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Análise de Sistemas de Potência
Capítulo 1
Modelo dos Componentes de um Sistema Elétrico de Potência
a) Linha de transmissão;
b) Transformador de potência;
c) Gerador;
d) Carga.
Existe mais de um modelo para cada um dos elementos listados. Para cada tipo de estudo existe um
modelo específico do elemento.
A Figura 1.1 mostra um pequeno sistema elétrico de potência onde T 1 e T 2 são transformadores.
G Cargas
Linha de transmissão
Gerador
T1 T2
Neste caso a capacitância da linha, por ser pequena, é desprezada, sendo a linha representada pelos
parâmetros série, ou seja, a resistência e a indutância. A Figura 1.2 mostra o modelo da linha curta.
j L
IS r IR
VS VR
5
Análise de Sistemas de Potência
z r j L
IS IR , (1.1)
VS VR z IR . (1.2)
IR IS ,
VR VS z IS .
IS I1 IR
z
VS y/2 y/2 VR
VS VR z I1 ,
y
I1 IR VR .
2
y
VS 1 z VR z IR . (1.3)
2
y
IS I1 VS .
2
y y y
IS IR VR 1 z VR z IR ,
2 2 2
2
y y y
IS z 2 VR 1 z IR . (1.4)
2 2 2
Explicitando-se as variáveis da receptora, considere o sistema formado pelas Equações 1.3 e 1.4.:
VS a VR b IR ,
IS c VR d IR .
a b
a d b c,
c d
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Análise de Sistemas de Potência
VS b
VR d VS b IS ,
IS d
a VS
IR a IS c VS .
c IS
y
1 z VS z IS
d VS b IS 2
VR ,
a d b c y y y2
1 z 1 z z z y
2 2 4
y
VR 1 z VS z IS .
2
2
y y y
1 z IS z 2 VS
a I S c VS 2 2 2
IR ,
a d b c y y y2
1 z 1 z z z y
2 2 4
2
y y y
IR z 2 VS 1 z IS .
2 2 2
Observação: a d b c 1.
IS I1 IR
z equivalente
VS yequivalente/ 2 yequivalente/2 VR
senh( l)
z equivalente Z
l
tanh( l 2)
yequivalente Y
l 2
z y , constante de propagação,
Z z l e Y y l , onde l é o comprimento da linha.
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Análise de Sistemas de Potência
r1 x1 r2 x2
I1 I2
V1 V2
rf xm
A Figura 1.6 mostra o modelo completo do transformador monofásico de dois enrolamentos com
todos os parâmetros referidos ao primário, onde a grandeza com primo designa grandeza refletida.
r1 x1 r'2 x'2
I1 I2
V '2
V1 V2
rf xm
xeq
I1 I2
V '2
V1 V2
Figura 1.7 Modelo do transformador monofásico desprezando-se o ramo paralelo e a resistência dos
enrolamentos
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Análise de Sistemas de Potência
VP VS
VT
xP 0,5 ( x PS x PT xST )
xS 0,5 ( x PS x ST x PT )
xT 0,5 ( x PT xST x PS )
A Figura 1.9 mostra o circuito equivalente do transformador de três enrolamentos, onde o ponto de
encontro dos três enrolamentos é fictício e não tem qualquer relação com o neutro do sistema.
P xP S
VP xS VS
xT
VT
Exemplo 1.1.
Um transformador trifásico de três enrolamentos com tensões 132/33/6,6 kV tem as seguintes
reatâncias em pu, medidas entre enrolamentos e referidas a 30 MVA, 132 kV: x PS 0,15 , x PT 0,09 ,
xST 0,08 . O enrolamento secundário de 6,6 kV alimenta uma carga balanceada com corrente de
2.000,0 A com fator de potência em atraso de 0,8 e o enrolamento terciário de 33 kV alimenta um reator
de j 50,0 /fase conectado em estrela. Calcular a tensão no enrolamento primário de 132 kV para que a
tensão no enrolamento secundário seja de 6,6 kV.
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Análise de Sistemas de Potência
Solução:
Na base de 30 MVA e 132 kV vem:
Corrente secundária em pu: I2 = 2.000/I B2 = 2.000/2.624,32 = 0,76 pu. O fator de potência é 0,8 em
atraso, I 2 0,76 36,87 0 e VS 1,0 0 0 .
Para se encontrar a solução do exemplo basta agora resolver o circuito equivalente da Figura 1.10
onde todos os valores estão em pu.
P j0,08 S
Vm VS I2
VP I1 j0,07
I3 j0,01 zL
j1,38
T
VT
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Análise de Sistemas de Potência
A N1 :N2 a
V AB Vca
VCN
N1 :N2 b
B
Vab
V AN
Vbc
c
V BN C N1:N2
N
Figura 1.11 Transformador Y- e diagramas fasoriais das tensões terminais
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Análise de Sistemas de Potência
A Figura 1.11 mostra que as tensões V AN , V BN , VCN do lado Y estão em fase com as tensões Vab ,
Vbc , Vca do lado delta, respectivamente.
Relação de transformação monofásica: N1 :N2 .
Relação de transformação das tensões de linha N1 Y- N2; 3 N1 300 : N 2 0 0 .
Se V AN está em fase com Vab ,
V AB V AN 3 30 0 ,
N2
Vab V AN ,
N1
N1 3
V AB Vab 30 0 ,
N2
N2
Vab V AB 30 0 .
N1 3
LTC: load tap change ou TCAT: transformador com comutação automática de tape. O tape passa a
ser uma variável do modelo. A admitância do modelo pode ser colocada do lado unitário ou do lado do
tape. Assume-se que o valor da admitância não varia com a posição do tape.
A Figura 1.13 representa um transformador com comutação automática de tape com relação 1:t. A
seguir a dedução do modelo equivalente do TCAT a partir da Figura 1.13, que será igualado ao circuito
pi da Figura 1.14, onde A, B e C são admitâncias.
Ii Ik
y
1:t
Ij Vk
Vi
Vj
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Análise de Sistemas de Potência
Vi 1
, Vj t Vi .
Vj t
Ik y (V j Vk ) y (t Vi Vk ) ,
Ik t y Vi y Vk . (1.5)
Ii
t, Ij I k , logo I i t Ik .
Ij
Substituindo-se nesta equação o valor de I k da Equação 1.5 vem:
Ii t2 y Vi t y Vk . (1.6)
Ii I1 Ik
A
Vi Vk
B C
Ii I1 Ik
t y
Vi Vk
(t 2t) y (1t) y
IS IR
y
VS VR
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Análise de Sistemas de Potência
A Figura 1.17 mostra o modelo do gerador síncrono de rotor cilíndrico (pólos lisos).
ra jXS
E Vt
ra = resistência da armadura,
XS = reatância síncrona, que é a soma da reatância Xa , devido a reação da armadura e da reatância
Xl devido a dispersão.
Pode-se desprezar a resistência da armadura nas máquinas em que a resistência da armadura é
muito menor que XS .
Regime permanente: X S ,
Regime transitório ou dinâmico: reatância transitória (x'd) ou sub-transitória (x''d).
A representação da carga depende muito do tipo de estudo realizado. A carga pode ser representada
por potência constante, corrente constante ou impedância constante. É importante que se conheça a
variação das potências ativas e reativas com a variação da tensão. Em uma barra típica a carga é
composta de motores de indução (50 a 70%), aquecimento e iluminação (20 a 30%) e motores
síncronos (5 a 10%). Embora seja exato considerar as características PV e QV de cada tipo de carga
para simulação de fluxo de carga e estabilidade, o tratamento analítico é muito complicado. Para os
cálculos envolvidos existem três maneiras de se representar a carga.
A Figura 1.18 mostra a representação da carga como potência ativa e reativa constantes.
P L + jQL
Figura 1.18 Representação da carga com potência constante para estudo de fluxo de potência
Neste caso a atenção não é com a dinâmica da carga, mas sim com a dinâmica do sistema. Por esta
razão a carga é representada por impedância constante como mostra a Figura 1.19.
k
Figura 1.19 Representação da carga para estudo de estabilidade com impedância constante
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Análise de Sistemas de Potência
Cargas estáticas e pequenas máquinas são desprezadas. Somente as máquinas de grande porte
contribuem para o curto, logo apenas estas máquinas são consideradas.
Neste modelo parte da carga é representada por impedância constante, parte da carga é representada
por corrente constante e parte da carga é representada por potência constante.
Q (q z V 2 qi V q p ) Q ( no min al ) ,
qz qi qp 1,0 ,
onde: qz é a parcela da carga representada como Z constante, qi é a parcela da carga representada
como I constante, q p é a parcela da carga representada como P constante.
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Análise de Sistemas de Potência
Capítulo 2
Equações da Rede Elétrica em Regime Permanente
2.1 – Objetivo
Determinação das matrizes que representam a rede elétrica de corrente alternada em regime
permanente senoidal para uso computacional.
As equações da rede serão extraídas utilizando-se a análise nodal da rede, pois esta apresenta
desempenho computacional mais eficiente.
I1
R
E
I zg V
D
I1 E
zg
R
E E
V
D I1
E
R
yg E
I V
D
E
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Análise de Sistemas de Potência
1 2
E1 E2
T1 T2
T3
E3
Utilizando-se o modelo de cada elemento, o sistema fica como mostra a Figura 2.3.
z g1 zt1 1 2 z t2 z g2
z12
E2
E1 z11 z 23 z22
z13
3
zt3
z33
zm3
E3
A Figura 2.4 mostra o diagrama da rede da Figura 2.3 em que cada fonte de tensão em série com
impedância foi transformada em fonte de corrente em paralelo com a admitância e as impedâncias das
linhas foram transformadas em admitâncias.
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Análise de Sistemas de Potência
y6
y4 y5
1 2 3
y1 y2 y3
I1 I2 I3
E1 E1 1 1
I1 , y1 ,
z11 z g1 z t1 z11 z g1 z t1
E2 E2 1 1
I2 , y2 ,
z 22 z g 2 zt 2 z 22 zg2 zt 2
E3 E3 1 1
I3 , y3 ,
z 33 z m3 zt 3 z 33 z m3 zt 3
1 1 1
y4 , y5 , y6 .
z12 z 23 z13
A equação da barra 0 é linearmente dependente das outras três equações. Basta somar as equações
das barras 1, 2, 3 para verificar. Agrupando-se termos das equações das barras 1, 2, 3 vem:
I1 ( y1 y 4 y6 ) V1 y 4 V2 y 6 V3 ,
I2 y 4 V1 ( y 2 y4 y 5 ) V2 y5 V3 , (2.1)
I3 y6 V1 y 5 V2 ( y3 y5 y6 ) V3 .
