2019
CONCEITOS INICIAIS:
• Sinal: elemento objetivo, que pode ser constatado, visto ou medido. Ex.: Edema.
• Sintoma: elemento subjetivo, que depende do relato do paciente. Ex.: Dor.
• Síndrome: conjunto de sinais e/ou sintomas que definem uma condição.
• Decúbito dorsal: dorso para baixo.
• Decúbito ventral: abdome para baixo.
• Decúbito lateral direito: paciente de lado com o braço direito para baixo.
• Decúbito lateral esquerdo: paciente de lado com o braço esquerdo para baixo.
• Posição ortostática: em pé.
• Posição sentada: sentado.
TÉCNICAS BÁSICAS DO EXAME FÍSICO: Para se obter os dados do exame físico, é preciso utilizar os sentidos (visão, olfato, tato e
audição) e habilidades necessárias: inspeção, palpação, percussão e ausculta.
INSPEÇÃO:
Semiotécnica:
• Iluminação adequada: luz obliqua, branca e intensidade suficiente. Em cavidades, usa-se foco luminoso como lanternas.
• A inspeção é realizada por partes, desnudando-se somente a região examinada.
• Conhecimento das características da superfície corporal.
• Observação frente a frente e tangencial.
• Melhor posição do examinador em relação ao paciente, preferencialmente se aproximando pelo lado direito.
• A inspeção começa na anamnese.
PALPAÇÃO:
• Recolhe dados por meio do tato (impressão superficial) e pressão (impressão profunda).
• Procura-se modificação de textura, temperatura, umidade, espessura, consistência, sensibilidade, volume, dureza,
frêmito (vibração), elasticidade, reconhecimento de flutuação, crepitações, pulsação e edema.
Semiotécnica:
• Antes de ter contato com o corpo do paciente, aqueça as mãos, friccionando-as uma contra a outra.
Figura 1. Palpação com mão espalmada: toda Figura 2. Palpação com uma das mãos Figura 3. Palpação com mão espalmada: toda
a palma de uma ou ambas as mãos. sobrepondo-se à outra. a palma de ambas as mãos.
Figura 3. Palpação com mão espalmada, Figura 5. Palpação usando-se o polegar e o Figura 6. Palpação com o dorso dos dedos:
usando-se apenas as polpas digitais e ventre indicador: pinça. avaliar temperatura.
dos dedos.
Figura 7. Digitopressão: utiliza a polpa do Figura 8. Puntipressão: comprime com um Figura 9. Vitropressão: usa uma lâmina de vidro
polegar ou indicador, comprimindo-se uma objetivo pontiagudo um ponto do corpo e para comprimir a pele e avalia a partir da própria
área para pesquisar dor, circulação cutânea e avaliar sensibilidade dolorosa. lâmina. Ex.: Diferenciar eritema de púrpura (o
edema. eritema desaparece com a vitropressão, enquanto
que a púrpura não).
PERCUSSÃO: Ao se golpear um ponto do corpo, originam-se vibrações que têm características de intensidade, timbre e tonalidade
a depender da estrutura anatômica percutida.
Percussão direta: golpeia-se a região alvo Percussão digitodigital: golpeia-se a borda Punho-percussão: Mantém a mão
com a ponta do dedo. ungueal do dedo médio ou do indicador da mão fechada e golpeia-se com a borda
direita a superfície dorsal da segunda falange do cubital, averiguando-se se há sensação
dedo médio ou indicador da outra mão. dolorosa.
SONS:
COMPONENTES DO ESTETOSCÓPIO:
SEMIOTÉCNICA:
1. Temperatura.
2. Pulso.
3. Pressão arterial (PA).
4. Frequência respiratória e saturação de O2.
5. Dor.
DIRETRIZES:
A temperatura superficial do corpo varia dependendo da circulação sanguínea na pele e da quantidade de calor perdida para o
ambiente.
FEBRE OU PIREXIA: Incapacidade de os mecanismos de perda de calor acompanhar o ritmo de uma produção excessiva de calor.
PADRÕES DE FEBRE:
• Hipertemia: temperatura corporal elevada aliada à incapacidade do organismo promover perda de calor. É resultado da
sobrecarga dos mecanismo de termorregulação.
