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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

PROGAMA DE EXTENSÃO VIVA A PALAVRA


CURSINHO POPULAR VIVA A PALAVRA
DISCIPLINA DE LITERATURA
Prof.ª Sarah Lisboa e Prof.ª Nayane Vieira

empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de


1.(UNISA) A “literatura Jesuítica” nos Jesus.
primórdios de nossa história: b) A presença dos meninos índios
representa uma síntese perfeita e acabada
a) tem grande valor informativo; daquilo que se convencionou chamar de
b) merca nossa maturação clássica; literatura informativa.
c) visa à catequese do índio, à instrução do c) Os meninos índios estão afirmados os
colono e sua assistência religiosa e moral; valores de sua própria cultura, ao mencionar as
d) está a serviço do poder real; danças rituais e as magias praticadas pelos pajés.
e) tem fortes doses nacionalistas d) Os meninos índios são figuras
alegóricas cuja construção como personagens
atende a todos os requintes da dramaturgia
2. (Fed. Lavras - MG) Todas as
renascentista.
alternativas são corretas sobre o Padre José
e) Os meninos índios representam a
de Anchieta, exceto:
revolta dos nativos contra a catequese trazida
a) Foi o mais importante jesuíta em pelos jesuítas, de quem querem liberta-se tão
atividade no Brasil do século XVI. logo seja possível.
b) Foi o grande orador sacro da língua
portuguesa, com seus sermões barrocos. 4. (CESMAZON) O culto a natureza,
c) Estudou o tupi-guarani, escrevendo uma característica da literatura brasileira, tem sua
cartilha sobre a gramática da língua dos origem nos textos da literatura de informação.
nativos. Assinale o fragmento da carta de Caminha que já
d) Escreveu tanto uma literatura de caráter revela a mencionada característica.
informativo como de caráter pedagógico.
e) Suas peças apresentam sempre o duelo a) “Viu um deles umas contas rosário,
entre anjos e diabos brancas; acenou que lhes dessem, folgou muito
com elas, e lanço-as ao pescoço.”
b) “Assim, quando o batel chegou a foz do
3.(UFV) Leia a estrofe abaixo e assinale a
rio, estavam ali dezoito ou vinte homens pardos
alternativa correta: todos nus sem nenhuma roupa que lhes cobrisse
suas vergonhas.”
Dos vícios já desligados
c) Mas a terra em si é muito boa de ares, tão
nos pajés não crendo mais,
frios e temperados como os de Entre-Douro e
nem suas danças rituais,
Minho, porque, neste tempo de agora, assim os
nem seus mágicos cuidados
achávamos como os de lá. Águas são muitas e
(Anchieta , José de. O Auto de São
indefinidas. De tal maneira é graciosa e querendo
Lourenço)
aproveita-las, dar-se-à nela tudo por bem das
águas que tem.”
a) Os meninos índios representam o
d) “Porém o melhor fruto, que dela se pode
processo de aculturação em sua concretude mais
tirar, me parece que será salvar esta gente. E esta
visível, como produto final de todo um
empreendimento do qual participam com igual

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deve ser a principal semente que Vossa Alteza em Brasil, os textos mostram um forte instinto de
ela deve lançar.” nacionalidade, na medida em que todos os
e) “Mostrara-lhes um papagaio pardo que o escritores eram nativos da terra;
Capitão traz consigo, tornaram-no logo na mão e III – a produção escrita se prende à
acenaram para a terra, como quem diz que os descrição da terra e do índio ou a textos escritos
estavam ali.” pelos jesuítas, ou seja, uma produção informativa
e doutrinária.
5. (Universidade Federal de Santa Maria)
Sobre a literatura produzida no primeiro século da Está(ão) correta(s):
vida colonial brasileira, é correto afirmar que:
a) Apenas I.
a) é formada principalmente de poemas b) Apenas II.
narrativos e textos dramáticos que visavam à c) Apenas I e III.
catequese. d) Apenas II e III.
b) Inicia com prosopopéia, de Bento e) Apenas III.
Teixeira.
c) É constituída por documentos que 8. (UFSM) A Carta de Pero Vaz de
informam acerca da terra brasileira e pela Caminha é o primeiro relato sobre a terra que viria
literatura jesuídica. a ser chamada de Brasil. Ali, percebe-se não
d) Os textos que a constituem apresentam apenas a curiosidade do europeu pelo nativo, mas
evidentemente preocupação artística e também seu pasmo diante da exuberância da
pedagógica. natureza da nova terra, que, hoje em dia, já se
e) Descreve com fidelidade e sem encontra degradada em muitos dos locais
idealizações a terra e o homem, ao relatar as avistados por Caminha.
condições encontradas no Novo Mundo. Tendo isso em vista, leia o fragmento a
seguir.
6. (UFRN) Define-se a Literatura
Informativa no Brasil como: Esta terra, Senhor, parece-me que,
da ponta que mais contra o sul vimos, até outra
a) as obras que visavam a tornar mais ponta que contra o norte vem, de que nós deste
acessíveis aos indígenas os dogmas do ponto temos vista, será tamanha que haverá nela
cristianismo. bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem,
b) a prova de que os autores brasileiros ao longo do mar, em algumas partes, grandes
tinham em mente emancipar-se da influência barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a
europeia. terra por cima é toda chã e muito cheia de grandes
c) o reflexo de traços do espírito arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia redonda,
expansionista da época colonial. muito chã e muito formosa.
d) a prova do sentimento de religiosidade Pelo sertão nos pareceu, vista do
que caracterizou os primeiros habitantes da nova mar, muito grande, porque a estender d’olhos não
terra descoberta. podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos
e) a descrição dos hábitos de nomadismo parecia muito longa.
predominantes entre os índios. Nela até agora não pudemos saber
que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de
7. (UFSM) O Quinhentismo, enquanto metal ou ferro; nem o vimos. Porém a terra em si
manifestação literária, pode ser definido como é de muito bons ares, assim frios e temperados
uma época em que: como os de Entre-Douro e Minho, porque neste
I – não se pode falar, ainda, na existência de tempo de agora os achávamos como os de lá.
uma literatura brasileira, pois a cultura portuguesa As águas são muitas e infindas. E
estabelecia as formas de pensamento e expressão em tal maneira é graciosa que, querendo
para os escritores na colônia; aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas
II – se pode falar na existência de uma que tem.
literatura brasileira porque, ao descreverem o

