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1. Conceito e âmbito
Complexo de normas que regula relações de conteúdo patrimonial entre pessoas, uma face as
outras (credor/devedor), que tem por objeto prestações de um sujeito face outro.
2. Características
O do trata de direitos de natureza pessoal que conferem a um sujeito o direito de exigir uma
prestação face outro com quem pactuou (direito de crédito).
O direito de crédito É RELATIVO (não oponível erga omines); representam o poder de exigir
prestação positiva ou negativa.
A patrimonialidade do objeto é ínsita em toda obrigação - a prestação deve ser passível de
avaliação pecuniária, mesmo que o interesse seja somente moral. A peculiaridade distingue a obrigação
em sentido técnico de numerosos outros atos da vida social.
Direito contra determinada pessoa Poder jurídico direto e imediato sobre a coisa, com
exclusividade, contra todos
Relação pessoa a pessoa - sujeito ativo, passivo e Relação sobre a coisa - sujeito ativo e coisa e
prestação oponível relação de poder sobre (domínio
Podem ser livremente criados pela vontade das Decorrem diretamente da lei - numerus clausus
partes - numerus apertus
Ação pessoal - somente dirigível contra o sujeito Ação real - dirigível a quem quer que detenha a
passivo coisa
4. FIGURAS HÍBRIDAS
Certos direitos pessoais gozam de certas características dos direitos reais.
4.1. ESPÉCIES
4.1.1. OBRIGAÇÕES PROPTER REM ou AMBULATÓRIA
Decorrente da lei, é a que recai sobre determinada pessoa em função de sua titularidade
sobre um direito real - decorrem de um direito real sobre determinada coisa, aderindo a essa e, por
isso, acompanhando as modificações de seu titular - possuem origem automática - p.ex. o dever de não
perturbar vizinhos, decorrente da contiguidade de dois edifícios.
EXEMPLO: no condomínio edilício (que é condomínio especial porque
mescla as propriedades de áreas exclusivas e áreas comuns), cada titular de
unidade autônoma tem o dever de contribuir com as despesas da área
comum; quando deixa de ser proprietário da unidade autônoma, o
sujeito deixa de ser responsável pela obrigação proter rem. Entretanto,
por obrigação legal ele é responsável pelos débitos anteriores. STF vem
considerando que o pagamento dos valores condominiais pode ser cobrado
do condômino que seja PROMISSÁRIO COMPRADOR (mesmo sem o título
registrado, desde que tenha pago o valor do bem). Quem compra unidade
autônoma responde pelos valores passados, por determinação legal,
não por ser devedor de obrigação propter rem.
Responsabilidade limitada ao bem onerado, não Na obrigação propter rem responde o devedor com todos
atingindo o restante do patrimônio do devedor - grava os seus bens, ilimitadamente, pois é este que se
somente a coisa encontra vinculado.
Os ônus reais implicam sempre uma prestação positiva As obrigações propter rem podem surgir com uma
prestação negativa.
Nos ônus reais, a ação cabível é de natureza real (in rem Nas obrigações propter rem, é de índole pessoal.
scriptae).
Titular responde mesmo pelo cumprimento de Titular somente repsonde pelos vínculos surgidos na
obrigações anteriores à aquisição do direito. vigência de seu direito;
exceção - condomínio - obrigação propter rem -
adquirente de unidade autonoma é responsável pelos
débitos anteriores
IPTU ou ITR – o STJ em diversas passagens entende que é obrigação propter rem: “A exegese
dos artigos 32 e 123 do CTN indicam o sujeito passivo para fins de pagamento, mas não vedam
que uma vez adimplida a exação, possa a mesma ser restituída ao novel titular do domínio quer
por força da cessão do crédito, convencionado ou legal, quer em face da natureza propter rem da
obrigação”.
São deveres de conduta de lealdade, por exemplo, são deveres de informação, de sigilo, de cuidado, de
colaboração; são deveres de comportamento que visam a garantir que o vínculo patrimonial irá se
desenvolver de forma mais honesta e solidária; fundados PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA (standard de
comportamento honesto e leal).
Trata-se de concretização da função supletiva da BOA-FÉ OBJETIVA, que pode ser verificada no
ordenamento jurídico pátrio:
• CF/88 (implicitamente) – artigo 3º: constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e SOLIDÁRIA. As relações entre as pessoas devem ser solidárias.
• CDC – todo ele está construído sobre dois DEVERES ANEXOS: informação / transparência e segurança.
• CC/02 – artigo 422: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em
sua execução, os princípios da probidade”.
Na praxe do comércio jurídico, são recorrentes os casos nos quais, por falta de norma direta e à míngua de
cláusula negocial expressa, a prestação, apesar de causar dano ao credor, deve ser dada como regular,
legal ou contratualmente efetuada. Vale dizer: conquanto tenha infligido dano ao credor a maneira pela
qual a obrigação foi cumprida, não houve, a rigor, ofensa à lei ou ao contrato. Caracteriza os
deveres/obrigações principais ou primárias, entre outros traços, o fato de emanarem, expressa ou
tacitamente, diretamente da norma legal ou convencional (contrato).
EXEMPLO 02 (FRANCISO C. PONTES DE MIRANDA): devedor que tem de pagar, no cais, ao credor que vai
embarcar e efetua o pagamento em notas ou moedas de mínimo valor, ou paga à porta do banco, como se
avençara, mas no momento em que se fechava a porta. DANO AO CREDOR: grande volume momentos
antes do embarque ou, no segundo caso, arcar com o transtorno do transporte, da guarda e do risco de
manter em seu poder o numerário.
EXEMPLO 04 (ARAKEN DE ASSIS): médico que diagnostica, com exatidão, a doença do paciente,
administrando-lhe, porém, dentre vários tratamentos disponíveis, o mais penoso e prolongado. DANO AO
CREDOR: sofrimento e demora desnecessários.
EXEMPLO 05 (CLÓVIS DO COUTO E SILVA): comerciante que convenciona com agência de publicidade a
confecção de anúncio luminoso do seu produto, o qual é confeccionado segundo a prescrição do contrato,
contudo é instalado em local de pouco trânsito de pedestres, silente o contrato a respeito de indicação do
local onde deveria ser exposto o reclame. DANO AO CREDOR: o prejuízo do inexpressivo resultado nas
vendas.
Em todos os exemplos antes descritos, os chamados deveres (ou obrigações) principais ou primários foram
cumpridos de acordo com o estipulado. Não se pode cogitar, portanto, de inadimplemento daqueles
deveres ou obrigações. Contudo, tampouco se pode ignorar que a maneira pela qual foram cumpridos
impôs danos aos credores.
Por vezes, esses deveres COLATERAIS podem surgir antes da formação da obrigação principal
(EXEMPLOS: aconselhamento dado pelo advogado antes de ser contratado ou informação dada pelo
vendedor antes de concretizar a venda) ou depois de finalizada essa, o que se chama de PÓS-EFICÁCIA
(EXEMPLO: patrão demite seu empregado doméstico, sem justa causa e paga tudo certo; a obrigação
principal não surte mais efeitos. Depois, ele procura o patrão para pedir declaração objetiva de que
trabalhou como copeiro, o que não consta no seu contrato de trabalho e nem na carteira de trabalho.
Como o patrão tem o dever de informação, deve fornecer a declaração solicitada).
Obrigação é vínvuo jurídico que confere ao credor o direito de exigir do devedor determinada
prestação.
Podem ser separados, como no caso da fiança: o Schuld é do afiançado; o Haftung é do fiador.
