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TÍTULO DO PROJETO:

SISTEMA INTELIGENTE DE FORNECIMENTO DE RAÇÃO PARA


TILAPICULTURAS UTILIZANDO CONTROLE COM REALIMENTAÇÃO DE
VORACIDADE
Autonomous feeder for tilapia cultures using voracity as feedback for control.

PESQUISADOR RESPONSÁVEL:

Rodrigo Telles da Silva Vale

EMPRESA:

IMMERSUS TECNOLOGIA LTDA ME


1. Sumário

2. Resumo ..................................................................................................................................... 3
3. Introdução e objetivos: ............................................................................................................ 4
a. Introdução: ........................................................................................................................... 4
b. Objetivo: ............................................................................................................................... 6
4. Plano de Pesquisa ..................................................................................................................... 6
a. Descrição das atividades que compõem o projeto de pesquisa: ........................................ 6
b. Cronograma detalhado: ....................................................................................................... 7
5. Informações sobre a empresa .................................................................................................. 8
a. Informações comerciais e administrativas: ......................................................................... 8
b. Informações sobre atividades da empresa em pesquisa e desenvolvimento: .................. 8
c. Conhecimentos técnicos prévios para a realização do projeto ........................................... 9
d. Principais competidores nacionais e internacionais: .......................................................... 9
e. Contrapartida e busca de outros fundos: .......................................................................... 11
6. Potencial comercial do produto ou processo que resultará deste projeto de P&D: ........... 12
a. Resultados esperados:........................................................................................................ 12
b. Análise preliminar de retorno de mercado: ...................................................................... 13
7. Lista de propostas equivalentes ou complementares: ......................................................... 13
8. Descrição da Equipe................................................................................................................ 13
a. Pesquisador Responsável: Rodrigo Telles da Silva Vale (24h semanais) .......................... 13
b. Equipe de Pesquisadores: .................................................................................................. 14
9. Bibliografia .............................................................................................................................. 16
a. Artigos Científicos e Técnicos (referências): ...................................................................... 16
b. Patentes e outros documentos de Propriedade Intelectual: ............................................ 17
10. Orçamento Proposto ............................................................................................................ 18
a. Tabela do Orçamento Consolidado: ................................................................................... 18
b. Justificativa para serviços de terceiros e diárias: .............................................................. 19
c. Justificativa de solicitação de bolsas: ................................................................................. 19
2. Resumo

Mesmo com sua abundância em recursos hídricos, extensa costa litorânea e clima favorável para
o desenvolvimento da atividade de aquicultura, o Brasil utiliza apenas 0,3% das suas águas
continentais para a produção de pescado, sendo apontado como o único país capaz de competir
em produção com a China, líder mundial absoluto. Nacionalmente, é o ramo do agronegócio
com maior crescimento nos últimos cinco anos, a uma taxa média de 10% a.a. Entretanto,
existem ainda gargalos para seu pleno desenvolvimento, a saber a falta de mão-de-obra
especializada, o planejamento sustentável do setor e os custos com ração, que representam
cerca de 70% dos custos totais de produção. Diante deste cenário, o presente projeto foca na
piscicultura brasileira de tilápias, pela sua expressividade produtiva, carência tecnológica e
disposição geográfica estratégica. Será desenvolvido um sistema que monitora a voracidade dos
peixes para avaliar a quantidade de ração necessária, maximizando a taxa de conversão
alimentar dos empreendimentos. A partir disso, espera-se uma economia de 15% nos gastos
com alimentação. Trata-se de um produto escalável e padronizado, que gera economia no
principal custo de produção e minimiza o impacto ambiental devido ao excesso de nutrientes
no ecossistema. Atualmente, não existem soluções especializadas para este mercado, uma vez
que a tecnologia estrangeira foca em outros métodos produtivos, como a salmonicultura e
truticultura, e nacionalmente ainda não se dispõe de ferramentas inteligentes que façam a
dosagem de alimento para as pisciculturas. Assim, espera-se contribuir para o crescimento do
setor, reduzir o impacto ambiental e facilitar o acesso do consumidor final à proteína animal
diversificada, através da redução dos preços.

Abstract

Brazil has a very extensive water resources and coastline. Associated with its favorable weather,
the aquaculture industry emerges as a very attractive economic activity. Nevertheless, the
country uses only 0,3% of its continental water reserves for fish production, being pointed as
the only nation capable of competing the absolute world leader, China, in terms of production.
Regionally, it is the agribusiness sector with the highest growth rate, with an average of 10% p.a
on the last five years. The main barriers for its development are the skilled labor shortage,
environmental management and ration costs, which represents 70% of production charges.
Given this scenario, this project focuses on Brazilian farms of tilapia, for its important
productivity, lack of technology and strategic geographic disposition. It will be implemented an
autonomous system for monitoring fish’s voracity during feeding, detecting the right moment
to stop ration distribution. By that, it is expected a reduction of about 15% on food waste. The
result is an scalable and standardized product that reduces costs and minimizes the
environmental impact due to excess feeding. There are no competitors on this segment, since
foreign fish farms use different species, infrastructure and techniques and there are no national
tools or companies proposing an autonomous and intelligent system for ration control
3. Introdução e objetivos:
a. Introdução:

