RESUMO:
Capítulo 1: O ESTUDO DA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA.
René Descartes:
Ele contribuiu muito para a psicologia moderna, por esse motivo muitos
afirmam ter ele inaugurado a era da psicologia moderna.
As contribuições de Descartes: o mecanicismo e o problema mente-corpo
O trabalho mais importante dele para psicologia foi à tentativa de resolver o
problema mente-corpo: a questão da distinção entre as qualidades mentais e físicas.
(dualismo Cartesiano)
Ele comparava os nervos do corpo aos canos dentro dos quais corria a água e os
músculos e tendões às engrenagens e molas. Para Descartes o corpo e a mente
interagiam em um ponto central e ele disse que esse ponto seria o corpo pineal.
Ele também foi o autor da teoria do ato-reflexo: reflexo involuntário, automático.
Ideia de que um objeto externo pode provocar uma resposta involuntária.
E também a Doutrina das ideias:
A doutrina exerceu profunda influencia no desenvolvimento da psicologia moderna.
Ele afirmava ser a mente produtora de dois tipos de ideias:
As ideias derivadas – são produzidas pela aplicação direta de um estímulo
externo, influenciadas pelos estímulos externos.
As ideias inatas – surgem da mente ou da consciência, independente das
experiências sensórias ou estímulos externos. Nascem comigo.
Materialismo:
Doutrina que considera os fatos do universo como suficientemente explicados em
termos físicos pela existência e natureza da matéria.
John Locke:
Uma de suas maiores contribuições para a Psicologia foi o Ensaio sobre o
entendimento humano. Para John Locke (1632-1704) a busca do conhecimento
deveria ocorrer através de experiências e não por deduções ou especulações. Desta
forma, as experiências científicas devem ser baseadas na observação do mundo.
Locke também afirmava que a mente de uma pessoa ao nascer era uma tábula
rasa, ou seja, uma espécie de folha em branco. As experiências que esta pessoa
passa pela vida é que vão formando seus conhecimentos e personalidade. Ele
negava veemente o inatismo. Ele rejeitou a proposta de Descartes sobre as ideias
inatas.
Para Locke, o aprendizado depende primordialmente das informações às
quais a criança é submetida e que ela absorve de modo relativamente previsível e
passivo. Aprendizado de fora para dentro. Para ele a mente obtia conhecimento por
meio da experiência.
Locke admitia dois tipos de experiência: A reflexão é a percepção da
operação de nossas mentes com as ideias já ali depositadas pela sensação,
derivando as dúvidas, crenças, vontades e o conhecimento propriamente dito. É
somente assim que atingimos o entendimento das coisas. IMPORTANTE! Eu
tenho uma sensação que gera uma reflexão.
Princípios do empirismo:
Percepção através da sensação; Análise da experiência consciente nos
elementos; Processo de associação; Foco nos processos conscientes.
Basicamente é isso que o empirismo sustenta: contrapondo-se ao racionalismo, que
privilegia a razão como fonte segura do conhecimento, esta escola enfatiza o papel
da experiência. Junto com Locke, fazem parte do empirismo britânico os filósofos
George Berkeley (1685-1753), David Hume (1711-1776) e John Stuart Mill (1806-
1873).
Marshall Hall:
Ele foi pioneiro na investigação do comportamento reflexo, observou que
animais decapitados continuavam a se mexer por algum tempo mediante o estimulo
de várias terminações nervosas.
Pierre Flourens:
A pesquisa dele envolvia a destruição sistemática de partes do cérebro e da
medula espinhal dos pombos, ele concluiu que o cérebro controlava os processos
mentais mais elevados, partes do cérebro médio controlavam os reflexos visuais e
auditivos, o cerebelo a coordenação e medula o batimento cardíaco, a respiração e
outras funções vitais.
O espírito do mecanicismo:
Era predominante na fisiologia do século XIX, assim como na filosofia da época. Não
havia outro lugar em que esse espírito se destacasse tanto como na ALEMANHA.
E assim as linhas se entrelaçaram na fisiologia do século XIX: o materialismo, o
mecanicismo, o empirismo, o experimentalismo e a mediação.
A evolução inicial da fisiologia indica os tipos de técnicas de pesquisa e as
descobertas que fundamentaram a abordagem científica da investigação psicológica
da mente. Enquanto os filósofos abriram o caminho para o ataque experimental da
mente, os fisiologistas realizavam experiências para investigar os mecanismos que
estão por trás dos fenômenos mentais. O passo seguinte era a aplicação do método
experimental na mente propriamente dita.
Os empiristas britânicos argumentavam que a sensação era a única fonte de
conhecimento. O astrônomo Bessel demonstrou o impacto da observação das
diferenças individuais na sensação e percepção. Os fisiologistas estavam definindo
a estrutura e a função dos sentidos.
