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Trata-se de exceção de pré-executividade ajuizada por MIZU S/A, sustentando a

ilegalidade da penhora de ativos financeiros realizada nestes autos, uma vez que: a)
a manutenção da penhora colocará em risco o próprio funcionamento da empresa e
o adimplemento da verba trabalhistas de seus funcionários; b) a penhora foi
realizada com parcelamento vigente dos débitos ora cobrados (fls.63/76).
Ofício da Receita (fl.153/163), informando que, no caso em concreto, o débito
cobrado se encontra lançado em dívida ativa, de modo que o contribuinte não
observou a legislação vigent e ao pedir a concessão de parcelamento, pois deveria
protocolar seu pedido diretamente na PGFN, e não Receita Federal.
Decido.
Ora, é certo que o art. 11, inciso I, da Lei nº 6.830/80 estabelece o dinheiro em
primeiro lugar na ordem de penhora de bens na execução fiscal. Ademais, a
orientação da Primeira Seção/STJ firmou-se no sentido de que a penhora (ou
eventual substituição de bens penhorados) deve ser efetuada conforme a ordem
legal, prevista no art. 11 da Lei 6.830/80.
Em julgado do Egrégio Tribunal Regional Federal da 2º Região, ficou demonstrado
que grandes empresas não podem alegar a impenhorabilidade das verbas
bloqueadas sob o argumento de que a mera constrição afeta sua própria
sobrevivência, uma vez que tal alegação é destinada apenas à pessoa física ou
empresa de pequeno porte:
“[...] A impenhorabilidade prevista no art. 649,IV, do CPC dirige-se aos
rendimentos de natureza alimentar recebidos pela pessoa física, decorrentes do
trabalho ou de origem previdenciária. A sua aplicação às pessoas jurídicas é
admitida pela jurisprudência somente com relação às microempresas, empresas de
pequeno porte e firmas individuais, em casos excepcionais, quando demonstrado
que os bens penhorados são imprescindíveis à sobrevivência da própria empresa
[...]”(TRF -2 - AG: 200902010111747 RJ 2009.02.01.011174-7, Relator: Juiz
Federal Convocado ANTONIO HENRIQUE C. DA SILVA, Data de Julgamento:
17/11/2009, QUARTA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: DJU -
Data::16/12/2009 -Página::46/47).

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