Também, nada impede uma obrigação sem responsabilidade (obrigações naturais); ou uma
responsabilidade sem obrigação.
MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
Consiste em transmitir a propriedade ou outro direito real quer na simples entrega de coisa em
posse, em uso ou à guarda.
No caso das obrigações de restituir poderá o credor, como proprietário ou possuidor buscar a
realização prestativa da coisa mediante reintegração de posse/busca e apreensão.
Impossibilidade da entrega de coisa diversa, mesmo que mais valiosa - o devedor da coisa não
pode dar outra ao credor, mesmo que mais valiosa, tampouco o credor é obrigado a recebê-la (CC 313).
A referida regra impede a compensação nos casos de comodato e depósito, porque o credor tem
direito à restituição da propria coisa emprestada ou depositada.
Também o credor não pode exigir coisa diversa, mesmo que mais valiosa.
SALVO nas obrigações facultativas, em que o devedor se reserva o direito de pagar coisa diversa.
Não impede a concordância do credor em receber diversamente - dação em pagamento.
ATENÇÃO: em relação aos títulos de crédito, o credor não pode recusar-se ao recebimento do
pagamento parcial, nos termos do artigo abaixo:
“Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do
título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica responsável pela validade do
pagamento.
§ 1o No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial.
§ 2o No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título, além
da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio título.”
Tradição como transferência dominical - domínio somente se adquire pela tradição (móveis)
ou pelo registro do título (tradição solene).
Destarte, no caso de contrato de hipoteca/servidão, o direito real somente surgirá com o registro,
havendo antes mera obrigação de proceder ao registro
Por isso a obrigação de dar gera apenas um crédito e não um direito real sobre a coisa - este que
somente será transferido com a tradição.
Entretanto, a tradição ou o registro não transferirá a propriedade quando tiver por título negócio
jurídico nulo - CC 1.268.
Real - entrega material da coisa
Simbólica - feita por ato que simboliza, como a entrega das chaves do veículo
Ficta -
(ii) Má-fé - indenizado somente pelos necessários, não tendo direito de retenção
A indenização é feita face ao valor atual dos acréscimos, ou o seu custo.
Ação que tenha por objeto entrega de coisa - direito de retenção deve ser alegado na
contestação e reconhecido na sentença - cabe ao autor depositar a indenização pelas
benfeitorias para poder levantar o bem.
Abrangência dos acessórios - obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela,
embora não mencionados, salvo se diverso resultar do título ou circunstâncias do caso - p.ex.
frutos, produtos e benfeitorias.
Não se confundem com as pertenças que não acompanham o principal, salvo disposição em
contrário.
Obrigação de ENTREGAR -
Perecimento SEM culpa do devedor - antes da tradição OU pendente condição
suspensiva - o negócio é desfeito, devendo o devedor devolver eventual valor
recebido. SALVO se estivesse em MORA, caso em que responderia pela
impossibilidade , ainda que resulte de caso fortuito ou força maior; salvo provando
que o dano sobreviria ainda quando a obrigação houvesse sido adimplida pontualmente.
Isto pois até a tradição a coisa é do devedor, respondendo por seus riscos o
alienaste.
Perecimento COM culpa do devedor - responde por perdas e danos - credor tem
direito a receber o equivalente em dinheiro, mais as perdas e danos comprovados (CC
234).
Deterioração SEM culpa do devedor - credor opta por resolver a obrigação ou aceitar
a coisa deteriorada com abatimento proporcional.
Deterioração COM culpa do devedor - credor poderá optar por receber a coisa no
estado em que se encontra mais perdas e danos, ou exigir o equivalente em dinheiro
mais perdas e danos.
CC adotou o nominalismo - dívidas devem ser pagas pelo valor descrito em contrato, mesmo
que desvalorizada pela inflação.
Lícito também convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas - mas são nulas as
convenções de pagamento em ouro/moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença
entre este valor e o da moeda nacional, salvo casos previsto em legislação especial - p.ex.
importação/exportação e credor/devedor residente e domiciliado fora do país.
Teoria da imprevisão - Segundo o artigo 317 do CC, “Quando por motivos imprevisíveis,
sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua
execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o
valor real da prestação”. Mas segundo o CJF, “a interpretação da expressão ‘motivos
imprevisíveis’ constante do art. 317 do novo Código Civil, deve abarcar tanto causas de
desproporção não previsíveis como também causas previsíveis, mas de resultados
imprevisíveis” (Enunciado 17).
Poderá o juiz corrigir a PEDIDO DA PARTE. São REQUISITOS de sua aplicação:
a) o contrato deve ser de execução continuada ou diferida no tempo;
b) alteração objetiva radical no cenário previsto para o cumprimento da prestação -
acontecimento não pode se limitar à esfera da parte;
c) extrema vantagem para a outra parte e;
d) que referida situação tenha se verificado pela ocorrência de fatos imprevisíveis e
extraordinários.
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA
O ato unilateral de escolha é denominado concentração - para que haja concentração, contudo,
não basta a escolha, sendo necessária sua exteriorização pela entrega/depósito em
pagamento/constituição em mora…
A escolha pertence ao devedor - salvo estipulação em contrário - mas não poderá dar a PIOR
coisa, nem é obrigado a dar a MELHOR - critério da qualidade média. Entretanto, havendo APENAS
DUAS COISAS poderá ser entregue a pior.
Genus nunquam perit - Antes da escolha, ausente a concentração, não poderá o devedor alegar
perda/deterioração, mesmo que por força maior ou caso fortuito. p.ex. promete 10 sacas de café -
mesmo que se percam as que possui deve adimplir buscando outras no mercado.
Lembrando que a escolha somente se completa com a colocação do produto à disposição do credor.
Entretanto limitado o gênero - p.ex. animais da Fazenda XYZ - o perecimento de todas as espécies que
o componham acarreta na extinção da obrigação.
Abrange o serviço humano em geral, seja material ou imaterial, a realização de obras e artefatos,
ou a prestação de fatos que tenham utilidade para o credor - objeto é ato ou serviço do devedor (nas de
dar é a entrega d ruma coisa).
Diferente das obrigações de dar o credor pode, cf. as circunstâncias, recusar a prestação por
terceiro. Isto porque, em geral, nas obrigações de fazer as características pessoais do devedor são
decisivas.
1. ESPÉCIES
1.1. INFUNGÍVEIS OU INTUITU PERSONAE
Nestas o devedor somente se desincumbe caso preste pessoalmente o ato/serviço contratado -
contrato com base nos atributos pessoais do devedor.
A infunginbilidade pode ser explícita ou tácita (caso da própria natureza da prestação - p.ex.
show de bonde famoso).
Conversão em perdas e danos - exceção: regra é a tutela específica - depende da opção do
credor ou da impossibilidade de tutela específica (multa, etc) ou da obtenção do resultado prático
correspondente.
Pode também ser cumulada ao pedido de tutela específica.
2. INADIMPLEMENTO
Recusa/impossibilidade de adimplemento - impossibilidade deve ser absoluta, permanente e
irremovível.
1. INADIMPLEMENTO
Inadimplemento se dá com a ação - credor pode exigir o desfazimento ou desfazer e cobrar
perdas e danos (CC 251).
Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de
autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível
abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. P.ex. ordem da autoridade competente para construir um
muro.
2. REGRAS PROCESSUAIS
Cabe ao credor requerer ao juiz que assine prazo para o desfazimento. Não cumprindo será
desfeito à sua custa, além das perdas e danos.
