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WHO/IER/PSP/2008.05
World Health Organization, 2008
Reservados todos os direitos.
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bookorders@who.int).
Tradução:
Enf.ª Sónia Nobre
Revisão:
Enf.ª Fátima Ferreira
Enf.º M. Valente
Enf.ª M. J. Dias - Pinheiro
• Introdução
• A lista de verificação de segurança cirúrgica – “checklist”
• Como usar este manual
• Como utilizar a checklist: resumidamente
• Como utilizar a checklist: detalhadamente
• “Sign in”
• “Time out”
• “Sign out”
• Promovendo uma cultura de segurança
Para se implementar a checklist, durante as cirurgias, tem que haver uma pessoa
responsável por validar os itens da lista.
Este elemento, coordenador da lista de verificação, será, normalmente a enfermeira
circulante, mas esta função pode ser delegada em qualquer outro elemento da equipa
cirúrgica.
A checklist divide o procedimento cirúrgico em três fases, cada uma correspondendo a
um período específico de tempo, no decorrer de um procedimento cirúrgico: o período
antes da indução da anestesia (“sign in”), o período após a indução da anestesia e
antes da incisão cirúrgica / início do procedimento (“time out”) e o período durante ou
imediatamente após o encerramento da ferida cirúrgica, mas antes da transferência do
doente (“sign out”).
Em cada fase, o coordenador da checklist tem que confirmar que a equipa completou
as tarefas designadas antes de prosseguir para o passo seguinte.
À medida que as equipas cirúrgicas se vão familiarizando com os passos da checklist
estes passam a integrar a rotina normal do procedimento cirúrgico e a equipa verbaliza
a verificação, passo a passo, sem intervenção explícita do coordenador.
Cada equipa deve procurar integrar o uso da checklist no seu processo de trabalho
com a máxima eficiência e o mínimo de perturbação, com o objectivo de cumprir todos
os passos com eficiência.
Praticamente todos os passos serão verificados, verbalmente, com o profissional
competente de modo a assegurar que todas as acções chave foram realizadas.
Deste modo, durante o “sign in”, antes da indução da anestesia, a pessoa que
coordena a checklist confirmará, verbalmente, com o doente (quando possível) a sua
identidade, que o procedimento e o local a intervencionar são os previamente
definidos e que foi dado consentimento para a cirurgia.
O coordenador confirmará, visualmente, que o local cirúrgico foi marcado (se
aplicável) e que um oxímetro de pulso está colocado no doente e em funcionamento.
O coordenador confirmará, também, com o anestesista os riscos de perda sanguínea
do doente, a existência de dificuldades com a via aérea e reacções alérgicas e se foi
realizada a verificação de segurança de equipamento de anestésico.
Idealmente, o cirurgião deve estar presente no “sign in” uma vez que tem uma ideia
mais correcta da perda sanguínea previsível, alergias ou outras complicações
relacionadas com o doente.
No entanto, a presença do cirurgião não é essencial para completar esta parte da
checklist.
No “time out” cada membro da equipa apresentar-se-á, pessoalmente, pelo seu nome
e função. Se a equipa cirúrgica é a mesma para todo o plano operatório, só é
necessário confirmar que todas as pessoas presentes na sala se conhecem umas às
outras.
“ “Sign in” é um momento de pausa que deve ser realizado antes da indução da
anestesia com o objectivo de garantir a segurança do procedimento cirúrgico.”
NESTA ALTURA O “SIGN IN” ESTÁ COMPLETO A EQUIPA PODE PROCEDER À INDUÇÃO
ANESTÉSICA
“”Sign out” deve ser completado antes de transferir o doente da sala de operações.
O seu objectivo é facilitar a permuta de informação importante para as equipas
prestadoras de cuidados responsáveis pelo doente depois da cirurgia.”
O “sign out” pode ser iniciado pelo enfermeiro circulante, pelo cirurgião ou pelo
anestesista e deve ser completado antes de o cirurgião abandonar a sala de operações.
Por exemplo: pode coincidir com o encerramento da ferida cirúrgica.
Mais uma vez cada “caixa” de verificação apenas deve ser assinalada depois de o
coordenador assegurar que cada item foi abordado pela equipa.
“Os passos de segurança devem motivar alterações efectivas que façam com que a
equipa cirúrgica cumpra todos e cada um dos elementos da checklist”.
• Modificações na checklist
A checklist pode ser modificada de modo a permitir a sua adequação a cada local de
trabalho tendo em conta os processos, a cultura dos diversos locais de trabalho e a
familiaridade existente entre cada elemento da equipa.
No entanto, remover passos de segurança simplesmente porque não podem ser
atingidos no ambiente existente ou por circunstâncias particulares é fortemente
desencorajado.
Os passos de segurança devem promover uma mudança efectiva que faça com que
uma equipa cirúrgica cumpra todos e cada um dos elementos da checklist.
Será necessário algum tempo de prática para que as equipas aprendam a utilizar a
checklist de uma forma eficaz.
Algumas pessoas considerá-la-ão uma imposição ou mesmo uma perda de tempo. O
objectivo não é torná-la uma ladainha nem frustrar a eficiência do trabalho.
A checklist tem como objectivo providenciar às equipas um conjunto de verificações
prioritárias, simples e eficientes, com o objectivo de optimizar o trabalho de equipa, a
comunicação e de encorajar a consciencialização explícita da segurança dos doentes
em cada cirurgia realizada.
Para que a checklist seja bem sucedida os chefes de serviço de cirurgia, de anestesia e
das direcções dos serviços de enfermagem têm de assumir publicamente a convicção
de que a segurança é uma prioridade e de que o uso da checklist de segurança da OMS
pode ajudar a torná-la uma realidade.
Para demonstrar esta afirmação devem utilizar a checklist nas cirurgias que efectuam e
questionar, regularmente, outros relativamente à forma como a implementação se
está a processar.
Se não existir uma verdadeira liderança a implementação de uma checklist pode gerar
descontentamento e antagonismo.
A checklist tem sido útil em ambientes muito diversos, incluindo ambientes de
prestação de cuidados de saúde.
Esta checklist de segurança da OMS tem sido utilizada com sucesso numa grande e
diversificada quantidade de organizações de saúde com um espectro variável de
constrangimentos, em termos de recursos.
A experiência demonstra que, com educação, prática e liderança, se podem
ultrapassar as barreiras à sua implementação.
Com planeamento e empenhamento apropriados os passos da checklist são fáceis de
cumprir e podem introduzir uma profunda diferença na segurança dos cuidados
cirúrgicos.