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Centro de Formação António Sérgio

Trabalho individual de reflexão crítica

“Para o Desenvolvimento de uma escola Inclusiva: Desafios da Legislação às


Práticas”

Maria Celeste Ferreira Rodrigues

De 12 de janeiro a 23 de março de 2019


1. Relevância das temáticas abordadas

Embora o 1º ciclo do Ensino Básico seja muito particular, atendendo à monodocência intrínseca, um
entendimento único sobre os pressupostos de uma escola inclusiva é fundamental para o alinhamento
dos professores, a articulação entre os vários atores da escola e a qualidade do ensino.
O resultado das interações entre alunos, professores e toda a comunidade educativa permite construir
processos de aprendizagem nas mais diversas vertentes, nomeadamente quando resulta de uma
intervenção eficaz e de uma reflexão profunda.
Hoje, um dos desafios que se coloca à comunidade educativa consiste na capacidade de conseguir
que todos os alunos, independentemente das suas diferenças, obtenham sucesso no seu percurso
escolar. Torna‐se necessário a diversificação e flexibilização do ensino que se reflete no currículo,
mediante adaptações necessárias à inclusão das crianças e jovens, para que as nossas escolas possam
responder às solicitações de todos os alunos.
A inclusão de todos os alunos leva à reflexão e implementação de dinâmicas próprias inerentes a
todo o processo educativo numa corresponsabilização e envolvência dos professores e restantes
intervenientes da comunidade educativa. Nesta filosofia de escola, não interessa apenas conhecer a
problemática do aluno, mas essencialmente o que se faz com ele e como se faz para promover o seu
sucesso escolar.
Estar incluído é muito mais do que uma presença física. É o aluno sentir que pertence à escola e a
escola sentir que é responsável por ele. A adaptação do currículo, a pedagogia diferenciada e a
utilização de estratégias como a aprendizagem cooperativa são medidas que permitem dar resposta
aos alunos no contexto grupo turma (Silva, 2009).
A educação inclusiva assenta num novo conceito de escola, com uma estrutura organizativa própria,
aberta à mudança, inovadora e que se baseie no respeito pela diferença. Deve-se assumir a
diversidade, criar respostas adequadas, através da realização e aplicação de um currículo aberto e
flexível, em construção permanente perante as necessidades de cada criança. No entanto, só criando
uma rede adequada de recursos e privilegiando a coadjuvação dos intervenientes do processo
educativo, é que se poderá conseguir e possibilitar o sucesso de todos.
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2. Impacto das aprendizagens

A educação inclusiva pressupõe a aceitação de todos. A escola, por definição, assume como principal
objetivo o ensinar a todos e estar habilitada para o fazer. Mas, para isso, as instituições de ensino
necessitam de uma maior mobilidade e quebrar alguns paradigmas que já estão institucionalizados.
As pessoas não aprendem da mesma forma nem ao mesmo tempo.
Por outro lado, a gestão dos agrupamentos deve promover a divulgação da escola inclusiva a toda a
comunidade educativa. Também necessita de proceder a reestruturação ao nível da afetação dos
recursos humanos, materiais e equipamentos específicos, para que se possa incentivar e promover a
formação especializada aos professores e técnicos operacionais.
Atualmente, com o emergir de um novo paradigma de escola, todos os alunos têm a sua própria
aprendizagem, mediante a flexibilidade das práticas educativas.
Para a construção da Escola Inclusiva, é de salientar o papel importante dos educadores e dos
professores do 1o ciclo na motivação dos alunos para as atividades escolares, pois é nesta fase que as
atitudes em relação à escola e aos professores são adquiridas. Além disso, é importante a motivação
dos pais, tornando-os mais próximos e ativos do percurso escolar dos seus filhos.
Falar de uma escola inclusiva implica falar de uma educação inclusiva, onde a aprendizagem ocorre
sem problemas, apesar da diversidade do grupo.
Mas, para que isto aconteça, os professores devem estar atentos às dificuldades que o grupo/turma
apresenta, por forma a que a sua ação pedagógica vá ao encontro de um caminho que responda à
diversidade e permitindo, assim, que a mensagem chegue aos alunos, qualquer que seja o seu nível
de desenvolvimento. Quer isto dizer que, para que aprendizagem ocorra, o professor tem de ir ao
encontro do aluno, percorrer e analisar o percurso por ele agilizado na tentativa de compreender e
colmatar as dificuldades encontradas. Só assim poderá fomentar estratégias eficazes e adequadas às
características individuais de cada aluno.
Cabe, assim, ao professor a responsabilidade de flexibilizar os currículos e de efetuar adaptações
curriculares que promovam a progressão dos alunos dentro da diversidade que é a escola e a sala de
aula. No enquadramento do Dec-Lei n. 54/2018, é o aluno que dita os conteúdos a apreender, o ritmo
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de aprendizagem e os processos de aprendizagem. Falo de um ensino virado para o aluno e para as
suas capacidades e limitações, passando o professor para um papel de retaguarda.

3. Apreciação Global da Formação

Esta formação aprofundou as minhas convicções sobre todos os aspetos referidos, considerando-a
positiva e permitindo-me uma maior consciência sobre o papel dos professores do Ensino Regular e
da Educação Especial, bem como o papel da gestão dos agrupamentos na e para a criação efectiva de
uma escola inclusiva.
Proponho, deste modo, a elaboração de um projeto de intervenção alicerçando toda a pertinência e
eficácia do Dec-Lei n. 54/2018, sendo os professores, estimuladores de possibilidades de
aprendizagens e de desenvolvimentos de competências e de modos de agir, facilitando o processo de
mudança de atitudes a partir de situações da vida, como o saber ouvir, interrogar-se, dialogar,
argumentar, relacionar-se e procurar significados.
Acredito que, através destas áreas pode ensinar-se a compreender fatos pela observação crítica e
reflexiva, discussão e organização da informação. Contudo, reforço a ideia da importância da
identificação correta do caminho a seguir, objetivos e metas a alcançar.
É no quadro destas ideias, que têm por enquadramento os desafios com que a escola de hoje, em
geral e os professores em particular se deparam que considero pertinente refletir e agir.

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