A aquicultura é considerada uma fonte viável e barata de proteína de alta qualidade,


principalmente em países em desenvolvimento, onde se faz necessário o aumento da produção
de alimento e novas alternativas econômicas (BÉNÉ and OBIRIH-OPAREH, 2009). Assim, a
aquicultura tem passado por um intenso processo de expansão nos últimos anos, sendo que seu
crescimento médio mundial, na última década, foi cinco vezes maior quando comparado a
outras atividades do setor, tais como a bovinocultura, a suinocultura e a avicultura (FAO, 2016).
Esse crescimento continuará em ritmo acelerado, de acordo com o relatório “Fish to 2030:
Prospects for Fisheries and Aquaculture”, que prevê um aumento no consumo de pescados em
mais de 100 milhões de toneladas até 2030 (FAO, 2013). Portanto, o crescimento da indústria
só poderá ser suportado pela intensificação da produção.
Nesse cenário, atualmente se observa a dominância absoluta da China e da região
asiática como principais consumidores, produtores e exportadores de pescados (FAO, 2016). A
Noruega, também em destaque, eleva-se como grande produtora mundial de salmão e truta,
seguida de Chile e Canadá. Já para a importação, destacam-se a União Europeia, os Estados
Unidos da América e o Japão, que respondem por mais de 60% do total das importações
mundiais. A salmonicultura (criação de salmão) em águas marinhas é um importante exemplo
de tecnologia aplicada ao setor, com diversas ferramentas específicas para viabilizar sua
produção (MARTINS,2015a e MARTINS,2015b).
No Brasil, a atividade tem se consolidado cada vez mais, em virtude de seus recursos
hídricos disponíveis, clima favorável, mão de obra relativamente pouco onerosa e crescente
mercado interno (GARCIA et al. 2013). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE, 2015) a aquicultura no Brasil é um negócio de R$ 3 bilhões e que envolve um milhão de
empregos diretos e indiretos. Este agronegócio produziu cerca de 640 mil toneladas em 2016 e
teve um crescimento anual de pelo menos 10% nos últimos 10 anos (PEIXE BR, 2016).

Figura 1. Distribuição de empreendimentos aquícolas


registrados no Ministério da Pesca e Aquicultura de
acordo com a espécie de cultivo. Fonte: MPA (2013).
Na Figura 1, verifica-se geograficamente a disposição das principais espécies aquícolas
brasileiras, onde se destacam a produção de camarão marinho, com 20% da produção aquícola,
e os peixes de água doce, com 70%. Na piscicultura, destacam-se a tilápia, com 50% do total de
pescado, seguida pelo tambaqui, com 20% (IBGE, 2015). Em 2016, a tilapicultura brasileira
produziu cerca de 320 mil toneladas (PEIXE BR, 2016), sendo 40% produzida em tanques
escavados e 60 % em tanques-rede (KUBITZA et al., 2012).

Figura 2. Sistemas de produção de tilápias. À esquerda, tanques-rede (57% dos produtores) e à direita tanques
escavados (38% dos produtores).

A balança comercial nacional de pescados é, entretanto, negativa ainda em mais de


um milhão de reais (SEBRAE, 2015), indicando uma demanda de mercado nacional capaz de
sustentar a ampliação da produção brasileira. Contudo, existem entraves que têm barrado esse
crescimento, a citar-se o custo e a morosidade na emissão de licenças ambientais, a falta de
mão-de-obra qualificada, a carência de tecnologia para o setor e os custos com alimentação dos
animais.
Após entrevistas com piscicultores e consultores, identificou-se que a principal
dificuldade do produtor está no fornecimento de ração, onde se concentra mais de 70% dos
custos produção, fato também confirmado pelo SEBRAE (SEBRAE,2014 e SEBRAE, 2008). Do
ponto de vista prático, observou-se que o arraçoamento, ato de entregar ração aos animais, é
feito de forma bastante rudimentar, gerando diversos desperdícios. A figura 2 ilustra o processo
em uma piscicultura de porte médio, com aproximadamente 300 tanques-rede. No caso, utiliza-
se uma caneca para dosar a quantidade de ração. A atividade é repetida 4 vezes ao dia,
geralmente sem acompanhamento de um especialista. Assim, é possível perceber que a
metodologia é imprecisa, gerando um considerável desperdício acumulado ao final do ciclo de
6 meses de produção, quando os animais são abatidos.

Figura 3 - Arraçoamento em uma tilapicultura com tanques-rede.


O processo correto de arraçoamento deveria levar em conta o número de peixes em
cada tanque, o seu peso médio, a temperatura e a qualidade da água, entre outros parâmetros
para se calcular a quantidade ideal de ração a ser entregue em cada tanque. Entretanto, o
manuseio e a inspeção visual dos animais são dificultados pelo ambiente aquático. Assim, as
biometrias (coleta estatística de peixes para estimar o peso médio dos animais) e a contagem
são feitas apenas em algumas etapas chaves da produção, o que torna as informações
desatualizadas, imprecisas e fazendo com que o cálculo de quantidade ideal de ração também
seja impreciso em sua base. Além do mais, mesmo que se tivesse acesso a informações
confiáveis, a dosagem do alimento teria de ser feita várias vezes ao dia para cada um dos
tanques, o que torna o processo praticamente inviável. É por isso que, na prática, a entrega de
ração é ajustada “no olho”, o que faz da experiência do tratador a principal habilidade necessária
para a dosagem de ração. Consequentemente, a produção é desnecessariamente onerosa,
gerando um aumento nos preços ao consumidor e causando impacto ambiental.

b. Objetivo:
O objetivo deste projeto é desenvolver um sistema inteligente de controle do fornecimento da
quantidade de ração para tilapiculturas com base na voracidade dos animais durante o
arraçoamento. O sistema poderá evoluir como dois produtos: um deles acionando uma luz de
aviso de saciedade ao tratador e outro como um alimentador autônomo controlado pelo
sistema.

4. Plano de Pesquisa
a. Descrição das atividades que compõem o projeto de pesquisa:
Considerando os objetivos do projeto, o plano de pesquisa será composto por 4 etapas
principais:

1. Coleta de dados de observação da voracidade de tilápias durante o arraçoamento.


2. Pós-processamento dos dados coletados e seleção dos melhores métodos para indicar
a saciedade de tilápias.
3. Implantação do indicador de saciedade selecionado para controle de um alimentador
automático comercial.
4. Testes de validação e aprimoramento.

