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MÓDULO VIII - PROBLEMA V

 ANATOMIA DO OLHO

O olho humano, também conhecido como globo ocular, são órgãos fotossensíveis situados dentro de orbitas
ósseas ocas; eles são responsáveis por um dos sentidos mais importantes para o ser humano, a visão. O olho
anatomicamente é dividido em porção externa e porção interna.

 PORÇÃO EXTERNA DO OLHO

A porção externa é composta por: Pálpebras, Aparelho Lacrimal, Conjuntiva, Esclera e Córnea.
As PÁLPEBRAS recobrem o olho anteriormente quando fechadas, protegendo-o contra lesões e excesso de luz,
alem de secretar, distribuir e drenar as lágrimas. São pregas moveis recobertas externamente por pele e internamente
pela túnica conjuntiva da pálpebra, que é fina, transparente e se fixa frouxamente na face anterior do olho; ela se
continua sobre olho, onde passa a ser chamada de túnica conjuntiva do bulbo do olho, que é frouxa e enrugada sobre a
esclera, contem pequenos vasos sanguíneos; as linhas de reflexão da túnica conjuntiva palpebral formam recessos
profundos, chamados de fórnices superior e inferior da conjuntiva palpebral. As pálpebras são reforçadas pelo tarso
superior e inferior (esqueleto), onde em sua proximidade estão as glândulas tarsais ou de Meibomius, cuja secreção
adiposa lubrifica as margens das pálpebras (para não grudarem ao se fechar) e formam uma barreira impedindo que a
lagrima ultrapasse-a; as pálpebras são formadas também pela porção palpebral do músculo orbicular. Observa-se ainda
os CÍLIOS, as GLÂNDULAS CILIARES, o ÂNGULO LATERAL DO OLHO, a RIMA DO OLHO (abertura ocular), os LIGAMENTOS
PALPEBRAIS (medial e lateral), e o MÚSCULO LEVANTADOR DA PÁLPEBRA SUPERIOR.
OBS) o M.Orbicular do olho é inervado pelo nervo facial (lesões causam logoftalmo, diminuição da sensibilidade da
córnea, lacrimejamento), o M. Levantador da Pálpebra Superior é inervado pelo nervo óculo-motor (lesão causa ptose).
O APARELHO LACRIMAL é composto por: glândulas lacrimais (produzem a lagrima), ductos lacrimais (a transporta
para o saco da túnica conjuntiva), os canalículos lacrimais (transportam-na do saco da túnica conjuntiva para o saco
lacrimal), e o ducto nasolacrimal (transporta-a para a cavidade nasal).
OBS) A PORÇÃO INTERNA DO OLHO É COMPOSTA PELAS TÚNICAS MEDIA E INTERNA e suas funções são basicamente
refinar a imagem vinda da córnea e converter energia luminosa em energia elétrica para formar a imagem no cérebro.

 TÚNICAS E MEIOS DO OLHO

Cada globo ocular compõem-se de 3 túnicas e de 4 meios transparentes.


