INTRODUÇÃO
1. O lega
legado
do fundam
fundament
entali
alista
sta
O evangelicalismo ainda retém, em alguns cantos, a reputação de ser
intelectualmente pouco profundo.
A presente fixação do movimento na cultura terapêutica estado-unidense do
“sentir-se bem” que é igualmente culpada pela fraqueza intelectual do movimento.
2. A dominância
dominância do pragmati
pragmatismo
smo no evangelicalis
evangelicalismo
mo
A natureza fortemente pragmática do movimento levou a uma ênfase no
crescimento da igreja, pregação do sentir-se bem e estilos de ministério informados
em grande parte pela psicologia secular.
O evangelicalismo se tem tornado um movimento em massa precisamente
porque os evangélicos estiveram preocupados em identificar e promover seu apelo
popular.
3. O secu
secular
larism
ismo
o da academ
academia
ia
Há uma percepção até bem difundida dentro das igrejas de que a teologia
acadêmica, em grande parte, perdeu quaisquer ligações que um dia pode ter tido com
a missão, preocupações e vida da igreja.
Teólogos acadêmicos ocasionalmente se referem ao evangelicalismo como
ingênuo.
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4. O elitism
elitismo
o da teolo
teologia
gia acad
acadêmic
êmica
a
O distanciamento que a academia toma das realidades da vida cotidiana está
ligado em grande parte, pelo menos na percepção popular, ao elitismo da própria
academia.
O evangelicalismo precisa assegurar que sua preocupação com o apelo popular
nunca seja ganha ou mantida lançando-se fora as raízes teológicas profundas da fé
cristã, que lhe fornece estabilidade e profundidade por meio das divisões entre
gerações. Uma teologia puramente “acadêmica” é elitista e irrelevante; uma teologia
populista pode ter apelo à massa sem ter profundidade nenhuma. Teologia entendida
acertadamente, diz respeito à profundidade intelectual e espiritual e ao poder de
durabilidade.
Em consequência da falta de importância dada à preocupação de cristãos
comuns, por parte dos teólogos acadêmicos, e da pouca profundidade da teologia
populista, seria bom que evangelicalismo incentivasse a emergência de reflexão
teológica séria sustentada de um ponto de vista compromissado dentro da
comunidade cristã, e visse os teólogos como crentes que pensam por si e por outros,
dentro da comunidade da fé.
Os melhores intelectuais podem existir e operar fora da academia.
Nesta obra decidi não adotar a posição defensiva. Em vez disso proponho-me a
expor a coerência da visão evangélica de teologia, e tratar criticamente com seus
rivais contemporâneos. Reconheço plenamente que as perguntas críticas dirigidas
contra a visão evangélica do empreendimento teológico no contexto acadêmico não
podem ser ignoradas. Contudo, desejo poder apresentar uma visão evangélica para a
teologia, sem ser forçado constantemente a defensiva, por causa das implicações
negativas que isso tem para a subsequente apresentação dessa visão.
Esse livro, portanto, representa uma exploração crítica, mas também positiva,
dos fundamentos intelectuais, da coerência e da credibilidade do evangelicalismo.
1. Um enfoque,
enfoque, tanto devocion
devocional
al como teológico
teológico,, na pessoa
pessoa de Jesus Cristo,
Cristo,
especialmente sua morte na cruz;
2. A identificaçã
identificação
o da Escritura
Escritura como
como autoridade
autoridade suprema
suprema em matéria de
de
espiritualidade, doutrina e ética;
3. Uma ênfase
ênfase na conversão
conversão ou no “novo nascime
nascimento”,
nto”, como
como uma experiência
experiência
religiosa que transforma a vida;
4. Uma preocupação
preocupação em
em compartilhar
compartilhar a fé,
fé, especialment
especialmente
e por meio de
evangelização.
Modernismo e domínio
Estas cinco considerações estão por trás da afirmação cristã decisiva de que
Deus se revelou em Jesus Cristo, que é o fundamento e critério da teologia evangélica.
Conclusão
A Escritura é vista como um canal, pelo meio do qual Deus se auto revela em
Jesus Cristo. Embora a Escritura seja portadora dessa auto revelação em Cristo, ela
não deve ser identificada diretamente com essa auto revelação. Ela não é Jesus Cristo.
Evangélicos observam que o próprio Jesus Cristo via a Escritura (em seu caso o
Antigo Testamento) como tendo sido entregue por Deus ao homem.
Cristo, tanto ao reconhecer como verdadeiras as Escrituras que ele mesmo recebeu,
como quando admitimos serem as que a igreja nos transmitiu um testemunho de
Cristo divinamente inspirado.
A autoridade da Escritura
Permitir que nossas ideias e valores tornem-se controlados por qualquer coisa
ou pessoa que não a auto revelação de Deus na Escritura é adotar uma ideologia, em
vez de uma teologia; é tornar-nos controlados por ideias e valores cujas origens se
acham fora da tradição crista – e potencialmente tornar-nos escravizados por eles.
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Uma teologia que tem base em valores, quer sejam radicais ou conservadores,
tirados somente do mundo secular, torna-se impotente para criticar esse mundo.
1. Cultura
2. Experiência
3. Razão
4. Tradição
1. Cultura:
Alguns escritores liberais têm argumentado que a teologia deve buscar sua
legitimação e justificativa pública engajando-se com a cultura ocidental.
