseado em "B" (conclusão sofismática)

Ocorrem dois fatos. São colocados como similares por serem derivados ou similares a um terceiro fato.

Ex.:

1.  O islamismo é baseado na fé.
2.  O cristianismo é baseado na fé.
3.  Logo, o islamismo é similar ao cristianismo.

É uma falsa aplicação do princípio do silogismo. Pode­se visualizar como três conjuntos, o cristianismo
e o islamismo são dois conjuntos dentro do conjunto fé, mas isso não significa que aqueles dois
conjuntos são iguais, eles apenas compartilham o elemento fé.

Ignoratio elenchi (conclusão sofismática)

Consiste em utilizar argumentos que podem ser válidos para chegar a uma conclusão que não tem
relação alguma com os argumentos utilizados.

Ex.: Os astronautas do Projeto Apollo eram bem preparados, todos eram excelentes aviadores e tinham
boa formação acadêmica e intelectual, além de apresentarem boas condições físicas. Logo, foi um
processo natural os Estados Unidos ganharem a corrida espacial contra a União Soviética, pois o povo
americano é superior ao povo russo.

Só a conclusão é discutível, as premissas são verdadeiras.

É uma falácia de conclusão irrelevante. Esse é o modelo de falácia porque as premissas não levam à
conclusão exposta.

Plurium interrogationum

Ocorre quando se exige uma resposta simples a uma questão complexa.

Ex.: O que faremos com esse criminoso? Matar ou prender?

É um falso dilema.

Red herring (nariz vermelho ou de palhaço)

Falácia cometida quando material irrelevante é introduzido no assunto discutido, para desviar a atenção
e chegar a uma conclusão diferente.

Ex.: Será que o palhaço é o assassino? No ano passado, um palhaço matou uma criança.

O fato de um palhaço ter matado uma criança não significa nada, não interfere no caso em questão.

As premissas usadas devem ser relevantes para a conclusão.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia 20/23
03/12/2015 Falácia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Apelo ao lucro

Considerar uma conclusão verdadeira ou falsa conforme suas premissas financeiras.

Ex.:

1.  Se o aquecimento global for verdade, então muitos cientistas vão ganhar dinheiro para pesquisas e
muitas empresas vão lucrar milhões para produzirem energia de fontes que não emitem dióxido de
carbono. Portanto, o aquecimento global não é verdade.
2.  Se o aquecimento global for verdade, então países pobres ou em desenvolvimento vão ter prejuízo
por não explorarem suas jazidas de petróleo e carvão. Portanto, o aquecimento global não é
verdade.

A conclusão é válida ou inválida porque vai haver lucro ou prejuízo financeiro. É uma insinuação
maliciosa de que as teorias são feitas para causar lucros ou prejuízos às pessoas.

É uma forma de ataque pessoal porque insinua que o oponente tem algo a ganhar com seu argumento.
Esse ganho pessoal pode não ser financeiro, é comum insinuar que o oponente tem motivos pessoais
para defender um argumento, mas todo argumento deve ser analisado conforme a adequação da
conclusão às premissas.

Falso axioma

Consiste em fazer uma afirmação duvidosa parecer uma verdade incontestável.

Ex.: Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher.

Exigência de perfeição

Pede­se mais do que o necessário para resolver um problema.

Ex.: A egiptóloga Fulana de Tal é uma principiante, obteve o doutorado há pouco tempo, tem limitada
experiência: não pode julgar um descobrimento tão importante.

É um ataque pessoal.

Tu quoque (tu também)

Consiste em admitir um erro que os outros também cometem, como se fosse uma desculpa.[16]

Ex.: Você também foi acusado de crime de corrupção.

Falácia da conversão

Ex.:

1.  O mendigo pede.
2.  Logo, quem pede é mendigo.

Não respeita as leis da oposição. Pode­se imaginar o conjunto mendigos dentro do conjunto pedintes,
mas pode haver pessoas dentro do conjunto pedintes que não fazem parte do conjunto mendigos. Além
disso, a negação de que todo mendigo pede é que algum mendigo não pede.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia 21/23
03/12/2015 Falácia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Falácia da oposição

Ex.:

1.  É falso que todo homem é sábio.
2.  Nenhum homem é sábio.