• Hipertemia maligna: condição hereditária em que ocorre excessiva produção de calor quando o paciente recebe
anestesia.
• Insolação: exposição prolongada ao sol deprime a função do hipotálamo.
• Exaustão térmica: diaforese abundante resulta em perda excessiva de líquido e eletrólitos.
• Hipotermia: perda de calor prolongada durante a exposição ao frio, diminuindo a capacidade de produção de calor.
• Febre contínua: (aquela que é persistente e que tem variação pequena – de até 1°C), característica de infecções graves,
como pneumonia.
• Febre com recaída, ondulante ou recorrente: padrão em que se passa o mesmo tempo em dias com febre seguido do
mesmo tempo em apirexia (sem febre). (Exemplo: 3 dias de febre e 3 dias sem febre). Febre de Pel-Ebstein no linfoma
Hodgkin.
• Febre remitente: (febre com variação maior do que 1ºC, mas a temperatura está sempre elevada), como acontece na
febre tifoide.
• Febre intermitente: (febre que passa por períodos de temperatura anormal e normal durante o dia), como na tuberculose
e na malária, por exemplo.
TERMÔMETROS:
• Eletrônico.
▪ Sonda azul: oral ou axilar.
▪ Sonda vermelha: retal.
• Descartável.
• Mercúrio (pouco usado).
• Termômetro para aferição timpânica.
PROCEDIMENTO:
A sístole cria um pulso nos vasos responsável pela sua distensão. O pulso, portanto, é uma delimitação palpável da corrente
sanguínea periférica
• Temporal.
• Carótida.
• Braquial.
• Radial.
• Ulnar.
• Femoral.
• Poplíteo.
• Tibial posterior.
• Dorsal do pé.
PROCEDIMENTO:
Avalia-se:
• Rigidez.
• Amplitude.
• Força.
• Ritmo.
• Frequência: normocardia, taquicardia ou bradicardia.
• Eupneico: 12 a 20 irpm.
• Bradipneico: <12 irpm.
• Taquipneico: >12irpm.
• Apneia: respiração cessa por alguns segundos.
• Hiperventilação: FR e profundidade aumenta.
• Hipoventilação: FR e profundidade diminuem.
• Respiração de Kussmaul: respiração anormalmente
profunda, regular e de alta frequência.
• Respiração de Cheyne-Stokes: FR e profundidade são
irregulares, variando entre períodos de apneia e
hipoventilação.
▪ Começa com respiração lenta e superficial que aumenta a FR e profundidade anormais. Depois se reverte e
chega ao clímax com apneia.
PRESSÃO ARTERIAL: É a medida da pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias quando o sangue é ejetado na corrente
sanguínea pelo ventrículo esquerdo.
• A PA é estabelecida pelo débito cardíaco, dependendo de valores como resistência periférica, volume sanguíneo,
viscosidade e elasticidade.
• Fatores que influenciam: sexo, idade, variação diária e etnia.
• Diagnóstico de hipertensão: Duas leituras em duas aferições subsequentes que está entre 80 e 90mmHg (diastólicas) e
100 e 120mmHg (sistólica).
▪ Perda de espessura e elasticidade da parede das artérias.
SONS DE KOROTKOV: Os sons de Korotkov ou sons de Korotkoff são os sons ouvidos durante a aferição da pressão arterial através
de meios não-invasivos. O nome refere-se a Nikolai Korotkov, médico Russo que os descreveu, em 1905, quando exercia na
Academia Médica Imperial de São Petersburgo.
• O ponto mais alto da pressão nas artérias é chamado de pressão sistólica. O ponto mais baixo, ou a pressão que está
sempre presente sobre as paredes arteriais, é chamada de pressão diastólica.
• O instrumento utilizado para medir a pressão arterial é o esfigmomanômetro, e os tipos mais usados são os de coluna de
mercúrio e o ponteiro (aneróide), possuindo ambos um manguito inflável que é colocada em torno do braço do paciente.
• Estetoscópio é o instrumento que amplifica os sons e os transmite até os ouvidos do operador.
• A série de sons que o operador ouve, ao verificar a pressão sanguínea, são chamados de sons de Korotkoff.
• O primeiro som claro, quando o sangue flui através da artéria comprimida, é a pressão sistólica. A pressão diastólica
ocorre no ponto em que o som muda ou desaparece.