Impossível o desfazimento ou caso assim opte o credor - perdas e danos.
1. DIREITO DE ESCOLHA
Essencial para o cumprimento da obrigação, porquanto define o seu objeto.
SILENTE O contrato a escolha caberá ao devedor.
Transmite-se a herdeiros o direito de opção.
Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
Questões podem ser dirimidas pelo juiz. No caso de pluralidade de optantes, não havendo
acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação até por
sorteio.
2. CONCENTRAÇÃO
Dá-se com a notificação da escolha - basta mera declaração unilateral da vontade - só será
devido o objeto escolhido.
Objeto ilícito provoca a concentração
Após a concentração:
- devedor passa a ser responsável pela integridade do objeto
- escolha não pode se mudada sem o consentimento do credor/devedor
Há prazo para o exercício da escolha, caso ausente dependerá a mora de notificação. Notificado,
não cumprindo a obrigação, intentará o credor ação com citação para o exercício da escolha - não
exercendo devolve-se ao credor a opção.
Escolha do DEVEDOR -
Perecimento de uma - Mesmo que decorrente de culpa do devedor poderá concentrar a
remanescente.
Perecimento de todas - obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou,
mais as perdas e danos que o caso determinar
Escolha do CREDOR -
Perecimento de uma - direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com
perdas e danos
Perecimento de todas - reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por
perdas e danos
4. OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS
A obrigação é considerada facultativa quando, tendo um único objeto, o devedor tem a faculdade de
substituir a prestação devida por outra de natureza diversa, prevista subsidiariamente (é direito
potestativo do devedor).
Orlando Gomes reconhecia os seguintes efeitos às obrigações facultativas:
1. o credor não pode exigir o cumprimento da prestação facultativa;
2. a impossibilidade de cumprimento da prestação devida extingue a obrigação;
3. somente a existência de defeito na prestação devida pode invalidar a obrigação.
O devedor se libertará adimplindo qualquer das prestações, mas o credor somente poderá lhe cobrar a
principal – o principal objetivo desta modalidade é facilitar o adimplemento.
1. DIVISÍVEIS
Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se
dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Há TANTAS OBRIGAÇÕES quantas forem as pessoas dos devedores/credores - mas cada um
só poderá exigir a sua quota.
Exceção - prestação indivisível e solidariedade - casos em que todos estarão individualmente
obrigados ao todo.
Devedor que pague integralmente a um só credor não se desonera face aos outros, salvo se
prestada caução de ratificação.
Insolvência de um dos codevedores não onerará os demais.
Interrupção/suspensão da prescrição não se transmite.
2. INDIVISÍVEIS
Pluralidade de devedores - cada um será obrigado pela dívida toda. A obrigatoriedade pelo
todo desaparece caso convertida em perdas e danos. , pois perde a qualidade de indivisível
a obrigação que se resolver em perdas e danos. No caso de obrigação solidária a solidariedade
persiste mesmo caso convertida em perdas e danos.
Incapacidade de um dos devedores - o defeito do ato quanto à uma das partes se propaga
às demais, afetando o ato como um todo
O devedor, que paga a dívida toda, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros
coobrigados para exigir deles o que excedeu sua quota- MAIS DO QUE MERO DIREITO DE
REGRESSO
Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito
de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Ação judicial - No caso de ação judicial os credores que não participarem do processo
somente receberão sua parte após pagarem sua proporção na despesa.
Remissão da dívida - Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta
para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente -
p.ex. cavalo de 3.000 reais, os demais somente poderão receber caso paguem 1.000 reais ao
devedor. O mesmo no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
Salvo caso a remissão/etc não lhes aproveite.
3. PERDA DA INDIVISIBILIDADE
Perde a qualidade de indivisível a obrigação em função da novação ou aquela que se resolver em
perdas e danos.
Se houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros das perdas e danos, mas não de suas
quotas.
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
Seu nascimento pode provir de ato separado e posterior, que faça menção à obrigação
originária.
Não se deve confundir as obrigações solidárias com as obrigações in solidum. Nessas últimas,
posto concorram vários devedores, os liames que os unem ao credor são totalmente distintos, embora
decorram de um único fato (ex: suponhamos um caso de incêndio de uma propriedade segurada, causada
por culpa de terceiro. Tanto a seguradora como o autor do incêndio devem à vítima indenização pelo
prejuízo, porém não existe uma origem comum na obrigação.
Para WBM é garantia para a tutela do crédito - função prática de reforçar o direito do credor.
2. DIFERENÇAS DA INDIVISIBILIDADE
A semelhança é que o credor pode exigir de um só dos devedores a totalidade do objeto devido.
nas solidárias o devedor, é responsável pelo adimplemento DO TODO; na indivisível
somente deve sua quota-parte, mas é compelido ao pagamento da totalidade, pela qualidade
do objeto da obrigação
a resolução em perdas e danos torna divisível a indivisível, mas não afeta a solidariedade
indivisibilidade resulta da natureza da coisa devida (objetivo); a solidariedade, depende da
lei ou do contrato (subjetiva)
4.1. ATIVA
a) CONCEITO
Ocoore entre cocredores de uma só obrigação e o devedor comum, em virtude da qual todos
tem o direito de exigir deste o cumprimento da obrigação por inteiro.
Credor não poderá unilateralmente suprimir a solidariedade.
Conta bancária conjunta
- STF - falecendo um dos titulares o outro poderá sacar todo o numerário como credor
exclusivo e direto e não como sucessor
- STJ - não são devedores solidários perante o credor de cheque sem fundos emitido por
qualquer deles.
b) CARACTERÍSTICAS
quaqlquer credor pode promover medidas assecuratórias e de conservação dos direitos;
a constituição em mora/interrupção da prescrição aproveita a todos;
a incapacidade superveniente de um dos credores não afetará
qualquer credor pode ingressar em juízo pra obter o adimplemento da obrigação, mas
somente o credor-autor poderá executá-la.
O devedor demandado não pode querer pagar só a quota-parte do credor que o aciona,
pois esta delimitação da prestação somente vigora na relação interna entre os credores
se um dos credores decai da ação ficam os outros desinibidos de acionar, por sua vez, o
devedor comum.
enquanto não demandado o devedor poderá pagar a qualquer deles. Entretanto, após o
ajuizamento da demanda somente pagará ao demandante, asob pena de pagar duas vezes.
A eliminação do direito de escolha depende exclusivamente de ação judicial - não o
eliminando as tratativas amigáveis entre o devedor e os credores.
Se o credor desistir, ou a ação foe extinta sem julgamento de mérito persistirá o direito de
escolha
Também a ação ajuizada fora do prazo não afetará o direito de escolha.
c) DISCIPLINA LEGAL
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções
pessoais oponíveis aos outros.
d) EXTINÇÃO
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até
o montante do que foi pago.
Podendo os demais cobrá-lo do restante ou provara fraude/simulação que macule o pagamento
feito.
e) DIREITO DE REGRESSO
O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento repsonderá perante os outro pela
parte que lhes caiba - converte o credor em devedor dos cocredores.
A divisão deve ser realizada ainda que o credor só tenha recebido parte do crédito.
Nula a obrigação de um dos concredores, sua parte será deduzida do todo.
4.2. PASSIVA
a) CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
Concorrência de dois ou mais devedores, cada um com dever de prestar a dívida toda -
externamente o grupo de devedores é como um devedor único, pois de cada um se pode exigir a dívida
toda.