O desenvolvimento do indicador de saciedade de tilápias irá estudar o melhor método para a


coleta e processamento de dados, levando-se em conta as despesas com sensores, fabricação e
os custos computacionais envolvidos nos cálculos. Assim, as atividades 1 e 2 destinam-se ao
desenvolvimento, estudo e seleção do método. Serão analisadas as seguintes técnicas:

 Visão computacional: por meio de câmeras focadas na área de alimentação, algoritmos


de visão computacional tratarão as imagens de forma a identificar o momento em que
é possível encerrar o arraçoamento, maximizando a conversão alimentar dos animais.
 Acelerômetros: serão fixados acelerômetros em uma boia inteligente a ser colocada no
tanque, de forma a captar a euforia dos animais durante o arraçoamento.
 Hidrofone: seguindo o mesmo princípio de medição da agitação durante o
arraçoamento, serão utilizados hidrofones (transdutores para detecção de sons debaixo
d’água) para se medir o ruído produzido pela movimentação dos animais.
 Microfone: equivalente ao uso de hidrofones, mas que mede os ruídos propagados pelo
ar ao invés de pelo meio aquático.

A seleção do método envolve coleta e processamento de dados ao mesmo tempo que realiza
testes para a mitigação de dúvidas. Para a coleta, serão adquiridas câmeras, hidrofones,
microfones e acelerômetros. Os sensores serão instalados em um mesmo tanque-rede, para que
os diversos métodos trabalhem sob as mesmas condições e a comparação entre eles possa ser
realizada. De maneira interativa, testes de campo melhorarão os algoritmos envolvidos até
concluir-se sobre qual é a forma mais barata, eficiente e prática de se observar a saciedade dos
peixes.

A atividade 3 fará os testes sobre a utilização do índice de saciedade desenvolvido para o


controle de um alimentador automático comercial modificado. A malha de controle ficará, dessa
forma, fechada e poderá encerrar o arraçoamento uma vez detectada que a agitação das tilápias
é inferior a um certo limite. Em seguida, serão feitos testes de validação e aprimoramento,
conforme previstos pela atividade 4.

Numa segunda fase do projeto, é prevista a produtização da ferramenta desenvolvida. Um dos


produtos, o alimentador autônomo inteligente, é praticamente resultado do projeto até aqui,
sendo necessário apenas adicionar mudanças que melhorem a sua usabilidade. O segundo, o de
uma boia com luz de aviso de saciedade ao tratador, deverá ser implementada.

A seguir, um cronograma do projeto é apresentado.

b. Cronograma detalhado:

Atividade Meses
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Aquisição de equipamentos x x
Projeto e implementação de um sistema de aquisição de dados para
os sensores x x
Instrumentação de um tanque para aquisição de dados x x
Aquisição dos dados dos sensores durante o arraçoamento x x
Processamento dos dados e estudo para determinação dos
melhores métodos x x x
Desenvolvimento do software e algoritmos para operação
autônoma do sistema x x
Implementação e instalação do sistema em tanques-rede de testes x x
Coleta dos dados, análise e aprimoramento dos algoritmos x x
Elaboração do relatório parcial x x x x x x
Elaboração do relatório final x x x
5. Informações sobre a empresa
a. Informações comerciais e administrativas:
 Razão social: Immersus Tecnologia LTDA ME
 Nome do proprietário: Lucas Machado de Oliveira
 Endereço: Rua Capote Valente, 462. Conjunto 92
 Número de empregados: 3

Fundada em abril de 2014 com o intuito de prestar serviço especializado no desenvolvimento


de AUVs (Autonomous Underwater Vehicles) para um laboratório de pesquisa universitário
(LVNT-POLI USP), a Immersus Tecnologia vem atuando desde janeiro de 2016 na concepção e
execução de projetos tecnológicos personalizados. Através da experiência de mais de 7 anos de
seus fundadores em projetos de alta tecnologia, a empresa acumula um portfólio diversificado
de trabalhos já entregues, muitos dos quais destinados ao ambiente aquático. A partir dessa
bagagem, buscou-se um mercado promissor e carente em tecnologia, de preferência no meio
aquático, para o qual a companhia pudesse propor produtos específicos. Identificou-se a
aquicultura nacional como atividade em rápida expansão e ainda muito pouco automatizada, ou
seja, capaz de absorver tecnologia. Dessa forma, a empresa une suas expertises técnicas
(software, hardware, automação, sistemas embarcados, projetos mecânicos em robótica,
equipamentos subaquáticos, etc) e sua experiência de mercado (soluções de baixo custo,
cumprimento de prazos curtos, gestão de riscos/responsabilidades) para propor o
desenvolvimento do projeto até aqui apresentado de controle do arraçoamento de
tilapiculturas.

b. Informações sobre atividades da empresa em pesquisa e desenvolvimento:


A Immersus Tecnologia, como o próprio nome sugere, foi concebida para levar tecnologia ao
ambiente aquático. Nesse sentido, seus fundadores estiveram envolvidos diretamente no
desenvolvimento de um ROV (Remotely Operated Vehicle) e de um AUV. Além disso, a Immersus
Tecnologia foi responsável integralmente pelo desenvolvimento de um RSV (Remotely Operated
Surface Vehicle) e de um Underwater NUC (sistema submarino de operação autônoma para
aquisição de dados de sensores oceanográficos). De forma geral, a maioria dos trabalhos
realizados têm foco em automação, lidando com controle, sensores, atuadores, sistemas
embarcados com restrições de tempo-real, processamento de imagem, entre outras atividades.

Nos últimos anos, a empresa tem atuado no desenvolvimento de soluções tecnológicas


personalizadas para diversos mercados, procurando aplicar seus conhecimentos e tecnologias
no desenvolvimento de projetos sob demanda. Entre os clientes recentes pode-se citar o LAPS
(Laboratory of Planktonik Systems) do Instituto Oceanográfico da USP, a SALT – Sea & Limno
Technology, empresa de oceanografia, estudo e consultoria ambiental; e a empresa Emotique,
que atua no ramo de entretenimento com o desenvolvimento de soluções interativas. Nos anos
anteriores foram desenvolvidos também projetos para o LVNT (Laboratório de Veículos Não
Tripulados) da Escola Politécnica da USP, no desenvolvimento do sistema embarcado do AUV
Pirajuba, Veículos Autônomo Submarino, bem como a participação num projeto de P&D Aneel
em parceria com a CESP para desenvolvimento do ROV Mandi, veículo submarino remotamente
operado para inspeção de turbinas de usinas hidrelétricas, e num projeto financiado pela FINEP
para estudo de sistemas de navegação inercial para embarcações e veículos autônomos
submarinos.
Salienta-se que o presente projeto está diretamente ligado ao plano estratégico da empresa em
fornecer soluções tecnológicas ao mercado de aquicultura. Especificamente com relação às
atividades propostas, a Immersus Tecnologia acumula experiência em assuntos particulares que
garantirão o seu avanço contínuo. Estamos habituados com a construção de equipamentos
eletrônicos para operação submersa, bem como vasos estanques, programação de sistemas
embarcados, interface com sensores e controle, experiência obtida ao longo dos anos de
trabalho em robótica submarina.