 TÚNICAS
1. TÚNICA FIBROSA EXTERNA: ESCLERÓTICA (branco do olho)
Túnica resistente, de tecido fibroelástico que envolve externamente o olho. Em sua maior parte é opaca e se
chama ESCLERA; essa porção é formada por fibras colágenas, é avascular (apesar de existir vasos na sua superfície) e
acelular; é ela que dá suporte para inserção dos músculos extra-oculares que movem o olho, dirigindo-o a seu objetivo
visual; ela é perfurada posteriormente pelo nervo óptico e também por vasos e nervos (motores e sensitivos) ao longo do
olho. A união entre a esclera e a córnea é chamada de LIMBO. A parte anterior dessa túnica é a CÓRNEA, transparente,
formada por 5 camadas (epitélio externo, camada de Bowman, estroma, membrana de Descemet e epitélio interno); é
extremamente sensível ao toque (fibras nervosas da divisão oftálmica do trigêmeo), avascular (nutrida pelo humor
aquoso, filme lacrimal e vasos do limbo), e funciona como uma lente convergente cujas principais funções são: proteção
contra microorganismos, refração e transmissão da luz.
2. TÚNICA INTERMEDIA VASCULAR PIGMENTADA: ÚVEA
É formada pela coróide, corpo ciliar e íris. A CORÓIDE é formada por vasos, tecido conectivo e células pigmentares
(que absorvem a luz que chega a retina evitando sua reflexão), e encontra-se entre a retina e a esclera, sendo responsável
pelo aporte de O2 e nutrição das camadas externas da retina; existe um espaço virtual entre a coróide e a esclera, que
pode ser preenchido por sangue ou líquidos seroso em algumas patologias. A coróide une-se na parte anterior do olho ao
CORPO CILIAR, que é uma estrutura especializada formada por musculatura lisa, situa-se entre a íris a coróide e é
responsável pela produção do humor aquoso (processos ciliares, internamente), ele se liga ao cristalino através da zônula.
A ÍRIS consiste em um tecido conjuntivo com fibras musculares, vasos sanguíneos e células pigmentares (superfície
posterior), é a quantidade de pigmento iriano que determina a cor dos olhos e alem disso reduz a lesão intra-ocular
mediada pela luz; sua principal função é controlar a entrada de luz na retina e reduzir a lesão intra-ocular causada pela
luminosidade.
3. TÚNICA INTERNA NERVOSA: RETINA
É a membrana mais interna, composta por 10 camadas celulares designadas de acordo com sua relação ao centro
do olho; nela encontra-se dois tipos de células fotossensíveis, os cones e bastonetes, que quando excitado pela energia
luminosa, estimulam as células nervosas adjacentes gerando um impulso nervoso que se propaga pelo nervo óptico. Os
CONES são as células capazes de distinguir cores (3 tipos de cones : que se excita com luz vermelha, verde e azul) e a
imagem fornecida por eles é mais nítida e mais rica em detalhes. Os BASTONETES não possuem boa resolução visual (por
isso a noite não enxerga-se com detalhes), mas são mais sensíveis a luz, de forma que em baixa luminosidade a visão é
quase que exclusivamente dependente deles (visão noturna ou de penumbra), neles existe uma substancia sensível a luz,
a rodopsina, produzida a partir da vitamina A (retinol), de forma que qualquer deficiência dessa leva a cegueira noturna e
a xeroftalmia (ressecamento da córnea).
OBS) há duas regiões especiais na retina: a fovea centralis (fóvea) e o ponto cego. A FÓVEA esta no eixo óptico do olho,
onde se projeta a imagem do objeto focalizado e onde a imagem possui maior nitidez, região da retina mais altamente
especializada para a visa de alta resolução; contem apenas cones e permite que a luz atinja os fotorreceptores sem passar
pelas demais camadas da retina, maximizando a acuidade visual (capacidade de distinguir entre dois pontos próximos); é
devido a fóvea que não conseguimos ler um texto que esta na periferia do campo visual, sendo necessário olhar
diretamente para ele para melhorar a qualidade da imagem. No fundo do olho existe o PONTO CEGO, insensível a luz,
nele não há cones nem bastonetes, e é dele que emerge o nervo óptico e vasos sanguíneos da retina.
 MEIOS TRANSPARENTES
1. HUMOR AQUOSO
Fluido aquoso que se situa entre a córnea e o cristalino, preenchendo a câmara anterior do olho. É produzido pelo
corpo ciliar e possui função de nutrição da córnea e cristalino.
2. CRISTALINO
É uma lente biconvexa de formato discóide, corresponde a uma massa de células alongadas chamadas de fibras
cristalinianas que estão dispostas de forma compacta no centro formando um núcleo duro e envoltas por uma menor
densidade de fibras formando o córtex, sendo totalmente envolvido por uma cápsula elástica capaz de realizar
acomodação (perda da elasticidade, incapacidade de acomodação e presbiopia). Situa-se atrás da pupila e orienta a
passagem da luz ate a retina e também divide o interior do olho em dois compartimento a câmara anterior (preenchida
pelo humor aquoso) e a câmara posterior (preenchida pelo humor vítreo). O cristalino é relativamente desidratado e suas
fibra contem proteínas especiais, o que gera sua transparência.
OBS) a catarata é qualquer opacidade, congênita ou adquirida, do cristalino.
3. HUMOR VITREO
Fluido mais viscoso e gelatinoso, localizado entre o cristalino e a retina, preenchendo a câmara posterior do olho.
Sua pressão mantém o globo ocular esférico, e ajuda no amortecimento do globo ocular e como fonte de metabolitos
(menor papel). Composto de 99% de água e o restante de fibras colágenas e de acido hialurônico, que promovem a
coesão e sua consistência gelatinosa. Ele é aderido a retina em certos pontos, principalmente no nervo óptico e na ora
serrata, e sofre degeneração com o passar da idade. Quando ocorre degeneração pode haver tração e consequente
descolamento da retina.