Faculta-se ao credor exigir parcela do crédito de cada um dos devedores.
b) DIREITOS DO CREDOR
Pode ele exigir o pagamento integral de cada um dos devedores. Se o pagamento for parcial
subsiste a solidariedade de todos em relação ao restante do débito.
Não importa renúncia à solidariedade a propositura de ação somente contra um dos devedores.
Propostas ações diversas pelo credor elas deverão ser reunidas.
Devedor demandado pode chamar ao processo os demais.
EXCEÇÕES - O devedor que for demandado poderá opor ao credor as exceções que lhe
forem pessoais e, bem assim, as defesas que forem comuns a todos os devedores. Não lhe
aproveita, contudo, as defesas pessoais de outro devedor.
Efeitos -
a) os contemplados passa a dever apenas sua quota parte, mas são rsponsáveis, no limite de
sua quota-parte, pela insolvência dos demais;
b) os demais continuam devedores solidários, mas da cobrança destes será descontada a
quota daquele contemplado pela renúncia.
Exceções comuns -
a - resultantes da natureza da obrigação - nulidade absoluta; anulabilidade resultante da
incapacidade de todos os devedores ou de vício comum; falso motivo relativo a todos os
devedores; condição/termo; inadimplemento do credor (exceptio);
b - causas de extinção da obrigação - pagamento, dação em pagamento, novação,
prescrição…;
Exceções pessoais -
Simplesmente pessoais - podem ser invocadas pelos demais até a concorrência
do beneficiado na dívida - remissão subjetiva, que importa na diminuição do débito; a confusão; a
renúncia da solidariedade.
Pessoais a outro codevedor - o devedor demandado pode pessoalmente invocar
para o todo, mas não aproveita aos outros devedores nem no tocante à quota parte devida
especificamente pelo beneficiado pessoalmente pela exceção , tais como as fundadas em
incapacidade relativa, etc.
Novação - a novação feita por um dos cocredores não afeta os demais - somentes os bens do
que contrái-la serão afetadas pelas preferências e garantias do crédito novador.
Compensação com créditos de outro codevedor - controvérsia a respeito, porém a melhor
posição é admitir-se até o limite da quota parte do titular do crédito a ser compensado -
princípio da reciprocidade.
Transação - entre um dos devedores solidário e o credor extingue a dívida em relação aos
codevedores.
Cessão de crédito - se houver cessão de crédto, devem ser notificados todos os devedores
solidários.
Coisa julgada - credor que sucumbe face a um dos devedores solidários não fica inibido de
repropor a ação face outro devedor.
e) RELAÇÕES ENTRE OS CODEVEDORES ENTRE ELES
Os cobrigados não interessados pode estipular entre eles a divisão da dívida (divisao esta não
oponível ao credor).
Cada fiador pode também limitar a parte da dívida que toma sob sua responsabilidade.
Exceção – aquele que teve a dívida remida não será responsabilizado pela insolvência.
Carece de ação o credor de cheque emitido em função de dívida de jogo - não o será o
terceiro de boa-fé a quem o título for transmitido.
Também não se pode exigir o reembolso do que se emprestou para jogo/aposta. é necessário
que o empréstimo tenha ocorrido no momento da aposta ou do jogo, como o efetuado pelo dono do
cassino para que o mutuário continue a jogar. Podem ser cobrados, no entanto, os em- préstimos
contraídos posteriormente, para pagar tais dívidas. Irrelevante a dívida ter sido contraída em país que
admite a jogatina.
RESSALVA - jogos regulamentados pela lei, turfe e loterias, pois recebem a chancela jurídica,
permitindo a cobrança judicial da recompensa (art. 814, § 2o, segunda parte). Excetuam-se, igualmente,
os prêmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em com- petição esportiva, intelectual ou
artística
Há controvérsia sobre a possibilidade de NOVAÇÃO: sendo válida, apenas não exigível, nada
impede sua substituição por livre acordo.
Também não é possível constituir penhor ou outro direito real para reforço. A garantia
pressupõe possibilidade de exercitar-se a execução para cobrança de crédito.
OBRIGAÇÕES DE MEIO, DE RESULTADO OU DE GARANTIA
É de meio quando o devedor promete empregar seus conhecimentos, meios e técnicas para
obter determinado resultado, sem no entanto responsabilizar-se por ele.
Efeito do inadimplemento - somente acarreta a responsabilidade do profissional se restar
demonstrada sua negligência ou imperícia no emprego dos meios.
*em certos casos o trabalho do cirurgião plástico é de meio - p.ex. pessoas deformadas em
acidentes; correção de deficiência.
2. OBRIGAÇÃO DE GARANTIA
Visa eliminar um risco que pesa sobre o credor, ou suas consequências, mesmo nos casos de
caso fortuito ou força maior, dada sua natureza..
A teoria da imprevisão - aplicação da cláusula rebus sic standibus - somente é aplicável nas
obrigações de execução DIFERIDA ou CONTINUADA.
Depende a aplicação da ocorrência de acontecimentos extraordinários E imprevisíveis, que
tornem a prestação de uma das partes excessivamente onerosa - autoriza pedido de RESCISÃO.
Neste tipo de obrigação a condição RESOLUTIVA combinada entre as partes, salvo disposição
em contrário, não afeta as prestações já realizadas, desde que compatíveis com a natureza da condição
com os ditames da boa-fé. O credor não é obrigado a devolver os pagamentos.
2. OBRIGAÇÕES CONDICIONAIS
Aquelas cujo efeito está subordinado a evento futuro e INcerto.
É cláusula que deriva exclusivamente da vontade das partes. A subordinação legal dos efeitos
da obrigação não é condição.
3. OBRIGAÇÕES A TERMO
Aquelas cujo efeito está subordinado a evento futuro e CERTO.
Termo é relevante também porque sua ocorrência caracteriza a mora (dies interpellat pro
homine).
Dispensa a interpelação do devedor.
O terceiro beneficiário pode exigir o cumprimento do encargo, mas não propor ação
revocatória, que é privativa do instituidor.
Não cumprido a doação pode ser revogada - mesmo na doação causa mortis.
1. CONCEITO
Líquida - obrigação certa quanto à existência e determinada quanto ao objeto
Ilíquida - objeto depende ainda de prévia apuração. É certa a existência do crédito, o que falta
é a determinação de seu valor.
Havendo na sentença parte líquida e líquida é aceitável que o credor promova a execução parcial
e, simultaneamente, a liquidação.
2. ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO
a) Cálculo do contador - hoje extinta. Atualmente exigindo a sentença mero cálculo
aritmético, basta que o exequente instrua o pedido de execução com memória discriminada e
atualizada do cálculo;
c) Por artigos - quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. P.ex.: execução
civil de sentença penal - morte do provedor.
Admite-se todos os meios de prova.
Rito deve seguir o do processo de conhecimento. P.ex. sumário/sumário.
Se o credor não provar os alegados fatos novos serão julgados apenas não provados os artigos
de liquidação - o que não impede o credor de repropor a liquidação.
Declarada líquida, porém no valor zero, terá havido julgamento do mérito e coisa julgada
material.
Imputação do pagamento - a pessoa que paga somente tem o direto de imputar nas dívidas
líquidas
1. CONCEITO
Principais são aquelas que subsistem sem depender de qualquer outra.
2. ESPÉCIES
O caráter acessório ou principal pode derivar da vontade das partes, ou da lei.
