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Produção de Linguagem

 Somos seres de linguagem : expressão de idéias,pensamentos,interações


sociais,contato com o mundo,constituição de nós mesmos.

 Linguagem:
 Política : permite que os indivíduos socializem;
 Ideológica: influencia ações a partir de juízos de valor,apreciação
valorativa

 A linguagem nunca é neutra

 Manifestação em algumas Modalidades


 Verbal : uso da língua (considerando apenas as palavras);
 Não- Verbal:Uso de outro(s) código(s) que não a língua;
 Multimodal: combinação das duas outras modalidades.

 Num esforço para definir.....:


 Linguagem: atividade/faculdade comum para todos os seres humanos;
 Língua: conjunto de códigos convencionalizados entre membros de um
determinado grupo;
 Cultura: Conjunto de práticas,traços,bens simbólicos produzidos e que
marcam determinado grupo/sociedade/comunidade.

 Para Produzir linguagem verbal,usamos a língua,produzidas pelos


falantes/usuários para atender suas necessidades.
 Diversas situações,diversos grupos sociais = variedades lingüísticas
=língua não é somente norma culta/gramática.

 Variedades que gozam de prestígio social e variedades desprestigiadas que


sofrem estigma social/preconceito lingüístico

 O ponto é adequar-se a situação!


 “ O Quê? Tema/Assunto
 Quem? Função Social do Autor
 Para Quem? Função social do interlocutor
 Por quê? Objetivo
 Quando? Momento histórico
 Onde ? Local de circulação do texto
 Quando? Momentos históricos
 Como? Maneiras de dizer,nível de linguagem,arranjo das idéias.

1. Somos feitos de linguagem/como é usada


Para ampliarmos essa discussão e verificarmos que, realmente, somos seres
feitos de linguagem, vejamos o que Faraco (2008, p. 83) diz a esse respeito:

a) o seu mundo interior está cheio de linguagem: você pensa “falando”,


“conversando consigo mesmo” (usamos até a expressão diálogo interior para
designar esta movimentação toda que ocorre na nossa cabeça);

b) todos os nossos relacionamentos sociais (e sem o contato permanente com


os outros nós não sobreviveríamos) ocorre com a linguagem;

c) foi por meio da linguagem que os outros deram um nome a você (nome que
é um elemento verbal e que é parte fundamental da sua identidade), assim
como disseram uma porção de coisas a seu respeito e a respeito do mundo.
Coisas que você incorporou como parte do processo de construção de sua
própria imagem e das maneiras como você interpreta o mundo.

2. O que é linguagem?

Diante das explicações realizadas até aqui, é necessário sistematizarmos


nossa aprendizagem sobre o que é linguagem. Podemos, então, afirmar que a
linguagem pode ser definida como uma atividade comum a todos os homens.
Ela é uma forma de interação com o mundo e com o outro, ela é a
representação das ideias, dos sentimentos e dos valores. A linguagem é um
instrumento que nós utilizamos para representar o mundo que nos cerca e para
interagir com nossos semelhantes. Assim, o desenho, a pintura, a escrita, a
fala, a música, a dança e os gestos são apenas algumas possibilidades de
traduzir o modo como cada um de nós vê objetos e pessoas, expressa ideias e
sentimentos, defende ideais e interage com os outros. É essa forma de
interação com nossos semelhantes que nos permite construir o sentimento de
sociedade e estabelecer uma cultura. É pela linguagem que realizamos
atividades que revelam – por meio da aprendizagem, da troca de informações,
de experiências, dos registros teóricos, do desenvolvimento tecnológico,
literários e artísticos – os aspectos mais sutis e determinantes de nossa história
e de nossos comportamentos sociais e culturais.

