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Renato Lessa trata da democracia real que convive com ingredientes não democráticos.
Dê dois exemplos dessa convivência.
James Madison foi o principal defensor e teórico do grupo conhecido como Federalistas que
tinham como viés a consolidação da democracia norte americana, introduzindo conceitos
inovadores e ainda inaplicáveis em escala no velho mundo.
Conhecidos como “os pais da pátria”, os federalistas, tinham como objetivo consolidar
elementos que demonstrassem a viabilidade de implementação de uma democracia em larga
escala, afastando a ideia dos pensadores antigos de que o modelo democrático estaria vinculado
necessariamente a um território menor.
O desafio teórico enfrentado por "O Federalista" era o de desnaturalizar os dogmas arraigados
de uma longa tradição, demonstrando que a busca da democracia e da proteção aos anseios
comerciais da nação não dependiam exclusivamente da virtude do povo ou precisavam
permanecer confinados a pequenos territórios.
Nesse contexto, Madison defende a formação de uma Federação em detrimento da
Confederação, enxergando na união de Estados e o escalonamento de poderes e deveres
internamente como a forma de se manter a coesão e possibilitar a busca pela liberdade e
proteção da propriedade privada.
O Estado ficaria a cargo de promover a liberdade em todos os seus aspectos, respeitando as
diferenças religiosas e possibilitando a todos alcançarem os seus anseios econômicos, inclusive
com ações de proteção e fomento à propriedade privada.
No âmbito do Estado inicia-se a introdução das ideias de freios e contrapesos, equilibrando o
jogo de poderes e políticas em seu viés macro com a instituição da Suprema Corte e a previsão
de poderes e deveres inerentes ao Executivo e ao Legislativo, em manifesto balanceamento de
forças.
Ao negar a necessidade de um Estado pequeno para a implementação da democracia, Madison
enfrenta diretamente o problema da possibilidade de implementação de uma ditatura da maioria
em face de uma minoria, prevalecendo o interesse privado.
Ele afirma que uma ameaça real é a concentração do poder em pequenos grupos, desta forma
ele sugere a ideia de “neutralização recíproca”, afirmando que o Estado deve promover e
respeitar a liberdade associativa para que cada vez mais grupos possam se unir para a execução
de atividades de interesse próprio, tornando impossível o controle exclusivo do poder por uma
única facção.
A solução apresentada por Madison é de que a disseminação de grupos associativos
pulverizariam os interesses privados, uma vez que vários vetores não coincidentes afastam a
possibilidade de uma unicidade de forças equilibrando as ações sociais e afastando a ditadura
da maioria, cabendo ao Estado preservar a liberdade e a igualdade, fazendo valer os conceitos
introduzidos na sua Carta Maior.
Questão 4
Questão 5
Robert Michels com o seu texto a sociologia dos partidos políticos realizou uma análise
criteriosa do surgimento dos partidos democráticos e com bases ideológicas consolidadas até o
seu processo de burocratização com o surgimento da uma elite oligárquica que passa a dirigi-
lo de acordo com os seus interesse e não mais com base na ideologia que o sustentou na criação.
No processo político, o crescimento do partido, ainda que democrático, necessário para alcançar
uma representação relevante no cenário nacional, o partido, paulatinamente, vai abandonando
as suas ideologias primárias e passa a ter uma adesão no processo tradicional e oligárquico,
passando a defender os interesses da elite que o coordena.
Ele pondera, que a influência exercida sobre a máquina do Estado por um partido de oposição
de menor expressão e com a ideologia enraizada não passará de lenta, frequentemente
interrompida, e encontrará seus limites nos próprios limites que a natureza da oligarquia lhe irá
opor.
A “Lei de Ferro” elaborada por Michels traduz a interpretação teórica de que o desenvolvimento
dos partidos políticos não é compatível com a manutenção de estruturas democráticas e de
controle de seus líderes por parte dos filiados e, mais importante, de que as massas são capazes,
apenas, de substituir antigas por novas elites.
Nesse contexto, a democracia por representação não corresponderia aos anseios dos membros
da sociedade, na medida que os partidos passariam a defender interesses oligárquicos
relacionados à elite que o comanda.
Demonstrada a falibilidade do partido como meio para a implementação dos anseios da
sociedade civil, a solução é a potencialização de organizações de interesse civil sem o viés
partidário, que possibilitasse aos membros da sociedade não oligárquicos executarem e
satisfazerem seus interesses pessoais ou coletivos em menor escala.
A sociedade norte americana, por exemplo, possui um grande movimento de associações
relacionadas a interesses privados ou mesmo coletivos voltadas para a execução de atividades
e defesas de interesses que não estariam dentro das ações dos partidos políticos por desinteresse
da elite que os coordena.
Assim, os membros da sociedade não participantes do processo partidário utilizariam como
meio de fortalecimento e vitalidade associações civis por interesses pessoais, alianças civis e
instituições intermediárias que não alcancem o nível de burocratização dos partidos políticos e
mantenham a defesa dos interesses que consolidaram a sua criação.
Questão 6
Faça uma comparação do conceito de “estado de natureza” formulado pelos
contratualistas, Hobbes, Locke e Rousseau, considerando as semelhanças e as diferenças.