1.2. ESPÉCIES
a) cessão de crédito;
b) cessão de débito;
c) cessão de contrato;
2. CESSÃO DE CRÉDITO
É o negócio jurídico bilateral, pelo qual o credor transfere a outrem seus direitos na relação
obrigacional.
Pode ser realizada sem a anuência do devedor. Entretanto, caso este não seja notificado e, de
boa-fé, pague ao credor originário ver-se-á livre da obrigação.
É negócio apenas consensual - não exige a tradição - salvo no caso de títulos de crédito.
Sub-rogação legal - o sub-rogado não pode exercer os direitos e ações do credor além dos
limites de seu desembolso.
O cedente assume a responsabilidade pelo crédito cedido - na sub-rogação não.
O cessionário somente assim será considerado perante terceiros após a notificação. O sub-
rogante já o será a partir do negócio.
2.2. REQUISITOS
Objeto - em regra todos os créditos podem ser objeto de cessão. Salvo se a isso se opuser a
natureza da obrigação, lei ou convenção com o devedor.
P.ex. NÃO PODEM SER OBJETO DE CESSÃO
Relações jurídicas de caráter personalíssimo (alimentos, destinados a pessoa determinada…) e
as de direito de família;
Salários, ou vencimentos de funcionário;
Crédito que não possam ser individualizados
Direito de preempção/preferência; justiça gratuita; indenização por acidente de trabalho; créditos
já penhorados; direito de revogar doação por ingratidão.
Créditos assim convencionados - cláusula esta inoponível ao cessionário de boa-fé, caso não
conste do instrumento.
Cessão pode ser parcial, e abrange todos os acessórios como juros e garantias.
Legal
- Sub-rogação legal (v.g. devedor solidário que satisfaz a dívida por inteiro; do mandante,
em favor de quem são transferidos os créditos adquirios pelo mandatário)
- Cessão de acessórios
- Ao depositante, pelo depositário, das ações que tiver contra terceiro
- Sub-rogação em favor da seguradora que paga indenização.
Judicial
- Pro soluto - garantia só da existência do débito - e pro solvendo - garantia da existência
e solvência
2.4. FORMAS
Em regra não se exige forma especial, salvo se tiver por objeto direitos em que a escritura
pública seja da substância do ato.
Para valer contra terceiros deve ser instrumento público ou particular revestido de
solenidades (local da ceebração, etc. e registro no cartório)
Relevante, pois o devedor poderá impugnar, opondo as exceções cabíveis contra o cedente.
Sob pena de preclusão. Já as exceções contra o cessionário podem vir a qualquer tempo.
Se o credor cedente não cumpriu sua parte na obrigação o dever se transmite.
Há créditos que dispensam a notificação, pois sua transmissão segue disposições especificas -
p.ex. títulos de crédito.
Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao
cessionário pela existência (e não solvência) do crédito ao tempo em que lhe cedeu. Também responde
caso nulo o título.
Na cessão por gratuito, nem pela existência, salvo se tiver procedido de má-fé.
O cedente quando responsável pela solvência tem de ressarcir as despesas da cessão e as que
o cessionário houver feito com a cobrança. Natureza indenizatória desta repsonsabilidade.
Cessão legal - o originário não pode ser responsabilizado - nem pela dívida, nem pela
solvência.
Penhorado, o crédito deixa de fazer parte do patrimônio do credor - não pode cedê-lo.
DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
1. CONCEITO
Negócio jurídico bilateral, por meio do qual, o devedor transfere o encargo a terceiro com
concordância do credor - subsistindo a dívida com seus acessórios.
Comum na alienação de estabelecimento.
Modificação subjetiva não afeta o conteúdo da obrigação.
2. CARACTERÍSTICAS E PRESSUPOSTOS
Exige-se o consentimento expresso do credor.
Qualquer das partes pode assinar prazo para manifestação do credor. Interpretando-se o seu
silêncio como recusa.
L EXCEÇÃO - aceitação tácita - adquirente de imóvel hipotecado - credor deve impugnar em 30
dias a transferência. (CC 303)
Aquele que assume a dívida deve ser solvente, ou insolvente, desde que disto o credor tenha
ciência.
3. INSTITUTOS AFINS
i) promessa de liberação do devedor - pessoa se obriga perante o devedor a desonerá-lo. Nesta o
credor não guarda relação jurídica com o promitente.
ii) novação subjetiva - nesta há extinção da obrigação anterior e criação de outra (perecem
garantias e acessórios)
iii) fiança.
iv) estipulação em favor de terceiro.
4. ESPÉCIES
a) expromissão - não exige consentimento do credor;
b) delegação - é a prevista no CC.
5. EFEITOS
Substituição do devedor (salvo na cumulativa, em que o terceiro assume também a condição
de devedor, solidariamente).
Conservação da relação obrigacional anterior, com seus acessórios, inclusive garantias reais.
Mas se extinguem as garantias especiais - caso das dadas por terceiros: fiança, etc.
Novo devedor não pode opor ao credor exceções pessoais do devedor primitivo. Mas pode
alegar vícios.
DA CESSÃO DE CONTRATO
1. CONCEITO
O que há é a transferência de uma posição contratual.
Abrange a transmissão de direitos E deveres - nisto diverge da cessão de crédito.
2. NATUREZA JURÍDICA
Negócio jurídico independente, por meio do qual, a título singular, entre vivos, transmite-se a
posição contratual interira.
3. CARACTERÍSTICAS
Exige-se a concordância do cedido.
Possível, em casos autorizados por lei, sem a intervenção do cedido - p.ex. cessão de
compromisso de compra e venda de imóvel loteado (jurisprudência estendeu aos não loteados).
4. EFEITOS
I - DO PAGAMENTO
ii) pontualidade .
2. NATUREZA JURÍDICA E REQUISITOS DE VALIDADE DO PAGAMENTO
Relevante, pois, caso considerado contratual, está sujeito a todas as normas atinentes aos pactos
- assim, será nulo caso efetuado por incapaz.
São seus requisitos essenciais de validade (para que produza o principal efeito: extinguir a
obrigação):
i) existência de vínculo obrigacional - ou poderá ensejar repetição;
ii) intenção de solvê-lo - ou poderia ser uma doação;
iii) cumprimento da prestação;
iv) pessoa que efetua;
v) pessoas que recebe.
Interessado é aquele que possui interesse jurídico (está vinculado ao contrato) - p.ex. fiador, que
seria afetado pelo inadimplemento do devedor principal.
O interessado pagante subrroga-se de pleno jure nos direitos do credor - transfere todos os
direitos, ações, privilégios e garantias contra o principal e fiadores.
A recusa do credor de receber dá direito à consignação.
Intuitu personae a obrigação, somente ao especificamente obrigado cabe o adimplemento -
salvo se convertida em perdas e danos, caso em que terceiro poderá pagar.
A recusa do devedor não impede o credor de aceitar o pagamento, apenas retira a legitimidade
do terceiro para efetuar consignação.
Em certos casos é necessária a legitimação - p.ex. tutor não pode entregar imóvel do tutelado
sem autorização judicial.
4. DAQUELES A QUEM SE DEVE PAGAR - ACCIPIENS
4.1. PAGAMENTO EFETUADO DIRETAMENTE AO CREDOR
O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem o represente, sob pena de só valer após ratificação,
ou tanto quanto reverteu em seu proveito.
Pagamento deve ser feito a pessoa capaz de quitar - sob pena de não valer.
Não vale o pagamento cientemente feito a incapaz se o devedor não provar que em benefício
dele efetivamente reverteu.