3. Linguagem Política x Linguagem Ideológica

A linguagem é política porque permite que o homem se socialize, se civilize e


se relacione com outros sujeitos sociais (VIEIRA-SILVA, 2012). Ou seja, é por
meio da linguagem que nós nos organizamos socialmente, que nos tornamos
comunidade. Em comunidade, buscamos o bem comum. Logo, a linguagem é o
instrumento que nos possibilita construir os mecanismos para o bem de todos
os homens. A linguagem é ideológica porque está presente em nosso cotidiano,
infuenciando todos os atos que desenvolvemos socialmente (VIEIRA-SILVA,
2012). Com isso, somos levados a infuenciar ou a sermos infuenciados
discursivamente pelas pessoas com quem temos contato. Essa relação pode
acontecer de maneira harmoniosa ou confituosa, uma vez que todas as
relações mediadas pela linguagem são relações de poder, que veem a
linguagem, como afrmam Bakhtin/Voloshinov (1995[1929/1930]), como uma
arena de luta de classes, ou seja, um universo de luta de interesses, de
mandos e desmandos, de luta para ocupar os espaços sociais etc. Para isso,
nós usamos a linguagem como um instrumento de encantamento, sedução,
emoção, condução, infuência e repressão.

4. O que é texto?

Esses exemplos nos permitem afirmar que nossos atos comunicativos se


constituem em textos formados pelas linguagens que temos disponíveis. Os
textos são produções discursivas complexas, que se formam a partir do uso
de uma manifestação de linguagem ou da combinação de um conjunto
delas. Isso equivale a dizer que nossa comunicação se constitui a partir da
significação de um complexo conjunto de sinais que formam nossa
linguagem e, consequentemente, os textos com os quais nos comunicamos
(VIEIRA-SILVA, 2012).

5. Tipos de Linguagem

• linguagem verbal é aquela formada somente de palavras e manifesta-se tanto


na escrita quanto na oralidade. Portanto, a fala e a escrita, quando se utilizam
somente de palavras, são exemplos de manifestações de linguagem verbal;

• linguagem não verbal é aquela que se utiliza de qualquer código


convencionalizado que não seja a palavra para sua constituição. Essa
modalidade se manifesta em placas, danças, obras de arte, mímicas,
expressões faciais etc.;

• linguagem verbal e não verbal (multimodal) é aquela em que se combina a


linguagem verbal com a não verbal. Os textos multimodais se manifestam tanto
na escrita (história em quadrinhos, outdoor, gráfico, tabela etc.) quanto na
oralidade (combinação da fala com gesto

6. O que língua e onde a empregamos

A língua, de acordo com Bakhtin/Voloshinov (1995[1929/1930]), é um conjunto


de códigos combinados que formam um sistema de práticas usadas, em
diferentes tempos e esferas da atividade humana, pelos falantes de uma
determinada comunidade, região ou país. Esse sistema permite agir, expressar
ideias e estabelecer relações com os outros. A partir do conceito acima,
podemos dizer que a língua é um produto social e se estrutura a partir de uma
convenção coletiva de uso pelos membros de uma dada comunidade

Dito de outra maneira, quando nos comunicamos, mudamos a organização da


língua dependendo: de quem somos no momento da fala (somos filhos, alunos,
amigos, chefes, subordinados, professores, palestrantes); de nosso
interlocutor, isto é, com quem falamos (o professor, os pais, os colegas, o
chefe, nosso subordinado, a plateia de uma palestra); do que estamos falando,
já que o assunto que falamos também pede uma adequação específica da
língua (o futebol, os acontecimentos do final de semana no acampamento ou
na danceteria, a política cambial, os últimos acontecimentos violentos no
Oriente Médio, uma solicitação de reunião com o professor); do objetivo que
temos com nosso discurso, que também influencia nosso nível de vocabulário e
de estrutura da língua/linguagem (informar, relatar, argumentar, solicitar), e, por
fim, do local e do momento em que produzimos nossos discursos, que também
influenciam nas escolhas e organizações linguísticas que fazemos (na
universidade, no barzinho, em casa, na danceteria etc.).