 FISIOLOGIA DA VISAO

 OPTICA DO OLHO

 O OLHO COMO CAMERA


O olho é equivalente a uma câmera fotográfica, dessa forma possui um sistema de lentes, sistema de abertura
variável (pupila), e um filme (retina). O sistema de lentes é composto por 4 interfaces refrativas, são elas:
1. Interface entre o ar e a superfície anterior da córnea
2. Interface entre a superfície posterior da córnea e o humor aquoso
3. Interface entre o humor aquoso e a superfície anterior do cristalino
4. Interface entre a superfície posterior do cristalino e a o humor vítreo

OBS) ÍNDICE REFRATÁRIO do ar é 1; da córnea 1,38; do humor aquoso 1,33; do cristalino 1,4; do humor vítreo 1,34;

Somando-se todas as superfícies refrativas do olho e as considerando como uma lente única, a óptica do olho
normal poderá ser simplificada e representada esquematicamente como um “olho reduzido”, onde considera-se que
exista uma superfície refrativa única estando seu ponto central a 17 milímetros a frente da retina e tendo um poder
refratário de 59 dioptrias, quando o cristalino esta acomodado para visão a distancia, onde 2/3 desse valor é dada pela
superfície anterior da córnea (pois o índice refrativo da córnea é acentuadamente diferente daquele do ar, enquanto os
demais não são tão diferentes uns dos outros). O poder refrativo total do cristalino é de apenas 20 dioptrias (1/3 do
total), POREM sua importância é que em resposta a sinais nervosos do cérebro sua curvatura pode aumentar
acentuadamente provocando a acomodação visual.

 FORMAÇÃO DA IMAGEM NA RETINA


O sistema de lentes do olho é capaz de focalizar uma imagem na retina. Essa imagem é invertida e reversa com
respeito ao objeto, porem a mente percebe o objeto na posição em pé apesar da orientação da cabeça estar para baixo
na retina, pois o cérebro considera a imagem invertida como normal.

 MECANISMO DE ACOMODACAO DO CRISTALINO


Nas crianças o cristalino pode aumentar seu poder refrativo voluntariamente de 20 para 34 dioptrias
(acomodação de 14 dioptrias), e para fazer isto o cristalino passa de sua forma moderadamente convexa para muito
convexa através do mecanismo de acomodação.
O CRISTALINO é composto por uma cápsula elástica forte cheia de liquido viscoso, proteináceo, mas transparente.
Quando ele esta no seu estado relaxado, sem tensão sobre a cápsula, assumirá a forma quase esférica, devido a retração
elástica de sua cápsula, porem existe cerca de 70 ligamentos suspensores que se fixam radialmente em torno do cristalino
puxando suas bordas em direção ao circulo externo do globo ocular, esses ligamentos estão constantemente tensionados
por suas fixações na borda anterior da coróide e da retina, fazendo com que o cristalino permaneça relativamente plano
sob condições normais do olho. POREM localizado nas fixações laterais do cristalino fica O MÚSCULO CILIAR que tem dois
conjuntos de fibras de músculo liso, as meridionais e as circulares. As FIBRAS RADIAIS se estendem das extremidades
periféricas dos ligamentos suspensores para junção corneoescleral, de forma que quando se contraem as inserções
periféricas dos ligamentos do cristalino são puxadas medialmente em direção as bordas da córnea liberando a tensão dos
ligamentos sobre o cristalino. As FIBRAS CIRCULARES se dispõem circularmente em volta das fixações dos ligamentos e
quando se contraem diminui-se o diâmetro do circulo das fixações com ligamentos, diminuindo a tração dos ligamentos.
Dessa forma, a CONTRAÇÃO DOS CONJUNTOS DE FIBRAS DO MÚSCULO CILIAR relaxa os ligamentos com a cápsula do
cristalino, que passa a assumir uma forma mais esférica devido a elasticidade natural de sua cápsula. Essa acomodação
causa um aumento do seu poder refrativo, de forma que o olho focaliza objetos mais perto do que quando possui poder
refrativo menor, consequentemente, a medida que um objeto distante se move em direção ao olho o numero de
impulsos parassimpáticos que invado o músculo ciliar aumenta proporcionalmente para o olho manter o objeto em foco.
OBS) o músculo ciliar é controlado quase que totalmente por sinais do SNA parassimpático transmitido pelo III par
craniano, cuja estimulação causa contração do conjunto de fibras do músculo ciliar. E a estimulação do SNA simpático
tem efeito inverso.

