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OS ANJOS BONS E SEUS SERVIÇOS


NOS CÉUS E NA TERRA
Hebreus 1.4-14

As Escrituras Sagradas possuem 273 referências acerca dos seres angélicos,


abrangendo narrativas de atividades incessantes que nos fazem descortinar uma
ampla área de realizações.

Os anjos não são seres estáticos, contemplativos; eles desempenham múltiplas e


ininterruptas tarefas.

No exercício dessas tarefas, a proeminência, o destaque maior relaciona-se aos


serviços prestados a Deus, caracterizados pela ADORAÇÃO e expressam a
indescritível majestade e excelsa glória de Deus, que os anjos desvendam, e que,
causadas pela infinita dignidade de Deus, prosseguem existindo perenemente pelos
séculos dos séculos.

1- O SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO DOS ANJOS


1. O serviço extraordinário dos anjos vincula-se à REVELAÇÃO ESPECIAL e se faz
imprescindível por causa da queda adâmica, constituindo-se num elemento
significativo da revelação divina. O serviço extraordinário abrange três aspectos
enfáticos:

a. Os seres angélicos frequentemente medeiam as Revelações Especiais de


Deus.
b. Os seres angélicos comunicam bênçãos ao povo de Deus.
c. Os seres angélicos executam juízos sobre os inimigos de Deus e de Seu povo.

2. A atividade dos anjos assume supremacia nos instantes críticos da "economia


divina da salvação", como nos tempos dos Patriarcas, na época da entrega da Lei,
durante o período da Lei, no período do exílio babilônio e na restauração, envolvendo
ainda o nascimento, a ressurreição e a ascensão
do Senhor.

3. Apesar da menção bíblica acerca da presença dos anjos no momento da criação,


nenhuma alusão foi feita ao seu ministério até aos dias de Abraão. A partir daí, a
presença dos seres angélicos começa a ser registrada.

Em companhia do Senhor, dois anjos visitam Abraão em Manre (Gn 18.1-2) e se


dirigem à cidade de Sodoma, donde salvam Ló da hecatombe prestes a destruí-la (Gn
19.1,15,16).

Os anjos se manifestam a Jacó (Gn 28.10-17) e Moisés era familiarizado com os


mesmos (Ex 3.2).

Encontra-se registrado que a Lei "foi promulgada por meio de anjos" (Gl 3.19), e que
foi administrada "por ministério de anjos" (At 7.53).

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4. A relação dos seres angélicos com o Filho de Deus é um dos principais aspectos da
Revelação:

a. Cristo, "manifestado na carne", foi "contemplado por anjos" (1 Tm 3.16);


b. No nascimento do Senhor Jesus Cristo, os anjos foram os arautos da sua
proclamação (Lc 2.8-14);
c. Na tentação eles serviram ao Senhor (Mt 4.11);
d. Em sua agonia crucial, um anjo do céu "O confortava" (Lc 22.43);
e. Na ressurreição do Senhor, os seres angélicos foram os primeiros a conclamar
o Seu triunfo (Lc 24.4-7);
f. Finalmente, na ascensão do Senhor, os anjos retificaram a esperança do Seu
retorno (At 1.10-11).

Findo o período da Revelação Especial de Deus, o serviço extraordinário dos seres


angélicos cessou, e somente reiniciará com o neo-advento de Cristo (Mt 25.31).

2 - O SERVIÇO ORDINÁRIO OU COMUM DOS ANJOS


1. Essencialmente, o serviço ordinário dos anjos consiste em adorar e louvar a Deus
dia e noite (Jó 38.7; Is 6.1-3; SI 103.20; Ap 5.11-12).

As Escrituras deixam transparecer que os anjos realizam este serviço audivelmente,


como na proclamação do nascimento de Cristo, embora não possamos conceber
nenhuma ideia da linguagem e do cântico dos anjos.

2. Principais serviços ordinários:

a. Desde a entrada do pecado no mundo os anjos têm sido enviados para servir
aos herdeiros da salvação (Hb 1.14).
b. Os anjos se regozijam com a conversão do pecador (Lc 15.10).
c. Os anjos velam sobre os crentes (SI 34.7; SI 91.11).
d. Os anjos protegem, os pequeninos (Mt 18.10).
e. Os anjos estão presentes na Igreja (1. Co 11.10; 1 Tm 5.21).
f. Os anjos aprendem da Igreja as multiformes riquezas da graça de Deus (Ef
3.10; 1 Pe 1.12).
g. Em Lucas 16.22, os anjos transportaram uma alma na hora da morte para
outras esferas caracterizadas como "o seio de Abraão". A respeito da
constância da ocorrência podenos apenas conjecturar.
h. (8) Os anjos livraram os apóstolos quando estes se encontravam na prisão (At
5.19; 12.7).

A dedicação dos seres angélicos à humanidade não pode ser explicada basicamente
por um amor entranhado pelos homens, mas através de uma submissão irrestrita à
vontade de Deus.

Se Deus quis "dar o seu Filho unigênito” (Jo 3.16) para morrer por homens pecadores,
os seres angélicos O seguiram até onde era possível e Lhe prestaram serviço
instantâneo, por amor a Ele, onde quer que fossem enviados.

Finalmente, o cuidado dos anjos para com o Povo Eleito de Deus se encontra
registrado tanto no Velho como no Novo Testamentos (SI 91.11-12).

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3 - A DOUTRINA DO "ANJO DA GUARDA" NÃO TEM


RESPALDO BÍBLICO
1. A doutrina da Igreja Católica Romana sobre "O Anjo da Guarda Individual" não
possui fundamento bíblico. Os dois textos que poderiam ser mencionados em seu
abono não lhe dão respaldo. São eles:

Mateus 18.10
Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque
eu vos afirmo que os seus anjos nos céus veem
incessantemente a face de meu Pai celeste

Os termos são muito gerais, de modo que não oferecem base para firmar a questão. O
texto parece indicar a existência de anjos que guardam os pequeninos. Isto é o
máximo que se pode tirar do versículo.

Atos 12.15
Eles lhe disseram: Estás louca. Ela, porém, persistia em afirmar
que assim era. Então disseram: É o seu anjo

O que esta passagem demonstra é que entre os cristãos da Igreja Primitiva havia
alguns que criam em "anjos da guarda".

O contexto procura favorecer esta doutrina, contudo no versículo 7 deste mesmo


capítulo consta: "Eis, porém, que sobreveio um anjo do Senhor" e não "sobreveio seu
anjo".

A doutrina de que para cada pessoa há um anjo que a acompanha e protege a vida
toda, empobrece o dinamismo e a diversidade exuberante dos serviços realizados
pelos anjos.

CONCLUSÃO
Levando em consideração o que acabamos de estudar sobre os serviços e ministério
dos Anjos bons, fica extremamente difícil negar sua existência e sua presença; mesmo
porque a manifestação dos seres angélicos permeia a Bíblia por inteiro.

Cabe aqui a perquirição "shakespeareana" de Hamlet: "ser ou não ser." Que


possamos aquiescer, através da fé, a todas as verdades bíblicas, mesmo àquelas que
julguemos intangíveis.

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