Será válido, entretanto, no caso de erro escusável do devedor: dolo do credor (oculta idade) ou
boa-fé do devedor.
5. DO OBJETO DO PAGAMENTO
Pressupõe dívida ou não será fato extintivo, mas sim gerador de obrigação: restituir o recebido
indevidamente.
Objeto do pagamento deve ser o conteúdo da prestação obrigatória - credor não é obrigado a
aceitar diverso. Sob pena de a obrigação se converter em perdas e danos - que extinguirá a obrigação,
mas não eqüivale a pagamento.
Ainda que divisível não é obrigado o credor - se assim não se ajustou - a receber em partes.
Princípio do nominalismo - considera-se o valor da moeda o valor nominal atribuído pelo Estado
no ato da emissão/cunhagem.
Devedor se entrega pagando a moeda em curso, ainda que desvalorizada.
Ajustes em moeda estrangeira - admitidos pela jurisprudência, desde que efetuada a conversão
para moeda nacional quando do pagamento.
a) os motivos devem ser imprevisíveis, mas não há exigência de que sejam extraordinários, como
ocorre no art. 478. Cf. CJF - também devem ser consideras causas previsíveis, mas de resultados
imprevisíveis;
b) a desproporção entre a prestação devida deve ser manifesta, isto é, deve ser suficien-
temente expressiva e estar identificada. Essa desproporção deve ser verificada levando-se
em conta as prestações; ou seja, o critério é objetivo, não sendo possível a adoção de um
critério puramente subjetivo, que leve em conta a desproporcionalidade e a
imprevisibilidade do ponto de vista de quem está obrigado ao cumprimento da prestação,
como ocorre com a hipótese prevista no art. 6o, V, do Código de Defesa do Consumidor;
6. DA PROVA DO PAGAMENTO
6.1. QUITAÇÃO
O devedor tem o direito de exigir do credor a quitação da dívida - prova do pagamento.
Requisitos da quitação:
L valor, espécie, tempo, lugar, assinatura… por escrito público ou particular (mesmo que público
o documento que originou o crédito).
Ainda sem isso poderá valer, se as circunstâncias revelarem o pagamento.
Limites à prova do pagamento - cf. CPC não se admite a prova exclusivamente testemunhal para
a comprovação de pagamento que exceda ao teto legal.
Aceita-se entretanto a testemunhal quando subsidiada por início de prova escrita, ou o credor
não puder obter quitação (paretnesco, depósito necessário, etc.)
c) quando há quitação do capital, sem reserva dos juros, que se presumem pagos. Presume-
se que o credor imputaria o pagamento nos juros - destarte, pago o capital sem oposição,
presumem-se pagos os juros.
7. DO LUGAR DO PAGAMENTO
Regra geral - no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente.
Designado dois ou mais lugares cabe ado credor a escolha.
8. DO TEMPO DO PAGAMENTO
Não havendo termo a mora depende de interpelação judicial.
No caso de débito solidário não se reputará vencido quanto aos outros solventes.
DO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO
1. CONCEITO
Devedor não se exonera caso o credor recuse - tem ele, contudo, direito de pagar - por isso para
se eximir dos efeitos da mora deve consignar o pagamento.
Pode ser feita judicial ou extrajudicialmente.
2. OBJETO
É a prestação - dinheiro ou bens.
Limitada a consignação a obrigações de dar.
Imóvel ou corpo certo - deve ser entregue onde está - devedor pode citar o credor para vir ou
mandar recebeê-la, sob pena de depósito.
Coisa indeterminada/incerta - cita-se o credor para exercício do direito de escolha, sob pena de
perdê-lo e ser a coisa depositada.
3. FATOS QUE AUTORIZAM A CONSIGNAÇÃO
a) Mora do credor - recusa injusta ao pagamento ou quitação;
Portável a dívida é do devedor o ônus de provar a recusa.
Quesível basta alegar que o réu não foi, e a ele cabe provar que foi.
b) Circunstâncias inerentes à pessoa do credor - não puder receber (incapaz);
Credor sem representante legal - se tiver deve ser pago a ele.
c) Residência em lugar incerto, ou de acesso perigoso ou difícil.
d) Dúvida sobre quem deva legitimamente receber
d) Se pender litígio sobre o objeto do pagamento
OBJETIVOS
ii) Integralidade do depósito - com correção monetária a partir do vencimento (cf. STJ) e juros
de mora.
Entrega de coisa - com os acessórios;
É cabível a discussão em torno do débito e seu valor como condição para o julgamento.
O modo deve ser o convencionado - se combinado o parcelamento, deposita-se em parcelas.
O mesmo no caso de relações continuativas.
A mora do devedor não impede. Assim, será emendada a mora.
O depósito deve ser feito no lugar convencionado para o pagamento.
6. LEVANTAMENTO DO DEPÓSITO
Retratação do depósito - permitido enquanto o credor não declarar que o aceita.
Havendo recusa e contestação o levantamento fica condicionado à aceitação do credor.
Foro competente - quesível (foro do devedor); portável (foro do credor); onde se encontra a coisa
certa objeto da prestação.
Ou o local do imóvel - p.ex. locação
Düvida sobre quem é credor - citam-se ambos. Não comparecendo nenhum converte-se em
arrecadação de bens de ausentes
Deve haver dúvida razoável sobre quem é realmente o credo. Ou carecerá de interesse a ação.
DO PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
1. CONCEITO
É a substituição de uma pessoa por outra pessoa ou de uma coisa por outra coisa em uma
relação jurídica - pessoal e real
Real - a coisa fica com os mesmos ônus da primeira p.ex. substituição da coisa gravada com
cláusula de inalienabilidade.
Pessoal - transferência dos direitos do credor para aquele que solveu a obrigação, ou
emprestou o necessário para solvê-la. Há, portanto, dois efeitos necessários da sub-
rogação: liberatório (pela extinção do débito em relação ao devedor original) e
translativo (pela transferência da relação obrigacional para o novo credor).
2. NATUREZA JURÍDICA
Não há que se confundir, todavia, o pagamento com sub-rogação com a mera cessão
de crédito, visto que, nesta última, a transferência da qualidade creditória opera-se sem que
tenha havido o pagamento da dívida. Ademais
a) na sub-rogação, a obrigação do devedor limita-se ao valor do que efetivamente foi
desembolsado pelo sub-rogado, ao contrário do cessionário, cujo crédito pode ser exigido
integralmente, independentemente do valor efetivamente pago na cessão. Embora haja quem
defenda que a na sub-rogação convencional, inserida no campo da autonomia da vontade, as partes
têm liberdade para estipularem o alcance dos efeitos jurídicos do pagamento, o melhor entendimento
é de que a sub-rogação não tem, em nenhuma das modalidades, caráter especulativo, residindo
justamente nisso a sua principal nota distintiva em relação à cessão de créditos. O artigo 350 não
significa que, a contrario sensu, a sub-rogação convencional pudesse constituir fonte de lucros para o
sub-rogado, justificando-se apenas para afastar a associação automática da sub-rogação legal à
integralidade do crédito;
b) a prescrição começa a correr a partir da sub-rogação, ao contrário da prescrição
incidente sobre o crédito cedido, que não tem o seu curso interrompido com a cessão;
c) o cedente assegura ao cessionário a existência do crédito, o mesmo não ocorrendo na
sub-rogação;
d) quem não tem capacidade para alienar, pode sub-rogar, mas não ceder.
