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2009 – 1ª Fase
2006 – 2ª Fase (Português 139)
2005 – 2ª Fase
2004 – 1ª Fase
2003 – 2ª Fase
História 1 História 2 História 3
1ª linha de ação 2ª linha de ação 3ª linha de ação 4ª linha de ação
A dos construtores do
A do rei D. João V A de Baltasar e Blimunda A de Bartolomeu Lourenço
convento
Abrange todas as Esta é a linha da ação Nesta linha relata-se uma Esta relaciona-se com o
personagens da família real e principal da história, a par da história de amor e o modo de sonho e o desejo de construir
relaciona-se com a 2ª linha 4ª - a que respeita a vida do povo português. As uma máquina voadora.
de ação, uma vez que a construção da passarola. duas personagens (Baltasar Articula-se com a 1ª e 2ª
promessa do rei é que vai Esta 2ª linha de ação vai e Blimunda) são os linhas de ação, porque o
possibilitar a construção do ganhando relevo e une a 1ª à construtores da passarola, e padre é o mediador entre a
convento. Esta linha tem terceira: se o convento é obra a figura masculina é também, corte e o povo. Também se
como espaço principal a corte e promessa do rei, é ao depois, construtor do enquadra na 3ª linha, dado
e, depois, o convento, na sacrifício dos homens, aqui convento, constituindo-se que a construção da
altura da sua inauguração, no representados por Baltasar e como paradigma da força que passarola resulta da força
dia de aniversário do rei. Blimunda, que ela se deve. faz mover Portugal – a do das vontades que Blimunda
Glorificam-se aqui os homens povo. tem de recolher para que a
que se sacrificam, passam passarola voe.
por dificuldades, mas que
também as vencem.
Grupo I
1. Este excerto integra-se na ação principal (construção do
convento), inserindo-se na viagem da grande pedra levada de Pêro
Pinheiro para Mafra, para ser colocada sobre o pórtico da igreja.
2010 – 2ª Fase
2008 – 2ª Fase
2006 – 1ª Fase
Estrutura externa
• 10 cantos
• número variável de estâncias, num total de 1102
• todas as estâncias são oitavas de decassílabos
• esquema rimático: abababcc
• rima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos.
Estrutura interna
Estrutura interna
Introdução
Estrutura interna
Desenvolvimento
Estrutura interna - Desenvolvimento
Grupo I
1. O excerto integra-se na parte da narração da viagem de Vasco da
Gama à Índia. Os portugueses estão na Ilha dos Amores. Depois
de terem partido da Índia rumo à Pátria, os navegadores
portugueses aportam numa ilha preparada pela deusa Vénus para
recompensar os audazes descobridores. Neste espaço, os lusos,
simbolicamente, são elevados a heróis imortais, acasalando com
as ninfas que lhes propiciam momentos de extraordinário prazer.
Assim, após o banquete festivo, Tétis mostra ao Gama a máquina
do mundo, profetizando as glórias futuras dos portugueses.
2010 – 1ª Fase
2008 – 1ª Fase
2006 – 2ª Fase
1ª Parte
“Brasão” Poemas Valores simbólicos
Os Campos O dos Castelos
O das Quinas
Os Castelos Ulisses
Viriato
O Conde D. Henrique
D. Tareja
D. Afonso Henriques
D. Dinis
D. João I
D. Filipa de Lencastre
2. Mar Português
Vida
Renascimento
Realização do império
do império
territorial sonhado
espiritual:
Quinto Império
Ó Portugal,
hoje és
nevoeiro...
É a hora!
1. Brasão 3. O
Nascimento Encoberto
Os fundadores e Morte
construtores do império Fim das energias
do império
Padrão
O esforço é grande e o homem é pequeno
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
• Diogo Cão = navegador português, dobrou este padrão ao pé do areal moreno
o Cabo Bojador, estabeleceu relações com o e para deante naveguei.
Congo e introduziu o padrão.
A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão signala ao vento e aos céus
• Simbologia geral do padrão: poder
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
territorial e difusão da religião.
O por fazer é só com Deus.
2011 – 2ª Fase
Semelhanças
Poemas sobre Portugal.
Conceção da História Portuguesa enquanto demanda mística.
D. Sebastião, ser eleito, enviado por Deus ao mundo, para difundir a
Fé de Cristo.
