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CHALMERS, A.F. O que é ciência afinal? 2.ed. Editora Brasiliense, 1993. p.1-210.

Resenhado por Thaiyná Lima Cardoso1

O autor Chalmers inicia dizendo que a ciência não é baseada em suposições e “achismos”,
e sim naquilo que se pode ver, ouvir, sentir, pois a ciência é objetiva e seu conhecimento é
provável. As teorias cientificas são decorrentes de dados adquiridos em observação e
experimento.
Discorrendo sobre indutivismo ingênuo, o autor explica que é a ciência que começa como
observação, quem observa necessita de órgãos sensitivos normais sem alteração, para de fato
poder relatar o que se viu e ouviu. Tudo que se está ali sendo observado deve ser notado sem
nenhum preconceito ou algo do tipo. A partir de então, que se formam leis e teorias do
conhecimento científico.
São informações gerais que afirmam coisas sobre as propriedades ou
comportamento de algum aspecto do universo. Diferentemente das
afirmações singulares, elas se referem a todos os eventos de um tipo
específico em todos os lugares e em todos os tempos. Todos os
planetas, onde quer que estejam situados, sempre se movem em
eclipses em torno do Sol. Quando a refração ocorre, ele sempre ocorre
de acordo com a lei de refração. As leis e teorias que constituem o
conhecimento científico fazem todas elas afirmações gerais desse tipo,
e tais afirmações denominadas afirmações universais2.
Como dito, o início da ciência se insere com a observação, obtendo conhecimento
cientifico a partir de preposições de observação indutivista, então começa-se a ter dúvida
sobre a explicação indutivista da ciência, lançando assim críticas em cima dessa teoria. Para o
autor, os argumentos indutivos não são propriamente considerados válidos, porque é bem
provável que haja uma conclusão argumentativa falsa, mesmo que as premissas estejam
verdadeiras, podem assim não ter contradição implicada.
Depois que surgiram problemas na indução, pareceu também respostas que possivelmente
tentariam argumentar, a cética foi uma delas. A indução não pode ser determinada através da
lógica ou a experiência, mas a ciência pode ser aceita com base na indução e na demonstração
do Hume, e então concluir que ela não pode ser justificada de maneira racional. O Hume se

1
Discente do 3° semestre, curso de Letras pela Universidade de Mato Grosso - UNEMAT, campus de Alto
Araguaia - MT. Supervisionado pela prof. Me. Geiza Gimenes Saraiva.

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A.F. Chalmers. O que é ciência afinal? (1993. p. 20-21)
2

posicionou, e alicerçou crenças com leis e teorias como convenções psicológicas, adquiridas
como efeitos de repetição de considerações relevantes.
Outra resposta foi a de enfraquecer a exigência indutivista, argumentariam que o
conhecimento não lógico deveria ser proveniente da experiência, e convencer pelo senso
racional do início da indução acima de outra base. Não poderia ser visto como “óbvio” o
princípio da indução.
A negação de ter a ciência como base de indução é a terceira possível resposta. “O
problema da indução será evitado se pudermos estabelecer que a ciência não envolve indução.
Os falsificacionistas, notadamente Karl Popper, tentam fazer isto”. A.F.CHALMERS. p.37.
O falsificacionista reconhece que a observação voltada pela teoria e a subentende. Ele
abona qualquer confirmação que se dá a entender que as teorias podem ser ditas como
verdadeiras da evidência observativa. As teorias são deduzidas como suposições livres criadas
pela inteligência humana, com base de superar problemas encontradas em outras teorias e
tentar explicar de forma cabível o comportamento de alguns fatores do mundo ou universo.
Visto que, uma hipótese pode ser falsificável, mas jamais deve ser falsificada, os
falificacionistas sofisticados entendem que somente essas condições não são suficientes. Uma
circunstância mediata correlata à ausência que a ciência tem de proceder. Uma hipótese tem
que ser mais falsificável do que a que ela sugere trocar.
(...) as falsificações, isto é, os fracassos das teorias em passar por
testes de observação e experimento, foram retratadas como sendo de
importância chave. Foi argumentado que a situação lógica permite o
estabelecimento da falsidade, mas não da verdade das teorias à luz das
proposições de observação disponíveis. Insistiu-se também que a
ciência deveria progredir pela proposta de conjecturas audaciosas,
altamente falsificáveis como tentativa de resolver problemas,
seguindo-se tentativas impiedosas de falsificar as novas propostas.3
Falando um pouco sobre a Revolução Copernicana, no início da década do século XVI,
Copérnico desenvolveu uma nova astronomia, diferente daquelas desenvolvidas por
Aristóteles e Ptolomeu. Ele desenvolveu a astronomia incluindo a terra Móvel, que de tal
modo, provocava o sistema aristotélico e ptolemaico. Na visão de Copérnico, a Terra não é
parada no centro do universo, mas a orbita o Sol juntamente com os outros planetas. Quando a
ideia de Copérnico foi materializada, a ideia de mundo aristotélica passou a ser newtoniana.