Colocando-se as Equações 2.1 na forma matricial, tem-se para a matriz admitância nodal YBARRA :
I1 y1 y4 y6 y4 y6 V1
I2 y4 y2 y4 y5 y5 V2 . (2.2)
I3 y6 y5 y3 y5 y6 V3
A Equação 2.2 é da forma I YBARRA V , onde: I é o vetor de injeção de corrente na rede por
fontes independentes, V é o vetor de tensão nas barras em relação à referência e YBARRA é a matriz de
admitância de barra ou matriz de admitância nodal.
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Análise de Sistemas de Potência
1) Simétrica;
2) Complexa;
3) Quadrada de dimensão n, onde n é o número de barras do sistema sem contar a barra de
referência;
4) Esparsa, mais de 95% dos elementos é nulo, o que é uma vantagem;
5) Os elementos da diagonal principal são positivos;
6) Os elementos fora da diagonal principal são negativos;
7) Os elementos da diagonal principal Ykk são o somatório das admitâncias diretamente ligadas à
barra k;
8) Os elementos fora da diagonal principal Ykj são o simétrico da soma das admitâncias que
ligam as barras k e j.
As características 7 e 8 acima permitem a montagem direta da matriz YBARRA por inspeção da rede.
1
Pode-se também escrever a equação I YBARRA V como V Z BARRA I , onde Z BARRA YBARRA .A
matriz ZBARRA é conhecida como matriz de impedância de barra ou matriz de impedância nodal.
1) Simétrica;
2) Complexa;
3) Quadrada de dimensão n, onde n é o número de barras do sistema sem contar a barra de
referência;
4) Matriz cheia.
Exemplo 2.1
Escrever as equações nodais da rede na forma matricial, ou seja, escrever I YBARRA V que
0
corresponde ao diagrama unifilar da Figura 2.5, sabendo-se que Ea 1,5 0 , Eb 1,5 36,7 0 ,
Ec 1,5 0 0 , zg = j1,15, zt = j0,1, z13 = j0,25, z14 = j0,2, z24 = j0,2, z34 = j0,125, z23 = j0,4 em valores por
unidade.
Ea 1
Ec 3
Eb
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Análise de Sistemas de Potência
Ea 1,5 0 0 j1,15+j0,1 1
j0,2
j0,25
4
3
j0,4
A Figura 2.7 mostra o diagrama unifilar de admitâncias onde todas as fontes de tensão foram
transformadas em fontes de corrente. A seguir os cálculos para a determinação dos parâmetros do
sistema da Figura 2.7
I1 1,2 90 0
1
y1 = j0,8 y6 = j5,0
y7 = j8,0 4
0 y3 = j0,8
y 5 = j2,5
I2 1,2 126,87 0
y8 = j5,0
y 2=j0,8
2
20
Análise de Sistemas de Potência
Ea 1,5 0 0
I1 1,2 90 0 j1,2 ,
zg zt j1,25
Eb 1,5 36,7 0
I2 1,2 126,87 0 0,72 j 0,96 ,
zg zt j1,25
Ec 1,5 0 0
I3 1,2 90 0 j1,2 .
zg zt j1,25
O cálculo das admitâncias é simples quando as resistências são desprezadas. A diagonal principal é
negativa e os elementos fora da diagonal principal são positivos.
y6
y4 y5
1 2 3
y1 y2 I3
y3
I1 I2
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Análise de Sistemas de Potência
Seja a equação que descreve o circuito da Figura 2.8 pela matriz admitância de barra:
I1 Y11 Y12 Y13 V1
I2 Y21 Y22 Y23 V2 .
I3 Y31 Y32 Y33 V3
Os elementos da matriz admitância de barra podem ser calculados pelo ensaio em curto-circuito
onde:
Ykk : admitância própria de curto-circuito da barra k,
Yik : admitância de transferência de curto-circuito entre as barras i e k.
Y11 I1 V1
I1 Y11 V2 V3 0
I2 Y21 V1 Y21 I 2 V1 .
V2 V3 0
I3 Y31
Y31 I 3 V1
V2 V3 0
A expressão geral de cada elemento da matriz admitância de barra relaciona o efeito à causa e é:
Ii
Yik .
Vk V 0, j k
j
Verificação: ensaio de curto-circuito na barra 1 da Figura 2.8, ou seja, todas as tensões de barra,
com exceção da barra 1 são zero.
Seja a equação que descreve o circuito da Figura 2.8 pela matriz impedância de barra:
V1 Z11 Z12 Z13 I1
V2 Z 21 Z 22 Z 23 I2 .
V3 Z 31 Z 32 Z 33 I3
Os elementos da matriz impedância de barra podem ser calculados pelo ensaio em circuito aberto
onde:
Z kk : impedância própria de circuito aberto da barra k,
Z ik : impedância mútua de circuito aberto entre as barras i e k.
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Análise de Sistemas de Potência
Ensaio de circuito aberto na barra 1 da Figura 2.8: fontes de corrente inoperantes ou mortas em
todas as barras com exceção da barra 1. Tem-se portanto I 2 I 3 0 .
Z11 V1 I1
V1 Z11 I 2 I3 0
V2 Z 21 I1 Z 21 V2 I1 .
I 2 I3 0
V3 Z 31
Z 31 V3 I1
I 2 I3 0
A expressão geral de cada elemento da matriz impedância de barra relaciona o efeito à causa e é:
Vi
Z ik .
I k I 0, j k
j
Observações:
Pelo significado físico dos elementos de YBARRA e ZBARRA evidencia-se que não há reciprocidade
entre estes elementos, ou seja, Ykm 1 Z km .
Exemplo 2.2
Resolva as equações nodais do Exemplo 2.1 para encontrar a matriz impedância de barra pela
inversão da matriz admitância de barra. Calcule então as tensões de barra.
Solução:
Invertendo-se a matriz YBARRA com auxílio da função inv( ) do MATLAB obtém-se:
Exemplo 2.3
Um capacitor com reatância de 5 pu nas bases do sistema é conectado entre a barra 4 e a referência
do circuito da Figura 2.7. Calcular a corrente que passa pelo capacitor e a nova tensão da barra 4.
A impedância do capacitor é: z C j 5,0 pu.
Z44 é a impedância equivalente da rede vista da barra 4.
V4 é a tensão da barra 4 antes do capacitor ser colocado.
Z44 é obtido invertendo-se a matriz YBARRA . A matriz Z BARRA está mostrada acima, logo Z44 = j0,47
e V4 , também mostrado acima vale V4 1,432 11,97 0 . A Figura 2.9 mostra o circuito de Thèvenin em
questão.
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Análise de Sistemas de Potência
4 I
capacitor
Z44
V4
j5,0
0
Solução:
V4 1,432 11,97 0
I capacitor 0,3163 78,030 .
Z 44 j 5,0 j 0,4733 j 5,0
A nova tensão da barra 4 passa a ser: 0,3163 78,030 j 5,0 1,582 11,97 0 .
Notar que a nova tensão na barra 4 aumentou de valor.
Exemplo 2.4
Se uma corrente de 0,3163 78,030 pu é injetada na barra 4 do exemplo 2.2 (esta é a mesma
corrente que passa pelo capacitor) com todas as outras fontes mantidas, encontre as tensões nas barras
1, 2, 3, 4. Notar que não existe capacitor neste exemplo.
Considerando-se todas as fontes inoperantes, as tensões nodais somente devidas a esta corrente
injetada pode ser calculada a partir da matriz ZBARRA. Basta multiplicar a matriz ZBARRA pelo vetor
corrente, ou seja, basta multiplicar a coluna 4 da matriz ZBARRA pela corrente 0,3163 78,030 .
Efetuando-se esta operação vem:
Para se determinar as novas tensões nas barras pode-se utilizar a superposição, adicionando-se as
tensões das barras somente devidas às fontes de corrente I1 , I 2 , I 3 com as tensões das barras devidas
à fonte de corrente de 0,3163 78,030 .
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Análise de Sistemas de Potência
2.4.1 – Objetivo
As matrizes impedância de barra e admitância de barra de um sistema elétrico real são muito
grandes, dimensão da ordem de milhares. Nos estudos não é necessário se conhecer a tensão em todas
as barras do sistema, logo seguem técnicas para reduzir a dimensão da rede, eliminando-se trechos não
prioritários da rede para o estudo em questão.
Seja a rede elétrica representada pela matriz admitância de barra. A eliminação se processa para
duas diferentes situações:
a) não existe fonte de corrente na barra a ser eliminada,
b) existe fonte de corrente na barra a ser eliminada.
Particionamento da matriz. Ordenam-se as equações de tal forma que todas as barras sem fonte
fiquem juntas e na parte inferior da matriz.
I1 V1
IA I2 Y AA Y AB V2 VA
I3 V3 .
t YBB
I4 YBA Y AB V4
IB VB
I5 V5
Supondo-se I B 0,
IA Y AA Y AB VA
t ,
IB Y AB YBB VB
IA Y AA V A Y AB VB ,
t
IB Y AB V A YBB VB 0 VB YBB1 Y AB
t
VA .
Exemplo 2.5.
Eliminação de apenas uma barra do sistema de três barras da Figura 2.8 com I 3 0.
I1 Y11 Y12 Y13 V1
IA VA
I2 Y21 Y22 Y23 V2
IB 0 Y31 Y32 Y33 V3 VB
25
Análise de Sistemas de Potência
Esta matriz representa um sistema equivalente ao sistema de três barras, agora com dimensão 2 2.
Colocando-se de forma escalar tem-se que a eliminação da barra n é:
Yin Ynj
Y 'ij Yij ,
Ynn
y'3
1 2
y'1 y'2
I1 I2
0
Exemplo 2.6
Eliminar as barras 3 e 4 do sistema da Figura 2.11 sabendo-se que estas não têm fonte. Desenhar o
circuito equivalente com estes nós eliminados e calcular as potências ativa e reativa injetadas ou
absorvidas em cada barra. I1 1,2 90 0 , I 2 1,2 126,87 0 .
