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X SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DAS ARGAMASSAS


Fortaleza, 7 a 9 de maio de 2013 - ISSN 2238-0191
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AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE RECUPERAÇÃO DE FISSURAS EM

ARGAMASSAS DE VEDAÇÃO

Renato Freua Sahade (1); Luciana Varella Machado(2);


Gilberto de Ranieri Cavani (3)

(1) ATS Engenharia e Consultoria - renato.sahade@atsengenharia.com.br


(2) ATS Engenharia e Consultoria – luciana.varella@atsengenharia.com.br
(3) Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT) - grcavani@ipt.br

RESUMO

Uma das principais manifestações patológicas que atingem as alvenarias de vedação e


seus revestimentos argamassados, as fissuras, são responsáveis pela diminuição do
desempenho destes subsistemas (conforto, salubridade e durabilidade). Para o
acompanhamento do desempenho após o tratamento de fissuras em argamassas de
vedação de edifícios na cidade de São Paulo, empregou-se os principais Sistemas de
Recuperação de Fissuras (SRF) industrializados disponíveis hoje no mercado nacional e
avaliou-se o seu comportamento ao longo do tempo por meio do monitoramento da
reincidência destas fissuras. Apenas nos casos onde estavam sujeitas a grandes
tensões e os SRF não possuíam qualquer tipo de reforço, houve a reincidência da
abertura de fissura. O trabalho concluiu que a escolha de um sistema em relação ao
outro, bem como a monitoração prévia das fissuras, aliado a experiência e a
capacidade técnica do consultor e da mão de obra são fundamentais para o sucesso da
recuperação.

Palavras-chave: Fissuras; argamassa de vedação; sistemas de recuperação de fissuras,


materiais acrílicos, telas de poliéster.
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EVALUATION OF REPAIRING SYSTEMS FOR CRACKS ON RENDERING
MORTAR

ABSTRACT

One of the main pathologic manifestations that affect the non-loadbearing masonry
and its rendering mortar, the cracks, are responsible for the decreased performance of
these subsystems (comfort, health and durability). For performance monitoring after
treatment of cracks in rendering mortar of buildings in the city of São Paulo, were used
the main repairing systems for cracks industrialized available today in the national
market and evaluated their behavior through time by monitoring the recurrence of
these cracks. Only in cases where they were subjected to great tensions and the
repairing system did not have any type of reinforcement, there was a recurrence of the
crack’s opening. The study concluded that the choice of a repairing system depends on
the previous monitoring of cracks, experience and technical capacity of the consultant
and the workmanship, key factors for successful repair.

Key-words: cracks, rendering mortar, repairing systems for cracks, acrylic materials,
polyester mesh
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1. INTRODUÇÃO

A qualidade das alvenarias de vedação influencia diretamente a salubridade e o


conforto dos locais onde se vive e trabalha. É também fundamental para a
durabilidade dos edifícios, uma vez que têm funções de proteção e impermeabilização
das paredes.

Há muito, o problema de fissuras em alvenarias de vedação e seus revestimentos tem


sido objeto de avaliação e estudo em diversos países. Na Tabela 1.1 resume-se a
importância do estudo da fissuração das edificações quando se observa que as
mesmas foram as responsáveis por quase 50% das anomalias presentes em cerca de
aproximadamente 10.000 edificações avaliadas ao longo de apenas duas décadas.
Destes estudos ainda se destaca o fato de que as fissuras são a segunda manifestação
patológica em importância e até contribuem para acelerar o processo da primeira
(umidade em edificações).

Tabela 1 - Percentual de edificações fissuradas relatadas ao longo de duas décadas

Amostra Edificações
Autor, Ano %
(n.º de edificações) Fissuradas
CSTC, 1979(1) 1.800 216 12
LOGEAIS, 1989(2) 5.832 3.324 57
IOSHIMOTO, 1986(3) 462 116 25
DAL MOLIN, 1988(4) 1.615 780 48
GOMES et al, 1997(5) 66 22 34
GRILO et al., 2000(6) 100 70 70
9.875 4.528 46
Fatores como o refinamento dos cálculos que vêm criando estruturas cada vez mais
esbeltas e mais flexíveis, paredes mais delgadas com menor rigidez, a má qualidade e o
desconhecimento tecnológico dos materiais, a falta de cuidado na produção das
argamassas (preparo do substrato, dosagem dos materiais e aplicação) w a falta de
cura dos revestimentos têm proporcionado o aumento do número de edificações com
problemas de fissuras.
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DUARTE (1988)(7) comenta que “as fissuras estão incorporadas em nossos prédios”.