c. Conhecimentos técnicos prévios para a realização do projeto


Com a evolução da tecnologia e da eletrônica, a qualidade dos sensores tem crescido ao mesmo
tempo que seu custo tem sido reduzido. Assim, a aplicação de visão computacional, utilização
de UMIs (Unidade de Medição Inercial) e outros sensores vem se difundindo como alternativa
para a obtenção de dados precisos a baixo custo, facilitando a criação de sistemas inteligentes,
principalmente em meio aquático que necessita de sensores e sistemas específicos.

Do ponto de vista prático, atualmente a implementação de algoritmos conta com bibliotecas


que fornecem APIs para a aplicação de filtros, transformadas, processamentos e ajustes de
parâmetros para adaptação a aplicações específicas. Nesse cenário, salienta-se a experiência da
Immersus Tecnologia com bibliotecas desenvolvidas para plataforma MATLAB (MATHWORKS,
2015) e ROS (ROS, 2017), que ajudam na identificação de parâmetros de controle, na gestão da
orientação de UMIs (onde os acelerômetros estão instalados), no processamento de sinais,
entre outras aplicações. Além disso, especificamente para visão computacional, há a iniciativa
OpenCV (OPENCV, 2017), com a qual a empresa também já trabalhou. Existem diversas
implementações disponíveis para detecção de formas geométricas, contornos, cores e
identificação com base em aprendizagem (machine learning).

As bibliotecas citadas foram utilizadas intensivamente pela Immersus Tecnologia durante o


desenvolvimento de um projeto de controle autônomo de drones para vôos indoor a partir de
câmeras de baixo custo. Neste projeto foram implementados e testados diversos tipos de
algoritmos de identificação de imagem, orientação e controle, culminando num sistema
baseado em marcadores infravermelhos, leitura da UMI embarcada e processamento para
controle dos propulsores do drone.

Pretende-se, portanto, utilizar estes conhecimentos, junto com a experiência na execução de


projetos mecatrônicos em ambientes aquáticos, para desenvolver e validar tanto a etapa de
medição de voracidade dos animais quanto para a construção da ferramenta e seu controle.
Soma-se a experiência dos pesquisadores associados e colaboradores que possuem experiência
na área de inovação tecnológica na aquicultura, nutrição de peixes e processamento de sinais e
imagens.

d. Principais competidores nacionais e internacionais:


As empresas internacionais que trabalham com automação para piscicultura são focadas na
cultura de salmão, truta e outros peixes marinhos. Por isso, não são consideradas competidores
diretos deste projeto, uma vez que suas soluções são caras e não específicas para o mercado
brasileiro. Diferente das culturas chilenas, canadenses e norueguesas de salmão e truta, a
piscicultura brasileira é majoritariamente continental e utiliza tanques de terra ou numerosos
tanques-rede. Dessa forma, ao passo que culturas de salmão podem se dar ao luxo de adotar
ferramentas unitárias por tanque, replicar essa metodologia em uma tilapicultura com 300
tanques-rede é financeiramente inviável; sem considerar a incompatibilidade dessas
tecnologias, já que não funcionam com tilápias. Mesmo assim, citam-se os grupos Marine
Harvest, AKVA, Open Blue como gigantes detentores de tecnologia para o setor marinho.

No Brasil, existem algumas empresas que buscam modernizar a atividade aquícola. Mesmo não
tendo ainda tratadores autônomos inteligentes, elas não deixam de propor soluções
tecnológicas para o setor.

 Fisher Piscicultura: estão desenvolvendo um projeto de tanques de grande porte que


façam a classificação, alimentação e despesca dos animais de uma forma mais eficiente.
 Agroinova: desenvolve softwares de apoio à piscicultura. Criou o fishmobile, que visa
substituir o caderno de anotações do produtor por um aplicativo, que registra as
entradas e retiradas de animais, de forma a ter uma estimativa do número de peixes em
cada tanque. Também propôs o inovapeixe, que registra o arraçoamento, as biometrias,
o manejo, etc, tudo com input do manual. Esses softwares, entretanto, acabam dando
muito trabalho ao empreendimento, tendo uma função final apenas administrativa.
 Trevisan, Weeemac, MarcSystem e Agricotec: produzem equipamentos para auxílio na
produção aquícola como aeradores e alimentadores automáticos. Os alimentadores são
acionados por timers, sem uma inteligência para cálculo da quantidade ótima de ração.
No caso de pisciculturas em tanques-rede, é necessário um alimentador por tanque,
cada qual regulado manualmente sempre que se precisar alterar a quantidade de ração
ofertada, comprometendo a funcionalidade e autonomia da produção.
 Renovar, Escama Forte: oferecem produtos diversos para a piscicultura como tanques-
rede, roupas impermeáveis, material de tratamento de água, balança, puçás, etc.
 Upfish: startup que está desenvolvendo um sistema de monitoramento de qualidade de
água e que presta consultoria à distância sobre providências e melhorias a serem
adotadas.

Figura 4 - Players nacionais com soluções para aquicultura.

Dessa forma, conclui-se que o presente projeto não possui competidores diretos, tanto
nacionalmente quanto internacionalmente.
e. Contrapartida e busca de outros fundos:
Contrapartida:

A Immersus Tecnologia irá alocar seus recursos humanos, infraestrutura, rede de contatos e
parcerias para garantir que o projeto se desenvolva da melhor maneira possível.