I1
1
y 6 = j5,0
y 1 = j0,8
y4 = j4,0
3 y 7=j8,0 4
y 5 = j2,5
I2
y8 = j5,0
y 2 = j0,8
2
26
Análise de Sistemas de Potência
I YBARRA V
1 2 3 4
j 9,8 0,0 j 4,0 j 5,0
0,0 j8,3 j 2,5 j 5,0
YBARRA .
j 4,0 j 2,5 j14,5 j8,0
j 5,0 j 5,0 j8,0 j18,0
Eliminação da barra 4.
j 5,0 j 5,0
Y '11 j 9,8 j8,41 ,
j18,0
j 5,0 j 5,0
Y '12 Y ' 21 0,0 j1,39 ,
j18,0
j5,0 j8,0
Y '13 Y ' 31 j 4,0 j 6,22 ,
j18,0
j 5,0 j 5,0
Y ' 22 j8,3 j 6,91 ,
j18,0
j5,0 j8,0
Y ' 23 Y '32 j 2,5 j 4,72 ,
j18,0
j8,0 j8,0
Y '33 j14,5 j10,94 .
j18,0
1 2 3
j8,41 j1,39 j 6,22
Y ' BARRA j1,39 j 6,92 j 4,72 .
j 6,22 j 4,72 j10,94
j 6,22 j 6,22
Y ' '11 j8,41 j 4,87 ,
j10,94
j 6,22 j 4,72
Y ' '12 Y ' ' 21 j1,39 j 4,07 ,
j10,94
j 4,72 j 4,72
Y ' ' 22 j 6,91 j 4,87 .
j10,94
j 4,87 j 4,07
Y ' ' BARRA .
j 4,07 j 4,87
A Figura 2.12 mostra o sistema de duas barras, que tem a matriz YBARRA como acima, equivalente ao
sistema da Figura 2.11 de quatro barras.
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Análise de Sistemas de Potência
y''3
1 2
y''1 y''2
I1 1,2 90 0 I2 1,2 126,87 0
Figura 2.12 – Circuito equivalente após a eliminação das barras, sem fonte, 4 e 3
Para se calcular os valores dos elementos do circuito da Figura 2.12 basta aplicar as regras da
construção da matriz YBARRA e resolver o sistema. Tem-se então:
Y ' ' BARRA(11) y ' '1 y ' '3 j 4,87 , Y ' ' BARRA( 22) y ' ' 2 y ' '3 j 4,87 ,
Y ' ' BARRA(12) Y ' ' BARRA( 21) y' '3 j 4,07 .
Para se calcular a potência injetada em cada barra, basta calcular primeiramente as tensões nas
barras. Tem-se que:
I1 j 4,87 j 4,07 V1
,
I2 j 4,07 j 4,87 V2
onde o vetor corrente é conhecido. Utilizando-se o programa MATLAB para inverter a matriz YBARRA
com a função inv(YBARRA) vem:
V1 j 0,68 j 0,57 I1
,
V2 j 0,57 j 0,68 I2
28
Análise de Sistemas de Potência
A eliminação de barra onde existe fonte de corrente é semelhante a eliminação de Gauss. Este
método também vale quando não existe fonte de corrente na barra eliminada, sendo a fonte de corrente
nula um caso particular.
A eliminação de Gauss consiste em transformar a matriz do sistema em uma matriz triangular
superior. Com isto encontra-se o valor de uma variável e, por substituição todas as demais variáveis.
Quando da eliminação de barra com fonte pode ocorrer que uma barra, originalmente sem fonte, fique
com fonte.
Seja o sistema I YBARRA V de dimensão três por três, escrito na forma estendida a seguir.
Y33 V3 Y31 V1 Y32 V2 I3 ,
Y13 V3 Y11 V1 Y12 V2 I1 ,
Y23 V3 Y21 V1 Y22 V2 I2 .
29
Análise de Sistemas de Potência
L' 2 L2 Y13 L1
L '3 L3 Y23 L1
Y31 Y32 I3
1 V3 V1 V2 ,
Y33 Y33 Y33
Y13 Y31 Y13 Y32 Y13 I 3
0 V3 Y11 V1 Y12 V2 I1 I '1 ,
Y33 Y33 Y33
Y23 Y31 Y23 Y32 Y23 I 3
0 V3 Y21 V1 Y22 V2 I2 I '2 .
Y33 Y33 Y33
Figura 2.13 – Redução de sistema de três barras com fonte de corrente na barra eliminada
Exemplo 2.7.
Eliminar as barras 4 e 3 do sistema da Figura 2.7, cuja equação I YBARRA V está repetido a
seguir.
j 5,0 j 5,0
Y '11 j 9,8 j8,41 ,
j18,0
30
Análise de Sistemas de Potência
j5,0 j5,0
Y '12 Y ' 21 0,0 j1,39 ,
j18,0
j 5,0 j8,0
Y '13 Y '31 j 4,0 j 6,22 ,
j18,0
j 5,0 j 5,0
Y ' 22 j8,3 j 6,91 ,
j18,0
j 5,0 j8,0
Y ' 23 Y '32 j 2,5 j 4,72 ,
j18,0
j8,0 j8,0
Y '33 j15,3 j11,74 .
j18,0
1 2 3
Eliminação da barra 3.
j 6,22 j 6,22
Y ' '11 j8,41 j 5,11 ,
j11,74
j 6,22 j 4,72
Y ' '12 Y ' '21 j1,39 j 3,89 ,
j11,74
j 4,72 j 4,72
Y ' '22 j 6,91 j 5,01 .
j11,74
j 6,22 1,2 90 0
I '1 1,2 90 0 1,2 90 0 j 0,64 j1,84 1,84 90 0 ,
j11,74
j 4,72 1,2 90 0
I ' 2 1,2 126,87 0 1,2 126,87 0 j 0,48 1,61 116,530 .
j11,74
A Figura 2.14 mostra o circuito equivalente do sistema no qual foram eliminadas a barra 4, que não
tinha fonte, e a barra 3, que tinha fonte.
–j3,89
1 2
Figura 2.14 – Circuito equivalente com eliminação de barra que contém fonte
31
Análise de Sistemas de Potência
Usa-se o equivalente de rede para substituir parte de um circuito, no qual não existe interesse para
determinado estudo, por seu equivalente. A Figura 2.15 mostra a rede original e a Figura 2.16 o
equivalente da rede externa.
Rede 2 Rede
interna externa
3
I '1
1
ya I '2
Rede 2
interna
yb
3 I '3
A Figura 2.17 mostra um trecho de circuito em que existe admitância ou impedância mútua entre
alguns elementos do sistema elétrico.
A polaridade da tensão induzida é importante.
i I ij I ji j
Ii Ij
zij
zm
k l
Ik Il
zkl
I kl I lk
32
Análise de Sistemas de Potência
I ij yij ym Vi V j
,
I kl ym ykl Vk Vl
onde a matriz Y é chamada de matriz admitância primitiva do elemento. Expandindo-se a equação
acima vem:
I ij yij Vi yij V j ym Vk ym Vl ,
I ji yij Vi yij V j ym Vk ym Vl ,
I kl ym Vi ym V j ykl Vk ykl Vl ,
I lk ym Vi ym V j ykl Vk ykl Vl .
Ii yij yij ym ym Vi
Ij yij yij ym ym Vj
.
Ik ym ym ykl ykl Vk
Il ym ym ykl ykl Vl
Notar que os dois blocos com yij e ykl são termos da matriz YBARRA sem mútua.
A Figura 2.18 mostra o circuito equivalente do circuito da Figura 2.17 com mútuas.
i j
yij
ym
–y m –y m
k l
ym
y kl
Exemplo 2.8.
Sejam z12 = z34 = j0,25 pu e zm = j0,15 pu como mostrados na Figura 2.19. Determinar a matriz
YBARRA do sistema.
1 z12 2
zm
3 z34 4
Figura 2.19 - Circuito referente ao exemplo
33
Análise de Sistemas de Potência
i) Sem acoplamento.
j 6,25 j 6,25 0 0
j 6,25 j 6,25 0 0
YBARRA
0 0 j 6,25 j 6,25
0 0 j 6,25 j 6,25
Exemplo 2.9.
Sejam z13 z 23 j 0,25 pu, z m j 0,15 pu. Determinar a matriz admitância de barra do circuito da
Figura 2.20.
z13 1 I1
I3 3 zm
z23 2 I2
j 6,25 0 j 6,25
YBARRA 0 j 6,25 j 6,25 .
j 6,25 j 6,25 j12,5 j 6,25 j 6,25
34
Análise de Sistemas de Potência
A seguir os cálculos que comprovam a exatidão da matriz YBARRA encontrada com a utilização da
regra acima.
V1 V3 z13 I1 zm I 2 ,
V2 V3 zm I1 z23 I 2 .
I1 I 2 I 3 , logo
V1 V3 z13 zm I1 I1 y13 ym V1 V3
, ,
V2 V3 zm z23 I2 I2 ym y23 V2 V3
I1 y13 ym y13 ym V1
I2 ym y23 y23 ym V2 , que confere com o exercício.
I3 y13 ym y23 ym y13 y23 2 ym V3
A matriz impedância de barra pode ser modificada para refletir mudanças na rede elétrica. Estas
mudanças podem ser a adição de elemento, retirada de elemento ou modificação no valor da
impedância do elemento.
Até o momento as maneiras de se calcular a matriz impedância de barra são:
a) Inversão da matriz admitância de barra,
b) Ensaio de circuito aberto.
Nenhum destes métodos é utilizado na prática devido ao tempo necessário para o cálculo.
Seja o sistema original da Figura 2.21 composto de n barras, cuja matriz impedância de barra é
conhecida como Z ORIGINAL .
35
Análise de Sistemas de Potência
k
Sistema
original m
Z n1 Z n2 Z nn
A inclusão de um novo elemento denominado zb atende a uma das quatro possibilidades a seguir.
