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RESUMO LIVRO PARA FILOSOFIA JURÍDICA

A filosofia jurídica reconhece claramente que direito não pode ser fundado na
violência, pois o poder puro e simples pode gerar obediência, mas é incapaz de
gerar dever. Assim, por mais que o medo da punição possa fazer com que as pessoas
observem as normas impostas, a validade do direito não pode ser fundada no fato de ele
ser coativo, mas somente no fato de ele ser justo (ou legítimo, o que é a mesma coisa
nesse contexto).
Na primeira, Derrida se inspira nas idéias de Montaigne e Pascal acerca do
fundamento místico da autoridade para desconstruir as relações tradicionais entre direito
e justiça, desestabilizando a possibilidade de se tentar buscar na justiça um fundamento
para o direito positivo.
Portanto, é a separação entre direito e justiça que mantém o espaço da crítica, na
medida em que é essa distância que possibilita a permanente crítica do direito. E esta
abertura não é apenas a uma crítica científica ou filosófica (porque a crítica filosófico-
científica possível não passa de um desconstrutivismo que mostre a insuficiência de toda
dogmática), mas também uma crítica política ou moral, baseada nos padrões valorativos
que identificamos como justos.
Derrida tentou mostrar que o direito fundado é sempre desconstrutível, pois a
sua fundação é histórica e seu fundamento é mitológico. Nessa medida, utilizando as
chaves de leitura oferecidas por Derrida, podemos entender os jusnaturalismos como
tentativas de construir mitologias específicas e os positivismos como uma espécie de
construção de muros em torno do seu próprio fundamento, que é assumido como dogma
e, portanto, não demanda justificação expressa, mas apenas proteção contra a crítica.

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