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Tumba KV14 é um túmulo comum, usado originalmente por Tausert e depois reutilizados e
prorrogado por Set’nakh’t.
[Este ensaio, pode ser considerada uma versão editada, da obra de Israel Knohl, ( איך נולד התנ”ךComo o
Tana’h nasceu) – Konneret, Zmora-bitan, Dvir, 2018]
Uma versão muito diferente desta narrativa, pode ser encontrada nos
escritos de uma personagem, que se acredita que tenha sido, um sacerdote
egípcio, do século III antes da Era comum, chamado, Maneto.
[Os escritos desta personagem foram perdidos, mas, algumas seleções foram preservadas nas obras de
Josefo, que teria vivido no Primeiro Século; respondendo a algumas alegações de Maneto, sobre Judeus, tal
como ele registrou discussões contra Apion, estudioso anti-Judeu]
Em seguida, ele diz que anos mais tarde, um faraó chamado Amenofis
queria se encontrar com os deuses.
[Estas primeiras palavras são, provavelmente, de uma versão confundida, com a versão dos eventos durante
o reinado de Amen’hotep IV (meados de 1353-1336 antes da Era Comum), da décima oitava dinastia; que
abandonou a maior parte dos deuses egípcios, em favor do deus-sol Aten, e mudou seu próprio nome para
Ak’hen’aten, por isso.]
A história de Maneto não pode ser considerada relato histórico. Ele mistura
Hicsos com Israelitas, considera juntos Amenofis (IV) e Ramsés (III) que
não tinham nenhuma relação um com o outro (e o Egito nunca teve um Faraó, pai e
filho, com esses nomes), além de outros erros históricos. No entanto, vale a pena
analisar e resumir os contornos da sua narrativa.
י הָ בָ ה נִ ְתחַ ְּכ מָ ה: א.וַֹּיאמֶ ר אֶ ל עַ ּמֹו ִהֵּנה עַ ם ְּב נֵי יִ ְׂש ָראֵ ל ַרב וְ עָ צּום ִמֶּמ ּנּו
לֹו ֶּפ ן יִ ְרֶּב ה וְ הָ יָה ִּכ י ִת ְק ֶראנָה ִמ ְלחָ מָ ה וְ נֹוסַ ף ַּגם הּוא עַ ל ֹׂש נְ אֵ ינּו ְונִ ְלחַ ם
ָּב נּו וְ עָ לָ ה ִמן הָ אָ ֶרץ.
Shemot 1: 9:
[Note que a frase aparece apenas mais uma vez, na Bíblia Hebraica, em Hoshea 2: 2 -
ּובנֵי יִ ְׂש ָראֵ ל י ְַחָּד ו וְ ָׂש מּו לָ הֶ ם ר ֹאׁש אֶ חָ ד וְ עָ לּו ִמן הָ אָ ֶרץ
ְ הּודה
ָ ְ…וְ נִ ְקְּב צּו ְּב נֵי י
Então o povo de Iehudá e o povo de Israel serão reunidos; eles apontarão para si um líder; e se levantarão da
terra...]
[Römer, é que data a forma final do relato do Êxodo a um período posterior, concluindo que, estas afinidades
literárias sutis, indicariam que o autor da narrativa, tomou emprestado estes detalhes de Maneto. Outros
pesquisadores, imaginam que, Maneto é que conhecia o relato de Shemot, e teria sido influenciado pela
narrativa. Uma terceira possibilidade, seria dizer que, ambos os textos foram produzidos por alguém que
conhecia ambas as fontes, seja encarando-a de modo histórico ou literário. Seja como for, a correlação entre
as narrativas, parece existir.]
– למודי תנך מתקדמיםEstudos Bíblicos Avançados – A narrativa por trás da narrativa de Shemot
וִַּי ֵּת ן יְ ־הוָה אֶ ת חֵ ן הָ עָ ם ְּב עֵ ינֵי ִמ ְצ ָריִ ם ַּגם הָ ִאיׁש מֶֹׁש ה ָּגדֹול ְמאֹ ד ְּב אֶ ֶרץ
ּובעֵ ינֵי הָ עָ ם
ְ מ ְצ ַריִ ם ְּב עֵ ינֵי עַ ְב ֵדי פַ ְרעֹ ה.