Modificação da matriz impedância de barra pela inclusão de um elemento que possui impedância
própria z b ligado entre uma barra nova p e a referência. Seja o sistema original composto de duas
barras. A Figura 2.22 mostra este sistema acrescido de uma nova barra denominada p.
p=3
1 2
z12
z1 z2 zb
Figura 2.22 - Sistema original acrescido de elemento entre barra nova p e a referência
Recordando o que foi explicado quando da interpretação física dos elementos da matriz impedância
de barra, o valor dos elementos da coluna da matriz impedância de barra é a tensão da barra dividida
pela corrente injetada em determinada barra, com todas as outras fontes mortas. Se esta corrente tiver o
valor unitário, a tensão será numericamente igual à impedância. Ensaiando-se a barra 1 com corrente
unitária, tem-se que a tensão na barra p =3 devido a esta corrente é nula, o mesmo acontecendo com a
corrente injetada na barra 2. Quando a corrente injetada na barra p = 3 é unitária, a tensão que aparece
na barra p = 3 é zb .
Z11 Z12 0
Z BARRA Z 21 Z 22 0
0 0 zb
Regra 1: inclui-se nova linha e nova coluna na matriz impedância de barra original, sendo nulos os
elementos fora da diagonal principal. O elemento da diagonal principal é o valor da impedância zb do
elemento. Os valores dos elementos da matriz impedância de barra original não sofrem alteração.
36
Análise de Sistemas de Potência
Modificação da matriz impedância de barra pela inclusão de um elemento que possui impedância
própria zb ligado entre uma barra nova p e uma barra existente k. Seja o sistema original composto de
duas barras. A Figura 2.23 mostra este sistema acrescido de uma nova barra denominada p.
k=2
1 zb
z12
p=3
z1 z2
Figura 2.23 - Sistema original acrescido de elemento entre uma barra nova p e uma barra existente k
Z11 Z12
Z ORIGINAL
Z 21 Z 22
Injetando-se corrente unitária na barra 1, a tensão na barra p = 3 é a mesma que a tensão da barra k
= 2. Injetando-se corrente na barra k = 2 a tensão na barra p = 3 também é a mesma que a tensão da
barra k = 2. Injetando-se corrente na barra p = 3, a tensão será a impedância vista da barra k = 2
adicionada de zb.
Regra 2: inclui-se nova linha e nova coluna na matriz impedância de barra original, onde os
elementos fora da diagonal principal são iguais aos elementos da linha e da coluna k (barra onde o novo
elemento é conectado) e o elemento da diagonal principal é ( Z kk zb ) . Os valores dos elementos da
matriz impedância de barra original ficam idênticos.
Modificação da matriz impedância de barra pela inclusão de um elemento que possui impedância
própria zb ligado entre uma barra existente k e a referência. Seja o sistema original composto de duas
barras. A Figura 2.24 mostra este sistema acrescido da nova impedância.
1
z12
k=2
z1 z2 zb
Figura 2.24 - Sistema original acrescido de elemento entre uma barra existente e a referência
Z11 Z12
Z ORIGINAL
Z 21 Z 22
1) O elemento novo é incluído entre uma barra k existente e uma barra nova (n+1) fictícia,
2) curto circuita-se a barra fictícia para a terra pela redução de Kron.
1 zb 1 zb
z12 z12
Figura 2.25 - Procedimento para a inclusão de um elemento entre uma barra existente k e a referência
Etapa 1: inclusão do elemento entre uma barra existente k = 2 e uma barra nova fictícia (n+1) = 3.
V1 Z11 Z12 Z12 I1
V2 Z 21 Z 22 Z 22 I2
V3 Z 21 Z 22 Z 22 zb I3
Etapa 2: curto circuita-se a barra fictícia (n+1) = 3 para a referência e procede-se à eliminação de
Kron para eliminar a barra (n+1) = 3. A eliminação de Kron foi deduzida para a matriz admitância de
barra e IB = 0. O mesmo se aplica à matriz impedância de barra e VB 0 .
Modificação da matriz impedância de barra pela inclusão de um elemento que possui impedância
própria zb ligado entre uma barra existente k e uma barra existente j. Seja o sistema original composto
de duas barras. A Figura 2.26 mostra este sistema acrescido da nova impedância.
zb
k=1 j=2
z12
z1 z2
Figura 2.26 - Sistema original acrescido de elemento entre uma barra existente k e uma barra existente j
Z11 Z12
Z ORIGINAL
Z 21 Z 22
38
Análise de Sistemas de Potência
zb n+1=3 zb
k=1
j=2 k=1 j=2
z 12 z12
z1 z2 + z1 z2
Para tornar a matriz acima simétrica efetua-se a coluna (n + 1) = 3 menos a coluna j = 2 no lugar da
coluna (n + 1) = 3.
Para que as Equações 2.3, 2.4 e 2.5 fiquem iguais, respectivamente, às Equações 2.6, 2.7 e 2.8,
basta somar Z12 I 3 na Equação 2.6, Z 22 I 3 na Equação 2.7 e ( Z12 Z 22 ) I 3 na Equação 2.8, ou seja,
basta somar I 3 ao I 2 do vetor corrente da Equação 2.2. A barra (n + 1) = 3 é fictícia, sem fonte de
corrente, logo pode-se aplicar a redução de Kron. A equação fica então:
39
Análise de Sistemas de Potência
Regra 4: inclui-se temporariamente nova linha e nova coluna na matriz impedância de barra
original, onde os elementos fora da diagonal principal são iguais à diferença entre os elementos das
colunas/linhas k e j e o elemento da diagonal principal vale Z kk Z jj Z kj Z jk zb . Elimina-se a linha
e a coluna da barra fictícia aplicando-se a redução de Kron.
a) É um processo mais rápido que montar a matriz admitância de barra e depois inverter;
b) Trabalha-se diretamente com a lista dos componentes da rede;
c) A matriz impedância de barra é montada passo a passo, incluindo-se um componente de cada
vez, recaindo em um dos quatro casos de modificação da matriz impedância de barra já vistos;
d) Restrição: a matriz impedância de barra deve ser iniciada por componente ligado à referência.
Quando não existir tal elemento, uma barra é tomada como referência.
Exemplo 2.10.
Montar a matriz impedância de barra passo a passo para o sistema da Figura 2.28.
1 2 4 3
3
~ 5 ~
1 6 2
1
Z BARRA j 0,25 1
1 3
j 0,25 0,00 1
Z BARRA
0,00 j 0,20 3
40
Análise de Sistemas de Potência
Rearrumando-se a matriz Z BARRA para que a ordem das colunas corresponda ao número das barras
vem:
1 2 3
j 0,25 j 0,25 0,00 1
Z BARRA j 0,25 j 0,33 0
2
0,00 0,00 j 0,20
3
1 2 3 4
j 0,25 j 0,25 0,00 j 0,25 1
j 0,25 j 0,33 0,00 j 0,33 2
Z BARRA
0,00 0,00 j 0,20 j 0,20 3
j 0,25 j 0,33 j 0,20 j 0,59 Z 22 Z 33 Z 23 Z 32 zb
4
41
Análise de Sistemas de Potência
Utilizando-se o programa MATLAB para inverter diretamente a matriz YBARRA encontra-se para
Z BARRA :
Observação: Para maior eficiência do processo, fecha-se o laço o mais cedo possível para se aplicar
a redução de Kron em matriz de dimensão menor.
Basta inserir um elemento que em paralelo com o valor já existente forneça o valor desejado. Para
se transformar o valor de zx no valor zy entre as barras k e m, como mostra a Figura 2.29, basta inserir o
elemento zb de tal forma que z x // zb z y .
k m k m
zx zy
Figura 2.29 - Modificação do valor original z x da matriz impedância de barra, zx //zb =zy
2.8 – Obtenção dos elementos da coluna da matriz impedância de barra a partir da matriz
admitância de barra
Se a matriz impedância de barra for multiplicada pelo vetor que contém 1 na linha k e zero no resto
vem:
42
Análise de Sistemas de Potência
Z N1 Z Nk Z NN 0 Z Nk
ou seja,
(k )
Z BARRA l k Z BARRA , coluna k da matriz impedância de barra.
(k )
YBARRA Z BARRA l k YBARRA Z BARRA ,
I
(K ) (K )
YBARRA Z BARRA l K , sistema de equações lineares com incógnita Z BARRA .
Seja
0
lk j 1 Coluna k
1 Coluna j
0
(k j )
Z BARRA l k j Z BARRA ,
(k j )
YBARRA Z BARRA l k j YBARRA Z BARRA ,
(k j )
YBARRA Z BARRA lk j , resolvido por decomposição LU da matriz YBARRA, mostrado anteriormente,
(k j )
L U Z BARRA lk j .
Exemplo 2.11.
Calcular a diferença dos elementos (ZBARRA(44) ZBARRA(45) ) da matriz ZBARRA , conhecendo-se a matriz
YBARRA.
43
Análise de Sistemas de Potência
Z BARRA( 44 ) Z BARRA( 45) Z BARRA( 44) Z BARRA(54) , logo só é preciso calcular a coluna 4 da matriz
ZBARRA.
a) fatoração LU.
Basta fazer no programa MATLAB o comando [L, U] = lu(ybarra) que o programa retorna as
matrizes L e U.
0,0
0,0
( 4)
L U Z BARRA 0,0 .
H 1,0
0,0
Primeira etapa: L H l4 ,
1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 H1 0,0
0,33 1,0 0,0 0,0 0,0 H2 0,0
0,0 0,70 1,0 0,0 0,0 H3 0,0 .
0,67 0,29 0,19 1,0 0,0 H4 1,0
0,0 0,0 0,81 0,98 1,0 H5 0,0
Solução: H1 H 2 H 3 0,0 ,
L44 H 4 L45 H 5 1,0 H 4 (1,0 L45 H 5 ) L44 H 4 1,0 1,0 1,0 ,
L54 H 4 L55 H 5 0,0 H5 L54 H 4 L55 0,98 1,0 1,0 0,98 .
( 4)
Segunda etapa: U Z BARRA H,
Por inversão direta da matriz YBARRA com auxílio do programa MATLAB obtém-se:
Pode-se verificar da matriz ZBARRA que Z44 Z45 = j5,1500j5,0000 = j0,1500, que confere com o
cálculo anterior.
44
Análise de Sistemas de Potência
Capítulo 3
Fluxo de Potência
3.1 – Introdução
É o mais freqüente estudo feito nos sistemas elétricos de potência. É o estudo que fornece a
solução de uma rede elétrica, em regime permanente, para uma dada condição de operação, isto é, para
uma dada condição de carga e geração, sujeitas a restrições operativas e à ação de dispositivos de
controle.
