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História da pomba gira MARIA QUITÉRIA*

Essa pomba gira nasceu em 1624 no Reino de Portugal, em Lisboa. Como toda
portuguesa, ela recebeu o primeiro nome de Maria e o segundo nome de Quitéria, em
homenagem a Santa portuguesa. Ela foi criada por sua avó materna, pois sua mãe era
viúva e enamorou-se do imediato de um navio mercante, seguindo com ele em viagem.
Maria veio para o brasil e acomodou-se em Minas Gerais. Com 19 anos Maria teve seu
primeiro filho na fazenda onde seu esposo trabalhava como capataz. Maria era uma moça
prendada e sabia cuidar da casa e do marido com muito carinho e isso despertou olhares
cobiçosos de outros jagunços da fazenda. Passaram dois anos de harmonia e paz, até que
um dia José chegou em casa e encontrou Maria desacordada nos braços de outro, por uma
armação. Ele não pensou duas vezes, matou-a com 7 tiros e atirou contra seu companheiro
que fugiu porta afora. A criança foi entregue aos cuidados de uma família da fazenda.
José viveu muitos anos infeliz e sem ninguém. Queria muito saber porque Maria fizera
aquilo com ele. José foi atrás do farsante para que este contasse a verdade, ou tiraria sua
vida ali mesmo. E este lhe contou:
Sua mãe que não passava bem então Maria lhe preparou uma garrafada e alertou-o que o
remédio causava um forte sono e por isso devia ser tomado somente a noite. No dia da
tragédia ele pediu ajuda a Maria novamente, dessa vez dizendo que ele não se sentia bem.
Maria serviu o chá aos dois e tomou-o para acompanhá-lo, mas não percebeu que o
jagunço havia acrescentado ao chá o preparado. Ela sentiu diferença no gosto, mas não
levou em consideração. Quando ela sentiu sonolência pediu ao jagunço licença, ele saiu
e ela foi se deitar. Ele esperou até que ela dormisse e foi ter com ela... Maria até que
começou a acordar, mas ele trancou sua respiração e ela desmaiou. Então, ele aproveitou
para estuprá-la. Foi quando José chegou e ocorreu o fato.
José ao ouvir essa história ficou desconsolado. Então, sua Maria era inocente! Então José
levou o jagunço para fora do armazém e lhe deu três tiros na cabeça. Depois desse crime,
José evadiu-se de Minas Gerais e nunca mais foi visto. Maria, por sua vez, foi recolhida
ao plano espiritual e pode enfim descansar. Após o tratamento e o refazimento, Maria
passou a trabalhar na Linha das Almas, na Falange "Maria Quitéria". Maria sempre gostou
da história de Santa Quitéria, porque assim como a sua, era uma história de dor, desejo e
traição.

Esta pomba gira se trata de uma guardiã de fé, e é da mesma banda de Maria Padilha, é
uma entidade muito forte que comanda uma falange muito grande de mulheres. A
pomba gira Maria Navalhada é sua subordinada. Ela acompanha sete Exus e se
apresenta sempre quando bem incorporada como uma mulher forte e sem rodeios e ao
contrário do que muitos pensam, estas entidades apesar de serem muito sensuais, não
costumam se insinuar a ninguém. A sensualidade faz parte da sua maneira de viver e é
assim que elas se aproximam dos seus filhos de fé!
Para Maria Quitéria suas oferendas têm que sempre estarem impecáveis. É uma
entidade muito exigente para com seus filhos e filhas, e também com aqueles que
requerem sua ajuda.

A força energética de Maria Quitéria tem maior intensidade em trabalhos a serem


executados com as Almas principalmente em Cemitérios e Montes, sendo quase sempre
mensageira de Orixás como Iansã, Oyá. Obá, e as vezes Ogum.
Caminhos

*Maria Quitéria das 7 Encruzilhadas;


*Maria Quitéria da Calunga;
*Maria Quitéria das Almas;
*Maria Quitéria da Campina;
*Maria Quitéria do Cruzeiro;
*Maria Quitéria da Figueira;
*Maria Quitéria dos Infernos;
*Maria Quitéria das Sete Catacumbas.

Características

Atuação: Encruzilhadas, mata, cruzeiros, cemitérios, Montes.


Amuletos: Navalha, taça, bijuterias, perfumes, batons, toalhas vermelha e preta, rosas
vermelhas.
Bebida: Champanhes, Licores doces.
Fuma: Cigarros, Cigarrilhas longas, Cigarrilhas com piteiras.
Vela: Vermelha, Preta.
Guia: Vermelha, vermelha e preta.

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