A correção das fissuras nas edificações passa obrigatoriamente pela compreensão e


determinação das causas que levaram ao seu aparecimento. Uma vez detectada a
causa, deve-se escolher o melhor método de recuperação ou o sistema de
recuperação de fissuras (SRF) mais adequado entre os existentes no mercado.

1.1. Objetivo

O objetivo principal deste trabalho é apresentar os procedimentos especificados por


fabricantes nacionais na recuperação de fissuras por meio de materiais acrílicos com
ou sem telas de reforço de poliéster, verificar a praticidade das aplicações em obra,
bem como, o desempenho desses produtos através de monitoramento ao longo do
tempo: visualmente e por meio de equipamento de medição de variação de abertura
de fissuras.

1.2. Metodologia

Primeiramente, procurou-se classificar as fissuras quanto à forma e à atividade, de


acordo com a NBR 13749 (ABNT, 1996)(8). Em seguida foram separadas as fissuras que
já haviam sido recuperadas em situações anteriores e que vieram a reincidir com o
decorrer do tempo, e que não fossem decorrentes de deformações estruturais ou
recalques de fundação. No programa experimental, foram selecionados 05 sistemas de
recuperação industrializados a base de materiais acrílicos, com e sem telas para
reforço em poliéster, suas metodologias de aplicação e as formas de avaliação das
fissuras recuperadas, que foram acompanhadas por meio de inspeção visual e
monitoração. Por fim são apresentados os resultados dos monitoramentos e as
conclusões sobre o desempenho dos SRF.
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2. MECANISMOS DE FORMAÇÃO DE FISSURAS

2.1. Classificação das Fissuras

De acordo com a NBR 13749 (ABNT, 1996), as fissuras são classificas em:

• quanto à forma: geométricas ou mapeadas;

• quanto à atividade: ativas ou passivas.

2.2. Origem das Fissuras nas Argamassas de Vedação

As fissuras em argamassas de revestimento irão depender, sobretudo, do seu módulo


de deformação e da sua capacidade para absorver as deformações impostas pelo
substrato. A resistência à fissuração é garantida por argamassas com menor retração e
maior resistência à tração, i.e., a capacidade do revestimento suportar deformações
sem romper.

As tensões são tanto maiores, quanto maior for à ocorrência de esforços cíclicos, que
vão provocando danos progressivos ao revestimento. A ocorrência destes esforços
como molhagem/secagem, gradientes térmicos e deformações na estrutura, geram
microfissuras na argamassa, na base e, no pior caso, na interface entre estas duas
camadas (JOHN, 2003)(9).

As argamassas também estão sujeitas a ações internas a elas, tais como a retração de
secagem e alterações químicas dos materiais utilizados para sua elaboração. Os efeitos
físicos nocivos destas ações são relatados como o aumento na porosidade e
permeabilidade, diminuição na resistência, fissuração e destacamento do
revestimento.

3. SISTEMAS DE RECUPERAÇÃO DE FISSURAS

O termo sistema de recuperação de fissuras (SRF) será empregado para designar o


“conjunto de camadas que uma vez aplicadas restituem a vedação vertical às funções
para a qual ela foi construída” (LORDSLEEM JR, 1997). (10).
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A figura 1 ilustra um sistema genérico de recuperação que é dividido em camadas:
camada de regularização, camada de dessolidarização, camada de recuperação e
camada de proteção ou de acabamento.

Figura 1 – Corte esquemático de uma vedação vertical ilustrando as partes de um


sistema de recuperação de fissuras (SAHADE, 2005)(11)

vedação vertical
sistema de
recuperação

REVESTIMENTO DA OUTRA
FACE DA VEDAÇÃO

BASE

CAMADA DE REGULARIZAÇÃO

DESSOLIDARIZAÇÃO

CAMADA DE RECUPERAÇÃO

CAMADA DE ACABAMENTO

4. PROGRAMA EXPERIMENTAL

4.1. Sistemas de recuperação aplicados

Foram selecionados 05 (cinco) sistemas de recuperação industrializados fornecidos ao


mercado nacional. Estes são indicados para recuperação de fissuras em alvenarias de
vedação tanto interna quanto externamente (Tabela 3).

Os sistemas serão identificados como sistemas A, B, C, D e E, e objetivam apenas a


dissimulação ou o ocultamento das fissuras, operando de forma que as fissuras
possam continuar a se movimentar livremente por trás do sistema aplicado.

