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Como sabemos, das formas de vinculação apresentadas pela Convenção de Viena, a seleccionada pelo
ordenamento jurídico português é a da assinatura ad referendum, significando esta que o Estado
Português se vincula “sob condição” de existência de um acto de Direito Interno. Esta conclusão
resulta da conjugação do art. 12/2 b da Convenção de Viena com o art. 8/2 da CRP, que citamos em
seguida:
Artigo 12.º Convenção de Viena – Epígrafe: Manifestação, pela assinatura, do consentimento em ficar
vinculado por um tratado
1 - O consentimento de um Estado em ficar vinculado por um tratado manifesta-se pela assinatura do
representante desse Estado:
2 - Para os fins do n.º 1:
b) A assinatura ad referendum de um tratado pelo representante de um Estado, se confirmada por
este último, vale como assinatura definitiva do tratado.
Chegando ao nosso ordenamento jurídico, o que acontece ao diploma? Para facilitar a destrinça do
órgão com competência e da forma que o diploma deve adoptar aconselha-se uma tripartição do
artigo 161 alínea i).
Assim, as 2 primeiras partes referem-se à competência de aprovação e formas do acto aprovado pela
Assembleia de Republica:
Para Blanco Morais, não estando a matéria na primeira parte do artigo 161 i ) é acordo, excepto no
caso do órgão que tinha que aprovar decidir aprova-lo como tratado.
O critério parece ser a partida a questão da matéria (do objecto da convenção). Parece ser para isto
que aponta o artigo 161 alínea i primeira parte. Parece estar aqui presente uma reserva de tratado (na
medida em que para além das outras protecções tem a protecção de forma de tratado).
Para o Professor Jorge Miranda é o critério de importância constitucional primária para decisão do uso
de forma de tratado. É porém inseguro na medida em que não é linear o que seja considerado
“interesse constitucional primário”.
A restante doutrina (que opta por um critério formal-orgânico), desde que esteja na competência da
Assembleia da Republica, pode ser aprovado sob a forma de tratado (escolha livre da forma de
tratado). Esta vertente acaba por ter como lado negativo o facto de nunca se saber até ao momento
exacto da aprovação o que venha a ser objecto de acordo.
Quem é que aprova convenções em Portugal? Pode dizer-se recorrendo a um critério residual que
tudo o que não possa ser aprovado pela Assembleia é aprovado pelo Governo (ver artigo 197 /1c da
Constituição).
A competência
A Assembleia da República pode aprovar tanto tratados como acordos. Atendendo ao chamado
critério da compe-tência reservada (artigos 164 e 165 da Constituição), há que salientar que em
direito internacional público não há autorização legislativa pelo que o governo não pode ser
autorizado a legislarem direito internacional público pela Assembleia da república. Esta situação
poderia levar ao erro da AR interferir no poder de negociar e legislar a convenção seria uma actuação
fraudulenta e por isso inconstitucional. De acordo com o artigo 165 a AR só pode legislar: funciona
como uma reserva absoluta da AR.
O critério da intercomunicação de competências – AR + GOV – consta do artigo 161 i) in fine
conjugado com o art. 197 c)
Para o professor Jorge Miranda, existe um poder-dever de submissão das matérias de interesse
constitucional primário do Governo à AR. Esta posição tem a vantagem de incluir no controlo do
parlamento as matérias que o legislador se esqueceu de incluir).
Para o professor Blanco Morais, há um entendimento lockeano no sentido de existir uma margem de
livre decisão do Governo submeter ou não à AR.
Quando recebe um diploma, o que pode o Presidente fazer? Pode assinar, não assinar ou pedir a
fiscalização (artigo 134 CRP). Interpretando o artigo 136/4, o Presidente não pode vetar politicamente
porque o parlamento pode superar, assim a
Artigo 277/2 - nada impede que por analogia se aplique a disposição aos acordos da Assembleia da
República, tendo e atenção a “ratio legis”. Assim, aplica-se a todos os acordos. Não se pode restringir
a sua aplicação a tratados porque a Assembleia da República pode aprovar todos os acordos e mudar
para forma de tratado. Por uma ques-tão de igualdade, se os acordos da Ar usufruem do regime,
também deverão usufruir os do governo.
Artigo 278/1 – fala em decretos mas quando é a AR a aprovar fá-lo sob a forma de resolução
Ratificações imperfeitas (designação não aceite unanimemente na doutrina): o artigo 277/2 abre a
possibilidade de serem aprovados tratados inconstitucionais. E trata-se apenas de tratados, não se
estende aos acordos? Resposta: antigamente, via-se a assinatura como um acto meramente “pro
form”. Quando se passou a ver a assinatura como um acto tão livre quanto uma ratificação, então
pode aplica-se o artigo 277/2 quer a acordos quer a tratados.
Este artigo abre a possibilidade de o tratado ser em função da matéria constitucional e ser
inconstitucional apenas por questões orgânicas e formais e na sua aprovação ocorrer uma violação da
ordem constitucional. Por exem-plo: se for o presidente do STJ a promulgar o tratado (agressão ao
principio da separação de poderes).
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