 PRESBIOPIA – PERDA DA ACOMODACAO DO CRISTALINO

Ao envelhecer, o CRISTALINO fica maior, mais espesso e menos elástico, em parte devido a desnaturação
progressiva de suas proteínas, diminuindo assim a sua capacidade de mudar de forma. O poder de acomodação DIMINUI
de 14 dioptrias na criança para 2 aos 45/50 anos, diminuindo para 0 aos 70 anos permanecendo quase sem acomodação
daí em diante, condição conhecida como PRESBIOPIA, onde o olho continua focalizado quase permanentemente para
distancia quase constante, dependendo das características de cada olho. Os olhos já não conseguem se acomodar para
visão próxima e distante, precisando ser corrigido com o uso de óculos bifocais, com seguimento superior focalizado para
visão a distancia e inferior focalizado para perto.

 DIÂMETRO PUPILAR

A PRINCIPAL FUNÇÃO DA IRIS é regular a quantidade de luz que entra no olho, sendo a quantidade de luz que
entra no olho proporcional a área da pupila (ou quadrado do diâmetro). A pupila pode diminuir ater cerca de 1,5
milímetro e aumentar ater 8 milímetros de diâmetro e a quantidade de luz que entra no olho pode variar por cerca de 30
vez em decorrência dessas alterações.

 A PROFUNDIDADE DE FOCO DO SISTEMA CRISTALINO AUMENTA COM A DIMINUIÇÃO DO DIÂMETRO PUPILAR

 ACUIDADE VISUAL
 DETERMINAÇÃO DA DISTANCIA DE UM OBJETO EM RELAÇÃO AO OLHO – PERCEPCAO DE PROFUNDIDADE
Percebe-se normalmente a distancia de um objeto por 3 meios: pelo tamanho das imagens de objetos conhecidos
na retina (quando se conhece o tamanho do objeto o cérebro calcula automático e rapidamente a distancia desses a
partir de seu tamanho); pelo fenômeno da paralaxe de movimentos; e através do fenômeno de estereopsia.

 FISIOLOGIA DO HUMOR AQUOSO

O HUMOR AQUOSO é necessário para manter no olho certo tônus, tornando possíveis as funções visuais: óptica;
metabólica nutricional; contribui para a nutrição da córnea e da esclera.
 PROPRIEDADES

 FÍSICAS
O índice de refração é idêntico ao do ultrafiltrado sanguíneo e é hipertônico em relação ao do plasma.
Escoamento de 2 ml/ minuto no homem. O volume da câmara anterior é 4 vezes menor do que o da câmara posterior.
 QUÍMICAS
99% de água, com teor diminuído em proteínas, glicose e aminoácidos. Teor aumentado em ácido láctico e ácido
ascórbico e sódio. Existe uma protease importante que dissolve as massas cristalinas.

 HUMOR AQUOSO SECUNDÁRIO

A principal característica é a elevação da taxa de proteínas. Onde verifica-se que as substâncias aumentam
normalmente quando estão em déficit e diminuem quando estão aumentadas.

