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ESTADO DE ALAGOAS

PREFEITURA MUNICIPAL DE FEIRA GRANDE


PROCURADORIA DO MUNICÍPIO, Tel.: 3524-1133
Rua do Comércio, s/n – Centro – Feira Grande/AL – CEP: 57.340-000

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS

Processo originário: 0000562-75.2012.8.02.0060


Recorrente: Município de Feira Grande
Recorrido: Maria Emanuelle da Silva Araújo.

O MUNICÍPIO DE FEIRA GRANDE, devidamente qualificado nos autos em


epigrafe, através dos procuradores judiciais constituídos e adiante assinados, vem,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 102, inciso
III, alínea “a” da Constituição Federal de 1988, bem como no artigo 1.029 e demais
aplicáveis à espécie do Código de Processo Civil Brasileiro, para interpor

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

contra o v. acórdão proferido nestes autos, exarado pela Colenda 3ª


Câmara do Tribunal Justiça, fazendo-o em conformidade com as razões de fato e de
direito deduzidas em apartado.

Requer, outrossim, que intimado o Recorrido para a apresentação de


contrarrazões e exercido o juízo de admissibilidade, seja o presente admitido e remetido
ao Superior Tribunal de Justiça.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

Maceió/AL, 20 de maio de 2019.

Flávio Augusto Brandão Cesar


Procurador-Geral do Município
OAB/AL nº 12.516

Rubens Marcelo Pereira da Silva


OAB/AL nº 6638
ESTADO DE ALAGOAS
PREFEITURA MUNICIPAL DE FEIRA GRANDE
PROCURADORIA DO MUNICÍPIO, Tel.: 3524-1133
Rua do Comércio, s/n – Centro – Feira Grande/AL – CEP: 57.340-000

EXCELENTÍSSIMOS SENHORES MINISTROS DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Processo originário: 0000562-75.2012.8.02.0060


Recorrente: Município de Feira Grande
Recorrido: Maria Emanuelle da Silva Araújo.

Colenda Turma!

Ínclitos Relatores!

O MUNICÍPIO DE FEIRA GRANDE, devidamente qualificado nos autos do


processo em epígrafe, por conduto de seus procuradores judiciais constituídos e adiante
assinados, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar RAZÕES
DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO interposto contra acórdão proferido pela 2º Câmara
Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, pelos fatos e fundamentos jurídicos
que se seguem:

I - DO CABIMENTO

As hipóteses de cabimento do Recurso Extraordinário, dada a sua


relevância, estão previstas na Constituição Federal de 1988, não podendo ser ampliadas
ou reduzidas por norma infraconstitucional.

Prescreve a Carta Magna, quanto ao cabimento, o seguinte:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal:


(...)
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em
única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) Contrariar dispositivo desta Constituição;
(...)

Saliente-se, ainda, no presente tópico, que não é aqui momento de


discussão do mérito do recurso. Esse é o entendimento esposado por NELSON NERY
JÚNIOR e ROSA MARIA ANDRADE NERY:

“Demonstração do cabimento do recurso. Não é preciso discutir o


mérito do recurso, bastando o recorrente sustentar a existência dos
requisitos constitucionais para o cabimento do RE ou do Resp. A
efetiva violação da CF ou da lei federal é o mérito do recurso, que
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deverá ser analisado em outro tópico das razões recursais (CPC 541
III.” (In Código de Processo Civil Comentado, 4.ª edição, Editora Revista
dos Tribunais, p. 1055).

E dentre os pressupostos específicos de admissibilidade, estão a existência


de questão federal suscitada e decidida no tribunal a quo (prequestionamento).

O Supremo Tribunal Federal admite o prequestionamento explicito e


implícito, mas não o ficto, quando afirma que “o ponto omisso da decisão, sobre o qual
não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso
extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento” (Súmula 356 do STF).

O prequestionamento explícito é aquele que ocorre quando o Tribunal a


quo, ao decidir a causa, refere-se de forma expressa aos dispositivos legais (tidos como
violados) e emite de forma clara e expressa juízo de valor acerca dos referidos
dispositivos legais (constitucionais ou infraconstitucionais). O prequestionamento
implícito, ocorre quando, apesar do enfrentamento do quesito pelo tribunal a quo, não
é feita menção ao dispositivo legal que se pretende dar por ofendido.

