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Direito Abstrato: O direito de ação é

autônomo e por mais que sirva ao direito


ação penal Ex. O exercício da ação e ao final surge uma
sentença de improcedência. No exemplo, o direito
Ação é o direito de se deduzir uma de ação foi exercido sem que ficasse comprovada a
pretensão em juízo visando a obtenção de uma relação com o direito material.
prestação jurisdicional. No âmbito penal é a forma Ex. A certeza da ocorrência de um
pela qual o órgão encarregado pela acusação crime, sendo a ação proposta por quem
provoca o Estado visando a punição do autor da não tem legitimidade. Há o direito material, mas o
infração penal. de ação foi comprometido.

Fundamento legal: art. 5o, XXI da Direito Específico: O direito de ação, por
Constituição Federal. mais que seja autônomo, sempre está ligado ao fato
concreto.
O direito de ação é uma garantia
constitucional. Nenhuma lesão ou ameaça à direito Exercício do direito de ação
será excluída da apreciação do judiciário, e como o Para que o direito de ação seja exercido
judiciário é inerte, só pode ser provocado por meio devem ser observadas condições específicas e
de uma ação. condições genéricas.

Hoje os únicos titulares da ação penal são o  Condições genéricas


Ministério Público e a vítima, seus representantes 1. Legitimidade ad causan: Diz
legais ou sucessores.. Antes da Constituição respeito à legitimidade da parte. É
Federal de 1988, o juiz de ofício podia instaurar o diferente da legitimidade ad
processo judicialiforme, sem devida provocação. processum, que diz sobre a
capacidade se estar em juízo.
Características da ação penal 2. Interesse de agir: Necessidade,
utilidade e adequação. A
Direito Público: São normas cogentes (de necessidade no âmbito penal sempre
observância obrigatória). O processo serve ao estará presente, pois não é possível
direito material, que também é público. aplicar uma pena no Brasil sem
processo e, para que exista processo
Direito Subjetivo: O direito de ação tem
tem que existir ação. Por sua vez, a
titular. Na ação penal pública é o Ministério
utilidade consiste em se buscar um
Público, e na ação penal privada é a vítima ou seus
provimento que tenha serventia. Por
sucessores.
exemplo, não há utilidade em se
buscar a condenação de um fato
prescrito. PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL
PÚBLICA
3. Possibilidade Jurídica do Pedido:
 Oficialidade: A ação penal é titularizada por
Para que o pedido seja possível deve
um órgão oficial, o Ministério Público, como
existir um tipo penal que possa
dispõe o art. 29, I da CF. Excepcionalmente a
imputar ao acusado. Por exemplo, é
lei confere essa possibilidade ao particular, nos
juridicamente impossível propor
casos em que a ofensa diga mais a parte do que
uma ação penal para imputar o
a sociedade.
crime de adultério.