Não respeita as leis da oposição. A conclusão pretende ser a negação da premissa, portanto a sentença
certa é "Algum homem não é sábio".

OBS: Algum é a negação (oposição, contrário) tanto de todo como de nenhum.

Teoria da Conspiração

Ex.:

1.  Um grupo antigo e secreto controla todos os aspectos da vida na Terra.
2.  Não há nenhuma prova da existência deste grupo.
3.  Isso acontece porque um grupo antigo e secreto controla todos os aspectos da vida na Terra.

Consiste em atribuir verdade aos fatos, exclusiva ou principalmente por conta de seu caráter
supostamente secreto ou sigiloso. A impossibilidade de verificar os fatos torna a falácia mais persuasiva,
convencendo o interlocutor da capacidade dos conspiradores de esconder a própria existência.[17] [18]

Ver também
Dialética erística
Elencos Sofísticos
Ética da discussão
Sofisma
Stephen Downes

Referências
1.  "Falácias e Paradoxos" (http://afilosofia.no.sapo.pt/11.falacia.htm), A Filosofia, PT: Sapo,
http://afilosofia.no.sapo.pt/11.falacia.htm.
2.  Logical "Argumentum ad misericordiam"
(http://www.csun.edu/~dgw61315/fallacies.html#Argumentum%20ad%20misericordiam) (em en), Fallacies
and the Art of Debate, CSUN,
http://www.csun.edu/~dgw61315/fallacies.html#Argumentum%20ad%20misericordiam Logical.
3.  "Argumentum ad Misericordiam" (http://philosophy.lander.edu/logic/misery.html) (em en), Introduction to
Logic, http://philosophy.lander.edu/logic/misery.html.
4.  Britannica (http://www.britannica.com/EBchecked/topic/34012/argumentum­ad­hominem) (em inglês).
Visitado em 03/05/2009.
5.  Falácia ad hominem (http://www.defnarede.com/f.html) Dicionário escolar de filosofia Def na Rede. Visitado
em 3/5/2009.
6.  Falácias da ambiguidade (http://criticanarede.com/ambig.htm) Guia das Falácias Crítica na Rede.
7.  Apelo a motivos (em vez de razões) (http://criticanarede.com/motive.htm) Guia das Falácias Crítica na Rede.
8.  Falácias da dispersão (http://criticanarede.com/welcome.htm) Guia das Falácias Crítica na Rede.
9.  Erros categoriais (http://criticanarede.com/category.htm) Guia das Falácias Crítica na Rede.
10.  Falácias com regras gerais (http://criticanarede.com/stat.htm) Guia das Falácias Crítica na Rede.
11.  Falácias causais (http://criticanarede.com/causal.htm) Guia das Falácias Crítica na Rede.
12.  Non­sequitur (http://criticanarede.com/nonseq.htm) Guia das Falácias Crítica na Rede.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia 22/23
03/12/2015 Falácia – Wikipédia, a enciclopédia livre

13.  Falácias indutivas (http://criticanarede.com/induct.htm) Guia das Falácias Crítica na Rede.
14.  Falhar o alvo (http://criticanarede.com/point.htm) Guia das Falácias Crítica na Rede.
15.  Erros de definição (http://criticanarede.com/welcome­2.htm) Guia das Falácias Crítica na Rede.
16.  Fugir ao assunto (http://criticanarede.com/subject.htm) Guia das Falácias Crítica na Rede.
17.  Bo Bennett (09 de Junho de 2013). Conspiracy Theory (http://www.logicallyfallacious.com/index.php/logical­
fallacies/73­conspiracy­theory) Archieboy Holdings, LLC. Visitado em 18 de Junho de 2014.
18.  Matt Staggs (14 de Fevereiro de 2014). Conspiracy Theory Logical Fallacies
(http://disinfo.com/2014/02/conspiracy­theory­logical­fallacies/) Disinformation®. Visitado em 18 de Junho
de 2014.

Ligações externas
Como evitar falácias (http://www.pucrs.br/gpt/falacias.php)
Guia das falácias (http://criticanarede.com/falacias.htm)
Descrição de 42 tipos de falácias (http://www.nizkor.org/features/fallacies) (em inglês)
Falácias e paradoxos (http://afilosofia.no.sapo.pt/11.falacia.htm)

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