Assim, significa que o recorrente deve arguir a controvérsia constitucional


no juízo a quo, de forma que a matéria tenha sido discutida e decidida explicitamente
por esse antes de chegar ao Supremo Tribunal Federal, ainda que prescindível expressa
menção ao artigo legal, a não ser que o vício seja na própria decisão do juízo a quo.

No caso do Recurso Extraordinário em tela, o prequestionamento cinge-se


a questão constitucional, conforme art. 102, III, alínea “a”, da CF/1988. Assim, é preciso
que a questão constitucional tenha sido suscitada e decidida pelo órgão a quo. E houve
debate e decisão quanto a norma constitucional a seguir, sem prejuízo das
inconstitucionalidades surgidas na própria decisão judicial a quo.

In casu, a contrariedade à Constituição Federal de 1988 resulta no fato de que o


acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas violou mais precisamente a seguinte norma:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...).
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
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E o dispositivo em questão foi devidamente prequestionado no Acordão ora


recorrido, ainda que de forma implícita, como se observará na síntese da lide. Assim,
revela-se irrefutável a análise da matéria objeto do presente Recurso Extraordinário,
restando, portanto, legitimado o acesso a essa via excepcional, no que concerne ao
requisito específico do prequestionamento.

Sabe-se também que somente será admissível o recurso extraordinário se


esgotadas as vias recursais ordinárias. A propósito, editou-se a Súmula 281 do STF. Esse
requisito também fora atendido no caso em tela.

Isso porque as questões subjacentes a este feito foram decididas em última


instância pela 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, revelando a
observância ao requisito explicitado no inciso III do artigo 102 da CF/88, segundo o qual
a validade da interposição do Recurso Extraordinário se subordina ao prévio
esgotamento das instâncias ordinárias.

Por sua vez, diga-se que não cabe para fins de reexame de prova, não serve
para debater o conjunto probatório, não é útil para o reexame de matéria fática (Súmula
279 do STF). Não se permite a formação de uma nova convicção sobre os fatos a partir
das provas constantes dos autos.

O conceito de reexame de prova é a formação de nova convicção sobre os


fatos, o que não é necessário no caso em tela. Note-se que o que se veda, mediante a
proibição do reexame de provas, é a possibilidade de se analisar se o tribunal recorrido
apreciou adequadamente a prova para formar a sua convicção sobre os fatos, o que não
ocorre no caso em tela.

Acontece que reexame de prova não se confunde com aquele que diz
respeito à valoração dos critérios jurídicos respeitantes à utilização da prova e à
formação da convicção.

Ou seja, é preciso distinguir reexame de prova de aferição: a) da ausência de


motivação ou de motivação lógica1 e suficiente do acordão (art. 93, IX, CF/1988); b) da
qualificação jurídica do fato ou ato2; c) da qualidade da prova necessária para a validade
do ato jurídico ou para o uso de certo procedimento3; d) do objeto da convicção de
verossimilhança (dos critérios jurídicos das várias tutelas antecipatórias) e da
consideração da verossimilhança suficiente para estas, diante da lei processual e do

1
Obediente às regras da lógica (razoabilidade).
2
STF, 2ª T., AGRAG n. 146.912/GO, rel. Min. Marco Aurélio, DJU, de 19.3.93, p. 4.28; STF, 2ª T., AGRAG n.
158.608/SP, rel. Min. Marco Aurélio, DJU, de 12.5.95, p. 12.997
3
STF - RE n. 70.568/GB, rel. Min. Barros Monteiro, DJU, de 13.11.70; STJ, RE n. 86.082/RJ, rel. Min. Moreira
Alves, RTJ 81/280.
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direito material4 5 e) do ônus da prova; f) da idoneidade das regras de experiência e das


presunções para fins de credibilidade da prova utilizada6; g) da licitude da prova; h) de
outras questões que antecedem a imediata relação entre o conjunto das provas e os
fatos, por dizerem respeito ao valor abstrato de cada uma das provas e dos critérios que
guiaram os raciocínios presuntivo, probatório e decisório7.

Assim, no caso em tela se tem: 1) acordão que contraria dispositivo


constitucional constante no artigo 37, §6 da Constituição Federal de 1988.