3
A.F. Chalmers. O que é ciência afinal? (1993. p.73)
3

O pequeno tópico exibido sobre Revolução Copernicana, demonstra que os relatos


inditivistas e falsificacionistas da ciência é por essa razão limitados. Ao focar nas teorias e nas
teses de observações individuais ou conjuntarias, deixam de priorizar as extremidades das
principais teorias científicas.
A ênfase indutivista ingênua das teorias de observações e o esquema falsificacionista não
conseguem produzir uma definição correta de gênese e aumento de teorias minuciosamente
profunda. Circunstancias mais provenientes que difundem de teorias como espécie de todos
estruturados.
Imre Lakatos desenvolveu programas de pesquisa denominados de Lakatosiano, esse
programa serve como orientação de pesquisa tanto em formato negativo quanto positivo. A
heurística negativa de um programa serve como suposições básicas que não devem ser
recusadas ou mudadas, e a heurística positiva é composto por uma linha geral que orienta
como pode ser ampliado o programa de pesquisa.
O autor considera um problema a comparação de pesquisa, pois, só se julga um programa
de pesquisa de tal forma que vai tendo progresso ou falha.
A ciência que governa, tem os modelos de trabalho autentico determinado pelo paradigma.
Ele comanda a tarefa de “solução de charadas”, de um grupo de cientistas que trabalha em seu
núcleo. A permanência de um paradigma que suporta a prática de ciência normal é a qualidade
que separa ciência de não ciência. A ciência normal tenta formas de associar um paradigma
com o intuito de melhorar a concordância entre a natureza e ele.
Agora, inicia-se a abordagem sobre o racionalismo, que afirma que se tem um método
capaz de analisar os méritos de teorias rivais.
“Por exemplo, um indutivista pode aceitar como o seu critério
universal o grau de corroboração indutiva que uma teoria recebe dos
fatos aceitos, ao passo que um falsificacionista pode basear o seu
critério no grau de falsificabilidade de teorias não falsificadas”. 4
Qualquer que seja a particularidade da caracterização de um racionalista, a principal
característica é a universalidade e seu caráter não-histórico.
Detalhe importante sobre o relativismo, ele nega que exista modelo de racionalidade não-
histórico, no qual possa julgar que uma teoria seja melhor que a outra, falar que uma teoria é
melhor ou pior vai variar de cada um. A finalidade de busca de conhecimento vai depender do
que é importante e do que é valorizado para um, ou para determinada sociedade.

4
A.F. Chalmers. O que é ciência afinal? (1993. p.124)
4

Paul Feyerabend, o responsável pela defesa de ciência contemporâneas mais instigantes.


Ele defende claramente que as propostas de metodologias da ciência apresentadas até agora
são bem-sucedidas. A principal, porém, não-única maneira que se baseia essa confirmação, é
mostrar como aquelas metodologias não são compatíveis com a história da física. Feyerabend,
fala de forma coerente que as metodologias de ciência fracassaram em abastecer regras para
melhor orientação das atividades dos cientistas, e assim ele apresenta, dizendo que é
improvável que a ciência seja explicada a partir de regras metodológicas simples.
Para finalizar, discorre-se sobre o realismo não-representativo. Este que é realista em dois
sentidos. A princípio, cita-se que o mundo físico é assim como é, independemente do
conhecimento individual sobre ele. Depois, é realista porque diante de como as teorias são
aplicadas ao mundo, são aplicadas também em situações experimentais. Mais que
observações, as teorias físicas fazem considerações com relação ao grupo de asserções de
observação. Chama-se de realismo não-representativo, pois, não possui uma teoria da verdade
da correspondência.

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