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sem objeto?
Observações sobre a interobjetividade*
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Para reunir os efeitos de estrutura, o primatólogo deve instrumentalizar
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Este texto foi inicialmente publicado na revista Sociologia do Trabalho, 4. 1993, p. 587-607.
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Ver, por exemplo, os trabalhos de Edward Hutchins (1980), Jean Lave (1988), Bruno Latour e
Steve Woolgar (1988), Bruno Latour (1989). Sobre os objetos, ver o número especial da revista Raison
Pratique (1993).
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A necessidade da emergência é claramente apresentada em Erving Goffman (1959).
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Ver, por exemplo, Shirley Strum (1990), Franz De Waal (1992) e Hans Kummer (1993).
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Sobre essa questão que gera controvérsias, ver Bruno Latour e Shirley Strum (1987).
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Sobre a diferença entre complexidade e complicação ver op. cit., nota 4 e sequência.
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Sobre a noção de quadro, ver sem dúvida, Erving Goffman (1974), mas a palavra é usada aqui no
sentido literal.
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Sobre o deslocamento de interação, assim que se começa a elaborar a rede à qual se destina, ver John
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Law (org.) (1992) e também John Law (1993).
Thévenot (1991).
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Sobre a definição de ator e da ação, ver Michel Callon (1991).
Sobre o tema da mediação, remetemos a Antoine Hennion, op. cit. É fundamental não considerar a
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mediação como a intermediária de uma força que se desloca, menos ainda como uma tela.
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A fragilidade do estruturalismo não é ter procurado regras além das aparências, mas ter imaginado
que qualquer ser podia simplesmente “ocupar uma posição” ao passo que ele a recria sempre ao redor
dele e que ele a media. Resulta disto a oposição a esse movimento de pensamento entre um sujeito e
um campo de força (François Dosse, 1991). Mas se não há sujeitos a eliminar, tampouco há campo de
força onde eliminar um sujeito, porque não há, em lugar nenhum, transferência de força. Há somente
traduções.
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A palavra “actante”, própria à semiótica, permite ampliar a questão social a todos os seres que
interagem em uma associação e que permutam suas propriedades.
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Vê-se que o que opõe a teoria sociológica renovada pela sociologia das ciências e técnicas à teoria de
Pierre Bourdieu não se refere tanto aos métodos ou aos campos, mas ao mecanismo de transferência
de forças. De certo modo, passa-se de uma à outra generalizando a todos os actantes a mediação do
habitus, o qual não é inteiramente uma causa nem uma consequência.
A palavra refere-se a um modus operandi, enquanto “artefato” ou “objeto” designa o resultado dessa
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operação.
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Na semiótica, reconhecem-se no relato três desencaixes: no tempo, no espaço, em um novo actante,
como, por exemplo, quando uma história começa por “Há muito tempo, no país das fadas, um anão
passeava calmamente”.
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Sobre a necessidade de não escolher uma escala partindo do micro para o macro a fim de
compreender a diferença relativa de tamanho, ver Michel Callon e Bruno Latour (1981).
Referências
BOLTANSKI, Luc; THÉVENOT, Laurent. De la justifcation. Les économies de la
grandeur. Paris: Gallimard, 1991.
BOURDIEU, Pierre. Le sens pratique. Paris: Minuit, 1980.
BOURDIEU, Pierre; WACQUANT, Loïc. Réponses. Pour une anthropologire réflexive.
Paris: Seuil, 1992.
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