No presente caso, portanto, estão materializados os pressupostos


pertinentes ao Recurso Extraordinário, necessários e suficientes para a sua apreciação
pelo Supremo Tribunal Federal, configurando-se, assim, tanto os requisitos gerais de
recorribilidade (adequação, interesse de agir, oportunidade, representação processual
regular) quanto os específicos (violação à Constituição), a ensejar admissibilidade e
regular processamento.

Por estas razões, impõe-se o reconhecimento da admissibilidade do Recurso


Extraordinário aqui proposto.

II - DA REPERCUSSÃO GERAL (TRANSCENDENCIA E RELEVANCIA DAS QUESTÕES)

Preliminarmente, atendendo aos preceitos legais instituídos pelo art. 1.035


e ss., o ora recorrente vem demonstrar que a questão discutida nos autos possui
repercussão geral apta a ensejar a admissibilidade do apelo extraordinário por este
colendo Supremo Tribunal Federal. O NCPC, a respeito da repercussão geral, estabelece:

Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não


conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional
nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.

4
STJ, REsp 473072/MG, DJ de 25/08/2003, 5a. Turma, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca. Porém, afirma-
se, simplesmente, que os conceitos de prova inequívoca e de verossimilhança não podem suscitar o
especial em razão da Súmula n. 7: “(...) 2. Inviável o pronunciamento da Corte acerca do acerto de decisão
concessiva de tutela antecipatória, não prosperando a argumentação atinente ao malferimento do art.
273 do CPC, porquanto os conceitos de ‘prova inequívoca’, ‘verossimilhança’, etc, estão intrinsecamente
ligados ao conjunto fático dos autos, incidindo a censura do verbete da súmula 07/STJ. 3. Recurso especial
não conhecido” (STJ, 6a. Turma, Rel. Min. Fernando Gonçalves, REsp 463106/RS, DJ de 24/02/2003).
5
Isso quer dizer que, no caso de perigo, o juiz deve analisar se o direito do autor é mais provável que o
do réu, isto é, se a preponderância pende para o lado da parte autora. Em caso positivo, apenas poderá
deixar de conceder a tutela na hipótese em que a sua concessão puder acarretar risco de prejuízo
irreversível ao direito que, no caso concreto, tiver valor maior que aquele que o autor pretende ver
imediatamente tutelado
6
STJ, 5ª . Turma, Rel. Min. Edson Vidigal, REsp 46.186-3/DF; RT 725/531.
7
Erro na compreensão do conteúdo e do significado da prova em abstrato.
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§ 1o Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou


não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político,
social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do
processo.

§ 2o O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral


para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.

Portanto, tem repercussão geral a questão constitucional com relevância do


ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses
subjetivos da causa. Tem-se, assim, que a matéria discutida em sede de recurso
extraordinário deverá ser relevante para a coletividade e não apenas ao recorrente.

Antes de tudo, pode se inferir que tem repercussão geral aquilo que tem
transcendência, aquilo que transcende o interesse subjetivo das partes na solução da
questão. Uma causa é provida de repercussão geral quando há interesse geral pelo seu
desfecho, ou seja, interesse público e não somente dos envolvidos naquele litígio.

Pois bem, no momento em que o julgamento daquele recurso deixar de


afetar apenas as partes do processo, para também afetar uma gama de pessoas fora
dele, despertando interesse público, tem-se a transcendência, requisito da repercussão
geral.

No caso em tela, esse requisito se faz presente, visto que se trata de questão
com relevância do ponto de vista político, jurídico e social.

A presente demanda guarda pertinência com a relevância jurídica, social, e


política. Pode-se dizer que, a princípio, toda questão envolvendo temas de tamanha
grandeza, guarda uma repercussão geral implícita, por se tratar de matéria que envolve
garantia fundamental dos administrados contra arbitrariedades dos poderes
constituídos, o que vulnera o Estado Democrático de Direito, por atingir as garantias
fundamentais que o sustenta.

Nestes termos, em razão da questão na presente causa transcender o direito


subjetivo das partes nela envolvidas e por estar demonstrada a repercussão geral no
caso concreto, o presente Recurso Extraordinário merece ser conhecido para se decidir
o mérito da demanda.