Os heróis concretizam a vontade divina.
Conceito abstrato de Pátria.
Apresentação dos heróis da História de forma fragmentária.
Exaltação épica da ação humana pelos heróis portugueses.
Superação dos limites humanos pelos heróis portugueses.
Superioridade dos navegadores lusos sobre os nautas da Antiguidade.
Glória marcada pelo sofrimento e lágrimas.
Sacrifício voluntário em nome de uma causa patriótica.
Estrutura rigorosamente arquitetada.
Evocação do passado (memória) para projetar, idealizar o futuro
(apelo, incentivo).
Diferenças
Os Lusíadas Mensagem
• Dinamismo: a viagem, a aventura, o • Estatismo: o sonho, o indefinido.
perigo.
• A ação, a inteligência, o concreto, o • O abstrato, a sensibilidade, a utopia, a
conhecimento do Império no apogeu e na falta de razões para ter esperança, o
decadência, a possibilidade de ter sebastianismo.
esperança.
• O poeta dirige-se a D. Sebastião, que era • D. Sebastião é uma entidade que vive na
uma realidade viva, e invetiva o rei a memória saudosa do poeta, uma sombra,
realizar novos feitos que deem matéria a um mito.
uma nova epopeia.
• A memória e a esperança situam-se no • A esperança é utopia, só existe no sonho.
mesmo plano.
Diferenças
Os Lusíadas Mensagem
• Conceção do heroísmo : concretização de • Conceção do heroísmo: de carácter
feitos épicos pelos humanos. mental, conceptual. O autor identifica-se
com os heróis e, através deles, revela-se
num processo lírico-dramático.
Os heróis são símbolos de um olhar
visionário, as figuras são espectros,
resultado do trabalho do pensamento.
• Amor à Pátria: enaltecimento e • Amor à Pátria: atitude metafísica,
imortalização da História de Portugal e dos procura incessante do que não existe.
heróis portugueses, através de um poema Expressão de fé no Quinto Império, evasão
épico, trabalho árduo e longo. angustiada da vivência absurda.
• Linguagem épica, estilo grandiloquente. • Linguagem épico-lírica, estilo lapidar.
Diferenças
Os Lusíadas Mensagem
• Epopeia clássica pela forma e pelo • Mega-poema constituído por 44 poemas
conteúdo. Narração da viagem de Vasco breves, agrupados em 3 partes principais,
da Gama, da luta dos deuses, da História de carácter ocultista, a sua natureza é
de Portugal em alternância, discurso predominantemente de índole
encaixado, analepses e prolepses. interpretativa, com reduzida narração.
• Assunto: os portugueses e os feitos • Assunto: a essência da Pátria e missão
concretos cumpridos. O poeta canta a que esta deverá cumprir.
saga lusa na conquista dos mares.
• Epopeia de dimensão humanista- • Poema épico-lírico-simbólico-mítico,
renascentista: acesso ao conhecimento projeto de ideal de fraternidade universal:
dos segredos da Natureza pelo Homem. utopia. Elogio da loucura, do sonho;
evasão do real, valorização do imaginário.
Diferenças
Os Lusíadas Mensagem
• Os heróis agem norteados pela Fé de • Os heróis, numa atitude contemplativa e
Cristo, dando a conhecer novos mundos enigmática, buscam o infinito: a Índia
ao mundo. tecida de sonhos.
A missão de Vasco da Gama foi coroada de A missão terrena de Portugal foi cumprida
êxito, dela derivou o Império Português do por vontade divina; outra, de índole
Oriente; outra missão poderá ser realizada ocultista, aventura espiritual e cultural,
pelo rei D. Sebastião: difusão do está ainda por cumprir, a hegemonia do
Cristianismo no Norte de África. Quinto Império.
“E contudo persiste o problema que nenhum equívoco pode abolir: o problema (como
dizer?) da correspondência, ou inspiração comum, da Mensagem e de Os Lusíadas.
À distância, a íntima comunidade é inegável: a temática comum, a inspiração épica, o
impulso missionário.