3.1.2.1 – Geração
São os valores da potência ativa (PG ) e da potência reativa (QG) geradas nas barras ou o valor da
potência ativa (PG ) e módulo da tensão gerada (V), no caso de barras de tensão controlada.
3.1.2.2 – Carga
São os valores de potência ativa (PL ) e potência reativa (QL) consumidas em cada barra do sistema
onde a carga existir, consideradas constantes.
São, entre outros, os limites para o fluxo de potência nas linhas e transformadores, o módulo das
tensões nas barras, a capacidade de geração das máquinas.
45
Análise de Sistemas de Potência
3.1.6 – Aplicações
a) Ferramenta para análise da adequação de uma topologia do sistema para uma dada condição de
geração e carga. Utilizado no planejamento, operação e controle do sistema de potência;
b) Utilizado como parte integrante de outros estudos, tais como:
Curto-circuito: cálculo das tensões pré falta;
Estabilidade: calcula a condição inicial e também calcula a solução da rede em cada passo
de integração;
Confiabilidade: conhecendo-se os dados probabilísticos de falha dos diversos componentes
da rede, estimar a probabilidade de falha de suprimento ao consumidor, a fim de torná-la
menor que um percentual especificado através de investimento no sistema. O fluxo de
potência serve para a verificação da adequação de cada estado com falha;
Análise de contingência estática: o fluxo de potência é usado para analisar cada
contingência (saída de equipamento por exemplo) da rede elétrica;
Fluxo de potência ótimo: este estudo fornece a melhor topologia/configuração para
minimizar o custo de operação ou minimizar as perdas. É um fluxo de potência com as
restrições de um problema de otimização.
Para o estudo de fluxo de potência, supõe-se o sistema equilibrado, logo só se usa a rede de
seqüência positiva. Este estudo é baseado em modelo nodal e matriz admitância de barra,
I YBARRA V .
Observação: em sistemas de distribuição usa-se a modelagem trifásica para o cálculo do fluxo de
potência, pois o sistema de distribuição é essencialmente desequilibrado.
O esforço computacional está quase que todo na solução do sistema de equações, daí o uso de
método eficiente de solução.
Estes métodos têm como vantagem a formulação simples e pouca necessidade de memória devido a
esparsidade de YBARRA ser maior que 95%. Como exemplo o método de Gauss-Seidel.
A desvantagem destes métodos é a convergência lenta devido ao fraco acoplamento entre variáveis
(influência pequena entre barras), sendo necessárias cerca de 200 iterações para se chegar na solução
do problema.
46
Análise de Sistemas de Potência
Convergem mais rápido, pois a matriz é cheia, porém necessita de muita memória pelo mesmo
motivo e o custo da montagem da matriz Z BARRA é elevado.
Tem como vantagem ser robusto, pois converge quase sempre e com poucas iterações. Além disto a
convergência independe da dimensão do sistema. Usa a matriz YBARRA e a partir desta é montada a
matriz jacobiana. É atualmente o método mais utilizado.
Este é um método aproximado de solução que analisa somente o fluxo de potência ativa, também
chamado de fluxo DC.
Seja a barra k com geração, carga e linhas. A Figura 3.1 exemplifica esta barra.
k
P Gk
Geração ~
QGk
P Lk QLk
Nos estudos de fluxo de potência calcula-se a injeção líquida de potência em cada barra, ou seja,
calcula-se para cada barra k:
Pk PGk PLk ,
Qk QGk QLk ,
Sk Pk jQk .
Considerando-se a injeção líquida de potência, a Figura 3.2 é a representação da Figura 3.1 para se
adequar à equação I YBARRA V onde I k é a injeção de corrente na barra k.
47
Análise de Sistemas de Potência
k
Pk
Qk
Pk jQk Pk jQk
Sk Vk I k* Pk jQk I k* Ik .
Vk Vk*
n
Sk Pk jQk Vk I k* Vk *
Ykm Vm* , k = 1, n, (3.1)
m 1
que é a injeção líquida de potência na barra k em função dos parâmetros da rede e das tensões nas
barras.
n
*
Pk Re Vk Ykm Vm* , k = 1, n.
m 1
n
Pk Re Vk k Gkm jBkm Vm m , k = 1, n.
m 1
n
Pk Re Vk k Gkm jBkm Vm m , k = 1, n,
m 1
48
Análise de Sistemas de Potência
n
Pk Re Vk Vm ( k m) Gkm jBkm , k = 1, n,
m 1
n
Pk Re Vk Vm Gkm ( k m) jVk Vm Bkm ( k m) , k = 1, n.
m 1
n
Pk Vk Vm Gkm cos( km ) Vk Vm Bkm cos( km 90 0 ) , k = 1, n.
m 1
n
Pk Vk Vm Gkm cos( km ) Bkm sen( km ) , k = 1, n. (3.2)
m 1
n
*
Qk Im Vk Ykm Vm* , k = 1, n.
m 1
n
Qk Im Vk k Gkm jBkm Vm m , k = 1, n.
m 1
n
Qk Im Vk k Gkm jBkm Vm m , k = 1, n,
m 1
n
Qk Im Vk Vm ( k m) Gkm jBkm , k = 1, n,
m 1
n
Qk Im Vk Vm Gkm ( k m) jVk Vm Bkm ( k m) , k = 1, n.
m 1
49
Análise de Sistemas de Potência
Exemplo 3.1.
Escrever as equações do fluxo de potência da Figura 3.3 na forma complexa e na forma de variável
real polar.
1 2
E1 E2
PL3 + jQL3
*
S1 PG1 jQG1 V1 Y11 V1 Y12 V2 Y13 V3 ,
*
S2 PG 2 jQG 2 V2 Y21 V1 Y22 V2 Y23 V3 ,
*
S3 PL 3 jQL 3 V3 Y31 V1 Y32 V2 Y33 V3 .
50
Análise de Sistemas de Potência
As perdas do sistema não estão representadas nas equações do fluxo de potência. A barra flutuante
é responsável pelo suprimento de todas as perdas do sistema e por isto não tem a geração fixada. A
geração da barra flutuante é calculada após a solução do problema.
Do Exemplo 3.1 tem-se portanto que PG1 PG 2 PL 3 Pperdas _ ativas _ totais , que só são conhecidas
após a solução do fluxo de potência.
Suponha que a barra 1 do exemplo 3.1 seja flutuante, logo PG1 jQG1 não é um dado do problema,
logo elimina-se a primeira equação do sistema posto na forma complexa, logo o sistema fica:
*
S2 PG 2 jQG 2 V2 Y21 V1 Y22 V2 Y23 V3 ,
*
S3 PL3 jQL3 V3 Y31 V1 Y32 V2 Y33 V3 .
A equação relativa a barra 1 foi eliminada. Tem-se 2 equações e três incógnitas. O processo
consiste em fixar uma incógnita, no caso V1 . Após se encontrar a solução, V2 e V3 , calculam-se P1 e
Q1. A barra flutuante é uma barra de tensão controlada e referência de ângulo para o sistema.
Esta barra existe para suprir as perdas do sistema, desconhecidas até a solução da rede. Só existe
uma barra flutuante em todo o sistema.
Não existe qualquer controle de tensão nesta barra. A maioria das barras é deste tipo, cerca de 95%
do total de barras.
Dados de entrada: P k, Qk .
Calculado nesta barra: Vk , k.
A barra de carga pode ter gerador, só que este fornecerá P e Q constantes durante todo o processo
de cálculo.
Existem dispositivos de controle que permitem manter o módulo da tensão e a injeção de potência
ativa em valores especificados tais como gerador e compensador síncrono. Algumas das barras do
sistema são deste tipo, representando 5% do total de barras.
Dados de entrada: Pk , Vk .
Calculado nesta barra: Qk, k.
Devido à variedade de tipos de barras, o sistema de equações que descreve o sistema elétrico é
dividido em dois subsistemas.
51
Análise de Sistemas de Potência
3.2.4.1 – Subsistema 1
Este subsistema contém as equações que devem ser resolvidas para se encontrar a solução do fluxo
de potência, ou seja, módulo e ângulo das tensões nas barras.
Pk Pk (V , ) , k PQ, PV , barras de carga e de tensão controlada,
Qk Qk (V , ) , k PQ , barras de carga.
3.2.4.2 – Subsistema 2
As incógnitas aqui contidas são determinadas por substituição das variáveis calculadas no sub-
sistema 1.
Pk Pk (V , ) , k V , barra flutuante,
Qk Qk (V , ) , k V , PV , barra flutuante e barras de tensão controlada.
Exemplo 3.2.
Escrever as equações do sistema da Figura 3.4 na forma real polar, separando-as nos subsistemas 1
e 2. As variáveis especificadas estão mostradas na própria Figura 3.4.
1 2
E1 E2
V 1, 1 V2 , P2
P3 Q3
3
P2 V2 Vm G2 m cos( 2m ) B2 m sen( 2m ) ,
m 1
3
P3 V3 Vm G3m cos( 3m ) B3m sen( 3m ) ,
m 1
3
Q3 V3 Vm G3m sen( 3m ) B3m cos( 3m ) .
m 1
Para se determinar as outras variáveis (P1, Q1 , Q2) basta substituir as variáveis calculadas no
subsistema 1 no subsistema 2.
52
Análise de Sistemas de Potência
Seja sistema elétrico com n barras onde l destas barras são barras de tensão controlada e uma é a
barra flutuante.
O número de equações do sistema na forma real polar é 2 n l 2 .