 Obrigatoriedade: O Ministério Público está


obrigado a denunciar, só não denunciará se
 Condições específicas
tiver convicção da existência de um fato
1. Representação da vítima
atípico, ou com excludente de ilicitude ou
culpabilidade. Não denunciará também se não
2. Requisição do Ministro da Justiça
houver materialidade ou indícios de autoria.
Obs. O pedido de arquivamento deve ser muito
Toda ação deve preencher os requisitos
bem fundamentado pois contraria este
genéricos. Por sua vez, como o próprio nome diz,
primado.
as condições específicas são aplicáveis a situações
Obs. Em nosso sistema vigora ao final o in
específicas, como os as ações penais públicas
dubio pro reo, antes deste momento vigorará o
condicionadas à representação ou requisição.
princípio do in dubio pro societate.
Obs. Este princípio foi relativizado pela Lei
Para o exercício do direito de ação não pode
9.099/95 nos crimes de menor potencial
existir causa extintiva da punibilidade, as quais
ofensivo. De acordo com os arts. 74 e 76 deste
estão elencadas no art. 107 do Código Penal.
diploma legal, o Ministério Público pode
Prescrição: Perda do direito de punir, conta
oferecer a transação penal e cumprida pelo
da consumação.
indiciado, o Ministério Público não
Decadência: Perda do direito de ação, conta
denunciará.
a partir da data do conhecimento do autor do fato.
Renúncia: Manifestação unilateral da
 Indisponibilidade: Decorrência do princípio da
vítima, expressa ou tácita. Na essência, cabe para
obrigatoriedade a indisponibilidade sustenta
ação penal privada, porém, excepcionalmente pode
que o promotor não pode desistir da ação
ser extendido à pública condicionada (art. 74,
proposta, também não pode desistir do recurso
parágrafo único da Lei 9.099/95) se o autor e a
interposto. Deve-se observar que o pedido de
vítima fizeram uma composição civil dos danos.
absolvição do MP ao final da ação não ofende
tal principio, pois tal ato funciona como mero
parecer, portanto não vincula o juiz. Posto isso,
mesmo com o pedido de absolvição, o juiz o STJ, entende que não, e o motivo é simples
pode condenar o acusado. Apenas a denuncia pois não há consequência jurídica em se
vincula o juiz, juntamente com o pedido de desrespeitar essa regra na pública, bastando
condenação. A sentença é um espelho da adita-lo ou oferecer uma nova denúncia para o
denuncia, portanto ela deverá abordar os fatos criminoso esquecido.
que estão nelas narrados. Outra premissa
importante consiste na regra que o réu se  Intranscendência: A ação penal só pode ser
defende de fatos e não de classificação. Dessa proposta em face do criminoso até porque só ele
afirmação surge dois institutos: pode receber pena pelo crime cometido
1. Art. 383 do CPP: O juiz pode, na sentença,
corrigir a capitulação jurídica do crime DENÚNCIA
sem anuência das partes, desde que não A peça da ação penal pública é a denúncia. É
altere os fatos. uma espécie de petição inicial do processo
Ex. Narrou fato de roubo e pediu criminal. Tem que preencher os elementos da ação:
condenação de furto. O juiz pode condenar parte, causa e objeto.
por roubo, corrigindo a classificação.
2. Art. 384 do CPP: O juiz não pode condenar Requisitos da denúncia
por outro fato se ele não consta na Exposição dos fatos com todas suas
denúncia neste caso ele deve baixar os circunstâncias: O réu se defende da exposição dos
autos para que o promotor adite a fatos e não da classificação jurídica. A denúncia
denúncia, incluindo fato novo, abrindo deve narrar de forma pormenorizada o local, o
também para que a defesa se manifeste e horário, o modus operandi, o objeto do crime.
possa produzir prova sobre esse novo fato. Havendo mais de um réu deve-se indicar a sua
Se o promotor se recusar a aditar o juiz participação no evento. Havendo qualificadora
pode aplicar por analogia a regra de art. 28 também deve-se indicar no que a consiste.
do CPP. Se mesmo assim o entendimento
persistir ou seja no sentido de não aditar, Identificação do autor do fato: Na denúncia, o
restará o magistrado a absolver pois não acusado deve ser identificado na sua qualificação,
seria justo punir a pessoa por outro crime , porém a denúncia remeterá a qualificação que
diverso do que cometeu. consta no inquérito policial. Não sendo possível
apurar a qualificação, pode denunciar por meio de
 Indivisibilidade: A ideia da indivisibilidade é sinais característicos e apelidos/alcunhas.
que a ação seja proposta contra todos os
envolvidos no crime o que parece razoável, Classificação jurídica: Deve-se indiciar o crime
injusto seria pensar de forma diversa. Tourinho que o agente cometeu, até mesmo para verificar a
Filho sustenta entender que esse princípio deve possibilidade jurídica do pedido. É importante mas
ser aplicado na ação penal pública Por sua vez, pode ser corrigido ao final.
Representação: É a forma pela qual a vítima
Vítima não é testemunha e não poder computada autoriza o MP a acordar providências necessárias
como uma. visando a punição do criminoso. Nos crimes de
ação penal condicionada, a representação deve ser
Testemunhas no júri: 8 (1a fase) e 5 (2a fase) oferecida no prazo de seis meses a contar do
conhecimento da autoria.
Prazo para oferecimento da denúncia
Denunciado preso: 5 dias É prazo decadencial, portanto não se interrompe
Denunciado solto: 15 dias e nem se suspende. Se terminar em um final de
semana, deve-se protocolizar no plantão judiciário.
A cada dia de atraso, o promotor perderá um dia
no subsídio e ainda possibilita a ação penal privada A ausência de representação gera nulidade
subsidiária da pública. absoluta, não da para corrigir após o término do
processo, não é sanável. Todavia, é possível
Prazos especiais para o oferecimento: representar se ainda estiver no prazo de 6 meses.
Crimes eleitorais: 10 dias
Lei de drogas: 10 dias Retratação da representação: É possível
Abuso de autoridade: 48h segundo as regras do CPP. A retratação é até o
oferecimento da denúncia, para os crimes em geral.
Denúncia alternativa: A Denúncia alternativa é Sob a tutela da Lei Maria da Penha, a retratação
proibida no nosso ordenamento jurídico. No pode ser realizada até o recebimento da denúncia,
processo civil é possível pedido alternativo que desde que na presença do juiz, apenas no crime de
também não se confunde com subsidiário. No ameaça.
subsidiário você quer uma coisa determinada e caso Obs. Súmula 542 do STJ » Lesão corporal
não seja possível que lhe seja entregue outra já no resultante violência doméstica a ação penal pública
alternativo o agente quer uma ou outra coisa, está incondicionada.
satisfeito com o que o juiz lhe fixar. No penal é
vedado ao promotor narrar um fato e pedir a Caráter objetivo da representação: A
condenação pelo crime X e caso o juiz assim não representação é objetiva porque ela autoriza o
entenda, que condene pelo crime Y. Estado a perseguir a punição do autor do fato.
Dessa forma não havendo vedação do promotor em
AÇÃO PENAL PÚBLICA denunciar outros indivíduos que não estejam na