Ernst Weber:
Sua principal área de interesse em pesquisa, e da qual foram extraídas suas
maiores contribuições, eram os órgãos dos sentidos. E aplicou os métodos
experimentais da psicologia aos problemas de natureza psicológica.
Sua pesquisa proporcionou a criação de um método de investigação da relação
entre corpo e a mente – entre o estímulo e a sensação resultante. O trabalho de
Weber sobre os limiares e a medição da sensação foi da maior importância para a
nova psicologia e influenciou cada aspecto da psicologia até os dias atuais.
Wilhelm Wundt:
Wundt é conhecido como o pai da psicologia moderna, ele foi o fundador da
psicologia como disciplina acadêmica formal. Ele instalou o primeiro laboratório,
lançou a primeira revista especializada e deu inicio à psicologia experimental como
ciência. Temas de suas pesquisas eram a sensação e percepção, atenção,
sentimento, reação e associação, que se tornaram capítulos básicos de livros
didáticos e são até hoje fontes inesgotáveis de estudo. Tanto que maior parte da
história pós-wundtiana e caracterizada pela contestação ao seu ponto de vista da
psicologia, mas isso não desmerece sua importância nem seus feitos como
fundador.
Por que foi Wundt e não Fechner a receber os méritos pela fundação da nova
psicologia? A resposta está na natureza do processo da fundação de uma escola do
pensamento. A fundação consiste em um ato deliberado e intencional que envolve
características e habilidades pessoais diferentes das exigidas na produção de
contribuições cientificas extraordinárias. Por tanto fundação não é sinônimo de
criação, mas tantos os fundadores quanto os criadores são essências na formação
de uma ciência. E Fechner não estava querendo fundar uma nova ciência, ele queria
compreender a relação entre mente e corpo. Já Wundt estava determinado a fundar
uma nova ciência.
O laboratório de Wundt e sua fama atraíram a Leipzig muitos estudantes de diversos
países que queriam trabalhar com ele, vários deles se tornaram pioneiros,
difundindo versões próprias de psicologia para as gerações seguintes. Muitos deles
eram norte-americanos que retornaram para os Estados Unidos para implementar
laboratórios próprios. O laboratório de Leipzig exerceu enorme influencia no
desenvolvimento da psicologia moderna.
Wundt também abriu dois grandes campos de pesquisa para a psicologia: a
pesquisa experimental e a psicologia social (ou dos povos).
A psicologia de Wundt utiliza os métodos experimentais das ciências naturais,
principalmente as técnicas empregadas pelos fisiologistas. O objeto de estudo de
Wundt era a consciência, no sentido mais amplo, o impacto do empirismo e do
associacionismo do século XIX refletia-se, ao menos parcialmente, no sistema de
Wundt. Na sua perspectiva, a consciência incluía várias partes diferentes e podia ser
estudada pelo método da análise ou da redução.
Wundt concentrou-se no estudo da capacidade própria de organização da mente,
dando o nome de Voluntarismo (volição): força de vontade própria em organizar o
conteúdo da mente em processos de pensamentos superiores.
E na opinião de Wundt, os psicólogos deveriam dedicar-se ao estudo da
Experiência mediata e imediata: A experiência mediata oferece informação sobre
qualquer coisa, exceto sobre os elementos dessa experiência; a experiência
imediata é equilibrada pela interpretação.
O método de Introspecção:
Wundt estabeleceu que o método de observação devia necessariamente usar o
método da introspecção: Percepção interna = Autoexame do estado mental.
Autoanálise da mente para inspecionar e relatar pensamentos ou sentimentos.
Ele não foi o criador do método, já existia desde o tempo de Sócrates. Mas a
inovação introduzida por Wundt consistia na aplicação do controle experimental
preciso sobre as condições de execução da introspecção.
A introspecção, ou percepção interna, praticada no laboratório de Leipzig, obedecia
a regras e condições estabelecidas por Wundt.
Os observadores devem ser capazes de determinar quando o processo será
introduzido;
Os observadores devem estar em estado de prontidão e alerta;
Deve haver condições adequadas para se repetir várias vezes a observação;
Deve haver condições adequadas para se variar as situações experimentais
quanto à manipulação controlada do estímulo. Essência do método
experimental.
A descrição introspectiva que Wundt buscava estava relacionada principalmente aos
julgamentos conscientes sobre o tamanho, a intensidade, a duração de vários
estímulos físicos, ou seja, o tipo de analise quantitativa da pesquisa psicofísica.
Sensações: Wundt alegava ser a sensação uma das duas formas básicas de
experiência. A sensação surge sempre que um órgão do sentido é estipulado e os
impulsos atingem o cérebro.
Sentimentos: O sentimento é a outra forma elementar da experiência. A sensação e
o sentimento são aspectos simultâneos da experiência imediata.
O sentimento é o complemento subjetivo da sensação, embora não se origine
diretamente de um órgão do sentido.