Além da equipe técnica e administrativa do projeto, também será disponibilizado espaço físico
para a concepção e execução do projeto, o que inclui aluguel, eletricidade, água e infraestrutura
de escritório, com computadores, impressora e acesso à internet. Além disso, temos ferramental
mecânico e eletrônico, que engloba furadeira de bancada, esmeril, impressora 3D, morsas,
ferramentas diversas, EPIs, fontes de bancada, osciloscópios, multímetros e amperímetros entre
outros equipamentos, conforme apresentado na tabela abaixo. Para a realização dos testes de
campo, um veículo para transporte de equipamentos e da equipe também será fornecido pela
empresa.

Equipamentos de escritório
Computador Desktop
Computador Desktop
Computador Desktop
Notebook Dell Inspiron 13 - Core i7 2.4GHz, 8Gb RAM, 500 Gb HD
Notebook
Notebook
Impressora HP Laserjet 1100

Equipamentos mecânicos
Impressora 3D Movtech P4
Moto-Esmeril Schulz 6'' 300W
Morsa fixa Ferrari No 6
Micro-retífica Dremel 4000
Serra Tico-Tico Skil 400W
Furadeira Manual Bosch Professional GSB 16 RE
Parafusadeira elétrica Black & Decker BDCS36F
Ferramentas diversas Alicates, serras, chaves, martelos, limas, sargentos...

Equipamentos Eletrônicos
Osciloscópio BK Precision 2530B Digital
Fonte de bancada Hikari HF-3205S
Multímetro Icel Manaus MD-6111
Alicate amperímetro Sinometer MS2138R
Soprador térmico DeWalt D26414-BR 1500W
Ferramentas diversas Ferros de solda, pinças, lupas, sugadores, escovas...

A empresa também planeja direcionar o apoio do pesquisador associado Dr. Guilherme Wolff
Bueno, que já tem fornecido mentoria à equipe, para a realização do projeto. Além de sua
experiência no setor, também realizou doutorado na área (BUENO, 2015), é assessor na AUIN
(Agência Unesp de Inovação), coordena o Centro de Criatividade “Aquário de Ideias” da Unesp,
possui projetos e pesquisas com modelagem bioenergética e indicadores de sustentabilidade
focados na produção de peixes em tanques-rede e viveiros de terra. Podendo auxiliar, portanto,
na etapa de avaliação da quantidade de ração que o sistema irá fornecer e aprimoramento do
algoritmo utilizado para o módulo inteligente de arraçoamento. Além disto, possui um canal de
parcerias e network que auxiliará na validação e aprimoramento do produto e posterior difusão
desta tecnologia para outros mercados potenciais, além do brasileiro.

Com relação ao desenvolvimento em controle e às metodologias de análise de voracidade, o


projeto irá contar com o apoio do pesquisador associado Thiago de Castro Martins, parceiro da
empresa, o qual possui mais de dez anos de conhecimento prático em engenharia mecatrônica,
atuando como coordenador e pesquisador em projetos relacionados a esta temática.

Busca de outros fundos:

O desenvolvimento de um produto tem seus custos, que vão desde o seu desenvolvimento e
prototipagem até sua inserção no mercado, com refinamento pelo usuário, marketing e
escalabilidade da produção. Pensando nisso, outros fundos de financiamento estão sendo
considerados para o projeto, a saber:

 Edital de Inovação para a Indústria: realizado pelo SEBRAE, SESI e SENAE, a empresa e o
projeto satisfazem as exigências para financiamento pela categoria B - “Inovação
Tecnológica para Micro e Pequenas Empresas, MEI e Startups”, que estimula o
desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços inovadores em micro e
pequenas empresas, startups de base tecnológica e microempreendedores individuais.
Os proponentes podem inscrever projetos a serem realizados em, no máximo, 24 meses,
com custo de financiamento de até R$ 400 mil.
 Anjos do Brasil: a empresa e o projeto satisfazem os requisitos para financiamento. A
entidade exige que a empresa tenha um faturamento anual abaixo de R$ 1 milhão,
solicite aporte entre R$ 50 e R$ 600 mil e apresente algum tipo de inovação.

A Immersus Tecnologia também mantém contato com entidades de apoio ao empreendedor,


como NEU (Núcleo de Empreendedorismo da USP), SEBRAE, CUBO, Cietec, Oxigênio Aceleradora
e Google Campus, onde tem aprimorado o seu network e coletado informações importantes
sobre eventos e editais que possam ajudar a acelerar seu crescimento.

6. Potencial comercial do produto ou processo que resultará deste projeto de P&D:


a. Resultados esperados:
Espera-se que o presente projeto ofereça à piscicultura nacional uma ferramenta capaz de gerar
economias consideráveis, atacando diretamente o principal gasto do produtor: a ração.
Conforme demonstrado, o arraçoamento é um problema sistêmico, isto é, depende de diversas
etapas da cadeia para ocorrer corretamente. Por isso, este projeto foca em uma solução simples
e autônoma. Ao invés de depender da contagem do número de peixes, de biometrias, de
estimativas de biomassa e de cálculos nutricionais para se estimar a quantidade ótima de ração,
observa-se apenas a voracidade dos animais durante o trato. Dessa forma, acredita-se que o
produtor terá acesso à uma ferramenta de grande valor agregado sem que para isso tenha que
modernizar toda a sua produção. Finalmente, a solução representa uma excelente porta de
entrada para a Immersus Tecnologia no mercado de piscicultura, graças a uma proposta de valor
sólida, que é a redução dos desperdícios na alimentação. Por todos esses motivos, considera-se
que o sistema será bem recebido, apesar da empresa ser nova no setor. Uma vez adotada, a
solução irá gerar outros benefícios secundários, como auxílio na gestão do empreendimento e
redução do impacto ambiental, superando a expectativa inicial dos clientes.

b. Análise preliminar de retorno de mercado:


Para a análise preliminar de retorno de mercado, será utilizado o conceito de TAM (Total
Addressable Market), conforme proposto por AULET (2013). TAM é o lucro líquido anual obtido
pela empresa para 100% de participação no mercado em que se pretende atuar. AULET sugere
que um mercado atraente deva estar com um TAM entre U$D 5 milhões e U$D 20 milhões, de
forma a não ser nem muito pequeno nem muito grande, o que indicaria falta de foco.

