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À Ana Margarida
e
à minha nova família.
PREÂMBULO
INTRODUÇÃO
V. A “AVÓ” MARGARIDA
BIBLIOGRAFIA
PREÂMBULO
Como não houve casamentos entre as Casas Reais Portuguesa e Inglesa desde D.ª
Catarina (filha de D. João IV), esta tradição familiar é improvável. As rainhas de
Portugal foram - desde D.ª Filipa de Lencastre - espanholas, francesas, italianas e
austríacas/alemãs. Mas houve, de facto, um séquito de “damas britânicas” e “senhoras
irlandesas” que veio para a Corte de Portugal. Foi, em Jan/1693, quando a D.ª Catarina
de Bragança regressou ao país após enviuvar de Carlos II. E foi um séquito que não
passou despercebido.
Trinta anos antes, ao chegar a Inglaterra, o séquito feminino da jovem princesa
portuguesa tinha sido alvo da chacota londrina (as aias portuguesas foram acusadas de
serem velhas, feias, orgulhosas, espartilhadas, etc.).
Ao contrário, quando regressou a Portugal, D.ª Catarina e o seu séquito chamaram a
atenção pela sua modernidade.
Nos anos que se seguiram, D.ª Catarina - que foi por duas vezes Regente de Portugal -
provocou algumas profundas mudanças na Corte, nomeadamente na forma de vestir
(seguindo a moda de Versalhes, em oposição ao trajar à castelhana) e no protocolo.
Conforme veremos mais à frente (no Capítulo III), a antepassada britânica existiu
mesmo. E era a própria mãe da “avó Margarida”! Esta trisavó britânica nasceu em
Lisboa no ano de 1835, filha de pais britânicos que também casaram em Lisboa.
(Curioso foi o facto de, durante a busca de dados sobre esta antepassada, ter-me
cruzado com um outro descendente da britânica que, na altura, ia um pouco mais
adiantado nesta pesquisa)
Tentei relacionar os pais britânicos com o séquito da rainha D.ª Catarina (que, para
além das senhoras acima referidas, era composto por médicos, eclesiásticos,
músicos…), mas não encontrei qualquer referência a uma família britânica cujos
apelidos coincidissem com os dos pais da “nossa” antepassada britânica.
A referida trisavó britânica casou com um Lisboeta com raízes em Verride, concelho de
Montemor-o-Velho (Capítulo III). Também aqui a minha pesquisa beneficiou do
trabalho já feito, e publicado no Geneall.net.pt, por vários outros pesquisadores.
{
4. Aires
{
2. Gonçalves
Arquimedes
Gonçalves
de
Pedro Magalhães 5. Efigénia
de
Ayres Magalhães
1. Macedo
Teresa Vera 12. Agostinho Marques
de Almeida
Ana 6.
{
Margarida António
Pedro 26. João
{
de Cardoso de
{
3. Maria Almeida Figueiredo
Antonieta
Ferreira 13. Margarida
de Cardoso de 27. Elizabeth
Almeida
Figueiredo Mary Wills
7. Branca
Emília
Ferreira
208. António
Cardoso
104.Berardo
Cardoso de {
{
Figueiredo
{
52. Venâncio 209. Teresa
Cardoso de Maria de
Figueiredo
Figueiredo
{
26. João 105. Maria
Cardoso de Ferreira da
Figueiredo 53. Claudina Graça
Maria da
Piedade
27. Elizabeth
Mary Wills { 54. Joseph Wills
. Avançando para o presente (Capítulo II), encontraremos uma família que migra para
Lisboa, onde se estabelece no Bairro Alto e, depois, na Graça.
Assento paroquial de casamento de António Cardoso e Teresa Maria de Figueiredo, em Verde: “Aos vinte e
outo dias do mês de Dezembro de mil setecentos secenta e seis annos…” (28/Dez/1766)
Quando a Teresa e o António casaram (1766) reinava, desde 1750, Dom José I e era seu
Secretário de Estado do Reino o Marquês de Pombal. Eram, portanto, jovens quando
ocorreu o grande terramoto de 1755 que assolou Lisboa e o sul do País.
. Teresa Maria de Figueiredo era natural de Soure, freguesia de Alfarelos, filha de António de
Figueiredo (natural de Rio de Moinhos, Satão, bispado de Viseu) e de Helena Costa ou Ana Costa
(também de Alfarelos-Soure), que casaram em Alfarelos-Soure a 30/Maio/1723.
. António Cardoso era filho de João Francisco Cardoso (que nasceu em Quiaios, Figueira da Foz,
em 1704) e de Josefa dos Santos, que casaram em Verride a 9/Janeiro/1736.
No Capítulo I começaremos por esta Josefa dos Santos, de Verride. Conforme veremos, a
avó de Josefa, Maria de Faria (quadro seguinte), foi presa pelo Tribunal do Santo Ofício
(isto é, pela “Inquisição”) em 1669 e o processo contra ela decorreu ao longo de 14 anos.
{
416. João Francisco
Cardoso
834. Diogo Lopes
{ {
208. António
417. Josefa
Cardoso
dos Santos
835. Ana dos
Santos { 1670. António
Rodrigues Curado
1671. Maria de
{
418. António de
Figueiredo Faria
209 Teresa Mª 838. António Costa
de Figueiredo "Pancada"
419. Helena ou
Ana da Costa
A Inquisição foi quase ominipotente durante os reis Filipes e todo o século dezassete.
Mas a partir daí o seu poderio foi, lentamente, diminuindo.
O Rei D. João IV (1640-1656) conseguiu iludir a confiscação com que quase sempre
eram sentenciados os que passavam pelo Santo Ofício, ordenando que os bens
confiscados aos condenados fossem outorgados às respectivas famílias.
Em 1773, o Marquês de Pombal acabou com a distinção entre cristãos-novos e
cristãos-velhos, passando todos a estar em pé de igualdade independemente dos seus
antepassados. Era, aliás, esta a disposição prevista nas leis do tempo de D. Manuel I e
de D. João III, que apenas foi alterada no reinado de D. Sebastião (quando era
inquisidor-mor o Cardeal D. Henrique).
O tenebroso tribunal só foi extincto pelas Cortes em 1821.
Neste ensaio falaremos de uma pequena parte dos resultados das pesquisas já
efectuadas.
Haja engenho, arte… e tempo, para levar o resto do trabalho a bom porto.