CONDICIONADA representação caso tenham participando da


infração.
Condicionada a representação e a requisição »
Condenação da ação específica, sem ela não é
Requisição: O fundamento da requisição é o
possível propor a ação.
mesmo da representação, ou seja o efeito nefasto
que a publicidade do crime pode causar. A natureza 2. Disponibilidade: O autor pode desistir da
da requisição envolve situações de ordem política. ação penal. O perdão do ofendido tem
Ex. Praticar crime contra a honra do Presidente aplicação aqui neste princípio. A perempção
ou Chefe de Estado. Estrangeiro praticar crime está prevista no art. 60 do CPP, trata-se de
contra brasileiro no exterior. não dar andamento no processo.

A requisição é realizada para o procurador geral 3. Indivisibilidade: Diferente da pública. Aqui


de justiça ou procurador geral da república. A gera extinção da punibilidade em relação a
requisição, apesar da nomenclatura, aqui não todos arts. 48 e 49 CPP.
significa ordem em virtude da independência
funcional do MP. A requisição não se sujeita a Queixa-crime: Petição inicial da ação penal
prazo decadencial pode ser oferecida a qualquer privada.
tempo desde que não prescrito o crime.
Os requisitos da queixa crime são iguais aos da
Retratação da requisição: Apesar da divergência denúncia.
doutrinaria prevalece a corrente de que é possível a Promotor pode aditar a queixa-crime, por ser
retratação porque se trata de um ato de cunho fiscal da lei, apenas não pode incluir fato novo.
político. Pode apenas modificar a formalidade e não a
essência.