No caso deste projeto, o objetivo é atingir inicialmente as tilapiculturas. Como a produção


nacional de tilápias chegou em 2016 às 320 mil TON, é possível estimar a quantidade de ração
utilizada pelo mercado. A partir de pesquisas e entrevistas, avalia-se que a conversão alimentar
média dos animais é de de 1:1.9 (kg de peixe produzido/kg de ração consumida), ou seja, as
tilapiculturas consomem aproximadamente 600 mil TON de ração anualmente. O preço do saco
de ração varia em uma faixa de R$1,20 a R$2,00 o kg; para R$1,60, são R$960 milhões gastos
anualmente pelo setor. Espera-se que o sistema alcance uma economia de 15% nos gastos com
ração, o que equivale a R$ 144 milhões potenciais que poderiam ser economizados.

Diante desse cenário, o presente projeto busca oferecer à piscicultura nacional um sistema que
seja financiável por si. A economia gerada pelo tratador autônomo pode ser utilizada em parte
para custeá-lo mensalmente, por exemplo. Caso uma fração de 30% do total da economia seja
convertida à empresa, o TAM do projeto seria de R$ 40 milhões anuais. O valor está dentro da
faixa proposta por AULET, se contextualizada para R$ ao invés de U$D, o que define o projeto
como atrativo e suficientemente focado.

7. Lista de propostas equivalentes ou complementares:


Um projeto para a realização do estimador de biomassa por visão computacional foi submetido
no segundo ciclo de análise de projetos para o PIPE fase 1 de 2017. O projeto, cujo número de
processo é 2017/08584-2, foi considerado não habilitado por problemas na validade de um dos
documentos e porque dois pesquisadores deveriam confirmar sua participação na plataforma
SAGe e não o fizeram.

8. Descrição da Equipe
a. Pesquisador Responsável: Rodrigo Telles da Silva Vale (24h semanais)
Graduado em Engenharia Mecânica com ênfase em Engenharia Mecatrônica pela Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (2011), mestre em Engenharia de Controle e
Automação Mecânica também pela POLI/USP (2014). Atualmente, está com doutorado em
andamento em Engenharia de Controle e Automação Mecânica pela POLI/USP.
Tem experiência na área de robótica, mecatrônica e automação, atuando principalmente nos
seguintes temas: submersíveis não tripulados, navegação em tempo real, filtro de partículas,
sonares. É sócio fundador da Immersus Tecnologia, onde atua como diretor de desenvolvimento
de software e firmware.
b. Equipe de Pesquisadores:
Pesquisador Principal: Lucas Machado de Oliveira (40h semanais): Graduado em Engenharia
Mecânica com ênfase em Engenharia Mecatrônica pela Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo (2013). Atualmente, está com mestrado em andamento em Engenharia de Controle e
Automação Mecânica também pela POLI/USP, com previsão de conclusão para dezembro de
2017. Tem experiência na área de robótica, mecatrônica e automação, com ênfase em
desenvolvimento de sistemas embarcados. Atuou entre 2009 e 2016 em projetos do Laboratório
de Veículos Não Tripulados da POLI/USP, trabalhando no desenvolvimento de veículos
autônomos e remotamente operados. É sócio fundador da Immersus Tecnologia, onde atua
como diretor executivo. No cargo, coordena os projetos desenvolvidos pela empresa e participa
ativamente no desenvolvimento destes, atuando nos projetos mecânicos, desenvolvimento de
hardware, sistemas de energia e softwares embarcados.

Pesquisador técnico e assistente administrativo: Rodrigo Eiji Yamagata Diana (40h semanais):
Graduado em Engenharia Mecânica com ênfase em Engenharia Mecatrônica pela Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (2013) e duplo diploma em Engenharia Generalista
pela École Centrale de Lyon, França (2012), onde obteve conhecimentos complementares em
administração, economia e contabilidade. Atualmente, está concluindo mestrado em
Engenharia de Controle e Automação Mecânica, também pela POLI/USP. Em 2016, realizou o
curso “General Business Program” promovido pela AEP e BTC (108 horas) e em 2014, o curso
intensivo “TRIARII Gestão e Negócios – How to decipher Fin. Reports” (20 horas).
Tem experiência na área de robótica, com ênfase em navegação e processamento de sinal.
Possui interesse pelo movimento empreendedor e suas metodologias, como a “startup enxuta”
e a ferramenta “CANVAS”. Participou do grupo vencedor do primeiro Startup Weekend USP
2014, com um projeto de "waze para bicicletas". Na Immersus Tecnologia, atua como diretor
administrativo, atuando na gestão financeira, relacionamento com clientes e prospecção de
mercados.

Pesquisador técnico: Renie Venn Chan (24h semanais): Graduado em zootecnia pela UNESP
(2016), possui experiência aplicada em cultivo de tilápias, sendo responsável pela produção da
piscicultura parceira “Água Pura”, que conta com aproximadamente 300 tanques-rede e animais
em diversos ciclos. Conduz as atividades de arraçoamento, biometrias, vacinação, classificação
de peixes e controle de produção. Além disso, participou durante a graduação de um projeto de
doutorado, “inovações tecnológicas no manejo alimentar de tilápias”, onde implantou
alimentadores automáticos no Centro de Aquicultura da UNESP, em Botucatu.