4.2. Seleção das edificações

As edificações selecionadas foram aquelas que apresentaram as seguintes


manifestações patológicas: fissuras geométricas, ativas, sazonais, e reincidentes. As
edificações selecionadas encontram-se localizadas nas regiões do Centro e Zona Oeste
da cidade de São Paulo.
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Tabela 2 – Sistemas de Recuperação de Fissuras aplicados

SRF Materiais Empregados Representação Esquemática

Tinta 100% Acrílica (5 a 6 demãos)


Selante Acrílico (2 demãos)
A Fundo Preparador de Paredes
Abertura em “V” (1x1 cm)

Impermeabilizante Acrílico
Tela de Poliéster
Impermeabilizante Acrílico

20 cm
B Selante Acrílico (2 demãos)
Fundo Preparador de Paredes
Abertura em “V” (1x1 cm)

Impermeabilizante Acrílico
(4 demãos)
Tela de Poliéster com bandagem central

12 cm
C Primer acrílico
Massa acrílica (2 demãos)
Abertura em “V” (1x1 cm)

Massa acrílica
12 cm

Tela de Poliéster com bandagem central


D
Massa Acrílica

Pasta Acrílica
E
5

Selante Acrílico com fibras de vidro


Primer
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4.3. Acompanhamento dos SRF

A avaliação dos sistemas de recuperação implantados baseou-se


baseou se na observação visual
do surgimento de eventuais danos na região do reparo (reaparecimento das fissuras),
fissuras)
e por correlacionar medidas realizadas de variação de abertura e fechamento das
fissuras reparadas por meio de um sistema de monitoramento. Foram utilizadas lentes
de aumento com escala de sensibilidade de 0,05 mm e amplitude de 10,00 mm e
instaladas ao longo das fissuras recuperadas,
recuperadas, pastilhas metálicas fixadas com resina
epoxídica,, distanciadas entre si de 100,00 mm denominadas Base Tensostat (T) – figura
2.. As leituras realizadas mensalmente foram realizadas por meio de relógio de precisão
de milésimo de milímetro (figura 3).
3)

Figura 2 – Instalação de base Tensostat de referência ao longo da fissura tratada

Figura 3 – Relógio comparador Tensostat

A cada leitura de dados, registrou-se


registrou como resultado, a variação de abertura da
fissura, sendo positivo para a abertura da fissura e negativo para o fechamento.
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As bases de medição foram numeradas de T1 a T6, conforme os esquemas da tabela 3
para o edifício do Centro. As bases do edifício da Zona Oeste foram numeradas de T1 a
T6.

Tabela 3 – Locais de instalação das bases T1 a T7 sobre os SRF A a C (Centro)

Base Sistema de
Foto do Forma da
e Recuperação
Local Fissura
Local Avaliado

T1 e T2 T2

1º pavto. T1 – “B” 01 tela T1


Fachada Face T2 – “B” 02 telas
NO

T3
1º pavto. T3 – “A”
Fachada
Face NO

T4 e T5
1º pavto. T4 – “C” 01 tela
Fachada T5 – “C” 02 telas T5
Face NO T4

T6
2º pavto. T6
T6 – “A”
Fachada Face
NO

4.4. Resultados obtidos


4.4.1. Quanto à aplicabilidade (tabela 4)
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Tabela 4 – Resultados quanto à aplicabilidade dos materiais de mercado

Sistema Facilidades Dificuldades

Pequena intervenção na fissura:


Abertura em forma de “V”
A “melhor disfarce”
Controle das demãos
Quantidade de demãos
64,5 horas entre aplicações e
Mais conhecido curas (08 dias)
Facilidade de obtenção Execução inadequada
Maior capacidade de deformação à (Intelecção do manual técnico)
B tração e cisalhamento (em Abertura em forma de “V”
laboratório)(10)
Controle das demãos
Intelecção do manual técnico
Pequena quant. de serviços (36h - 24h) Remoção do revestimento
CeD Pequena quant. de materiais com uso de espátula e
talhadeira
Tempo de cura 96,5h (12 dias)
Informações incompletas no
Manual
Coloração = Facilita a Fiscalização
Dificuldade de obtenção
E Abertura em forma de “U” disco de
corte Retração da junta formada
após aplicação do acabamento
final