AÇÃO PENAL PRIVADA


A queixa-crime é a forma pela qual se
É promovida pela vítima ou pelo seu
instrumentaliza a ação penal privada, seus
representante. É identificada quando no tipo penal
requisitos estão elencados no art. 41 do CPP. O
houver menção de “somente se procede mediante
promotor pode aditar a queixa para corrigir
queixa”.
formalidades não essenciais porém jamais poderá
imputar ao réu fato novo.
Espécies:
Privada exclusiva
De acordo com o art. 145 e a súmula 714 do
Privada personalíssima
STF, crime contra a honra praticado contra servidor
Privada subsidiária da pública
público no exercício da função pode ser apurado
mediante Ação Penal Privada ou Ação Penal
Princípios
Pública Condicionada a representação.
1. Conveniência/oportunidade: É relacionada a
faculdade de agir. Tem relação a duas causas
Ação Penal Privada Exclusiva: Ela tem que ser
extintivas da punibilidade a renúncia e
proposta pelo ofendido ou, em sua ausência pelo
decadência.
C.A.D.I. (ordem de preferência., Cônjuge,
Ascendente, Descendente e Irmãos.
oportunidade. Ele também se sujeitará ao prazo
Prazo: 6 meses do momento em que se descobre decadencial, porém a contagem do prazo só se
a autoria do delito. inicia após a nomeação.
A procuração na ação penal privada deve
Obs. Caducou os 6 meses não pode mais, conter poderes específicos para oferecimento da
mesmo se na época, a vítima era menor e o queixa-crime. Essa procuração, além da indicação
representante sabia da autoria do delito e do querelante deve indicar o querelado o fato que
posteriormente a vítima se torna capaz. enseja a queixa-crime.
O prazo de regularização da procuração, de
Legitimidade da ação penal privada exclusiva: acordo com uma orientação legislativa, será de 6
A vítima, se capaz, ou de seu representante se for meses. Toda via, o STJ relativizou tal orientação,
incapaz. A partir dos 18 anos, a legitimidade é entendendo que isso pode ser feito antes da
exclusiva da vítima. Se a vítima for menor, a sentença.
legitimidade é do representante. Importante
mencionar que se o representante tomar AÇÃO PENAL PRIVADA
conhecimento da autoria, seu prazo já está PERSONALÍSSIMA
contando. Se nada fizer, ocorrerá decadência e a Neste caso, quando há morte da vítima antes
vítima. da propositura da ação, ninguém tem o direito de
ação. Se a vítima morre no curso da ação, é extinta
A partir dos 18 anos a legitimidade é a punibilidade do agente.
exclusiva da vítima. Se a vítima for menor, a Se procede mediante queixa → Exclusiva
legitimidade é do representante. Importante
Art. 236, CP - Contrair
mencionar que se o representante tomar
casamento, induzindo em
conhecimento da autoria, seu prazo já está
erro essencial o outro
contando, e se nada fizer ocorrerá decadência e a
contraente, ou ocultando-
vítima, quando atingir a maioridade, nada poderá
lhe impedimento que não
fazer.
seja casamento anterior:
Pode ocorrer também a hipótese da vítima
menor já estar próxima de completar 18 anos. Neste
Pena - detenção, de seis
caso, se ser ciência ao representante, o prazo
meses a dois anos.
decadencial estará correndo. Quando atingir a
maioridade será exclusiva dela, mas só pelo tempo Parágrafo único - A ação
que falta. penal depende de queixa do
Quando o direito da vítima confrontar com o contraente enganado e não
do representante legal, o juiz nomeará um curador pode ser intentada senão
especial ao menor. Este não está obrigado a depois de transitar em
oferecer queixa, devendo analisar a conveniência e julgado a sentença que, por
motivo de erro ou 1ª alternativa: Rejeitar a queixa-crime e oferecer
impedimento, anule o denuncia substitutiva. Essa denúncia será
casamento. obrigatória, não cabendo o promotor pedir
diligência ou arquivamento.
Obs. O promotor não pode oferecer denúncia
substitutiva por ego se a queixa estiver perfeita.
AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA
Nesse caso o juiz deve receber a queixa.
PÚBLICA

Essa ação, apesar de ser privada, tem em 2ª alternativa: O promotor pode aditar a queixa-

sua essência as regras da ação penal pública, por tal crime. Aqui ele pode inclusive acrescentar fato ou

razão não se plica os princípios da conveniência, réu novo.

oportunidade e indivisibilidade, pois se alguma


3ª alternativa: Pode requerer diligências, provar,
dessas situações acontecer, o MP retomará a
participar dos atos.
titularidade.

4ª alternativa: Ele pode tomar a titularidade da ação


A ação penal privada subsidiária da pública
durante o processo desde que haja motivo justo.
só pode ser proposta quando o promotor for inerte
e não adotar dentro do prazo uma das três
possibilidades possíveis: oferecer denúncia,
promover arquivamento e requerer diligência. AÇÃO CIVIL EX DELITO

Importante mencionar que tais providências Ação civil ex delito é a forma pela qual a
devem ser adotadas dentro do prazo de 5 dias, vítima, representante ou sucessor pode provocar o
tratando-se de preso ou 15 dias tratando-se de solto. Estado, o poder judiciário para obter uma justa
indenização em razão do crime do qual foi vítima.
Importante frisar que a inércia do
Ministério Pública nem sempre ensejará o direito A reparação do dano pode ser tanto de
de se propor a ação penal privada subsidiária da ordem material quanto moral.
pública, isso somente é possível com sujeito
O nosso ordenamento jurídico adota o
passivo determinado.
sistema da independência ou da interdependência.
Ex. No crime de tráfico, o sujeito passivo Fala-se em dependência porque a jurisdição civil é
será a coletividade. Não havendo um sujeito independente da jurisdição penal, conforme
específico, excepcionalmente quando a lei preceitua o artigo 935 do Código Civil.
autorizar, uma associação de classe ou uma
Todavia, essa independência foi
entidade a representar a coletividade isso será
relativizada foi relativizada pela doutrina e
possível.
jurisprudência até porque o artigo citado faz
Alternativas do Ministério Púbico menção que não se pode discutir materialidade e
autoria quando isso já estiver decidido pelo juízo Líquida Execução (cumprimento de
criminal. sentença)