Pesquisadores associados:

Dr. Guilherme Wolff Bueno (2h quinzenais): Formado em Zootecnia e Mestre em Engenharia
de Pesca e Recursos Pesqueiros pela Universidade Estadual do Paraná. Possui MBA em
Gerenciamento de Projetos com foco em inovação na aquicultura. Doutorado SWE em Ciências
Animais pela UnB e University of Guelph, Canadá. Pós-doutorado no Instituto de Biociências da
Unesp. Atuou como Presidente do Instituto Água Viva na elaboração e execução de projetos de
pesquisa, extensão e inovação tecnológica em aquicultura e pesca. Foi Chefe de Divisão na
Coordenação de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura em Águas da União no Ministério
da Pesca e Aquicultura e Docente em Gestão do Agronegócio e Desenvolvimento Sustentável
(2012-2014). Atualmente é Assessor e Pesquisador na Agência de Inovação na UNESP e
Professor no Curso de Engenharia de Pesca na área de Economia, Projetos Aquícolas,
Empreendedorismo e Gestão Empresarial. Atuou como consultor durante 05 anos na ONU para
Alimentação e Agricultura - ONU/FAO na área de tecnologias e projetos aquícolas. Tem
experiência na área de recursos pesqueiros e gestão de projetos, com ênfase em aquicultura,
atuando principalmente nos seguintes temas: Bioeconomia, benchmarking de
empreendimentos aquícolas e modelagem matemática aplicada à avaliação econômica e
ambiental de sistemas de produção de organismos aquáticos.

Dr. Thiago de Castro Martins (2h quinzenais)

É docente do Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos da Escola


Politécnica da Universidade de São Paulo. Possui graduação em Engenharia Mecânica, ênfase
em Automação e Controle pela Universidade de São Paulo (2000). Teve a formação
complementada por intercâmbio internacional em 1999 no Institut National des Sciences
Apliquées - Toulouse, França via programa de graduação sanduíche - CAPES. Realizou o
Doutorado Direto (2007) em Engenharia Mecânica pela EPUSP. Trabalhou no Laboratoire
d'Analyse et d'Architecture des Systemes (Toulouse, França), na Open Communication Security e
é sócio fundador da Latenter Criptografia. Faz parte do LGC – Laboratório de Geometria
Computacional da USP, onde uma das especialidades é o processamento de imagens. Foi
orientador de mestrado do pesquisador Rodrigo Telles da Silva Vale, quando trabalharam com
o processamento de imagens de sonar para navegação de um robô submarino (VALE, 2012).

Pesquisadores colaboradores:

Dr. Erico Tadao Teramoto:

Mestre e doutor em Energia na Agricultura - Agronomia pela UNESP de Botucatu. É bacharel em


engenharia agrícola pela Universidade Federal de Lavras. Atua em projetos voltados à
modelagem estatística e análise climática de variáveis com foco no uso de algoritmos integrados
com sistemas de Machine Learning aplicados na agricultura e aquicultura. Desenvolveu pós-
doutorado SWE entre Unesp e Solar Institute Jülich - Fachhochschule Aachen, Alemanha com
estudos direcionados ao uso de modelos estatísticos e técnicas de aprendizado de máquina.
Atualmente é Professor Assistente Doutor no Curso de Engenharia de Pesca na Unesp - Campus
Experimental de Registro na área de engenharia para aquicultura e Matemática I e II.

Dr. Rodrigo Roubach

É pesquisador do INPA/MCTI desde 1988, com atuação em pesquisas e ensino na pós-graduação


em nutrição de peixes e aquicultura. Possui Graduação em Ciências Biológicas pela Fundação
Técnico Educacional Souza Marques - RJ (1985), mestrado em Biologia de Água Doce e Pesca
Interior pela UFAM e INPA - AM (1992), especialização em Fish Feed and Fish Nutrition pela
University of Washington, EUA (1992) e PhD em Fisheries and Allied Aquacultures pela Auburn
University, EUA (1998). Foi Coordenador de Aquicultura do INPA (2001 a 2005); Gerente de
Projetos da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca/SEAP/PR (2005 a 2009); Atua na World
Aquaculture Society/WAS desde 1990, é Membro Titular da Comissão Nacional de Biotecnologia
(2007 a 2011) e Membro Titular do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (2015). Desde 2013
é Vice-Chair do Subcomite de Aquicultura do Comite de Pesca da FAO. Tem experiência na área
de Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca, com ênfase em Aquicultura e Piscicultura,
atuando principalmente nos seguintes temas: planejamento e fomento setorial, aquicultura,
piscicultura, nutrição e alimentação de peixes.

9. Bibliografia
a. Artigos Científicos e Técnicos (referências):
AULET, B. Disciplined entrepreneurship. Wiley. 2013.

AYER, N.W. and TYEDMERS, P.H. Assessing alternative aquaculture technologies: life cycle
assessment of salmonid culture systems in Canada. Journal of Cleaner Production, 17, 362-373.
2009.

BARTON, J.R. and FLØYSAND, A. The political ecology of Chilean salmon aquaculture, 1982-2010:
A trajectory from economic development to global sustainability. Global Environmental Change,
20, 739-752. 2010

BÉNÉ, C. and OBIRIH-OPAREH, N. Social and economic impacts of agricultural productivity


intensification: The case of brush park fisheries in Lake Volta. Agricultural Systems, 102, 1-10.
2009

BUENO, G. W. Modelo bionergético nutricional e balanço de massas para o monitoramento e


estimativa de efluentes da produção comercial de tilápia do Nilo em reservatório tropical. Tese
de doutorado em ciências animais. Universidade de Brasília Faculdade de Agronomia e Medicina
Veterinária. 2015.

EMBRAPA, Moro, G. V. Biometria de Peixes: Tanque-rede. EMBRAPA. 2014.

FAO. FAO yearbook – Fishery and Aquaculture Statistics. Food and Agriculture Organization of
the United Nations. 2014.

FAO. Fith to 2030 – Prospects for fisheries and aquaculture. Food and Agriculture Organization
of the United Nations. 2013.

GARCIA, F; ROMERA, D. M.; GOZI, K. S.; ONAKA, E. M.; FONSECA, F. S.; SCHALCH, S. H. C.;
CANDEIRA, P. G.; GUERRA, L. O. M.; CARMO, F. J.; CARNEIRO, D. J.; MARTINS, M. I. E. G.;
PORTELLA, M. C. Stocking density of Nile tilapia in cages placed in a hydroelectric reservoir.
Aquaculture, v. 410, p. 51-56. 2013.

IBGE. Produção da pecuária municipal 2014. IBGE, 2015.

KUBITZA, F. et al. Panorama da piscicultura no Brasil parte II. Revista Panorama da piscicultura,
ed. 133, p. 19, 2012.