Contudo, uma análise mais aproximada obriga a reduzir substancialmente a
semelhança e a relegá-la por ilusória”
Maria Vitalina Leal de Matos, A Vivência do Tempo em Fernando Pessoa
Conselho
Cerca de grandes muros quem te sonhas. •“Conselho” = verbos no imperativo
Depois, onde é visível o jardim
Através do portão de grade dada, • jardim = símbolo que representa o
Põe quantas flores são os mais risonhas, “eu”
Para que te conheçam só assim. • mundo interior (sonho) vs mundo
Onde ninguém o vir não ponhas nada. exterior / ser vs parecer
Faz canteiros como os que outros têm,
Onde os olhares possam entrever •O verdadeiro mundo é o interior – o
O teu jardim como lho vais mostrar. dos sonhos.
Mas onde és teu, e nunca o vê ninguém, • O jardim esconde a verdadeira
Deixa as flores que vêm do chão crescer essência.
E deixa as ervas naturais medrar.
Faz de ti um duplo ser guardado; • Aparência completa – uma máscara
E que ninguém; que veja e fite, possa em forma de jardim que serve o
Saber mais que um jardim de quem tu és- quotidiano do homem.
Um jardim mais ostensivo e reservado, • Por trás da máscara há sonhos, há
Por trás do qual a flor nativa roça flores selvagens, pobres = o verdadeiro
A erva tão pobre que nem tu a vês... “eu”.
DESPERSONALIZAÇÃO / FRAGMENTAÇÃO
Grupo I
1.1. As expressões que marcam as etapas do conselho são as
seguintes:«Cerca de grandes muros quem te sonhas» (v. 1), «Depois
/ (…) Põe quantas flores são as mais risonhas» (vv. 2 a 4), «Faz
canteiros como os que os outros têm» (v. 7), «Mas/ (…) / Deixa as
flores que vêm do chão crescer / E deixa as ervas naturais medrar»
(vv. 10 e 11), «Faz de ti um duplo ser guardado» (v. 13).
3.
3.1. O tema do texto é a fragmentação do eu. O título do poema é
“Conselho”, pois, ao longo de todo o poema, o sujeito poético
articula atos ilocutórios diretivos, dirigindo-se a um “tu”
(“Cerca”, “Faz”, “Deixa”), para o aconselhar a preferir a divisão
do “eu” num outro (“Cerca de grandes muros quem te cerca” –
v. 1) – um duplo – como forma de salvaguardar a privacidade
(“E que ninguém, que veja e fite, possa / Saber mais do que um
jardim de quem tu és” – vv. 13-14).
Grupo II
Tópicos a considerar:
Ser poeta é ser criador (“o poeta é um fingidor”)
Evocar a infância perdida no presente – tema:
nostalgia da infância perdida (inconsciência):
Consciência do tempo presente = adulto;
Impossibilidade de viver o sonho de voltar a ser criança
(«Com que ânsia tão raiva / Quero aquele outrora!»);
Frustração, infelicidade (“A criança que fui vive ou
morreu?”)
Referir exemplos concretos de poemas (“Pobre
velha música!”, “Quando as crianças brincam”, “
Em exame
2007 – 2ª Fase
2006 – 1ª Fase (Português 139)
Acho tão natural que não se pense
Que me ponho a rir às vezes, sozinho,
Não sei bem de quê, mas é de qualquer cousa
Que tem que ver com haver gente que pensa ... • Negação do pensamento
Que pensará o meu muro da minha sombra? • Rir – dos que pensam
Pergunto-me às vezes isto até dar por mim • Autoquestionamento – desagrada e
A perguntar-me cousas. . . incomoda o eu.
E então desagrado-me, e incomodo-me • Comparação com uma sensação
Como se desse por mim com um pé dormente. . . (táctil)
2.
2.1. A expressão «com um pé dormente» (v. 9) refere-se ao ato de
pensar, neste caso de se autointerrogar, de refletir.
Ficar «com um pé dormente» incomoda, pois acontece sem
depender da vontade da pessoa. Do mesmo modo, é desagradável,
para o sujeito poético, dar consigo a pensar, ato que rejeita e que,
segundo ele, impossibilita a fruição do real circundante («Se eu
pensasse nessas cousas / Deixaria de ver as árvores e as plantas» -
vv. 15 e 16).
Grupo I
3.
3.1. A vantagem de não pensar é captar a essência da Natureza, através dos
sentidos, de forma plena: «sem pensar, tenho a Terra e o Céu» (v. 20).