3. ESPÉCIES
O terceiro não interessado que paga em nome próprio (contra a vontade do devedor) não se
sub-roga, mas tem direito ao reembolso (desde que o devedor não prove de que possuía ação própria para
evitar ser obrigado pelo pagamento).
ii) quando terceiro empresta ao devedor a quantia certa para solver a dívida, sob
condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
4. EFEITOS DA SUB-ROGAÇÃO
Transfere todos os direitos, ações privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida,
contra o devedor principal e fiadores.
a) liberatório - exonera o devedor ante o credor originário;
b) translativo - transmite ao terceiro que satisfez os direitos de crédito.
5. SUB-ROGAÇÃO PARCIAL
Só há transmissão de parte do crédito, razão pela qual o antigo sujeito ativo da relação
obrigacional permanece credor. O credor originário tem preferência quando não bastarem os bens do
sub-rogado.
DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO
1. CONCEITO
É a indicação ou determinação da dívida a ser quitada, quando uma pessoa obrigada por dois ou
mais créditos da mesma natureza, perante o mesmo credor, efetua pagamento insuficiente para
quitar ambos, líquidos e vencidos.
2. REQUISITOS
a) Pluralidade de débitos;
b) Identidade de partes;
c) Igual natureza das dívidas;
d) Dívidas líquidas e vencidas - o vencimento só é relevante nos casos em que o prazo é
estabelecido em benefício do credor.
e) Possibilidade de o pagamento resgatar mais de um débito, mas não todos - se a importância
é suficiente para quitar exatamente uma delas não pode o devedor imputar, pois equivaleria a impor
pagamento parcial ao credor.
3. ESPÉCIE DE IMPUTAÇÃO
Regra geral - cabe ao devedor o direito de declarar (SALVO - Fazenda Pública)
Se não declara passa ao credor.
Se nenhuma das partes escolha a lei determina a ordem
Limites do direito do devedor - havendo juros vencidos não pode o devedor imputar no capital
sem o consentimento do credor.
DA DAÇÃO EM PAGAMENTO
1. CONCEITO
Concordância do credor em receber prestação diversa da que lhe é devida.
2. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
a) existência de uma dívida;
b) concordância do credor;
c) diversidade da prestação.
3. NATUREZA JURÍDICA
Forma de pagamento indireto - contrato liberatório.
* datio pro solvendo - facilita a satisfação do débito
4. DISPOSIÇÕES LEGAIS
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as
partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
Normalmente, recebia coisa em pagamento substitui crédito. Entretanto, fixado o preço da
coisa, rege-se como C/V.
NOVAÇÃO
1. CONCEITO
Forma de pagamento indireto em que ocorre a substituição de uma obrigação anterior por
uma obrigação nova.
Elementos essenciais -
a) Obrigação anterior - deve ser válida e existente - a obrigação nula não pode ser
novada, mas a anulável pode ser confirmada,;
b) Obrigação nova - caso nula a novação prevalecerá a obrigação anterior, que não
será extinta. Sendo anulável, caso isto ocorra, prevalecerá a primitiva;
c) Animus novandi - que pode ser expresso ou tácito - desde que inequívoco - o ato
não pode ter outro sentido se não o de novar
Efeito –
Efeitos da novação:
Ocorrendo novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens do
que contrair a nova obrigação subsistirão as preferências e garantias do crédito novado”
Sobre a novação subjetiva passiva - devedor anterior não se responsabiliza pela solvência do
novo.
a) Novação subjetiva passiva por expromissão – ocorre quando um terceiro assume a dívida
do devedor originário, substituindo-a sem o consentimento deste (art. 362 do CC), mas
desde que o credor concorde com a mudança no polo passivo. No caso de novação expressa,
assinam o instrumento obrigacional somente o novo devedor e o credor, sem a participação
do antigo devedor.
b) Novação subjetiva passiva por delegação – ocorre quando a substituição do devedor é
feita com o consentimento do devedor originário, pois é ele que indicará uma terceira
pessoa para assumir o seu débito, havendo concordância do credor. Eventualmente, assinam
o instrumento o novo devedor, o antigo devedor que o indicou ou delegou poderes e o credor.
Diferença entre novação subjetiva ativa e pagamento com sub-rogação - no último há alteração da
estrutura obrigação, na primeira há extinção do vínculo anterior - desfeito com seus acessórios e
garantias.
Cf. STJ súmula n. 286 é possível a discussão de dívidas anteriores mesmo havendo
renegociação de contrato bancário.
COMPENSAÇÃO
1. CONCEITO
Forma de pagamento indireto em que duas ou mais pessoas, ao mesmo tempo credoras e
devedoras umas das outras, extinguem suas obrigações recíprocas até o ponto em que se
encontrarem, onde se equivalerem.
Qunado negocial depende de duas manifestações de vontade. Nas hipóteses legais pode ser
feita ex officio pelo juiz - pois é manifestação material do princípio da economia.
Elementos essenciais -
a) Dívida certas e líquidas;
b) Dívida vencida/atual, possível de ser cobrada;
c) Dívida constituída por coisa fungíveis - dinheiro p.ex - não há compensação quando
diferem na qualidade, quando especificada a qualidade no contrato.
O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode
compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. Salvo este caso, obrigando-se por terceiro uma
pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever.
Ao se referir a dívida a norma indica despreza pelo teoria dualista - que defende haver somente
responsabilidade (Haftung) na relação entre credor e fiador.
Dispositivo questiona a tese de que a compensação é pessoal. Não há unanimidade sobre ser a
compensação uma exceção pessoal.
Prazos de favor - não obstam a compensação - que só exige dívidas vencidas - não poderá o
devedor se valer da graça para afastar a compensação
Compensação e cessação de crédito - o devedor que, notificado, nada opuser à cessão que o
credor fez a terceiros dos seus direitos, não poderá opor ao cessionário a compensação, que
antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão não lhe tiver sido
notificada, poderá opor ao cessionário a compensação do crédito”
Dívidas pagáveis em local diverso - não poderão ser compensadas sem a dedução das
despesas necessárias à operação (art. 378).
Espécies -
a) legal - EXIGE -
L reciprocidade de débitos;
L certeza e liquidez das dívidas;
L exigibilidade atual das prestações, estando estas vencidas; e
L fungibilidade dos débitos
1. CONCEITO
Forma de pagamento indireto em que confundem-se as qualidades de credor e devedor na
mesma pessoa, em decorrência de um ato inter vivos ou mortis causa.
Cessação da confusão - se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior (art.
384 do CC).
No tocante à prescrição, deve-se entender que ela não corre nesses casos, presente uma
condição suspensiva.
REMISSÃO
1. CONCEITO
Forma de pagamento indireto em que ocorre o perdão de uma dívida, constituindo um direito
exclusivo do credor de exonerar o devedor.
Deve ser aceita pelo sujeito passivo - não pode prejudicar terceiros.
Devolução do objeto penhorado - não implica em remissão, mas apenas renúncia àquela
garantia.
- A remissão somente pode operar-se inter partes, não sendo esta admitida em prejuízo de
terceiros;
- A remissão distingue-se da doação, eis que nesta o doador transfere bens de seu patrimônio
para o donatário. É típico contrato de natureza gratuita e unilateral;
- O perdão pode ser expresso ou tácito, quando decorre de uma atitude do credor
incompatível com a conservação de sua qualidade creditória. Não se presume fora dos
casos admitidos em lei, nem a inatividade do credor permite induzi-lo. Um exemplo é a
entrega voluntária do título da obrigação quando por escrito particular (mas lembre-se que,
nos termos do artigo 324 do CC, a entrega de título de crédito faz presumir o pagamento
– não remissão -, tratando o artigo 386 de instrumentos particulares ou contratos que
traduzem dívidas). Atente-se que esta presunção é relativa, podendo o credor provar a
ausência de animus em remitir a dívida. Outro caso é a remissão da garantia que se presume
com a entrega do objeto empenhado (a dívida remanesce, ficando quirografária).