MPA - Ministério da Pesca e Aquicultura. Balanço 2013 do Ministério da Pesca e Aquicultura.


14p. 2013.

MARTINS, H. Veja como é feita a engorda do salmão e o impacto da criação. Globo Rural [online],
24 de maio de 2015a. Disponível em
<http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2015/05/veja-como-e-feita-engorda-
do-salmao-e-o-impacto-da-criacao.html>. Acesso em 07/04/2017.

MARTINS, H. Entenda como funciona o cultivo de salmão. Globo Rural [online], 24 de maio de
2015b. Disponível em
<http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2015/05/entenda-como-funciona-o-
cultivo-do-salmao.html>. Acesso em 07/04/2017.

MATHWORKS. Matlab r2015b Win64, 2015.

MPA, Plano de desenvolvimento da aquicultura brasileira – 2015/2020. MPA – Ministério da


Pesca e Aquicultura. 2014

OPENCV. OpenCV - Open Source Computer Vision Library, 2017.

PEIXE BR. Anuário PeixeBR da Piscicultura 2016. PeixeBR – Associação Brasileira da Piscicultura.
2016.

ROS. ROS – Robot Operating System. Open Source Robotics Foundation, 2017.

SEBRAE. Aquicultura no Brasil – séries e estudos mercadológicos. SEBRAE. 2015.

SEBRAE. Criação de tilápias em tanques escavados. SEBRAE. 2014.

SEBRAE. Manual do piscicultor – Produção de tilápia em tanque-rede. SEBRAE. 2008.

VALE, R. T. S. Localização de Monte Carlo aplicada a robôs submarinos. 2012. Dissertação de


Mestrado em Engenharia Mecânica. Escola Politécnica da USP. 2012

b. Patentes e outros documentos de Propriedade Intelectual:


Uma busca por patentes que contenham a palavra “piscicultura” em seu resumo retorna 59
documentos.

Figura 5 - Resultado da busca no banco de patentes do INPI pela palavra "piscicultura" no


resumo do processo.

Dos 59 processos, 5 tratam do arraçoamento, a saber:


1. Alimentador flutuante para piscicultura (2011, nº do pedido: MU8902909-7)
2. Dispositivo alimentador para piscicultura (2000, nº do pedido: MU7801926-5)
3. Dispositivo de tratamento e alimentação automatizado para utilização em tanques de
piscicultura (2016, nº do pedido: PI1103169-7)
4. Distribuidor automático de ração com prato giratório para alimentação de peixes
(2006, nº do pedido: PI0402491-5)
5. Distribuidor flutuante automático de distribuição de ração com prato giratório
aplicado na piscicultura (2011, nº do pedido: MU8902909-7)

Apesar de abordar o tema de arraçoamento, as patentes em questão fazem apenas a entrega


da ração. Para isso, utilizam reservatórios de estocagem, sistemas de pratos giratórios,
sopradores, etc; mas os dispositivos não incorporam nenhum sistema de controle além do timer.
Assim, é possível afirmar que o projeto tem caráter de pesquisa de viabilidade técnica, com
potencial de registro junto ao INPI.

10. Orçamento Proposto


a. Tabela do Orçamento Consolidado:

Figura 6 - Orçamento da proposta.


b. Justificativa para serviços de terceiros e diárias:
A verba para serviço de terceiros será utilizada para financiamento de consultorias e realização
dos testes de campo. Serão consultorias técnicas processamento de sinais e imagem, fabricação
mecânica, zootécnica, inovação e empreendedorismo.

Os ensaios de campo para coleta de dados e os testes de validação e aprimoramento estão


previstos para ocorrer em um empreendimento na região de Paraibuna, no Estado de São Paulo,
à 130 km da capital. A Piscicultura Água Pura foi escolhida pela sua proximidade e porque o
empreendimento já vem trabalhando em conjunto com a Immersus Tecnologia,
disponibilizando suas estruturas e oferecendo feedback das necessidades durante as operações
aquícolas da fazenda. Planejam-se visitas quinzenais para acompanhamento e implantação dos
ensaios. Assim, os custos de diária serão utilizados para financiar os gastos relacionados às
atividades de campo, como combustível para deslocamento, alimentação e alojamento da
equipe de pesquisa.

c. Justificativa de solicitação de bolsas:


Foram solicitadas três bolsas de Treinamento Técnico TT-3. São necessárias à realização do
projeto, pois permitem a dedicação de um corpo de apoio, tanto do ponto de vista técnico
quanto de gestão. Além de viabilizar a execução do programa, as bolsas possibilitarão aos
beneficiados a participação em um programa com aplicação prática dos conhecimentos de
engenharia e de empreendedorismo.

 Pesquisador técnico (TT-3, 40 horas semanais): o processamento dos dados e estudo


para determinação dos melhores métodos de identificação de voracidade e toda a
sequência de aprimoramentos e correções demandarão agilidade e paralelização dos
estudos. Para isso, o bolsista auxiliará nas atividades de programação e elaboração de
algoritmos do projeto.
 Pesquisador técnico e assistente administrativo (TT-3, 40 horas semanais): auxiliará na
realização dos ensaios de campo, desenvolvimento da estimativa de voracidade dos
peixes, coleta de informações de usabilidade e melhoria com o usuário. Também atuará
na administração do projeto para não sobrecarregar o pesquisador principal. Fará o
registro as atividades e será responsável pelas compras.
 Pesquisador técnico (TT-3, 40 horas semanais): para elaborar e acompanhar os ensaios
de campo, analisar os dados coletados e direcionar os aprimoramentos do sistema é
preciso acompanhar o projeto não apenas quanto à engenharia, mas também com
relação à zootecnia. Assim, o bolsista irá realizar um estudo sobre a nutrição dos animais
e os processos de produção envolvidos no cultivo de tilápias. A partir disso, irá
acompanhar a coleta e o processamento dos dados, de forma a propor testes que não
sejam enviesados. Além disso, participará da análise dos resultados, auxiliando na
obtenção de informações que sejam condizentes com a realidade.

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