4.4.2. Quanto à formação de fissuras (figuras 04 a 10)

Figura 4 – Variação térmica ao longo do monitoramento (Centro) – 13° a 32,5°C

T(ºC)
35

30

25

20

15

10
07/07/04 07/08/04 07/09/04 08/10/04 08/11/04 09/12/04 09/01/05 09/02/05 12/03/05 12/04/05 13/05/05
Data
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Figura 5 – Variações medidas nas bases T1 a T3 (Centro)

Bases T1 a T3 Ruptura de T3 T1

200
T2
150
100 T3
50
0
-50
-100
-150
-200
-250
-300
-350
-400
07/07/04 07/08/04 07/09/04 08/10/04 08/11/04 09/12/04 09/01/05 09/02/05 12/03/05 12/04/05 13/05/05
Data

Figura 6 - Variações medidas nas bases T4 a T6 (Centro)

Ruptura de T6
Bases T4 a T6
200
150
100
50
0
-50
-100
-150
-200 T4
-250
T5
-300
-350 T6
-400
07/07/04 07/08/04 07/09/04 08/10/04 08/11/04 09/12/04 09/01/05 09/02/05 12/03/05 12/04/05 13/05/05
Data

Observações para as Bases Tensostat da região Central da cidade de São Paulo:

Todas as bases foram solicitadas por oscilações de temperatura que


atingiu máxima de 32,5 ºC e mínima de 13,0 ºC;
todas as fissuras avaliadas são ativas e decorrentes da variação de
temperatura, como se observa nos gráficos apresentados;
o reforço utilizado com 01 tela de poliéster e 02 telas, para as bases
T1/T2 e T4/T5, como era previsto, não melhoraram a capacidade de
resistência do sistema duplo em relação ao sistema simples. Exceto para
a data de 29/09/04, onde a base T2 apresentou uma variação de
fechamento da fissura da ordem de 165% maior que a base T1, as
demais leituras são equivalentes, demonstrando que as deformações
resultantes são também equivalentes;
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As fissuras das bases T3 e T6 (SRF “A”) tiveram reincidência de
fissuração. Por se tratarem de fissuras de vértice de abertura, deveriam
ter sido reforçadas durante a etapa de recuperação a exemplo das
bases T4/T5;
Todas as bases resistiram bem à ação do tempo e às variações medidas
no local.
Figura 7 – Variação térmica ao longo do monitoramento (Zona Oeste) – 21° a 33°C

Temperatura Ambiente T (ºC)


35,0

30,0

25,0

20,0

15,0

10,0
26/01/05 25/02/05 27/03/05 26/04/05 26/05/05 25/06/05 25/07/05 24/08/05 23/09/05 23/10/05 22/11/05 22/12/05
Data

Figura 8 – Variações medidas nas bases T1 e T2 (Zona Oeste)

Bases T1 e T2 T1
0,200
T2
0,100

0,000

-0,100

-0,200

-0,300

-0,400
26/01/05 25/02/05 27/03/05 26/04/05 26/05/05 25/06/05 25/07/05 24/08/05 23/09/05 23/10/05 22/11/05 22/12/05

Data

Figura 9 – Variações medidas nas bases T3 e T4 (Zona Oeste)

Bases T3 e T4 T3

0,200
T4

0,100

0,000

-0,100

-0,200

-0,300

-0,400
26/01/05 25/02/05 27/03/05 26/04/05 26/05/05 25/06/05 25/07/05 24/08/05 23/09/05 23/10/05 22/11/05 22/12/05
Data
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Figura 10 – Variações medidas nas bases T5 e T6 (Zona Oeste)

Bases T5 e T6 T5
0,200
T6
0,100

0,000

-0,100

-0,200

-0,300

-0,400
26/01/05 25/02/05 27/03/05 26/04/05 26/05/05 25/06/05 25/07/05 24/08/05 23/09/05 23/10/05 22/11/05 22/12/05
Data

Observações para as Bases Tensostat da região da Zona Oeste da cidade de São Paulo:

Todas as bases foram solicitadas por oscilações de temperatura que


atingiu máxima de 33 ºC e mínima de 21,0 ºC;
não se observou o surgimento de qualquer anomalia na alvenaria
recuperada;
as variações de abertura e fechamento foram praticamente nulas no
período de observação, apesar de haver variação de temperatura de até
12ºC. Esta situação indicaria a escolha de um sistema de tratamento
sem necessidade de reforço com telas: sistema “A”, por exemplo;

5. CONCLUSÕES

A importância dada às fissuras como manifestação patológica deve-se ao fato de


reduzirem a durabilidade e a vida útil das edificações por permitirem a infiltração e a
fixação de microorganismos em fachadas, gerarem gastos na sua recuperação, criarem
o desconforto psicológico aos usuários da edificação e fornecerem condições
desfavoráveis no relacionamento construtora x usuário.