Isso implica em uma universalidade teórica para com “o mundo moderno” e
para com “a cultura ocidental” que está ausente na realidade.
O “espírito da época” acaba por mostrar-se bastante efêmero, conduzindo a
uma janela igualmente breve de credibilidade para teologias que se baseiam
em costumes práticas sociais contemporâneas.
2. Experiência:
A experiência é um termo impreciso.
Relaciona-se ao mundo interno e subjetivo da experiência, como oposto ao
mundo externo da vida cotidiana.
Tem enfatizado a importância dos aspectos subjetivos da religião em geral, e
do cristianismo em particular.
Essa preocupação com experiência humana é associada particularmente
com existencialismo, que tem procurado restaurar uma percepção da
importância da vida interior de indivíduos tanto para a teologia como para a
filosofia.
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Como foi que essa notável – e, precisa ser dito, totalmente mal colocada –
confiança na razão em matéria de religião se desenvolveu? Três estágios
podem ser identificados, cada um deles levando naturalmente para o que se
segue:
4. Tradição:
Para alguns escritores a “tradição” tem bastante autoridade. Tradição seria
entendida aqui como o que designa uma doutrina ou crença tradicional, que
tem força de autoridade por causa da sua antiguidade.
A ideia de “tradição” é de importância para o evangelicalismo moderno. Os
evangélicos têm tido sempre a tendência de ler a Escritura como se fossem
os primeiros a fazer isso. Precisamos lembrar que outros já estiveram lá
antes de nós, e já a leram antes que nós o fizéssemos. Esse processo de
receber a revelação escritural é “tradição” – não uma fonte de revelação
somada a Escritura, e sim um modo particular de se entender a Bíblia que a
igreja cristã tem reconhecido como responsável e confiável. A Escritura e a
tradição não são, pois, para serem vistas como duas fontes alternativas de
revelação; em vez disso, são coinerentes. A Bíblia não pode ser lida como se
nunca tivesse sido lida antes. As histórias e liturgias das igrejas
constantemente nos fazem lembrar que a Escritura já foi lida, avaliada e
interpretada no passado.
É uma disposição para atribuir peso aos pontos de vista dos que nos
precederam na fé, o que provê lembranças fortes da natureza corporativa da
fé cristã, o que inclui a interpretação da Escritura.
O que dizer, porém, dos achados críticos que têm parecido contradizer a
autoridade divina da Escritura? Os evangélicos têm respondido a essas descobertas de
duas maneiras. Negativamente, têm notado as limitações do método crítico;
Positivamente, têm reconsiderado aspectos de seu entendimento de autoridade
bíblica.
Segundo Gabler, a “teologia bíblica” era para ser entendida como uma
disciplina puramente histórica e descritiva, enquanto que a “dogmática” era uma
disciplina normativa ou prescritiva.
Estudar “teologia bíblica” tornou-se um exercício em história cristã,
examinando, em muito, a teologia de escritores bíblicos do mesmo modo como se
poderia estudar a teologia do judaísmo primitivo patrístico ou do segundo-templo.
Escritura e narrativa
O fato de muita da própria Escritura fazer uma narrativa tem sido omitido. Por
quê?
Revelação diz respeito aos oráculos de Deus, aos atos de Deus, e à pessoa e
presença de Deus.
A Bíblia não articula um conjunto de princípios abstratos, mas aponta para uma
vida vivida, uma existência histórica específica, como que em algum sentido
incorporando e dando substância a tal conjunto de princípios.
Definindo liberalismo
Para caricaturar a doutrina cristã, então, como mero jogo de palavras ou como
uma tentativa de reduzir o mistério de Deus a proposições é deixar de apreciar a
maneira em que as palavras nos servem.
O que é verdade?
A teologia regula a maneira em que cristãos falam sobre Deus, mas não
comenta sobre a pretensão de que tais declarações sejam verdadeiras. “Religião” é,
portanto, a língua; teologia é só a gramática que a regula.
A Escritura tem autoridade, não por causa do que a comunidade cristã escolheu
fazer com ela, mas por causa do que ela é, e do que ela transmite.
Definindo o Ilusionismo
1. A natureza da Escritura:
Existe uma tendência dentro do evangelicalismo de tratar a Bíblia
simplesmente como uma fonte de doutrinas cristãs, e de negligenciar,
suprimir ou negar seu cunho narrativo.
2. Espiritualidade:
Existe uma tendência de ver espiritualidade em termos de entendimento do
texto bíblico – isto é, a leitura da Bíblia tirando sentido de suas palavras e
ideias, e entendendo seu fundo histórico e seu sentido para hoje.
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Definindo o pós-modernismo
A natureza de pluralismo
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O que é religião?
O Novo Testamento dá uma nova guinada nessa evolução usando para isso a
sua linguagem sobre “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”. Encontrando nas
ações e paixões e Jesus Cristo a identidade de Deus. Em resumo: para os cristãos,
Deus é revelado cristologicamente.
Por trás dessas convergentes imagens de salvação está o tema comum a todas:
“salvação em e por meio de Cristo” – isto é o mesmo que dizer que salvação é uma
possibilidade somente por causa da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, e essa
salvação é moldada em sua imagem.
A natureza da Salvação
1. Uma ânsia “totalizadora”, que insiste em que tudo precisa ser visto como um
aspecto de uma grande teoria ou “metanarrativa”;
2. Um desejo de dominar matéria crua – cultural, intelectual ou física – para
encaixá-la com os desejos da humanidade.