Seja o caso do sistema brasileiro com 2.000 barras sendo 100 barras de tensão controlada. O
número de equações a serem resolvidas é 4.000 100 2 3.898 . Conclui-se deste número que o
método de solução deve ser eficiente.
a n1 x1 a n 2 x2 a n 3 x3 a n 4 x 4 a nn xn bn
1
xn bn a n1 x1 a n 2 x2 a n 3 x3 a n 4 x 4 a nn 1 xn 1
a nn
O método de Jacobi consiste em iniciar o processo de solução com valores arbitrados. Sejam
x1( 0) , x2( 0) ,
, xn( 0) os valores arbitrados para a primeira iteração, onde o sobrescrito corresponde a
iteração. A partir deste conjunto, substituindo-o nas Equações 3.4 obtém-se o conjunto x1(1) , x2(1) , , xn(1)
mais próximo da solução procurada. A próxima etapa consiste em substituir nas Equações 3.4 os
valores recém obtidos. O processo se repete até que convergência seja obtida. Aplicando-se a primeira
iteração ao sistema de Equações 3.4 vem:
1
x1(1) b1 a12 x2( 0) a13 x3( 0) a14 x4( 0) a1n xn( 0)
a11
1
x2(1) b2 a 21 x1( 0) a 23 x3( 0) a 24 x4( 0) a 2 n xn( 0)
a 22
1
xn(1) bn a n1 x1( 0) a n 2 x2( 0) a n3 x3( 0) a n 4 x4( 0) a nn 1 xn( 0)1
a nn
53
Análise de Sistemas de Potência
Este método, da mesma forma que o método de Jacobi, não é atualmente utilizado para solucionar
um sistema elétrico de potência por ser muito lento, porem é muito didático. Encontra utilização na
melhoria dos valores arbitrados para início de um outro método mais eficiente.
O método de Gauss-Seidel é um aperfeiçoamento do método de Jacobi e difere deste somente
quanto ao conjunto de valores substituídos nas Equações 3.4. A diferença é que os valores substituídos
são aqueles mais recentes, ou seja, à medida que os valores são determinados, estes são utilizados no
processo de substituição, ou seja,
k 1 n
1
xk(i 1)
bk a km x m(i 1)
a km x m(i ) , k = 1, n.
a kk m 1 m k 1
Seja conjunto de valores arbitrados x1( 0) , x2(0) , , xn( 0) . Notar que a condição inicial da variável x1( 0) é
desnecessária para este sistema, porém no caso geral a mesma variável pode aparecer em ambos os
lados do sinal de igual. As variáveis calculadas são utilizadas na mesma iteração, ou seja, para a
primeira iteração:
1
x1(1) b1 a12 x2( 0) a13 x3( 0) a14 x4( 0) a1n xn( 0)
a11
1
x2(1) b2 a 21 x1(1) a 23 x3( 0) a 24 x4( 0) a 2 n xn( 0)
a 22
1
xn(1) bn an1 x1(1) a n 2 x2(1) a n3 x3(1) a n 4 x4(1) a nn 1 xn(1)1
a nn
1
xn(i 1)
bn a n1 x1(i 1)
a n 2 x2(i 1)
a n 3 x3(i 1)
a n 4 x 4(i 1)
a nn 1 xn(i 11)
a nn
Seja o sistema de três barras mostrado na Figura 3.4, onde a barra 1 é a barra flutuante e não existe
barra de tensão controlada (PV).
P2 jQ2 V2* Y21 V1 Y22 V2 Y23 V3 , logo:
1 P2 jQ2
V2 Y21 V1 Y23 V3 ,
Y22 V2*
1 P3 jQ3
V3 Y31 V1 Y32 V2 .
Y33 V3*
54
Análise de Sistemas de Potência
Vk Vk( i ) Vk(i 1)
especificado, geralmente entre 104 e 106.
O método de Gauss-Seidel nem sempre converge, além de ser lento. Para que haja convergência é
importante que o conjunto de valores arbitrados esteja próximo da solução.
k 1 n
1 Pk jQk
Vk(i 1)
Ykm Vm(i 1)
Ykm Vm(i ) , k = 2,n. (3.5)
Ykk Vk*(i ) m 1 m k 1
solução
Vk(i 1)
Vk(i 1)
Vk(i ) ,
Vk( acelerado)(i 1)
Vk(i ) Vk(i 1)
.
Na prática, para os sistemas elétricos de potência, o valor de é 1,6.
Este método é utilizado para as primeiras iterações do método de Newton-Raphson.
Solução:
a) Calcular Qk(calculado) a cada iteração com a equação:
*
S V I* S* V I* S* V* I ,
S P jQ S* P jQ Q Im V * I , logo
55
Análise de Sistemas de Potência
Qk( calculado)(i 1)
Im Vk(i 1)
I k(i 1)
,
n
Qk( calculado)(i 1)
Im Vk*(i 1)
Ykm Vm(i 1)
. (3.6)
m 1
Vk(i 1)
Vk( especificado ) ( provisório )(i 1)
k .
Exemplo 3.3.
Desenvolver as três primeiras iterações do método de Gauss-Seidel do sistema mostrado na Figura
3.6.
E2
1 2
E1 P G2 = 3,0 pu
V 2 = 1,1 pu
j10,0
3
j5,0
0
V1 =1,0 0
j10,0
P L3 = 4,5 pu
Q L3 = 0,5 pu
56
Análise de Sistemas de Potência
1 3,0 jQG 2
V2 j10,0 1,0 j 5,0 V3 .
j15,0 1,1 2
1 PL 3 jQL 3
V3 Y31 V1 Y32 V2 , substituindo-se os valores fixos vem:
Y33 V3*
1 4,5 j 0,5
V3 j10,0 1,0 j 5,0 1,1 0 .
j15,0 V3*
Estimar valor de QG 2 , pois pertence a barra de tensão controlada. Aplicando-se a Equação 3.6 vem:
n n
Qk( calcilado)(i 1)
Im Vk*(i 1)
Ykm Vm Q2( calculado) Im V2* Y2 m Vm .
m 1 m 1
Primeira iteração.
1 3,0 j1,65
V2 j10,0 1,0 j 5,0 1,0 0 0 ,
j15,0 1,1 2
j
V2 2,73 j16,5 1,11 9,39 0 . Como a tensão V2 é especificada tem-se: V2 1,1 9,39 0 .
15,0
1 4,5 j 0,5
V3 j10,0 1,0 j 5,0 1,1 9,39 0 .
j15,0 1,0 0 0
1
V3 4,5 j 0,5 j10,0 j 5,0 1,1 9,39 0
j15,0
j
V3 4,5 j 9,5 5,5 80,610
15,0
j
V3 4,5 j 9,5 0,90 j 5,43
15,0
j
V3 3,60 j14,93
15,0
V3 0,99 j 0,24 1,02 13,57 0
57
Análise de Sistemas de Potência
f(x)
f(x(0))
f(x(1))
f(x(3))
x (i 1)
x (i ) x (i ) .
6) Voltar ao passo 2.
58
Análise de Sistemas de Potência
Sejam
t
F f1 f2 fn
t
x x1 x2 xn
F
onde J é a matriz jacobiana.
x
que é do tipo b A x.
6) Voltar ao passo 2.
n
Pk Vk Vm Gkm cos( km ) Bkm sen( km ) , k PQ, PV ,
m 1
n
Qk Vk Vm Gkm sen( km ) Bkm cos( km ) , k PQ .
m 1
Pk 0 k PQ, PV
.
Qk 0 k PQ
59
Análise de Sistemas de Potência
t
F P1 P2 Pn 1 Q1 Q2 Ql
t
x 1 2 n 1 V1 V2 Vl
t
Seja F f1 f2 fn e as variáveis x 1, x 2, ..., xn .
f1 f1 f1
x1 x2 xn
f2 f2 f2
J (n n) x1 x2 xn .
fn fn fn
x1 x2 xn
P1 P1 P1 P1 P1 P1
1 2 n 1 V1 V2 Vl
P2 P2 P2 P2 P2 P2
1 2 n 1 V1 V2 Vl
H N
Pn 1 Pn 1 Pn 1 Pn 1 Pn 1 Pn 1
1 2 n 1 V1 V2 Vl
J (n 1 l ) (n 1 l ) Q1 Q1 Q1 Q1 Q1 Q1
1 2 n 1 V1 V2 Vl
Q2 Q2 Q2 Q2 Q2 Q2
1 2 n 1 V1 V2 Vl
M L
Ql Ql Ql Ql Ql Ql
1 2 n 1 V1 V2 Vl
H N
J
M L
60
Análise de Sistemas de Potência
P P
H (n 1) ( n 1) , N (n 1) l ,
V
Q Q
Ml ( n 1) , Ll l .
V
(i ) (i ) (i )
P H N
.
Q M L V
Equações do subsistema 1:
n
Pk Vk Vm Gkm cos( km ) Bkm sen( km ) , k PQ, PV ,
m 1
n
Qk Vk Vm Gkm sen( km ) Bkm cos( km ) , k PQ .
m 1
Sistema matricial:
(i ) (i )
P
J (i ) que está na forma b A x.
Q V
H N
J
M L
P P
H (n 1) ( n 1) , N (n 1) l
V
Q Q
Ml ( n 1) , Ll l
V
61
Análise de Sistemas de Potência
Exemplo 3.4.
No sistema da Figura 3.8 são dados: V1 , 1 , P2 ,V2 , P3 , Q3 . Calcular no processo iterativo 2 , 3 ,V3 .
Após a convergência calcular P1 , Q1 , Q2 .
1 2
E1 E2
V, P, V
P, Q
A equação do subsistema 1 é:
P2 2
P3 J 3 ,
Q3 V3
(i 1) (i ) (i )
2 2 2
3 3 3 .
V3 V3 V3
P2 P2 P2
2 3 V3
P3 P3 P3
J
2 3 V3
Q3 Q3 Q32
2 3 V3
H 22 H 23 N 23
J H 32 H 33 N 33
M 32 M 33 L33
62
Análise de Sistemas de Potência
Pk
H km Vk Vm Gkm sen( km ) Bkm cos( km ) ,
m
Pk
H kk Vk2 Bkk Vk Vm Gkm sen( km ) Bkm cos( km ) ,
k m k
Pk
N km Vk Gkm cos( km ) Bkm sen( km ) ,
Vm
Pk
N kk Vk Gkk Vm Gkm cos( km ) Bkm sen( km ) ,
Vk m k
Qk
M km Vk Vm Gkm cos( km ) Bkm sen( km ) ,
m
Qk
M kk Vk2 Gkk Vk Vm Gkm cos( km ) Bkm sen( km ) ,
k m k
Qk
Lkm Vk Gkm sen( km ) Bkm cos( km ) ,
Vm
Qk
Lkk Vk Bkk Vm Gkm sen( km ) Bkm cos( km ) .