 MECANISMO DE PRODUÇÃO DO HUMOR AQUOSO

1. ULTRAFILTRAÇÃO – segundo as leis físicas através das barreiras hemato-oculares (pressão hidrostática dos capilares
ciliares, pressão ocular na câmara posterior e a pressão osmótica do tecido do estroma, sendo 30%).
2. SECREÇÃO – bomba celular de sódio (a taxa mais elevada de ácido ascórbico implica um mecanismo secretório).
 REGULAÇÃO DA PRODUÇÃO DE HUMOR AQUOSO
1. NERVOSA – a ausência de fibras nervosas no interior das camadas celulares epiteliais faz com que só os vasos dos
processos ciliares tenham inervação simpática densa.
2. NEUROHUMORAL – os fatores humorais agirão sobre um receptor celular (adenil-ciclase) que faz o transporte ativo
dos íons por canais presentes nas células não pigmentadas do epitélio ciliar.
 MEDIDA DO DÉBITO DE HUMOR AQUOSO
1. FUNÇÃO DA CIRCULAÇÃO UVEOSCLERAL – é um curto-circuito das vias de evacuação normal do humor aquoso,
caminhando entre os espaços intermusculares ciliares e penetra no espaço supracoróideu.
2. VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS DA SECREÇÃO AQUOSA – está sob a dependência de variações secretórias. A amplitude
não ultrapassa normalmente 3-4 mmHg. Diminui com o sono e com a idade (> 60 anos).

 ERROS DE REFRAÇÃO – AMETROPIAS

1. EMETROPIA OU VISÃO NORMAL


O olho é considerado normal ou emetrópico se raios de luz paralelos de objetos distantes estiverem em foco
nítido na retina, quando o músculo ciliar estiver completamente relaxado.

2. HIPERMETROPIA (VISAO BOA PARA LONGE)


Deve-se, geralmente, a um globo ocular que é curto demais ou, ocasionalmente, a sistema de lentes fraco
demais, onde os raios de luz paralelos NÃO são curvados o suficiente pelo sistema de lentes relaxado para chegar ao foco
quando alcançam a retina (o foco é formado atrás da retina) e para superar isso, o músculo ciliar se contrai para
aumentar o poder refratário do cristalino pelo mecanismo da acomodação, de forma que o hipermetrope é capaz de
focalizar objetos distantes na retina. Se a pessoa tiver usado apenas pequena quantidade de forca do músculo ciliar, para
focalizar objetos distantes, ainda ficara com muito poder acomodativo, de forma que objetos cada vez mais próximos
também podem ser focalizados nitidamente, ate o limite do músculo. No cristalino presbíope, o hipermetrope não
acomoda o cristalino o suficiente para focalizar ate mesmo objetos distantes, e muito menos objetos próximos.

3. MIOPIA (VISAO BOA PARA PERTO)


Deve-se, geralmente, a um globo ocular que é longo demais ou a grande poder refrativo no sistema de lentes do
olho. Ocorre quando o músculo ciliar esta relaxado, os raios de luz que vem dos objetos distantes são focalizados antes da
retina. Não existe mecanismo pelo qual o olho possa diminuir a forca de sua lente para menos daquela que existe quando
o músculo ciliar esta relaxado. A pessoa míope não tem mecanismo para focalizar objetos distantes na retina, POREM a
medida que o objeto se aproxima do olho, ele chega perto o suficiente para que a imagem possa ser focalizada e após
focalizada o mecanismo de acomodação pode ser usado para manter a imagem focada mais claramente.

4. ASTIGMATISMO
É o erro refrativo do olho que faz com que a imagem visual em um plano focalize em uma distancia diferente da
do plano em ângulo reto, causado principalmente de curvatura não simétrica da córnea ou do cristalino. Como a
curvatura não é simétrica o resulta é diferentes profundidades de foco com múltiplos pontos focais que distorcem a visão
tanto para perto quanto para longe.
OBS) o poder de acomodação do olho pode não compensar o astigmatismo, pois durante a acomodação a curvatura do
cristalino muda aproximadamente de modo igual em ambos os planos.