- A remissão apenas terá o caráter de negócio jurídico unilateral quando efetuada em
testamento, assemelhando-se a um verdadeiro legado em prol do devedor;
- A remissão pode ser revogada unilateralmente, desde que não tenha ainda gerado um
direito contrário.
- O perdão não pode ser acompanhado de prestação do devedor, caso contrário haverá,
conforme o caso, dação em pagamento, transação ou mesmo novação, se modificado o
objeto (mas pode ser condicionado ou a termo).
- Somente as obrigações patrimoniais de caráter privado comportam perdão.
- O perdão concedido ao devedor principal extingue a obrigação dos fiadores e liberta as
garantias reais.
- Se forem vários os devedores, a remissão concedida a um deles extingue a obrigação na
parte que lhe corresponde. Sendo indivisível, os demais credores somente poderão exigir a
prestação com desconto da parte relativa ao remitente.
INADIMPLEMENTO - RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL
1. MODALIDADES DE INADIMPLEMENTEO
Inadimplemento parcial ou mora - há apenas descumprimento parcila da obrigação, que ainda
pode ser cumprida.
Inadimplemento total ou absoluto - é a hipótese em que a obrigação não pode ser mais cumprida,
Efeitos da mora -
DO DEVEDOR
a) responsabilização do sujeito passivo por todos os prejuízos causados ao devedor,
mais juros e correção e honorários advocatívios no caso de propositura de ação.
L cf. TARTUCE os honorários referidos são os contratuais, e não os judiciais
L se, em decorrência da mora, tornar-se inútil a prestação pode o credora rejeitá-la,
sobrevindo a corresponde reparação por perdas e danos - inutilidade a ser aferida objetivamente
DO CREDOR
a) Afastar do devedor isento de dolo a responsabilidade pela conservação da coisa, não
respondendo ele por conduta culposa (imprudência, negligência ou imperícia) que gerar a perda do
objeto obrigacional.
b) Obrigar o credor a ressarcir o devedor pelas despesas empregadas na conservação da
coisa.
c) Sujeitar o credor a receber a coisa pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu
valor oscilar entre o tempo do contrato e o do cumprimento da obrigação.”
d) cria a possibilidade de consignação
DE AMBOS
Uma elimina a outra, como se nenhuma das partes houvesse incorrido.
Classificação da mora -
a) ex re / automática - quando a obrigação for positiva, líquida e com data fixada para
o inadimplemento - dia do vencimento vale como interpelação;
b) ex persona / pendente - caracterização do atraso dependerá de uma providência, do
credor ou seu representante, por meio de interpelação, notificação ou protesto do credor, que pode ser
judicial ou extrajudicial;
c) irregular / presumida - ORLANDO GOMES - nas obrigações provenientes de ato
ilícito - mora desde a prática do ato.
3. INADIMPLEMENTO ABSOLUTO
Efeitos - Não cumprindo o sujeito passivo a prestação, passa ele a responder pelo valor
correspondente ao objeto obrigacional, acrescido das demais perdas e danos, mais juros compensatórios,
cláusula penal (se prevista), atualização monetária, custas e honorários de advogado (art. 389 do CC).
L honorários somente exigíveis quando há efetiva atuação de um advogado.
L honorários referidos são contratuais - cf. STJ
Contratos benéficos - aquele a quem não favoreça somente responde por dolo
4. DOS JUROS
Juros moratórios - enuncia o art. 406 do CC que mesmo não estando previstos pelas partes,
serão devidos de acordo com a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos
devidos à Fazenda Nacional 12% ao ano.
L aplicação da SELIC - é questionada, pois inclui a correção monetária - sendo impossível seu
cálculo separadamente, além de impedir o conhecimento prévio dos juros - há julgados do STJ
aplicando
Juros bancários - entende a jurisprudência que são fixados conforme as regras de mercado.
A fixação acima dos 12% - no caso de instituições financeiras - não é per se indicativo de abuso.
Cf. STJ - não sendo fixados juros pelas partes incidem as taxas de mercado e não do CC 406
(que determina a aplicação do relativo a tributos federais).
Termo inicial -
a) responsabilidade contratual - prazo de cumprimento definido - termo do contrato;
b) responsabilidade contratual - sem prazo de cumprimento - citação;
c) responsabilidade aquiliana - data do fato lesivo - salvo danos morais, cujo termo inicial
será o arbitramento.
Juros intertemporais - juros estão no plano da eficácia - cálculo fracionada cf. a lei vigente.
Anatocismo - prática de somar os juros ao capital para contagem de novos juros. Capitlização
composta.
Permitida, desde que anual a periodicidade da incorporação dos juros ao capital
CLÁUSULA PENAL
1. CONCEITO
A cláusula penal é um pacto acessório, pelo qual as partes de determinado negócio jurídico fixam
a indenização devida em caso de descumprimento culposo da obrigação principal, de alguma cláusula do
contrato ou em caso de mora.. SUA INCIDÊNCIA EXIGE CULPA – não é possível a estipulação de cláusula
penal para a hipótese de descumprimento não culposo da obrigação principal
Por ser acessória, aplica-se o princípio pelo qual a obrigação acessória deve seguir a principal
(gravitação jurídica) - nulidade do contrato acarreta nulidade da multa.
Finalidades
L Compensatória - prefixação das perdas e danos - no caso de inadimplemento absoluto.
Para receber seu valor a parte não precisa provar o prejuízo.
Em regra, mesmo que o prejuízo exceda o valor da cláusula, o prejudicado não pode exigir
indenização suplementar.
SALVO contratos de adesão - aderente pode exigir reparação além da cláusula.
L Moratória - coercitiva - punição pelo retardamento - pode ser exigida em conjunto com
perdas e danos - cf STJ
REDUÇÃO pelo adimplemento - penalidade pode ser reduzida equitativamente pelo juiz se a
obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente
excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
Redução equitativa não é o mesmo que proporcional ao adimplido.
“Art. 924. Quando se cumprir em parte a obrigação, poderá o juiz reduzir
proporcionalmente a pena estipulada para o caso de mora, ou de
inadimplemento.”
Caráter duplo na penalidade - cf. STJ - contratos onerosos e comutativos - a cláusula penal
vale para ambas as partes, ANDA QUE SOMENTE EXPRESSAMENTE PREVISTA PARA UM DOS
NEGOCIANTES.
Pedidos possíveis
o Multa moratória = obrigação principal + multa
o Multa compensatória = obrigação principal ou multa
Obrigação indivisível - todos incorrem na pena. Mas todos responderão pela sua quota parte,
Quando da conclusão deve ser devolvido ou computado na prestação devida (se do mesmo
gênero).
Vale, asssim, como antecipação do pagamento.
Espécies -
a) Arras confirmatórias – SEM CLÁUSULA DE ARREPENDIMENTO - confirmam o contrato - a
não celebração equivale a inadimplemento
L Inexecução pela parte que deu - ter-se-á por desfeito o contrato + retenção pelo que recebeu
L Inexecução pela parte que recebeu - direito de exigir sua devolução mais o equivalente