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CASTRO, Sílvio (org.). A Carta de Pero Vaz de Ao se estabelecer uma relação entre a obra
Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p. 115-6. de Eckhout e o trecho do texto de Caminha,
conclui-se que:
Esse fragmento apresenta-se como um texto A) ambos se identificam pelas
características estéticas marcantes, como tristeza
a) descritivo, uma vez que Caminha ocupa- e melancolia, do movimento romântico das artes
se em dar um retrato objetivo da terra descoberta, plásticas.
abordando suas características físicas e B) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto,
potencialidades de exploração. representando-o de maneira realista, ao passo que
b) narrativo, pois a “Carta” é, basicamente, o texto é apenas fantasioso.
uma narração da viagem de Pedro Álvares Cabral C) a pintura e o texto têm uma característica
e sua frota até o Brasil, relatando, numa sucessão em comum, que é representar o habitante das
de eventos, tudo o que ocorreu desde a chegada terras que sofreriam processo colonizador.
dos portugueses até sua partida. D) o texto e a pintura são baseados no
c) argumentativo, pois Caminha está contraste entre a cultura europeia e a cultura
preocupado em apresentar elementos que indígena.
justifiquem a exploração da terra descoberta, os E) há forte direcionamento religioso no
quais se pautam pela confiabilidade e abrangência texto e na pintura, uma vez que o índio
de suas observações. representado é objeto da catequização jesuítica.
d) lírico, uma vez que a apresentação
hiperbólica da terra por Caminha mostra a 10. Quinhentismo: (Enem–2001)
subjetividade de seu relato, carregado de Murilo Mendes, em um de seus poemas,
emotividade, o que confere à “Carta” seu caráter dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha:
especificamente literário. “A terra é mui graciosa,
e) narrativo-argumentativo, pois a Tão fértil eu nunca vi.
apresentação sequencial dos elementos físicos da A gente vai passear,
terra descoberta serve para dar suporte à ideia No chão espeta um caniço,
defendida por Caminha de exploração do novo No dia seguinte nasce
território. Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
9. (Enem–2009) Banana que nem chuchu.
ECKHOUT, A. Índio Tapuia (1810-1866). Quanto aos bichos, tem-nos muito,
Disponível em: <http://www.diaadia.pr.gov.br>. De plumagens mui vistosas.
Acesso em: 9 jul. 2009. Tem macaco até demais
Diamantes tem à vontade
“A feição deles é Esmeralda é para os trouxas.
serem pardos, maneira Reforçai, Senhor, a arca,
d’avermelhados, de Cruzados não faltarão,
bons rostos e bons Vossa perna encanareis,
narizes, bem feitos. Salvo o devido respeito.
Andam nus, sem Ficarei muito saudoso
nenhuma cobertura, Se for embora daqui”.
nem estimam nenhuma MENDES, Murilo. Poesia completa e
cousa cobrir, nem prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
mostrar suas
vergonhas. E estão Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se
acerca disso com tanta nesse poema, criando um efeito de contraste,
inocência como têm como ocorre em:
em mostrar o rosto.” A) A terra é mui graciosa / Tem macaco até
CAMINHA P. V. A carta. Disponível demais
em:<www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: B) Salvo o devido respeito / Reforçai,
12 ago. 2009. Senhor, a arca

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C) A gente vai passear / Ficarei muito c) a carta, como testemunho histórico-
saudoso político, mostra o olhar do colonizador sobre a
D) De plumagens mui vistosas / Bengala de gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro
castão de oiro plano, a inquietação dos nativos.
E) No chão espeta um caniço / Diamantes d) as duas produções, embora usem
tem à vontade linguagens diferentes – verbal e não verbal –,
cumprem a mesma função social e artística.
11. (ENEM 2013) TEXTO I e) a pintura e a carta de Caminha são
Andaram na praia, quando saímos, oito ou manifestações de grupos étnicos diferentes,
dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E produzidas em um mesmo momentos histórico,
parece-me que viriam, este dia, à praia, retratando a colonização.
quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns
deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram
por carapuças ou por qualquer coisa que lhes
davam. […] Andavam todos tão bem-dispostos,
tão bem feitos e galantes com suas tinturas que
muito agradavam.

CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha.


Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).

TEXTO II

PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil.


1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm Disponível em:
www.portinari.org.br. Acesso em: 12 jun. 2013. (Foto:
Reprodução)

Pertencentes ao patrimônio cultural


brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a
obra de Portinari retratam a chegada dos
portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos,
constata-se que

a) a carta de Pero Vaz de Caminha


representa uma das primeiras manifestações
artísticas dos portugueses em terras brasileiras e
preocupa-se apenas com a estética literária.
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus
com corpos pintados, cuja grande significação é a
afirmação da arte acadêmica brasileira e a
contestação de uma linguagem moderna.

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