 FISIOPATOLOGIA – CATARATA E GLAUCOMA

 CATARATA
A CATARATA é a opacificação do cristalino (adquirida ou congênita), que se torna amarelado por alterações físico-
químicas. Ela constitui a principal causa de cegueira reversível.

 PRINCIPAIS CAUSAS E FATORES DE RISCO:

 ADQUIRIDA
A principal causa da catarata adquirida é o envelhecimento do cristalino, chamada de CATARATA SENIL (90% dos
casos), que se dá por diversos fatores naturais, como: mudança nas proteínas e quantidade de água interna, exposição a
raios ultravioleta e infravermelhos, contatos com agrotóxicos, medicamentos (tamoxifeno, amiodarona, corticóides),
doenças nutricionais, doenças sistêmicas (diabetes, hipocalcemia, doença de Wilson, hipoparatireoidismo, distrofia
miotônica, dermatite atópica), secundaria a doença ocular (uveítes, trauma ocular, pseudoexfoliação).

 CONGÊNITA
É quando a catarata aparece nos primeiros meses de vida, chamada de CATARATA INFANTIL. Entre seus fatores
de risco estão, o uso de corticóides no primeiro trimestre de gestação, sulfonamidas, diabetes materno, infecções
intrauterinas (rubéola, CMV, toxoplasmose, sífilis), alem de alterações enzimáticas, cromossômicas ou hereditárias.

 SINAS E SINTOMAS

A CATARATA INFANTIL ela pode ser assintomática (podendo ser notado um estrabismo ou desatenção visual da
criança pelos pais); apresentar opacificação do cristalino no nascimento ou ate 3 meses de idade; leucocoria (reflexo
pupilar esbranquiçado), estrabismo, nistagmo; e/ou manifestações clinicas de doenças subjacentes como rubéola
congênita, síndrome de Down. Apresenta testes de acuidade visual anormais para um ou ambos os olhos.
A CATARATA SENIL se manifesta com diminuição progressiva da acuidade visual; visão turva, imagens distorcidas;
alterações da acuidade visual sob luz intensa ou dirigindo à noite (ofuscação); quedas ou acidentes; e opacificação do
cristalino. Podendo ocorrer períodos de melhora da visão para perto devido a miopia induzida.
OBS) a catarata senil é diferente da infantil, pois a opacidade do cristalino em recém nascidos vai impedir a evolução da
visão, cujo principal desenvolvimento se dá nos primeiros meses de vida, causando cegueira, daí a importância do
diagnostico precoce para realização da cirurgia a tempo. Lembrando que as vezes essa opacidade não é tão intensa,
podendo ocorrer o desenvolvimento normal da visão, prolongando o tempo de visão e a evolução da doença.

 DIAGNOSTICO

O DIAGNOSTICO é feito pelo exame ocular com a lâmpada de fenda, onde o cristalino é visualizado com detalhes
após a dilatação da pupila; o exame da acuidade visual com diminuição da visão proporcional a opacificação; perguntas
sobre a qualidade de vida do paciente; exame físico.

 TRATAMENTO E PREVENÇÃO

O TRATAMENTO é unicamente cirúrgico, através da extração da catarata e colocação de lente intraocular. Sendo
a visão recuperada em cerca de 90% das vezes.
Sua PREVENÇÃO se da pelo uso de lentes protetoras para luz ultravioleta, em climas ensolarados.

 GLAUCOMA

Glaucoma constitui uma neuropatia óptica, onde ocorre dano ao nervo óptico e à camada de fibras nervosas da
retina (9ª camada) em decorrência da pressão intraocular (PIO) maior que a adequada para o nervo óptico (devido a um
desequilíbrio entre a produção e drenagem do humor aquoso). POREM, existem pacientes com a PIO acima dos valores
normais (21 mmHg) sem danos ao nervo óptico (hipertensão ocular) ou pacientes com pressão normal e evolução
glaucomatosa (glaucoma de pressão normal). Alem disso, diversas pesquisas indicam a participação da circulação
sanguínea como causa da lesão do nervo óptico.
OBS) O nervo óptico transmite informações visuais recebidas pelo olho ao cérebro, de forma que a perda de fibras
nervosas desse causa redução dos sinais de visão correspondentes as áreas comprometidas e diminuição da visão.