PROCEDIMENTO NO APARELHO MANUAL (TÉCNICA AUSCULTATÓRIA):
ALTURA:
Antes da aferição:
1. Retire os sapatos.
2. Retire "roupas pesadas" (casacos, jaquetas, blusas grossas).
3. Remova enfeites e prendedores de cabelo (fivelas, tiaras, lenços, presilhas, laço, faixa, etc).
4. Desfaça qualquer tipo de penteado (rabo-de-cavalo, coque, trança etc).
5. O indivíduo deve ficar em pé com as pernas e pés paralelos, peso distribuído em ambos os pés, braços relaxados ao lado
do corpo e palmas das mãos voltadas para o corpo.
6. Encostar calcanhar, panturrilhas, nádegas, costas e a parte posterior do estadiômetro.
7. Posicionar a cabeça do indivíduo no plano de Frankfurt (alinhar horizontalmente a borda inferior da abertura do orbital
com a margem superior do condutor auditivo externo).
8. Deslizar o cursor delicadamente, fixando-o contra a cabeça do examinado, com pressão suficiente para comprimir o
cabelo, caso necessário.
9. Realizar a leitura e registrar a medida.
PESO CORPORAL:
CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL: é medida no ponto médio entre o rebordo costal inferior e a crista ilíaca ântero-superior. Sua
medida está altamente associada ao risco cardiovascular, sendo considerado como normalidade valores menores que 94 cm para
homens e 80 cm para mulheres.
• A entrevistada deverá estar em pé, descalça, com a blusa levantada, os braços flexionados e cruzados a frente do tórax,
pés afastados, abdômen relaxado e respirando normalmente.
• A medida deve ser realizada no lado direito.
• Localize a linha axilar média: Se posicione a frente da entrevistada e leve as mãos atrás de suas costas formando um
círculo, traga lentamente as mãos para frente ao mesmo tempo e quando você puder visualizar os dedos por inteiro será
neste ponto que você marcará a linha axilar média.
• Solicite que a entrevistada inspire profundamente e segure a respiração por alguns instantes.
• Apalpe até localizar a 10ª costela, que é a última costela fixa, peça para a entrevistada soltar a respiração e faça um risco
com a caneta.
• Projete a marcação da décima costela na linha axilar média.
• Localize a crista ilíaca, que é a parte mais alta do osso ilíaco, e marque o ponto com a caneta.
• Posicionar a parte inicial da fita de ponto médio na projeção da décima costela e a parte final na marcação da crista ilíaca.
• Ajustar a fita até que o mesmo número que estiver na marca da décima costela apareça na marca da crista ilíaca.
• Passe a fita ao redor do corpo da entrevistada pelo passador, na altura do ponto médio, ajuste-a e verifique se a fita está
paralela ao solo.
CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL:
Sinais Vitais e medidas antropométricas: Pressão Arterial (PA) / Frequência Cardíaca (FC) / Frequência Respiratória (FR) /
Temperatura Axilar / Peso / Altura / Índice de Massa Corporal (IMC) / Circunferência Abdominal.
Paciente BEG, lúcido e orientado no tempo e espaço, eupneico, acianótico, anictérico, hidratado e afebril; fácie atípica; ativo e
colaborativo; marcha normal; biotipo normolíneo; mucosas normocoradas e úmidas; pele de turgor e elasticidade conservadas
com coloração, textura e umidade cutânea normais; ausência de lesões elementares de pele; pelos em quantidade e distribuição
compatíveis com idade e sexo; unha de forma, brilho, cor e superfícies normais; panículo adiposo de espessura normal e
distribuição compatível com sexo; ausência de edema subcutâneo; linfonodos superficiais não palpáveis; musculatura
normotrófica; extremidades com coloração, temperatura e perfusão preservadas; ausência de dilatação superficial nas veias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. In: Semiologia médica. Guanabara Koogan, 2001.
BICKLEY, LynnS.; SZILAGYI, Peter G. Bates: Propedêutica médica. 8.ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2005.
CORREA FILHO, Harry. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia: Pocket Book 2011 – 2013. 5a ed. Disponível em:
<http://publicacoes.cardiol.br/consenso/pocketbook/2011-2013/14.pdf>.