ִ
Shemot 11: 3
וֶַּת חֱ זַק ִמ ְצ ַריִ ם עַ ל הָ עָ ם ְלמַ הֵ ר ְלַׁש ְּל חָ ם ִמן הָ אָ ֶרץ ִּכ י אָ ְמרּו ֻּכ ָּל נּו ֵמ ִתים
Shemot 12: 33
ּוכלֵ י זָהָ בְ מֶׁש ה וִַּי ְׁש אֲלּו ִמִּמ ְצ ַריִ ם ְּכ לֵ י כֶ סֶ ףֹ ּובנֵי יִ ְׂש ָראֵ ל עָ ׂשּו ִּכ ְדבַ ר
ְ
לו וַיהוָה נָתַ ן אֶ ת חֵ ן הָ עָ ם ְּב עֵ ינֵי ִמ ְצ ַריִ ם וַַּיְׁש ִאלּום וַיְ נְַּצ לּו אֶ ת: יב.ּוְׂש מָ ֹלת
ִמ ְצ ָריִ ם
Shemot 12: 35
O povo de Israel fez o que Moshe disse – eles pediram aos egípcios joias
de prata e de ouro e roupas;
– למודי תנך מתקדמיםEstudos Bíblicos Avançados – A narrativa por trás da narrativa de Shemot
Shemot 13: 8
[Embora, tenhamos que admitir que, não é possível afirmar, com certeza, que o termo חמשיםque aparece
ali, significa “armado”. Willian Henry Propp (Universidade de San Diego), autor de uma tradução acadêmica
de Shemot 1-18, AB (New York: Doubleday, 1999), páginas 487-488, traduz o termo como “resolutos”, e
“halot” como “alinhados para guerra”. Não obstante, os argumentos em favor de traduzir com “armados” não
são menos convincentes, embora não sejam trazidos aqui.]
[O termo das Escrituras, ערבe o paralelo Akadiano, fazem referências a esses mercenários. Muitos
tradutores lidaram com isso, deste modo, como Wlther Zimmerli – Ezekiel 2, Neukirchen-Vluyn, 1979,
página 725 – Moshe Greenberg, Ezekiel 21-37, AB, N. Y. 1997, páginas 621-2 – Moshe Einfeld traduz “
ערב רב, ”ערבcomo “misturada, misturada multidão”, na אנציקלופדיה מקראיתEnciclopédia Bíblica,
volume 6, Jerusalém: Bialik, 1971, páginas 361-362 – Haim Tadmor, בבל ויהודה, אשורAssíria, Babilônia
e Iehudá, ed. Mordechai Cogan; Jerusalém: Bialik, 2006, páginas 275-282].
וְ גַם עֵ ֶרב ַרב עָ לָ ה ִאָּת ם וְ צ ֹאן ּובָ קָ ר ִמ ְקנֶה ָּכ בֵ ד ְמ ֹאד
Shemot 12: 38
Uma multidão misturada também subiu com eles, bem como animais em
grande número: rebanhos e gado.
Julgamento dos deuses - HaShem deixa claro a Moshe que não seriam
apenas os egípcios os atingidos, mas, os seus deuses também seriam
julgados:
Shemot 12: 2
מֶׁש ה ל ֹא נָכֹון לַ עֲׂשֹות ֵּכ ן ִּכ י ּתֹועֲבַ ת ִמ ְצ ַריִ ם נִ זְ ַּב ח לַ י־הוָה אֱֹלהֵ ינּו ֹ וַֹּיאמֶ ר
הֵ ן נִ זְ ַּב ח אֶ ת ּתֹועֲבַ ת ִמ ְצ ַריִ ם ְלעֵ ינֵיהֶ ם וְ ל ֹא יִ ְס ְקלֻ נּו
Shemot 8: 22
Além disso, qualquer narrativa sobre escravos fugidos, não tem paralelo
claro em fontes egípcias, enquanto que, o que está descrito nestes
exemplos, vistos como uma hostil rejeição ao Egito, da parte de um grupo
Levantino, teria mais de um indicativo.
– למודי תנך מתקדמיםEstudos Bíblicos Avançados – A narrativa por trás da narrativa de Shemot
Siptah teria reinado por cinco ou seis anos (1197-1191 antes da Era
Comum), morrendo enquanto ele ainda era um adolescente. Depois disso,
Tausert, a esposa (e irmã) de Seti II, assumiria o trono por dois ou três
anos, (meados de 1190-1188 antes da Era Comum).
Após sua morte, a dinastia chegaria ao fim, e um novo Faraó, chamado
Set’nakh’t, que não fazia parte da família real anterior, assumiria o trono
que instituiria a vigésima dinastia.
O monumento Set’nakh’t
– למודי תנך מתקדמיםEstudos Bíblicos Avançados – A narrativa por trás da narrativa de Shemot
Este país estava em crise, o Egito tinha caído no esquecimento de deus ///
.... Os desordeiros antes dele, depois de seu termo ter tomado seus
corações, fugiram como bandos de aves de pequeno porte, quando um
falcão vem atrás deles; deixando para trás, ouro, prata e /// ... Eles tinham
aqueles, pagos aos Levantinos, dentre os líderes do Egito para atraí-los
como combatentes. Seus planos falharam e suas promessas ficaram
impedidas ....
