UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE FÍSICA ARMANDO DIAS TAVARES

DEPARTAMENTO DE FÍSICA AMPLICADA E TERMODINÂMICA

FÍSICA TEÓRICA E EXPERIMENTAL II

CALOR ESPECÍFICO

Maio – 2019

Introdução

Calor específico é uma grandeza física que está ligada ao estudo da

termodinâmica. É a energia necessária para aumentar a temperatura
em um grau de uma unidade de massa de dada substância. Podemos
especificar ele em dois tipos: calor específico a volume constante e
calor especifico a pressão constante. O primeiro, a energia necessária
para aumentar a temperatura em um grau de uma unidade de massa
de dada substância, mantendo seu volume constante. E no segundo,
é a energia necessária para fazer o mesmo, mascom a pressão
mantida constante. Para calcularmos o calor específico (c), podemos
utilizar a equação da quantidade de calor:

𝑄 = 𝑚 . 𝑐. ∆𝑇 ,

logo temos que:

𝑄
𝑐=
𝑚. ∆𝑇

Onde, “𝑄”é a quantidade de calor cedida ou absorvida; “𝑚” é a massa

do corpo e “∆𝑇” é a variação de temperatura.

Unidades possíveis para o calor específico: J/kg.K; cal/g °C; cal/g.K

Vale ressaltar que para determinar e utilizar corretamente o calor

específico de uma substância é importante conhecer as condições em
que ocorre a troca de calor. Por exemplo, saber a pressão que a
substância está submetida no processo e também saber se há uma
variação de volume ou não durante a transferência de calor.

Alguns calores específicos já determinados:

 Substância Calor específico (cal/g.°C)

Água 1,00

Gelo 0,50

Alumínio 0,21

Areia 0,20

Vidro 0,16

Aço 0,10

Ouro 0,03

Objetivo Geral

Determinar experimentalmente o calor específico de uma substância.

Lista de Material
Descrição Quantidade

M1 Calorímetro 1

M2 Termômetro 1

M3 Bécher 1

M4 Seringa 1

M5 Linha 1

M6 Copo de isopor 1

M7 Água -

M8 Ebulidor 1
M9 Balança 1

M10 Folha A4 1

M11 Cronômetro 1

M12 Corpo de prova 1

Atividade

1 – Determinamos a massa do corpo do prova escolhido;

2 – Colocamos 205g de água no calorímetro

3 – Aguardamos o equilíbrio térmico e medimos a temperatura inicial (Ti) do
sistema água-calorímetro

4 – Colocamos o corpo no bécher, coberto com água e utilizamos o ebulidor

para esquentar a água até sua temperatura de ebulição.

5 – Deixamos a água fervendo por um minuto e meio, desligamos o ebulidor,

cobrimos o bécher com uma folha A4, aguardamos o equilíbrio térmico e
medimos a temperatura (TAQ);

6 – Retiramos o corpo da água quente e o colocamos dentro do calorímetro, já

com água, aguardamos o equilíbrio térmico e medimos a temperatura (Tf)

7 – Realizamos a atividade 3 vezes (A1, A2 e A3);

8 – Calculamos o calor específico, escolhemos os melhores valores e fizemos

uma média para determinar qual foi o material utilizado para fazer o corpo de
prova;

9 – Calculamos o erro percentual do experimento.

Dados

Massa da Ti (°C) Massa do TAQ (°C) Tf (°C)

água (g) corpo (g)

A1 250 25,1 30 96,9 26,0

A2 250 25,6 30 97,3 26,5

A3 250 25,5 30 97,3 26,3

Cálculos

Para calcularmos o calor específico, utilizamos a seguinte equação:

QCP+ Qcal+ QAQ = 0

*QCP= Quantidade de calor do corpo de prova

- A1:

QAF = mágua.cágua . (Tf- Ti) = 250 . 1 . 0,9 = 225 cal

QCP= mCP.c . (Tf- TCP) = 30 .ccp .(-70,9) = -2.127c

Qcal= C . (Tf- Ti) =48,54 . 0,9 = 43,69

*C = capacidade térmica (descobrimos no último experimento que é48,54 cal)

→ 225 + 43,69 = 2.127c →c =268,69/2.127 → c1 = 0,13cal/g.°C

- A2:

QAF = mágua.cágua . (Tf- Ti)= 250 . 1 . 0,9 = 225 cal

QCP= mCP. c . (Tf- TCP)= 30 . ccp . (70,8) = -2.124c

Qcal= C . (Tf- Ti)= 48,54 . 0,9 = 43,69

→225 + 43,69 = 2.124c →c = 268,69/2.124 → c2 = 0,11cal/g.°C

-A3:

QAF = mágua.cágua . (Tf- Ti)= 250 . 1 . 0,8 = 200

QCP= mCP. c . (Tf- TCP)= 30 . ccp . (-71) = -2.130c

Qcal= C . (Tf- Ti)= 48,54 . 0,8 = 38,83

→200 + 38,83 = 2.130c→c = 238,83/2130→ c3 =

0,11cal/g.°Caçoa
De acordo com os cálculos do experimento, podemos dizer que o material
ço
utilizado para produzir o corpo de prova foi o aço (c = 0,10cal/g.°C).

Conclusão

Por meio desse experimento, podemos concluir que o calor é a energia trocada
entre corpos com diferentes temperaturas. Essa troca ocorre quando o corpo
com maior temperatura cede energia para o corpo com menor temperatura
equando essa troca cessa é porque eles atingiram um equilíbrio térmico,
portanto, apresentam a mesma temperatura.

Importante dizer também que visualmente o corpo de prova aparentava ser de

alumínio mas os cálculos mostraram que é aço, podemos concluir que pode ser
uma liga metálica e por isso não foi achado o calor específico do alumínio.

Erro Percentual

Calculamos o erro através da seguinte equação:

|𝑐𝑒𝑥𝑝 − 𝑐𝑡𝑒𝑜 |
𝐸% = × 100
𝑐𝑡𝑒𝑜

E%A1 = |0,13−0,10|
0,10
× 100 =30%

E%A2 = |0,11−0,10|
0,10
× 100 = 10%

E%A3= |0,11−0,10|
0,10
× 100 = 10%

Questões

1) Por que é necessário aguardar o equilíbrio térmico antes de determinar a

temperatura nos itens 3 e 6?

Para que a troca de calor entre os corpos pare. Logo, quando atingimos o
equilíbrio, a temperatura dos dois corpos é igual.

2) Por que colocamos o corpo de prova na água e esquentamos até que a

água entre em ebulição?

Porque em ebulição as moléculas da água ficam muito agitadas e dessa

forma, aumenta a energia cinética delas que assim conseguem transferir
calor para o corpo de prova de forma mais rápida.
 3) Por que é necessário isolar o sistema para medir as temperaturas?

Para que não haja troca de calor com o ambiente. Assim, diminuindo o erro
percentual do experimento que pede que haja troca somente entre os corpos
presentes nele.

4) Quais as principais fontes de erro do experimento?

Erro aleatório, podendo ser no processo de medidas e o erro sistemático,

esse sendo por causa das condições do ambiente e limitações do medidor.

Bibliografia

Fundamentos da Física volume 2 – Halliday,Resnick – 8a edição

Transferência de Calor e Massa – Yunus A. Çengel, Afshin J. Ghajar – 4a edição