Vk m k
onde kk se refere ao termo da diagonal (k) e km se refere ao termo fora da diagonal (linha k, coluna m).
As matrizes H, N, M, L são simétricas em estrutura. Se existe H12 existe H21 , no caso de matriz
quadrada.
63
Análise de Sistemas de Potência
Exemplo 3.5.
Escrever a matriz jacobiana do sistema da Figura 3.9 em termos dos elementos das matrizes H, M,
N, L.
4 V, 1 P, Q
P, Q 2 3 P, V
Compensador
síncrono
Exemplo 3.6.
A Figura 3.10 mostra um sistema elétrico formado por duas barras. Resolvê-lo pelo método de
Newton-Raphson. Considerar a tolerância em P = = 0,003. Considerar 2( 0) 0 0 . (Dados em pu na
base do sistema).
V PV
1 (0,2 + j1,0) 2
Barra Tipo P Q V
1 V 1,0 0,0
2 PV 0,4 1,0
Dados da linha
Linha r x b shunt
1-2 0,2 1,0 0,02
64
Análise de Sistemas de Potência
1) Montar YBARRA
Y12 1 (0,2 j1,0) 0,19 j 0,96
0,19 j 0,94 0,19 j 0,96
YBARRA .
0,19 j 0,96 0,19 j 0,94
P2 J 2 .
H 22
H 22 V22 B22 V2 V1 G21 sen( 21 ) B21 cos( 21 ) V2 G22 sen( 22 ) B22 cos( 22 ) ,
H 22 V22 B22 V2 V1 G21 sen( 21 ) B21 cos( 21 ) V2 B22 ,
Segunda iteração, i = i + 1 = 2.
H 22 0,94 0,19 sen( 0,416) 0,96 cos( 0,416) 0,94 ,
( 2)
H 22 0,80.
65
Análise de Sistemas de Potência
1 1
2 H 22 P2 ( 0,03) ,
0,80
2 0,034 rad.
( 2) (1)
2 2 0,416 0,034 0,45 rad.
n
Qk Vk Vm Gkm sen( km ) Bkm cos( km ) .
m 1
n
Qk Vk Vm Gkm sen( km ) Bkm cos( km ) .
m 1
66
Análise de Sistemas de Potência
-7,89x10 -3 1 2
0,16
3.5 Expressões do fluxo de potência ativa e reativa nos diversos ramos e shunts
k I km I mk m
I série
Vk jbshunt jbshunt Vm
*
S km Pkm jQkm Vk I km ,
*
S mk Pmk jQmk Vm I mk ,
Vk Vk k ,
Vm Vm m,
y km g km jbkm ,
2 2 2 2
z km 1 ( g km jbkm ) g km ( g km bkm ) jbkm ( g km bkm ) rkm jxkm .
I km ( y km jbshunt ) Vk y km Vm ,
I km ( g km jbkm jbshunt ) Vk k ( g km jbkm ) Vm m ,
*
I km ( g km jbkm jbshunt ) Vk k ( g km jbkm ) Vm m .
*
S km Vk I km ( g km jbkm jbshunt ) Vk2 ( g km jbkm ) Vk Vm k m ,
S km g km Vk2 jbkm Vk2 jbshunt Vk2 g km Vk Vm k m jbkm Vk Vm k m .
67
Análise de Sistemas de Potência
I mk ( y km jbshunt ) Vm y km Vk ,
I mk ( g km jbkm jbshunt ) Vm m ( g km jbkm ) Vk k ,
*
I mk ( g km jbkm jbshunt ) Vm m ( g km jbkm ) Vk k .
*
S mk Vm I mk ( g km jbkm jbshunt ) Vm2 ( g km jbkm ) Vk Vm m k ,
S mk g km Vm2 jbkm Vm2 jbshunt Vm2 g km Vk Vm m k jbkm Vk Vm m k .
As perdas reativas podem ser calculadas como (armazenada nos campos elétrico e magnético):
Q perdas Qkm Qmk bkm Vk2 2 Vk Vm cos( k m ) Vm
2
bshunt Vk2 bshunt Vm2 ) .
68
Análise de Sistemas de Potência
ykm
k I km I mk m
Vk Vm
*
S mk Vm I mk Pmk jQmk .
I mk y km (Vm Vk ) , onde I mk é a corrente que circula na linha de transmissão.
I mk ( g km jbkm ) (Vm Vk ) ,
*
I mk ( g km jbkm ) (Vm* Vk* ) ,
69
Análise de Sistemas de Potência
* * 2 2
PPerdas I km I km rkm I km I km g km ( g km bkm ),
PPerdas g km jbkm Vk Vm g km jbkm Vk* Vm* 2
g km ( g km 2
bkm ),
PPerdas g km Vk k Vm m Vk k Vm m ,
PPerdas g km Vk2 Vk Vm k m Vk Vm m k Vm2 ,
PPerdas g km Vk2 g km Vm2 2 g km Vk Vm cos( k m) , expressão idêntica a da expressão de
Pkm Pmk .
* * 2 2
QPerdas I km I km xkm I km I km bkm ( g km bkm ),
QPerdas g km jbkm Vk Vm g km jbkm Vk* Vm* 2
bkm ( g km 2
bkm ),
QPerdas bkm Vk k Vm m Vk k Vm m ,
QPerdas bkm Vk2 Vk Vm k m Vk Vm m k Vm2 ,
QPerdas bkm (Vk2 Vm2 ) 2 bkm Vk Vm cos( k m) , expressão idêntica à expressão de
Qkm Qmk .
( perdas )
Perda de potência ativa: Pkm Pkm Pmk ,
( perdas )
Perda de potência reativa: Qkm Qkm Qmk .
3.5.3 Transformador
t ykm
k I km I mk m
I km (t y km ) (Vk Vm ) (t 2 t ) y km Vk ,
I km t2 y km Vk t y km Vm .
*
S km Vk I km Pkm jQkm .
70
Análise de Sistemas de Potência
I mk (t y km ) (Vm Vk ) (1 t ) y km Vm ,
I mk t y km Vk ykm Vm .
*
S mk Vm I mk Pmk jQmk .
jbshunt
Q(shunt)
rshunt = 1/gshunt
P (shunt)
Cálculo do fluxo de potência nas linhas do sistema da Figura 3.11, Exemplo 3.6.
I12 (0,19 j 0,96 j 0,02) 1 0 0 (0,19 j 0,96) 1,0 25,87 0 0,437 0,0157 rad.
S12 1,0 0 0 I12
*
0,437 j 6,82 10 3 .
I 21 (0,19 j 0,96) 1,0 0 0 (0,19 j 0,96 j 0,02) 1,0 25,87 0 0,430 3,069 rad.
*
S 21 V2 I 21 1,0 0,45 0,430 3,069 0,40 j 0,16 .
Pperdas 0,437 0,40 0,037 ,
3
Q perdas 6,82 10 0,16 0,154 .
Balanço de potência:
P1 P2 Pperdas 0,437 0,40 0,037 ,
3
Q1 Q2 Q perdas 6,82 10 0,16 0,154 .
71
Análise de Sistemas de Potência
Exemplo 3.7.
Refazer o exemplo 3.6 considerando-se uma barra flutuante e uma barra de carga como mostra a
Figura 3.17. (Dados em pu na base do sistema).
V PQ
1 (0,2 + j1,0) 2
Solução:
2. Verificação de convergência.
n
Pk Vk Vm Gkm cos( km ) Bkm sen( km ) , k PQ, PV .
m 1
n
Qk Vk Vm Gkm sen( km ) Bkm cos( km ) , k PQ .
m 1
72
Análise de Sistemas de Potência
Teste de convergência.
P 2 = 0,30 > 0,003, não convergiu, o processo continua,
Q2 = 0,09 > 0,003, não convergiu, o processo continua.
73
Análise de Sistemas de Potência
Valores numéricos:
( 0)
H 22 0,96 ,
( 0)
N 22 0,19 ,
( 0)
M 22 0,19 ,
L(220) 0,92 .
P H N
Os valores numéricos do sistema são:
Q M L V
Utilizando-se a regra prática para inverter uma matriz 2 2 que consiste em trocar os
elementos da diagonal principal e trocar apenas o sinal dos demais elementos e dividir a matriz
assim formada pelo determinante da matriz original vem:
74
Análise de Sistemas de Potência
2 1 0,29
,
V2 0,92 0,0288
2 0,318
.
V2 0,031
Atualizando-se valores:
(1) ( 0)
2 2 2 0,00 0,318
V2(1) V2( 0) V2 1 0,031
(1)
2
0,318
V2(1) 1,031
4. Verificação da Convergência:
Teste de convergência.
P 2 = 0,005883725 > 0,003, não convergiu, o processo continua,
Q2 = 0,0515650666 > 0,003, não convergiu, o processo continua.
5. Segunda iteração
( 2)
2 0,330
V2( 2) 0,978
Convergência:
P2 0,001 ,
Q2 0,002 .
P P
Este método é baseado no forte acoplamento entre as variáveis P e QV, ou seja, e
V
Q Q P Q
. Por este motivo as matrizes M e N são desprezadas. O sistema fica então:
V V
(i ) (i ) (i )
P H 0
.
Q 0 L V
Ficam então definidos dois sistemas de equações que são:
(i ) (i ) (i )
P H ,
Qi Li V i,
1) Divisão das equações de resíduo pelo respectivo módulo da tensão com a finalidade de acelerar
a convergência.
Cada termo dos vetores P e Q está dividido por sua tensão, onde:
H km
H ' km Vm Gkm sen( km ) Bkm cos( km ) ,
Vk
H kk
H ' kk Vk Bkk Vm Gkm sen( km ) Bkm cos( km ) ,
Vk m k
Lkm
L' km Gkm sen( km ) Bkm cos( km ) ,
Vk
Lkk 1
L'kk Bkk Vm Gkm sen( km ) Bkm cos( km ) .
Vk Vk m k
76
Análise de Sistemas de Potência
Aplicando-se as considerações anteriores no cálculo dos elementos das matrizes H e L, chega-se a:
H ' km Bkm ,
H ' kk Bkk ,
L' km Bkm ,
L'kk Bkk .