Teoria tridimensional do sentimento: explicação de Wundt para os estados do
sentimento, baseada em três dimensões: prazer-desprazer, tensão-relaxamento e
excitação-depressão. Ele considerava as emoções um composto complexo de
sentimentos elementares e, se fosse possível destacá-los na grade tridimensional,
as emoções poderiam ser reduzidas a esses elementos mentais. Essa teoria não
resistiu ao teste do tempo.
Apesar da sua ênfase nos elementos da experiência consciente, Wundt reconheceu
que, ao olharmos para os objetos do mundo real, nossa percepção é dotada de
unidade e totalidade.
Apercepção: Processo pelo qual elementos mentais são organizados. É
responsável pela significação da coisa ou do que é a coisa em si.
Capítulo 5: ESTRUTURALISMO.
Capítulo 6: FUNCIONALISMO
Charles Darwin, com sua noção de evolução, mudou o foco da nova psicologia da
estrutura da consciência para as suas funções. A origem das espécies de Darwin
influenciou muito o funcionalismo. A teoria da evolução darwiniana leva em conta o
fato evidente da variação entre os membros individuais de uma espécie, Darwin
deduziu ser essa variabilidade espontânea transmitida de uma geração à outra. Era
inevitável que a escola de pensamento funcionalista se desenvolvesse.
O funcionalismo se preocupa com as funções da mente, em como ele é usada por
um organismo para se adaptar a seu ambiente. O movimento da psicologia funcional
focou na questão prática: O que os processos mentais conseguem realizar? Os
funcionalistas estudaram a mente não do ponto de vista de sua composição
(estrutura), mas sim como um conglomerado de funções e processos que levam a
consequências práticas do mundo real.
Como um primeiro sistema de psicologia, puramente norte americano, o
funcionalismo foi um protesto deliberado contra a psicologia experimental de Wundt
e de Titchener, ambas vistas como restritas demais.
Como resultado dessa ênfase nas funções mentais, os funcionalistas passaram a se
interessar pelas aplicações em potencial da psicologia aos problemas da vida diária,
de como as pessoas funcionam e se adaptam a diferentes ambientes. O rápido
desenvolvimento da psicologia aplicada nos Estados Unidos pode ser considerado o
legado mais importante do movimento funcionalista.
A influência de Darwiniana psicologia
“Em um futuro distante, eu antevejo campos abertos para pesquisas mais
importantes. A psicologia estará baseada sobre um novo alicerce” Darwin, 1859
Pode-se verificar que o trabalho de Darwin influenciou a psicologia contemporânea
da seguinte maneira:
1. Enfoque na psicologia animal (base para psicologia comparativa);
2. Ênfase nas funções e não na estruturada consciência;
3. Aceitação da metodologia e dos dados de diversas áreas;
4. Enfoque na descrição e mensuração das diferenças individuais.
O impacto da mudança contínua foi observado não apenas nos círculos científicos e
intelectuais, como também na vida cotidiana. O Zeitgeist social estava se
transformando por causa da Revolução Industrial. Os valores, as relações e as
normas culturais, mantidos constantes por várias gerações, de repente foram
rompidos quando a migração em massa da zona rural para as pequenas cidades
promoveu o rápido desenvolvimento dos centros industriais urbanos.
O funcionalismo sai somente do acadêmico e vai para o cotidiano.
Capítulo 9: BEHAVIORISMO
Hans, o Esperto: foi um cavalo que se tornou famoso por ter sido treinado, pelo
alemão Wilhelm von Osten, a desempenhar tarefas de aritmética e outras tarefas
mentais.
O cavalo ficou tão famoso que foi alvo de uma série de investigações que se
iniciaram com o psicólogo Carl Stumpf que formou uma comissão. No entanto, foi o
psicólogo Oskar Pfungst, em 1907 que descobriu que Hans não era tão bom em
matemática quanto parecia.
O caso de Hans, o Esperto, é um exemplo do valor e da necessidade de uma
abordagem experimental no estudo do comportamento animal. Os psicólogos
passaram a enxergar com mais ceticismo os grandes feitos dos “animais
inteligentes”. Entretanto, esse estudo também mostrou a capacidade de o animal
aprender e ser condicionado a modificar seu comportamento.
O estudo experimental da aprendizagem animal passou a ser mais importante no
tratamento desse tipo de questão do que a hipótese anterior sobre a existência de
uma consciência operando na mente do animal.
O Behaviorismo deve ser uma ciência que prepare homens e mulheres para
compreender os princípios dos próprios comportamentos. Deve formar homens e
mulheres dispostos a reorganizar as próprias vidas, e principalmente com disposição
para se prepararem para educar seus filhos de maneiras saudáveis.
Além disso, para Watson as emoções não passavam de simples respostas
fisiológicas e estímulos específicos. Watson investigou os estímulos que produziam
respostas emocionais e concluiu que os bebês demonstravam três padrões
fundamentais de resposta emocional não aprendida: o medo, a raiva e o afeto.