III - DOS FATOS E DO DIREITO

Cuida-se, na origem, de ação de indenização por danos materiais e morais ajuizada por
Maria Emanuelle da Silva Araújo, representada por sua genitora, em face do Município
de Feira Grande/AL em decorrência de acidente que vitimou o seu pai.
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Alega que o acidente se deu em virtude de restos de uma obra realizada


pelo Município de Feira Grande/AL.

Magistrado singular julgou procedente a ação, condenando o município


ao pagamento de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) a título de danos morais e R$ 123.270,00
(cento e vinte e três mil duzentos e setenta reais) para reparação dos danos materiais
sofridos.

O município de Feira Grande interpôs recurso apelação contra a sentença


de piso, que foi em parte conhecido para, reconhecendo a responsabilidade civil
objetiva do recorrente, condenar ao pagamento de danos materiais no importe de 1/3
do salário mínimo, em parcelas mensais, até os beneficiários completarem 25 anos de
idade, com correção monetária pelo IPCA-E e juros de mora relativos à caderneta de
poupança.

Restou incólume a condenação ao valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

O Município de Feira Grande interpôs embargos de declaração visando


prequestionamento o art. 373, inc. I do NCPC, os quais foram julgados improvidos sendo
aplicada multa de 0,5% do valor causa por serem considerados protelatórios.

O acórdão de piso, integrado pelo julgado dos aclaratórios deve ser


inteiramente reformando, tendo em vista a flagrante ofensa ao art. 373, inc. I do NCPC,
vez que não ficou provada nenhuma conduta comissiva ou omissiva do Município de
Feira Grande como causa do infortúnio ocorrido.

O acórdão recorrido se funda, basicamente, em depoimentos de


pessoas que estavam no local, mas não levam em considerações aspectos
relacionados a culpa da própria vítima, que estava sem capacete, dando causa,
portanto, ao acidente.

As testemunhas afirmaram que viram o acidente acontecer, em dia e hora


coincidentes com os fatos narrados pela autora. Contra o acidente de nada há a se
declarar, é verdade que de fato aconteceu. Entretanto, em nenhum momento foi
apresentado qualquer indício da irresponsabilidade do município.

O boletim de ocorrência nada diz além dos fatos narrados, limita-se a


afirmar apenas que o requerente perdeu o controle da motocicleta, acidentou-se e veio
a falecer 13 dias depois. Não está provado, portanto, nem indiretamente a culpa da
administração pública (qual seja falta de sinalização culposa ou dolosa) muito menos o
nexo causal entre uma suposta omissão desta e o fatídico sinistro.
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Dessa forma concluir pela responsabilidade civil subjetiva do município


de Feira Grande, neste caso, significa, a um só tempo, violação aos artigos 37, §6º da
Constituição Federal e 373, inc. I, do Código de Processo Civil. Sabe-se, ademais, que a
responsabilidade civil do Estado por atos omissivos pressupõe a demonstração da culpa
– ou seja, não é objetiva -, necessitando que o autor comprove nos autos que o sinistro
se deu pela ausência de ação específica do embargante.

A constituição Federal assim tratou sobre a administração Pública:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado


prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Portanto, deve ser conhecido e provido o presente recurso extraordinário,


no sentido de se reconhecer a violação ao art.37, § 6, da CF uma vez que carecem
provas da responsabilidade omissiva do Município de Feira Grande.

Nos autos percebesse que em nenhum momento foi comprovado de fato a


responsabilidade da administração pública no acidente, a única ligação que há entre o
município e o ocorrido é gerado de “ouvi falar ”.

VI – DO PEDIDO

Pelas razões expendidas no presente Recurso Extraordinário, requer a esse


Egrégio Supremo Tribunal Federal:

a) A intimação do Recorrido, para, querendo, oferecer contrarrazões no


prazo de 15 (quinze) dias;

b) que seja o presente RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO e


PROVIDO para fins de reformar o Acórdão, eexarado pela 3ª Câmara do Tribunal de
Justiça, por haver violado a Constituição Federal de 1988, determinando, por
conseguinte, a total improcedência da demanda.

Nestes termos, pede deferimento.


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Maceió/AL, 20 de maio de 2019.

Rubens Marcelo Pereira da Silva


OAB/AL nº 6638

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