Por volta de 1950 surgiu o significado de empreendedorismo por meio
do teórico e economista chamado Joseph Schumpeter. Para ele, o conceito de
empreender vincula-se a resolução de problemas ou situações complicadas, sobretudo, dentro do ramo empresarial ao se pensar na criação de empresas e de produção de mercadorias (SCHUMPETER,1997). Nesse ínterim, as características de um empreendedor, conforme o economista Triandis (1994), podem ser de um indivíduo que possui as seguintes competências e qualificações: 1) preza pelos negócios lucrativos; 2) pensa na melhor forma de agregar valor a sua empresa e seus produtos; identifica oportunidades em que a sua empresa pode crescer e inovar. Na conjuntura atual de Modernidade Liquida apontada pelo sociólogo polonês Zigmunt Bauman nos livros Globalização: “As consequências humanas (1999)” e “Modernidade Líquida (2013)” vê-se que o empreendedorismo se adapta com as condições e culturas humanas da sociedade. Isto é, para Bauman, é como se o empreendedorismo da década de 50, que se vinculava ao capital de empresas de grande porte estivesse no momento hodierno sofrendo modificações, já que as atitudes empreendedoras- agregar valor à empresa, procuram de lucratividade de modo bem rápido – realizadas nessa fase não somente permeiam nas grandes empresas, mas também em bens e serviços de pequeno e médio porte (BAUMAN, 1999). Isso também é apontado por Persona (2010) que compreende a Indústria Cultural ocorrida depois da década de 90, com as transformações do mundo globalizado, responsável por confirmar o que já se imaginava do empreendedorismo: trata-se de uma ferramenta de sucesso para as empresas, uma vez que , por meio de tal ação, é possível cria-se centros criativos, que por sua vez propiciam quebras de decisões, soluções constantes, rápidas e funcionais para as organizações sociais. O empreendedorismo surge, portanto, como mais uma opção de carreira, já que proporciona o tão desejado crescimento empresarial pautado no reconhecimento profissional e na satisfação financeira. Isto é, do mundo globalizado, as pessoas começaram a pensar em inovações que prezassem pela evolução contínua das empresas. Um grande exemplo disso fora o Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), criado em 1972, que é responsável por grandes investimentos em todo território nacional, através da capacitação e aprimoramento de pessoas (GIL, et al. 2017) Por outro lado, ao refletir acerca dos desafios dos empreendedores, verifica-se que eles possuem muitos enfretamentos, como: 1) procurarem decisões inovadoras e rápidas com o objetivo de possuírem o tão almejado reconhecimento profissional e a satisfação financeira; 2) respeitarem seu cliente e seus empregados, na busca de desempenharem boa qualidade de serviços; 3) buscarem ideias criativas de modo constante; 4) serem pontuais e positivos nas tomadas de decisões (SCHUMPETER,1997). Ademais, 5) acompanharem os gráficos de investimentos/ desempenhos do mercado mundial; 6) procurarem novas oportunidades e estratégias de liderança; 7) compreenderem bem da área financeira, que geralmente enfrenta crises, 8) diante dos problemas diários como problemas financeiros, possíveis baixa da moeda, os empreendedores devem ser visionários, enfrentando os diversos obstáculos citados em prol de uma visão de futuro promissor de sua empresa (URIARTE, 1999). Ao analisar a escala global de empresas e negócios, nota-se que a ação de empreender trata-se de um caminho que deve ser trilhado por todos aqueles que desejam que seus negócios seus ampliados e diversificados. Desse modo, tal ato de empreender não se direciona somente as indústrias e negócios de grande escala, mas também funciona para as novas microempresas que procuram uso de estratégia de liderança, de persuasão e de novas iniciativas de mercado (TRIANDIS, 1994). Ou seja, é uma ação que pode ser executada por todas pessoas que anseiam crescimento financeiro, pessoal e também intelectual, não restringindo, portanto, as grandes empresas. Como consequência, tais indivíduos enxergam as oportunidades e transformam-na em campanhas e serviços que podem ressignificar a sua expansão no mercado. Nesse viés, torna-se essencial deixar clara a distinção entre o empresário e o empreendedor. O primeiro, de modo geral, restringe-se a administrar a empresa de modo conservador. Em contrapartida, o segundo além de criar a empresa em questão também busca renová-la diariamente. Ou seja, o empreendedor deve inovar com suas ideias percebendo as novas demandas do mercado, da moda, dos produtos, com a finalidade de alcançar seu cenário de atuação, ao passo que renova o modo de observar o mundo ao seu redor (URIARTE, 1999). Desse modo, faz-se necessário que todos os empresários sejam empreendedores, ao passo que se equilibra a estabilidade do empresário à inovação e criatividade do empreendedor. Assim sendo, o empreendedorismo nasce como mais uma ferramenta de novas possibilidades profissionais, capaz de transpor paradigmas por intermédio das transformações do mercado mundial e do reconhecimento de oportunidades financeiras como investir ou não em ações, por exemplo, optadas pelo dono da empresa (SCHUMPETER,1997). Em outras palavras, a atitude empreender perpassa pelo meandro de identificação de oportunidades e de inovações permanentes essenciais para continuidade do desenvolvimento de novas competências técnicas e administrativas do mercado, capazes de visarem profissionais proativos diante as mudanças tecnológicas mundiais.
REFERÊNCIAS
BAUMAN, Z. Globalização: As conseqüências humanas. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1999. BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. GIL, F., TUPINAMBÁ, A., MARTÍ, M., BARATA-GONZÁLEZ, M. & ANTINO, M. Cultura e liderança: O projeto Globe. In A. Tupinambá & F. Gil (Orgs.), Revista Liderança e empreendedorismo em perspectiva intercultural, 2017. Fortaleza: Edições UFC. PERSONA, M. Empreendedorismo em medicina e saúde: entrevista. Brasília: Correio Braziliense [Internet]. 2010. Available from: http://mariopersona.com.br/entrevista_corre iobraziliense.html. SCHUMPETER, JOSEPH A. A Instabilidade do Capitalismo (Os Clássicos da Economia), pg. 59 a 971, 1997. TRIANDIS, H. C. (1994). Cross-cultural industrial and organizational psychology. Em H. C. Triandis, M. D. Dunnette & L. M. Hougth(Orgs.), Handbook of industrial and organizational psychology. Palo Alto (CA): Consulting Psychologists Press. URIARTE, L.R. Tendência empreendedora das profissões. Encontro Nacional de Empreendedorismo; UFSC. Santa Catarina: ENE; 1999.