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EDUCAÇÃO BILÍNGUE NA PROMOÇÃO E REVITALIZAÇÃO DAS LÍNGUAS

SURUÍ-AIKEWARA E GUARANI-MBYA DO NORTE

MARIA CRISTINA MACEDO ALENCAR


cristinaufpa@yahoo.com.br

RESUMO: Refletimos neste trabalho sobre como se realiza a educação escolar


indígena intercultural e bilíngue entre os Suruí-aikewara e Guarani-Mbya do
Norte, no sudeste do Pará. Avaliamos o tipo de educação bilíngue promovida
nas escolas desses dois povos indígenas a fim de compreender qual o estatuto
das línguas autóctones no currículo e no cotidiano escolar. A pesquisa foi
realizada segundo os pressupostos da Sociolinguística Aplicada (CALVET,
2007; 2005; HAMEL, 1993). Assim, foram produzidos Diagnósticos
Sociolinguísticos das realidades dos povos indígenas mencionados por meio
de observação no cotidiano de sete aldeias e aplicação de questionários
sociolinguísticos a 100% da população da aldeia Guarani-Mbya e a 75% da
população das seis aldeias Surí-Aikewara. Também foram realizadas
observações do cotidiano escolar, com foco nas aulas de língua indígena.
Constatou-se que a língua indígena não é língua de instrução, sendo apenas
uma disciplina no currículo escolar, na qual as aulas ocorrem em Língua
Portuguesa. O aspecto da interculturalidade não se materializa no currículo
escolar (WALSH, 2012). É necessário, em diálogo com as comunidades
linguísticas e o poder público, a planificação linguística e educacional (VÉLEZ,
2006), atentando para a positivação do estatuto da língua e das epistemologias
indígenas nos currículos das escolas Guarani-Mbya e Suruí Aikewara de forma
a contribuir, por meio do ensino da língua autóctone como L2, para a
valorização das culturas autóctones e, paulatina, revitalização e promoção das
línguas indígenas com ações que visem um bilinguismo aditivo dessas
populações.

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