Você está na página 1de 2

ATIVIDADE DE DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Dupla: Lana Maria Gonçalves Pereira e Luiz Felipe Domingos

1. Como regra o pagamento cabe ao devedor, porém, terceira pessoa também pode fazê-
lo. Explique as regras sobre o pagamento de terceiro interessado (interesse jurídico) e
pagamento de terceiro não interessado (interesse afetivo ou altruístico).
Resp:
Com base no art. 304 do CC, a dívida pode ser paga por “Qualquer interessado” em
sua extinção. Entende-se, pois, por terceiro interessado aquele que tem interesse
jurídico, ou seja, aquele que pode ter seu patrimônio afetado caso não ocorra o
pagamento, ademais, há também a figura do terceiro não interessado, que possui, por
exemplo, interesse moral na solução da dívida. Não obstante, o credor não é obrigado
a receber de outrem a prestação imposta somente ao devedor, ou só por ele exequível.
Em caso cumprimento da obrigação por parte de um terceiro interessado, este
sub-roga-se ao credor, ou seja, o credor transfere ao terceiro interessado todos os
direitos, ações, privilégios e garantias referentes à dívida contra o devedor e seus
fiadores. Se há, porém, recusa do credor em receber o pagamento oferecido, este
terceiro terá direito de promover a consignação, segundo os art. 334 e seguintes do
Código Civil.
Ainda pode haver o cumprimento da obrigação por parte de um terceiro não
interessado, desde que este o faça “em nome e à conta do devedor”, como diz o art.
304 parágrafo único, não encontrando oposição por parte do devedor. Porém, o
terceiro não interessado, ainda que tenha “direito de reembolsar-se do que pagar”,
citando o art. 305 do CC, “não sub-roga-se nos direitos do credor”. A oposição do
devedor é fundamento para que o credor rejeite o pagamento, assim como a recusa ou
o desconhecimento por parte do devedor são fundamentos para que não haja
reembolso ao terceiro não interessado, “se o devedor tinha meios para ilidir a ação”,
segundo art. 306 do Código Civil.

2. O recebimento do pagamento cabe, em princípio, ao credor, porém, também pode receber


o pagamento o representante, com poderes para recebê-lo, bem como aos sucessores. E o
pagamento feito ao credor putativo é válido? Responda indicando o que é credor putativo,
a previsão legal e, se possível, traga um exemplo.
R: O credor putativo recebe essa denominação, pois, para todos aparenta ser o verdadeiro
credor, embora não o seja. Segundo o art. 309 do Código Civil: “O pagamento feito de
boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor”. É o caso do
herdeiro aparente, no qual, por exemplo: o único herdeiro conhecido de uma pessoa
abonada, que faleceu, é seu sobrinho. O pagamento feito de boa-fé ao sobrinho é válido,
mesmo que posteriormente se descubra que foi nomeada outra pessoa no testamento.
Outro caso de credor putativo é a situação do locador aparente, que se intitula,
mesmo não sendo, proprietário de um apartamento e o aluga a outrem. Se provada a boa-
fé do solvens - devedor -, os pagamentos dos aluguéis serão considerados válidos.
A boa-fé válida atos que em princípio são nulos. Ao verdadeiro credor que não
recebeu o pagamento cabe voltar-se contra o accipiens - credor putativo - que recebeu,
também, de boa-fé, pois o solvens, de boa-fé, já cumpriram sua obrigação. Exige-se,
além da boa-fé, a escusabilidade do erro - perdão do erro - que provocou o
pagamento, para que haja exoneração do solvens. Se o erro que provocou o pagamento
incorreto for grosseiro, não se justifica a exoneração no solvens.
3. As dívidas de valor deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente nacional, pelo
valor nominal (princípio do nominalismo). Nada impede, outrossim, a adoção de cláusula
de escala móvel. O que significa esta cláusula? Aponte o dispositivo correspondente e
explique o que significa.
R: Esta cláusula, prevista no art. 316 do Código Civil brasileiro, o qual estabelece que:
"é ilícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas", assim esta é a
responsável por estabelecer uma revisão dos pagamentos que deverão ser realizados
verificando a variação dos índices de custo de vida, salários, dentre outros. Deste modo,
a cláusula de escala móvel diz respeito a variação de acordo com algum índice
previamente estabelecido pelas partes.

4. Do que trata o art. 317 do Código Civil? Explique e o diferencie do art. 478 do CC.
R: O art. 317 do Código Civil diz respeito a onerosidade excessiva, ao passo que o art. 478
trata da teoria da imprevisão. Ainda que esses artigos possuam algumas características
em comum, como por exemplo o momento de incidência e também seu fundamento, o art
317 possui maior amplitude quanto a sua onerosidade excessiva, o que acabarca todas as
obrigações em geral e busca a preservação e o adimplemento da obrigação, ao passo qur
o art. 478 apenas diz respeito às questões contratuais, com o propósito de resolver a
obrigação em questão.

5. A obrigação com base no tempo de pagamento, pode ser instantânea (pagamento à vista);
de execução diferida (pagamento de uma só vez, no futuro) ou de execução periódica
(pagamento de trato sucessivo). Como regra, o credor não pode exigir o adimplemento
antes do vencimento e nem efetuar depois, sob pena de sofrer os efeitos da mora. Quais
são os casos de vencimento antecipado da dívida?
R: O art. 333 do Código Civil prevê que ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes
do vencimento estipulado em contrato ou no código civil em 3 casos: a) se houver falência
do devedor, ou concurso de credores; b) se os bens, hipotecados ou empenhados, forem
penhorados em execução por outro credor; c) se cessarem, ou se se tornarem insuficientes,
as garantias do débito, fidejussórias - prestadas por pessoas, e não por bens -, ou reais, e
o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.

Você também pode gostar