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m3 Marly Amaitha Estéo mortas AMARILHA, Marly, ESTAO Sais, po ak MORTAS AS FADAS? Literatura infantil e prdtica pedagdgica. Prefacio de Eliana Literatura infantil € pratica ped: Yunes. Petrépolis: Vozes/Natal: EDUFRN/ Cooperative Cultural, 1997, 94p. Lucila Bezerra Quinderé da Cruz Pesquisadora do Niicleo de Estudos ¢ Pesquisas em Educagao ¢ Comunicagéo “ — NEPEC/DEPED/UFRN O inusitado titulo ESTAO MORTAS AS FADAS? nao se faz apenas enigmédtico em termos da questdo posta Mais que isso, ele nos intriga € nos deixa curiosos para saber a resposta. Satisfazer essa cutiosidade é facil: deixamo-nos seduzir, aceitamos 0 jogo ¢ mergulhamos com Marly Amarilha na leitura de seu livro, publicado pela Editora Vozes, EDUFRN e Cooperative Cultural UFRN. E um livro instigante a partir do prdprio titulo, bem como da proposta liidica de como se apresenta ao leitor. Quem o |é se abre a novas idéias, avelia as proprias e cria novas formas de ver, novas maneiras de entender 4 si mesmo como leitor nesse mundo incomensurdvel da leitura Prefaciado por Eliana Yunes e referendado por Maria Helena Martins, fadas arquitetas da leitura, 0 livro redine oito textos resultantes de uma sélida investigagao no campo de estudos e pesquisas, nos eixos Literatura x Educagio, mediante 4 revelagdo de alguns dos aspectos probleméticos da formagdo de leitores, particularmente, da relagdo com a leitura do professor que forma leitores. Os textos propiciam um salutar confronto entre o cotidiano de leituras na sala de aula e a visio dos professores e de seus aprendizes Revista Educagio em Questio, 8 (1): 141-144, jan un. 1998 143 A luz de miltiplas contribuigées tedricas que vém da Sociologia da Leitura, da Sécio-Psicolinguistica, da Teoria da Literatura, sobremaneira da Estética da Recepgio, a autora desmitifica e redimensiona os papéis do professor edo aluno como leitores, no contexto escolar. Nesse sentido, a leitura é vista como um objeto multifacetado, composto pela trade: autor, texto e leitor. A autora retoma com propriedade a discussdo acerca da importancia da leitura, especialmente da leitura da literatura para 0 desenvolvimento cognitive @ afetivo do ser humano. Nessa perspectiva, emogao, afetividade ¢ meméria so aspectos relevantes e constitutivos do processo de significagdo de leitura. Assim, a leitura se configura como mediadora entre 0 homem e o mundo e como atividade cognitiva que implica o uso da meméria, da ateng3o, da imaginagdo e da representago desencadeadoras dos niveis mais sofisticados de abstragio. A medida que seus textos se complexificam em sua tessitura, Marly os clarifica com maestria, deixando sempre espago para os leitores participarem dessa composiggo. Até mesmo as reflexes tedricas sdo tecidlas com leveza e seriedade, o que torna o livro, ao mesmo tempo, consistente ¢ de leiture prazerosa. No desfecho do jogo, ao final da leitura dese livro, os leitores desvendaréo o seu enigma. E, como as /sdlas séo seres que salam o destino aos homens, os leitores desse livro teréo seus destinos modificados pelas elucubragdes e descobertas que hao de fazer, através de verinha de condao de autora, desvendando a existéncia de intimeras fadas que, anonimamente, tecem sonhos ¢ leituras no cotidiano de sala de aula. Confirma-se a hipdtese: as fadas nao estéo mortas! 144 Revista Educagio em Questio, 8 (1): 141-144, jan Jun. 1998

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