Uma outra demonstração de que há uma Se surgiu uma sentença absolutória no


ascendência da jurisdição penal, sobre a civil âmbito penal, a parte poderá propor ação civil de
também se deve ao fato de que o próprio juiz conhecimento. O Código Civil diz, no art. 206, que
criminal pode fixar o valor da indenização, nos o prazo para reparação dos danos será de 3 anos já
termos do artigo 387, IV do Código de Processo o art. 200 diz que esse prazo somente se inicia após
Penal. a sentença definitiva no Juizo Criminal.

Obs. A lei fala em valor mínimo, dando a Alguns tipos de absolvição no âmbito penal
oportunidade de recobrar a diferença se o valor do impedem a propositura da ação civil como:
dano for maior.
 Inexistência reconhecida do fato; (tem que ter
Como dispõe o art. 91, I do Código Penal: o certeza)
crime torna certa a obrigação de indenizar.  Comprovação de não participação; (tem que
ter certeza)
Há dois caminhos para alcançar a
 Excludente de ilicitude.
indenização decorrente de crime.
Obs. Nas hipóteses de legítima defesa
1. Ação civil de conhecimento: Aqui não
putativa, estado de necessidade agressivo e
se espera o resultado da ação penal. O
aberratio ictus caberá a ação civil ex delito
ônus da prova é incumbido a quem
alegou. Não impedem a propositura da ação civil:
2. Execução: Aguarda o resultado da Ação
 Fato não constitui ilícito penal;
Penal com sentença condenatória,
 Absolvição por falta de provas;
levando-a em juízo cível pois trata-se de
 Extinção da punibilidade;
título executivo judicial.
 Arquivamento do Inquérito Policial;
Sentença condenatória ilíquida an debeatur  Perdão judicial. (súmula 18 do STJ)
caracterização do dever;
Conflito entre decisões
Quantum Debeatur Líquido da sentença –
Art. 935 do Código Civil – Jurisdição penal
provar o dano;
exerce influência sobre a civil. Para evitar o
Líquida Fixação do valor mínimo → Pode conflito o juízo cível suspende o processo pelo
executar o valor fixado em parte e apurar prazo de até 1 ano. Agora, se houver o conflito,
com liquidação de sentença a diferença (art. algumas consequências surgirão:
387, IV do CPP)
1. Sentença de procedência no juízo cível e de Um posicionamento mais simplista entende
absolvição no juízo criminal; que é um título executivo e, portanto, pode ser
2. Sentença de improcedência no juízo cível executado.
e de condenação no juízo criminal.
Outra corrente doutrinária entende que até
Caso a ação cível tenha sido julgada neste caso é necessário propor ação revisória.
procedente e posteriormente a ação penal venha
Limites subjetivos da coisa julgada na ação ex
absolver o condenado deve-se observar primeiro
delito → somente quem figurou na relação judicial
qual o fundamento da absolvição, pois se a
absolvição se deu por um dos motivos que não penal, pode ser executado. Entretanto, caso exista

impediram a propositura da ação civil depois da algum tipo de responsabilidade de um terceiro

absolvição do penal, não havendo conflito entre como ocorre por exemplo nos casos elencados no

elas. artigo 932 do Código Civil. Será necessário a


propositura de uma ação condenatória seguindo um
Ex. Condenado a indenizar e depois absolvido processo de conhecimento.
no penal por falta de prova. As decisões aqui não
seriam conflituosas.

Todavia, se fosse a mesma situação, só que o


fundamento da absolvição fosse um dos previstos
nos que impedem a propositura, o conflito existiria;

Ex. Condenado a indenizar e depois absolvido


no penal porque não participou do crime.

Se isto ocorrer, a parte condenada na área cível


terá direito de ingressar com uma ação rescisória
para desconstituir a coisa julgada. Todavia, é de
conhecimento que essa ação tem prazo. Se o prazo
estiver esgotado e o valor já estiver pago, a parte
prejudicada pode ingressar com uma ação de
repetição de indébito. Na pior das hipóteses, se
voltar contra o Estado para obter reparação em
razão do erro judicial.

Todavia, quando a situação for inversa, ou


seja, a ação civil for julgada improcedente e depois
a ação penal venha ser julgada procedente, dois
posicionamentos doutrinários surgem.

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