As matrizes de coeficientes tornam-se, desta forma, constantes durante todo o processo iterativo,
passando a ser chamadas de:
H' B'
L' B''
1
B' km , (3.7a)
xkm
1
B' kk , (3.7b)
m
x km
k
onde:
k é o conjunto das barras diretamente conectados com a barra k excetuando-se a própria barra k;
xkm é a reatância do ramo km;
Bkm e Bkk correspondem à parte imaginária dos elementos km e kk respectivamente da matriz YBARRA.
P
B' , de dimensão n 1, a barra flutuante é excluída,
V
Q
B' ' V , de dimensão l, número de barras PQ.
V
77
Análise de Sistemas de Potência
Exemplo 3.8
Formular as equações do fluxo de potência desacoplado rápido do circuito da Figura 3.18.
1 2
E1 E2
3
j0,5 j0,5
Barra Tipo PG QG PL QL V
1 V 0,0 0,0 1,0 0,0
2 PV 0,4 0,0 0,0 1,0
3 PQ 0,0 0,0 1,0 0,4
78
Análise de Sistemas de Potência
(i )
P2
(i )
V2 B' 22 B' 23 2
, apenas a barra flutuante não está representada.
P3 B '32 B'33 3
V3
(i )
Q3 (i )
B' '33 V3
V3
Sistema P
Sistema QV
(i 1) (i ) (i )
2 2 2
3 3 3
Primeira iteração P
P2 0,4 P2( calculado) (V ( 0) , ( 0)
),
1,0 0,0
P3 1,0 P2(calculado ) (V (0) , ( 0)
) , onde V (0)
1,0 e ( 0)
0,0 . arbitrado
arbitrado 1,0 0,0 arbitrado
P2( calculado ) V2 V1 0,99 cos( 21 ) 9,90 sen( 21 ) V2 1,98 cos( 22 ) 18,80 sen( 22 )
+ V3 0,99 cos( 23 ) 9,90 sen( 23 )
79
Análise de Sistemas de Potência
Não convergiu.
(1) (1)
5) Primeira iteração P : atualizar 2 e 3 ,
P2 P2
V2 1,0 B' 22 B '23 2
.
P3 P3 B'32 B'33 3
V3 1,0
P2
1,0 20,0 10,0 2
P2 10,0 20,0 3
1,0
2 1 2,0 0,0067
3 300 16,0 0,0533
Exemplo 3.9
Resolver o sistema da Figura 3.19 pelo método desacoplado rápido. (Dados em pu na base do
sistema).
V PQ
1 (0,2 + j1,0) 2
80
Análise de Sistemas de Potência
0,19 0,19
G BARRA ,
0,19 0,19
0,94 0,96
B BARRA .
0,96 0,94
1. Sistema de equações.
P2
B' 22 2 ,
V2
Q2 (i )
(i 1)
B' '22 V2 .
V2
1 1
B' 22 1,0
x12 1,0
B' ' 22 B22 0,94
2. Processo iterativo
Primeira iteração P
Primeira iteração QV
Q2
B' ' 22 V2
V2
0,0098
0,94 V2 V2 0,0104
1,0
V2 1,0 0,0104 0,9896
81
Análise de Sistemas de Potência
Segunda iteração P
P2 V2 0,9896 0,274 ,
2 0, 3
Segunda iteração QV
Q2 V2 0,9896 0,0814
2 0 ,3256
Terceira iteração P
P2 0,295
P2 0,005
Convergência: 0,005 > , o processo continua.
2 0,3307
Terceira iteração QV
Q2 0,0716
Q2 0,0016
Convergência: 0,0016 < , convergiu, logo não atualizo as variáveis e testo o outro sistema de
equações.
Quarta iteração P
P2 V2 0 ,9774 0,229
2 0,3307
Solução encontrada:
V2 0,9774 0,3307 radianos.
82
Análise de Sistemas de Potência
A pequena defasagem angular entre barras, a relação Bkm Gkm sen( km ) , as tensões
próximas de 1,0 pu e o fluxo nas linhas ser maior que o fluxo transversal são sempre verdadeiros nos
sistemas de potência. A exceção é a relação x/r alta. A seguir artifícios matemáticos para contornar este
restrição.
k m r/x'' pequeno
O método desacoplado rápido convencional é conhecido como método XB pois a matriz B' só
utiliza x, a reatância do elemento, e B'' só utiliza b, o negativo da parte imaginária da matriz YBARRA .
No método BX, B' só utiliza b e B'' só utiliza x. Este tem melhor desempenho quando a relação r/x é
alta.
O esquema não flexível faz sucessivamente uma iteração P e uma iteração QV até a convergência
do processo. O método flexível faz, por exemplo, devido a maior dificuldade da convergência da
equação QV, uma iteração P e duas iterações QV. Se o sistema estiver muito carregado, o número de
iterações QV aumenta.
83
Análise de Sistemas de Potência
a) Vk Vm 1,0 pu.
b) km pequeno, logo sen( km ) km .
1
Fazendo-se rkm 0 , tem-se g km . 0 e bkm
xkm
Aplicando-se as simplificações a) e b) nas Equações 3.9a e 3.9b, e desprezando-se as perdas chega-
se na seguinte equação do fluxo de potência linearizado:
Pkm bkm Vk Vm sen( km ) ,
1
Pkm 1,0 1,0 km ,
xkm
km
Pkm .
xkm
P km P km = km / xkm
Pkm = sen( km ) / x km
(CC ) (CA )
km km sem solução CA km
84
Análise de Sistemas de Potência
Os dois métodos fornecem praticamente a mesma solução para ângulos pequenos. O fluxo dc
converge mesmo para valores altos de Pkm, o que embora seja um resultado errado, fornece indicativo
de quanto a capacidade do ramo foi excedida.
Sabe-se que Pk Pkm , onde k é o conjunto de todas as barras conectadas com a barra k a
(m k)
km
Pk Pkm Pk .
(m
x
) km
k) (m k
1 1
Pk k m .
(m
x
) km (m
x
) km
k k
P B'
onde:
A ordem de B' é (n1), a barra flutuante é excluída pois a potência injetada nesta barra é
desconhecida.
Exemplo 3.10
Calcular o fluxo nas linhas do sistema da Figura 3.23. Utilizar o método linearizado.
1 x 12 = 1/3 2
P1 = 1,5 P2 = 0,5
1 = 00
3
P 3 = 1,0
Figura 3.23 Sistema do exemplo 3.10
Não é necessário montar a matriz YBARRA .
Montagem da matriz B', de dimensão 2, pois a barra flutuante é excluída.
85
Análise de Sistemas de Potência
1 1
B' 22 5,0 ,
x12 x23
1 1
B'33 4,0 ,
x13 x32
1
B' 23 B'32 2,0 .
x23
86
Análise de Sistemas de Potência
km
Pk Pperdask ,
(m
x
) km
k
km
Pk Pperdask ,
(m
xkm
k)
onde:
Pk Pperdask é a nova injeção líquida no sistema sem perdas;
Pperdask é a metade do somatório das perdas nos ramos diretamente conectados na barra k.
Representa-se Pperdask como carga adicional na barra, onde essa carga representa a metade das
perdas nos ramos diretamente ligados à barra.
Conclusão: as perdas são representadas como cargas adicionais, obtidas dividindo-se em partes
iguais as perdas nos ramos entre suas barras terminais. O esquema fica como exemplificado na Figura
3.24.
1 2
Pperdas2
Pperdas1
3
Pperdas3
Figura 3.24 Representação das perdas no fluxo de potência linearizado
Pperdas12 Pperdas13
Pperdas1 ,
2 2
Pperdas12 Pperdas23
Pperdas2 ,
2 2
Pperdas23 Pperdas13
Pperdas3 .
2 2
87
Análise de Sistemas de Potência
P Pperdas B' .
1) Desprezando-se as perdas,
P B'
Pkm km x km
2) Considerando-se as perdas,
~2
Pperdas km g km km , metade para cada lado do ramo.
P Pperdas B'
Exemplo 3.11.
Calcular o fluxo de potência do sistema da Figura 3.25 pelo método linearizado ou dc
considerando-se as perdas.
1 2
P1
~ ~
1 = 00 P 2 = 40 MW
3
P3 = 80 MW
88
Análise de Sistemas de Potência
Solução:
A perda do ramo é representada nas barras terminais, metade do valor destas perdas para cada lado.
Pperdas12 Pperdas23 0,108 10 3 4,086 10 3
Pperdas2 2,097 10 3 ,
2 2
Pperdas13 Pperdas23 3,864 10 3 4,086 10 3
Pperdas3 3,975 10 3 .
2 2
89
Análise de Sistemas de Potência
1 5,2 MW 2
P1 = 40 MW
~
~ ~ 2
1 =0 P2 = 40 MW
34,8 MW 45,2 MW
3
P 3 = 80 MW ~
3
90
Análise de Sistemas de Potência
1 5,47 MW 2 0,2097 MW
P1 = 40,79 MW
~ ~
0,1986 MW 1 =0 P2 = 40 MW
35,13 MW 45,26 MW
3
P3 = 80 MW
0,3975 MW
P(t)
2) Determinação da compensação shunt (em derivação) capacitiva necessária para manter a tensão
dentro de limites aceitáveis.
Roda-se fluxo em carga pesada. Verifica-se a existência de barra com tensão abaixo da
recomendável. Determina-se para esta barra a injeção de reativo Qshunt Bshunt V 2 . Roda-se
novamente o programa de fluxo de potência, sendo que este reativo é um dado de entrada, para
se conhecer o novo perfil de tensão. A tensão na barra não depende apenas da injeção de
reativo injetado nesta. Outra maneira de se fazer com que a tensão nesta barra aumente é
modelar esta como barra de tensão controlada.
1 2
Qshunt
91
Análise de Sistemas de Potência
1 2
~
Qshunt
Figura 3.30 Compensação shunt capacitiva
V1 , 1 V 2, 2
~
P12 ~
~ ~
área Sudeste área Sul
92
Análise de Sistemas de Potência
1 2 4
P
Figura 3.34 Curva do nariz
Procedimento para se determinar o ponto de colapso de tensão: aumenta-se gradativamente
PL 2 e QL 2 e PL 3 e QL 3 no sistema exemplo da Figura 3.35 até que o programa de fluxo de
potência não convirja. A melhor abordagem é usar o fluxo de potência continuado, baseado em
método predictor-corrector.
1 2
PL2
QL2
PL3 3
QL3
93