7. Língua “viva”

Pois bem, as respostas a essas perguntas foram apresentadas ao longo


das discussões desenvolvidas até o momento. Vimos que falamos uma
língua “viva” que se modifca, adaptando-se às situações de comunicação
com as quais nos envolvemos. Isso equivale a dizer que as línguas variam.
Esse fenômeno é estudado por uma área da linguística que se chama
sociolinguística e estuda os usos sociais da língua. A sociolinguística chama
de variação linguística os diferentes empregos que as pessoas fazem da
língua. Os estudos da variação linguística procuram explicar como uma
mesma língua se modifca no tempo e no espaço em que é falada. De
acordo com Cezario e Votre (2008), Beline (2002) e Chagas (2002), é
possível percebermos diferenças na pronúncia, no uso dos vocabulários e
na construção das próprias palavras. Esses autores conceituam que a
variação linguística é um fenômeno sistemático e coerente, que acontece
no interior de uma língua e que mostra como ela se diferencia, muda e se
adapta aos diferentes acontecimentos. Há variação histórica, geográfca e
sociocultural e pode acontecer nos níveis fonético/fonológico, morfológico,
sintático e semântico/vocabulário-léxico.

8. Variações
 variação histórica: os acontecimentos sociais, comportamentais e históricos
(a passagem do tempo e as mudanças sociais, de pensamento e
tecnológicas) influenciam na variação linguística. As palavras sofrem
alterações em suas grafias ou até mudam de sentido ao longo do tempo.
Exemplo: telephone (telefone), pharmacia (farmácia), vossa mercê,
sossemecê, vosmecê (você), broto, gatinha, mina, filé (para denominar uma
moça bonita) etc.;
 variação geográfca ou regional: a maneira como a população de uma
determinada região, de acordo com a sua cultura, fala. Por exemplo, o falar
diferenciado (sotaque, vocabulário) dos moradores do Sul e do Nordeste do
Brasil: mandioca, macaxeira, aipim; abóbora, jerimum; menino, moleque,
piá, garoto; estojo, penal; vina, salsicha. Destacam-se, também, as
diferenças entre o falar urbano e o caipira, bem como o da região central e
o da periferia de grandes cidades;
 variação sociocultural: é a variação da língua praticada por grupos
específicos de pessoas. Nesse tipo de variação, enquadram-se o nível
socioeconômico, o grau de instrução, a idade, o sexo, a profissão e o grupo
social do falante. Por exemplo, peixe e pexe, planta e pranta, essa atividade
é para eu fazer e esta atividade é pra mim fazê, empresta-me a caneta e
me empresta a caneta;
 variações contextuais ou situacionais: são variações que envolvem os atos
de acontecimentos da produção discursiva. Um mesmo falante usa a
língua/linguagem de maneiras diferentes a depender da situação de
comunicação em que se envolve. Ou seja, essa variação é pessoal e
determinada pelo assunto, tipo de interlocutor, lugar e tempo em que se
fala. Por exemplo, um professor não fala da mesma forma com seu flho de
seis anos como falaria com seus alunos quando ministra uma aula; quando
está fazendo uma palestra também varia sua língua diferentemente da fala
com o flho e com os alunos em sala de aula; quando escreve um artigo
científco usa a língua de maneira diferente do que quando escreve um
artigo para um jornal ou quando produz um e-mail de aviso para os colegas
professores;
 variação situacional: são as diferenças que se observam no modo como
uma mesma pessoa, em situações diferentes de comunicação, faz uso da
língua. Ou seja, a depender do assunto, do local onde estamos, da(s)
pessoa(s) com quem falamos, fazemos usos de variações em nossa
comunicação. Por exemplo, um professor não fala da mesma forma com
seu filho de seis anos como falaria com seus alunos quando ministra uma
aula; quando está fazendo uma palestra também varia sua língua
diferentemente da fala com o filho e com os alunos em sala de aula; quando
escreve um artigo científico usa a língua de maneira diferente do que
quando escreve um artigo para um jornal ou quando produz um e-mail de
aviso para os colegas professores.

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