Daí a inutilidade do pensamento filosófico-metafísico. Pensar
impossibilita que o eu poético aceda ao conhecimento, à vontade do
mundo, o que lhe causa tristeza: «Se eu pensasse (...) ( (...) deixava de
ver a Terra, / (...) / Entristecia e ficava às escuras» (vv. 15, 17 e 19).
4.
4.1. O poema pode dividir-se em três momentos: no primeiro momento
(versos 1 a 4), o sujeito poético rejeita o ato de pensar e ridiculariza
quem pensa (“Acho tão natural que não se pense” – v. 1); no segundo
momento (versos 5 a 19), o eu poético autoquestiona-se e autocritica-
se, pondo em causa o ato de pensar e valoriza o sentido da visão («Nada
pensa nada» e «E deixava de ver a Terra» - v. 17); no terceiro momento
(verso 20), o sujeito poético considera que «domina» o Universo,
rejeitando o ato de pensar.
Grupo II
Tópicos a considerar:
Recusa do ato de pensar (“Pensar é estar doente
dos olhos”)
Aprendizagem de desaprender
Contacto com a Natureza (“O meu olhar é nítido
como um girassol”)
Captação do real através dos sentidos, sobretudo
da visão (“Os meus pensamentos são todos
sensações” “ Pensar uma flor é vê-a e cheirá-la”).
Em exame
2004 – 2ª Fase
2002 – 1ª Fase
Não quero recordar nem conhecer-me.
• Linguagem negativa : “não”, “nem”
Somos demais se olhamos em quem somos. • Aceitação passiva da vida - ataraxia
Ignorar que vivemos
Cumpre bastante a vida.
• paradoxo
Se sabê-lo não serve de sabê-lo
• interrogação retórica – constata a
(Pois sem poder que vale conhecermos?) impotência do conhecimento
Melhor vida é a vida • estoicismo
Que dura sem medir-se.
Grupo I
1. O sujeito poético deseja não possuir recordações algumas do passado
(“Não quero recordar”) nem fazer uma autoanálise introspetiva (“nem
conhecer-me”). Esta recusa está expressa na utilização de recursos
linguísticos com conotação negativa: o advérbio “não” e a conjunção
“nem”.
Transitoriedade da vida
Implacabilidade do Fado
Carpe diem
Em exame
2002 – 2ª Fase
Cruz na porta da tabacaria!
Quem morreu? O próprio Alves? Dou
Ao diabo o bem-estar que trazia.
Desde ontem a cidade mudou. • Cruz = símbolo de morte
• Mudança do estado de espírito do “eu”
Quem era? Ora, era quem eu via.
Todos os dias o via. Estou • Ligação ao morto
Agora sem essa monotonia. • Quebra a rotina – mudança negativa
Desde ontem a cidade mudou. • Tédio, monotonia
Ele era o dono da tabacaria.
• Identificação do morto
Um ponto de referência de quem sou
Eu passava ali de noite e de dia.
• Referência = repetição
Desde ontem a cidade mudou.
Mas ao menos a ele alguém o via, •Justificação para o seu estado de espírito
Ele era fixo, eu, o que vou, • Constatação da insignificância da sua vida
Se morrer, não falto, e ninguém diria.
Desde ontem a cidade mudou.
Grupo I
1. O bem-estar do sujeito poético alterou-se porque viu uma cruz na
porta da tabacaria, sinal de que Alves, o dono, morrera («Quem
morreu? (...) / Ao diabo o bem-estar que trazia» - vv. 1 e 3).
2.1. O verso « E isto diz que é morte aquilo onde estou» significa que a
vida do eu poético é triste, sem interesse, sem sentido, ainda para
mais com a perda sofrida («Horror fechado da tabacaria!» - v. 15) que
veio desequilibrar a sua vida.
Grupo I
3. O eu não se considera uma referência para ninguém. A propósito da morte do
Alves, o sujeito poético reflete sobre a sua própria vida e o que será depois da sua
morte, revelando-se um falhado, um frustrado e um solitário, pois a ausência do
dono da tabacaria foi sentida (“a ele alguém o via” – v. 17), enquanto que o eu
considera que não fará falta a ninguém quando morrer («Se morrer, não falto, e
ninguém diria: / Desde ontem a cidade mudou» - vv. 19-20).
2011 – 1ª Fase
2007 – 1ª Fase
2003 – 1ª Fase (Português 139)