[Esta tradução, segue Patrick Van Gils, “Sethnakht, a descendant of Ramses II?”, Varia Aegyptiaca 2, Kleine
Berliner Schriften Zum alten Agypten Band 4, ed. Andreas Fingern e Christian Huyeng – Nortested: Books
on Demand, 2014]
Ano 2, segundo mês de Shomu, dia 10, não haviam mais adversários
contra Sua Majestade em qualquer território. Seus mestres vieram dizer a
Sua Majestade: “Seu coração está alegre, Senhor deste país! Que o que o
deus predisse aconteça! Seus inimigos, não estão mais na terra. Não há
poder de um exército ou carros, exceto a do seu pai Seth! '”... Todos os
templos estão abertos, e as ofertas estão prontas para os armazéns.
Este texto enfatiza como, durante o governo dos desordeiros e seus aliados
do Levante, o culto de deuses egípcios estava cancelado, e que Set’nakh’t
emoldura sua guerra ou rebelião, como uma campanha para restaurar as
oferendas aos deuses. Esta é uma reminiscência de ambas as narrativas, a
– למודי תנך מתקדמיםEstudos Bíblicos Avançados – A narrativa por trás da narrativa de Shemot
O documento não esclarece quem são esses “encrenqueiros”, nem por que
eles se sentiram confortáveis a ponto de se unirem com estrangeiros do
Levante para conquistar o Egito. Por sorte, podemos preencher isso com
outro documento que descreve esta mesma campanha.
Outras vezes veio depois nos anos vazios e um Levantino (kharu ) com
eles, um autoproclamado (Irsu) príncipe. Ele colocou toda a terra como
tributária, perante ele. Os que se juntavam a ele, faziam isso por que
temiam que sua propriedade fosse saqueada.
Este grupo, sob a égide de um homem descrito apenas como o Irsu (Irsu o
Kharru –, homem que fez a si mesmo), agia com desprezo para com os
deuses egípcios:
– למודי תנך מתקדמיםEstudos Bíblicos Avançados – A narrativa por trás da narrativa de Shemot
Num cenário assim, chega Set’nakh’t, que é descrito como o filho dos
deuses, para corrigir os erros do Egito e restabelecer a adoração dos deuses
egípcios:
Se combinarmos o que está escrito nestas duas fontes egípcias, sendo que a
primeira, foi literalmente composta no ano após os eventos que
supostamente ocorreram, e se combinarmos isso, com o que mais sabemos
sobre esse período via arqueologia, poderíamos oferecer um esboço mais
ou menos realista, do que aconteceu no final de a dinastia XIX e o início
da dinastia XX.
Começando com o reinado de Seti II, e por todo o período dos reinados de
Siptah e Tausert, o Egito estava em declínio. Quando Tausert morreu sem
um herdeiro claro, cerca de 1188 antes da Era Comum, o Egito colapsou
em conflitos internos. Então alguém de origem Levantina (kharu), referido
– למודי תנך מתקדמיםEstudos Bíblicos Avançados – A narrativa por trás da narrativa de Shemot
A identidade de Irsu
Quem é esse tal de Irsu? Estudiosos, por muito tempo, assumiram que Irsu
deve ter sido Bay, o poderoso chanceler Levantino que colocou Siptah no
trono. A teoria era de que, uma vez que Siptah e depois Tausret morreram,
Bay, que era o homem mais poderoso do Egito na ocasião, decidiu tomar o
trono para si mesmo, e começou a fazer reformas de acordo com as suas
próprias preferências religiosas.
Atualmente sabemos que isso seria impossível, uma vez que Siptah, no 5º
ano de seu governo, executou o próprio Bay como traidor.
Deste modo, Bay não poderia ter sido Irsu, que usurpou o trono alguns
anos após o período que se atribui para a morte do próprio Bay.
Em vez disso, a nova sugestão seria a de que Irsu deveria ser identificado
com o real Moshe, e que a história bíblica, conteria neste caso, a peça que
faltava, para explicar a ascensão de Irsu ao poder.
[O professor Israel Knohl, não teria sido o primeiro a ver tal analogia, entre estas duas fontes egípcias, sobre
a ascensão de Set’nakh’t e a narrativa do Tana’h, particularmente, pela menção de ouro e prata, no
monumento de Yabe, e o relato dos utensílios de ouro e prata, levados dos egípcios pelos israelitas nas
vésperas do êxodo (Shemot 11: 2, 12: 35). Especialmente, isso foi visto nos trabalhos de Avraham Malamat,
“The Exodus: Egyptians Analogies” nas edições: E.E. Frerichs and L.H. Lesco de “Exodus – The Egyptians
Evidence” (Bristol, CT, 2016) página 36. Note porém, que estes estudiosos não mencionam conexão com a
narrativa de Maneto.]
– למודי תנך מתקדמיםEstudos Bíblicos Avançados – A narrativa por trás da narrativa de Shemot
Embora Moshe tenha sido criado no palácio, ele seria um Levantino (um
Hebreu/ um israelita) um estrangeiro, como é Irsu o Kharu. Esta dupla
identidade ajudaria a explicar a ascensão de Irsu.
isso, ele recrutou seu povo que vivia como estrangeiros, e dominaram no
Egito trazendo reforços do exterior, a quem pagaram com ouro e prata.
A. Bentzion