 CLASSIFICACAO

O glaucoma é classificado de acordo com os mecanismos que o causam, entre os principais tipos estão: o
Glaucoma Primário (G.P de Ângulo Aberto e de Ângulo Fechado) e o Glaucoma Secundário (Glaucoma Pigmentar,
Pseudoexfoliativo, Cortisônico, Traumático, Neovascular)

 GLAUCOMA PRIMÁRIO DE ÂNGULO ABERTO


No glaucoma primário de ângulo aberto, a secreção do humor aquoso pelo corpo ciliar e seus fluxo entre o
cristalino e a ires, através da pupila para a câmara anterior se apresenta normal, POREM há uma redução na drenagem do
humor aquoso pela malha trabecular, resultando em um aumento da PIO. Esse é o tipo de glaucoma está presente em 1%
da população acima de 40 anos. Suas principais características são: PIO aumentada acima do normal; ângulo aberto da
câmara anterior; dano ao disco óptico; e perda de campo visual. Ele possui causa desconhecida e seus principais fatores
de risco são: fatores genéticos (genes correlacionados), idade aumentada, maior prevalência na raça negra.
Ele apresenta-se de forma assintomática, exceto nas fases tardias da doença, onde pode aparecer diminuição da
acuidade visual e perda de campo visual (da periferia para o centro); lesão de nervo óptico.
OBS) não é possível recuperar o campo já afetado, por isso a principal forma de evitar a lesão é o diagnostico precoce
seguido de tratamento rápido e adequado, antes que ocorra a redução da visão.

 GLAUCOMA PRIMÁRIO DE ÂNGULO FECHADO


Outro tipo frequente. Ocorre em indivíduos que têm as estruturas da parte anterior mais próximas umas das
outras e há pouco espaço para que a Iris faça os movimentos de abrir e fechar a pupila, por isso pode ocorrer o toque
entre as estruturas; e a rede ou malha que drena o humor aquoso fica bloqueada pelas dobras de tecidos adjacentes,
aumentando a PIO bruscamente, CAUSANDO GLAUCOMA AGUDO. Esse glaucoma provoca dor intensa, abrupta, em um
só olho, com embaçamento da visão, náuseas, dor de cabeça e exige a procura de um pronto socorro oftalmológico para
tratamento, pois ocorre perda visual brusca.
OBS) existe ainda o glaucoma congênito (presente desde o nascimento), que esta correlacionado a outras alterações
genéticas como problemas neurológicos, renais, catarata, e gestações de risco. Existe ainda glaucomas menos freqüentes,
onde a pressão é normal e a lesão do nervo óptico é devido a alguns tipos de deficiências circulatórias.

 DIAGNOSTICO, PROGNOSTICO E PREVENÇÃO

O diagnostico é realizado por dados clínicos mais exames complementares, como: exame oftalmológico (onde
observa-se PIO maior que a normal); exame de fundo de olho (onde observa-se alterações no nervo óptico que possam
ser causadas por aumento da PIO); paquimetria (medida da espessura corneana); perimetria computadorizada (onde
observa-se redução do campo visual – feita em casos avançados).
Possui um prognostico visual excelente, se detectado precocemente e tratado. Sua prevenção é feita pelo
acompanhamento oftalmológico periódico com realização de exames complementares.
OBS) o exame oftalmológico anual é indicado para indivíduos com idade acima de 40 anos.

 TRATAMENTO
A principal medida terapêutica do glaucoma é reduzir a PIO, com o objetivo de deter a deterioração do campo e a
perda da visão, para isso existe diversas medicações que atuam ou diminuindo a produção do humor aquoso ou
aumentando seu escoamento. A escolha do colírio ou combinações de drogas dependo do tipo de glaucoma e das
possíveis doenças oculares e sistemas coexistentes. Quando não há resultado com colírios, podem ser necessárias
cirurgias.

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