Instituto de Ciências Religiosas de Angola/ ICRA-Lubango

Dinâmica de grupo

Ficha de Leitura Nº I

Enquadramento Teórico

A expressão Dinâmica de Grupo como cadeira é entendida como um conjunto de

técnicas de processos colectivos, se refere a parte da ciência que trata da natureza dos
grupos (Cartwrigth 1975).

No contexto cientifico este conceito foi introduzido em 1944 em um artigo de Kurt

Lewin quando este publicou um estudo consagrado as relações entre a teoria e a pratica
na psicologia social.

Todavia conceituar Dinâmica de grupo é algo complexo que representa diversas

concepções sobre o trabalho em grupo que varia de acordo a metodologia e o contexto.
Porém o conceito adoptado refere a um conjunto de técnicas tais como desempenho de
papéis, discussões, observação, feedback de processos colectivos. Tendo cuidado de não
restringi-lo como um fim em si mesmo.

Deste modo Kuller e Rodrigo (2012) exortam que as Dinâmicas de grupo não devem ser
usadas como um fim em si mesmo mas como estratégias minimizadoras do desinteresse
e maximizadoras da motivação dos alunos

Numa breve abordagem sobre as Dinâmicas percebe-se que desde a antiguidade

actividades como jogos são utilizadas como uma forma de comunicação e transmissão
de cultura os jogos constituíram sempre uma forma de actividade inerente ao ser
humano, entre os primitivos por exemplo, actividades como caça, danças e lutas entre
outras eram tidas como de sobrevivência, ultrapassando muitas vezes o carácter de
diversão ou prazer natural.

As crianças nos jogos participam de empreendimentos técnicos e mágicos, esse mundo

podia ser pequeno, mas era eminente e coerente, uma vez que os jogos concretizavam a
própria cultura e a cultura era educação e a educação representava a sobrevivência
(Almeida 2000).

Embora a literatura clássica reconheça a Dinâmica de Grupo como um conjunto de

técnicas aplicadas para um determinado objectivo, restringi-la a este conceito é coloca-
la a margem de um estudo mais profundo (Araújo 2010).

A Dinâmica de Grupo enquanto estratégia pedagógica é um dos requisitos

indispensáveis para o trabalho docente e uma forma de comunicação para ajudar no
manejo das turmas (Libâneo 2010), pois o grupo (classe) está em constante interacção.

Numa abordagem implícita sobre as dinâmicas de grupo, Freire (2003) diz que a prática
educativa deve ser entendida na relação de seus múltiplos componentes e no uso
coerente por parte do educador dos materiais, métodos e técnicas, assim para uma aula
dinâmica é preciso que o professor se ache no saber de que “a pedra fundamental é a
curiosidade do ser humano”.

O mesmo autor refere que a utilização das dinâmicas de grupo com o estratégia de
ensino é valida considerado que o acto de buscar conhecimento é um processo sempre
prazeroso que exige disciplina intelectual que se ganha somente praticando.

Portanto qualquer que seja a estratégia de ensino, deve favorecer o desenvolvimento

integral dos alunos, pois ao confrontar hábitos, valores e conhecimentos dos alunos o
professor está a dar ênfase nos aspectos cognitivos e afectivos dos alunos. Tomando o
devido cuidado no uso das Dinâmicas de grupo como estratégia pedagógica, é como
estar atento as possibilidades ao incorporá-las a aula considerando que estas actividades
visam a incorporar momentos educativos que possibilitem o grupo a viver situações
inovadoras.

Assim Azevedo (2010) alerta ao risco que se corre ao introduzir uma dinâmica com
pouco conteúdo educativo e outros riscos ou a sua utilização para a veiculação de
acrítica de valores pessoais do professor. Para minimizar estes riscos Pirotto (2008)
propõe que se relacione a dinâmica com os objetivos, conteúdos e materiais a serem
utilizados.

Docente: Adalgiza Pedro