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CTE 17. MENSAGEM No final dos cantos, 0 poeta faz ouvir @ sua voz de critica ‘408 seus contemporéneos que estéo mergulhados na ambigo e na cobica e sdo responsdveis pela “apagada e viltristeza” em que esté Portugal. Por isso, no final do Canto X, desalentado, apela aa rei e dele espera 0 ressurgimento da luta e da gloria, O HERO! i mitico Fundo 0 “peitoilustre usitano”, anunciado na Proposiga Os herdis, embora representados histérico | concretiza-se, na plano da Viagem, na figura de Vasco da maioritariamente por figuras historicas, | Gama e, no plano da Historia de Portugal, nos reis @ funcionam como simbolos, como mitos que | herdis construtores do reino e do império. configuram a esséncia de Portugal, E um herdi épico, coletivo, representative dos portugueses (os Lusiadas) Objetivo | O her6i épico reatiza um trajato de valor e heroismo, O her6i mitico de Mensagem é mavido pela sonho, | ultrapassa 0 medo, supera-se a simesmo e imortaliza-se, pela loucura, pele “febre de Alem", procura | através da realizagao do seu objetivo: a edificagao do | ut6pica do impossivel, do infinito, do longe, da Feino e do impétio, na luta contra os infgis. Ukrapassando | distancia, do absolut. todos os obstéculos, os nautas uitrapassaram-se a si mesmos, ultrapassaram a sua condiao de “bichos da Terra tao pequenos", concretizando o lema renascentista da crenga nas capacidades do homem. Aca A agdo central de Os Lusfadas— Viagem de Vasco da _| Na Mensagem, a aco converte-se em sonho, em Gama~<é 0 ponto de partida e de chegade na construgao | contemplago, na procura de “uma India que néo do Império. E uma ago de coragem, heroismo e ha", da" Distancia / do mar ou outra, mas que srandeza,tipica de epopeia. A viagem empreendida a soja nossa”. : do caminho maritimo para a India, mas representa muito mais do que uma viagem geogrética. Ea viagem do confronto com os limites, do desvendamento dos segredos escondidos, a viagem do conhecimento, Obstaculos | 0 Velho do Restelo anuncia os perigos @ as mortes que | Nos poemas "0 Mostrengo” e “Mar Portugués” enfrentados | 0s portugueses enfrentardo e que o Adamastor (2° parte) estao representados os obstaculos as simbolizaré. realizacdes do pasado ~ os perigos, “as fégrimas Como em qualquer epopeia, 0 herdi tem de vencer 0 de Portuga?’ medo e pagar com a dor a perseguicao do seu objetivo. | Mas ne utopia proposta no presente, o grande ‘obsticulo 6 @ auséncia do sonho, que tom de ser vencida, para que do “Nevoeiro” presente surja 0 “dia claro”, o futur. IMPERIO NOs Lusfadas, 0 Império Portugués ¢ historicamente | Na Mensagem, o poeta propée a construgao de {eonstrugao) | 'eferencidvel, pois foi edificado a partir dos ‘um império futuro — 0 Quinta lmpério ~ que & Descobrimentos, 6 terreno, territorial, material. | espiritual e cuja edificacao cabe a Portugal, 0 rosto da Europa. D. __| D. Sebastido € 0 rei real a quem o posta se dirige. D. Sebastiao é 0 mito, o Desejado, o Encoberto, SEBASTIAO | « Na Dedicatéria, o posta dedica o poema ao rei 0 Sebastianismo & uma das linhas de sentido D. Sebastido, afrmando desde logo a esperanga de que | mais importantes da Mensagem, que apresenta ele prossiga a obra dos antepassados. lum cardcter profético, visionério, messiénico, | + No final do Canto X, é a D. Sebastido que 0 poeta apela, | Sendo D. Sebastido o mais importante mito e ara prosseguir 0s feitos dos herdis do pasado. ‘simbolo desta obra. VOZDO _| Dodesencanto do presente ap apelo ao futuro ssencanto do pre ro POETA O poeta, investido da sua missao visionéria, cexprime, a0 longo da obra, uma reflexao pessoal, interiorizada, lirica, sobre a patria que, no presente, esté mergulhada na noite, a patria que é “nevoeiro” e cuja identidade perdida sé pode ser recuperada através do sonho utépico do Quinto Império e do exemplo da loucura do Encoberto.

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