No programa experimental, avaliou-se cinco sistemas de recuperação existentes no


mercado nacional quanto às etapas de aplicação, as qualidades e dificuldades
encontradas de cada produto durante a aplicação e o desempenho dos mesmos com
relação à reincidência de fissuras durante um período de observação não menor que
cinco meses.

A escolha de um SRF em relação a outro deve passar obrigatoriamente:


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pela monitoração das fissuras anteriormente a etapa de recuperação. Neste
caso, seriam selecionadas algumas fissuras típicas (proximidades de lajes de
cobertura, cantos de janelas, juntas de amarração alvenaria x estrutura,
juntas de dilatação etc.) e o monitoramento seria realizado em um curto
período de tempo (diurno e noturno), suficiente para abranger uma
razoável variação de temperatura;

pela orientação de um profissional experiente que avalie corretamente as


causas geradoras das fissuras quanto à forma e atividade e frente às
condições de exposição; e

pelas situações de operação, como: disponibilidade financeira,


disponibilidade de mão de obra especializada ou necessidade de
treinamento da mesma, disponibilidade de materiais e equipamentos etc.

6. AGRADECIMENTOS

A Suvinil, a Mactra e a Quimicryl que forneceram os materiais para elaboração


deste trabalho. Aos engenheiros e professores do IPT Roberto Nakaguma, Antonio
Figueiredo e Ercio Thomaz.

7. REFERÊNCIAS

1. CENTRE SCIENTIFIQUE ET TECHNIQUE DE LA CONSTRUCTION. Pathologie du


batiment: Humidite, Décollement, Fissuration et Corrosion. CSTC, Revue,
Bruxelles, n.º 1, 1979, p. 5 – 12.

2. LOGEAIS, L. L’etancheite a l’eau des facades lourdes. Paris, E.G., 1989. (Qualité
Construction).

3. IOSHIMOTO, E. Incidência de manifestações patológicas em edificações


habitacionais. In: III SIMPÓSIO NACIONAL DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO:
“PATOLOGIA DAS EDIFICAÇÕES”, 1986, São Paulo. Anais... São Paulo: PINI,
EPUSP, ABNT, IPT, EESC. 1986, p. 28 - 42.

4. DAL MOLIN, D.C.C. Fissuras em concreto armado com incidência significativa no


estado do RGS: suas causas e medidas de prevenção. In: SEMINÁRIO SOBRE
MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS. Anais... Porto Alegre: CPGEC/UFRGS, Set. 1988.
p. 155-165.

5. GOMES, M.F.N.; SALES, T.C.K.; BRASILEIRO, C.; UCHÔA, S.B.B. Patologia em


fachadas de edifícios com mais de cinco pavimentos na orla de Maceió, AL. In:
IV CONGRESSO IBEROAMERICANO DE PATOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES – VI
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CONGRESSO DE CONTROLE DE QUALIDADE, 1997, Porto Alegre. Anais..., Porto
Alegre: LEME / CPGEC / UFRGS. 1997.

6. GRILO, L.M.; CALMON, J.L. Falhas externas em edificações multifamiliares


segundo a percepção dos usuários. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA
DO AMBIENTE CONSTRUÍDO - ENTAC 2000 - Salvador, 2000. Anais... (CD-ROM),
UFBA/UEFS/UNEB, 2000.

7. DUARTE, R.B. Correção de fissuras em alvenaria. In: SEMINÁRIO SOBRE


MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS. Anais... Porto Alegre: CPGEC/UFRGS, Set. 1988.
p. 87-98.

8. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimento de paredes e


tetos de argamassas inorgânicas - Especificação – NBR 13749. Rio de Janeiro,
1996.
9. JOHN, V.M. (a) O papel da cal na longevidade dos revestimentos. Negócios da
cal. São Paulo, ano XXVI, n.º 81, p.3-5, Junho 2003.

10. LORDSLEEM Jr., A.C. Sistemas de recuperação de fissuras da alvenaria de


vedação: avaliação da capacidade de deformação. São Paulo, 1997. 174p.
Dissertação (mestrado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

11. SAHADE, R.F. Avaliação de sistemas de recuperação de fissuras em alvenaria


de vedação. São Paulo, 2005. 186p. Dissertação (Mestrado em Habitação:
Planejamento e Tecnologia) – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de
São Paulo.

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