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Lei nº 8137/90

- Dos crimes contra a Ordem Econômica, Tributária e Financeira.

- Evolução Legislativa:

- Código do Império e Código da República – 1830, 1890;


- Código Penal de 1941 ;
*lei 4729/65
*lei 8137/90
- conflitos de leis
* 8383/91- art. 98
Lei nº 8137/90

- Dos crimes contra a ordem econômica

- Conteúdo

-crimes praticados por particulares (arts. 1º e 2º );


-crimes praticados por funcionários públicos (no art. 3º );

- arts. 4º a 7º condutas de crimes contra a ordem econômica;

-art. 7º contra as relações de consumo;

- 8º a 10º as penas de multas aplicáveis e conversão de penas de detenção em multas;

-art. 10 diminuição de pena;

-art. 12 aumento de pena;

-art. 15 ação penal.


Lei nº 8137/90

- Bem Jurídico Tutelado

- Conceito amplo

“entende-se ordem econômica como a regulação jurídica da intervenção do estado na


-

economia” e ainda “a regulação jurídica da produção, distribuição e consumo de bens e


serviços”. (PRADO, 2009, P. 265).

-“tal conceito (direito penal econômico) abarca aquelas partes do Direito Penal que
tutelam primordialmente o bem jurídico constituído pela ordem econômica estatal em seu
conjunto, e em consequência, o fluxo da economia em sua organicidade, em uma
palavra, a economia nacional. (...) o direito penal econômico neste sentido restritivo
corresponde a uma concepção do Direito econômico como Direito da direção da
economia pelo estado. (TIEDMANN, Klaus. Poder economico y delito. 1985, p. 09)
Lei nº 8137/90

● Disponibilidade do bem jurídico x arrependimento posterior


- Tipicidade material:

artigo 20 da Lei n. 10.522/02:


"Serão arquivados, sem baixa na distribuição, mediante
requerimento do Procurador da Fazenda Nacional, os autos
das execuções fiscais de débitos inscritos como Dívida
Ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional ou por ela cobrados, de valor consolidado igual ou
inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais)"

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Lei nº 8137/90
● Portaria MF nº 75, de 29/03/2012, art. 1º, inciso II:

“o não ajuizamento de execuções fiscais de débitos com a Fazenda Nacional, cujo valor
consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).” Desse modo, tem sido
defendida a tese de que o novo parâmetro para análise da insignificância penal nos
crimes tributários passou de R$ 10.000,00 (de acordo com o art. 20 da Lei nº
10.522/2002) para R$ 20.000,00 (com base na Portaria MF nº 75).

)
Lei nº 8137/90
● (...) PENAL. SONEGAÇÃO FISCAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. PRINCIPAL INFERIOR A
VINTE MIL REAIS. APLICAÇÃO. Aplicável o princípio da insignificância no delito de sonegação
fiscal quando o valor do crédito tributário, excluídos os juros de mora e as multas fiscais, é inferior
ao parâmetro de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) instituído pelo artigo 1º, inciso II, da Portaria MF nº
75 de 22/03/2012. II - A Portaria MF nº 75, de 22 de março de 2012, publicada em 26 de março de
2012, em seu artigo 1º, determina o não ajuizamento de execuções fiscais de débitos com a
Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais). III -
A Portaria MF nº 75 revogou expressamente a Portaria MF nº 49, de 1º de abril de 2004, que
autorizava o não ajuizamento das execuções fiscais de débitos com a Fazenda Nacional de valor
consolidado igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Dentro desse contexto, o valor a ser
considerado como limite para aplicação do princípio da insignificância é o de R$ 20.000,00 (vinte
mil reais). (...) (STF, HC 104530/RS)
Lei 8137/90- Sujeito do Crime

- Sujeito Ativo
(...) Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa
jurídica, concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas penas
a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada por
sistema de entrega ao consumo ou por intermédio de outro em que o
preço ao consumidor é estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou
concedente, o ato por este praticado não alcança o distribuidor ou
revendedor.
Lei nº 8137/90- Dos Crimes em espécie

Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou


contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo
operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer
outro documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva
saber falso ou inexato;
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento
equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente
realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.
● Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Lei nº 8137/90
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:
I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou
empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de
tributo;
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social,
descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que
deveria recolher aos cofres públicos;
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer
percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de
contribuição como incentivo fiscal;
IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou
parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao
sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa
daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Lei nº 8137/90

1) A doutrina em geral considera que os crimes estabelecidos no art. 1º são todos


crimes materiais, exigindo a ocorrência de resultado naturalístico para a sua
consumação, consubstanciado na supressão ou redução de tributo (incluindo as
contribuições sociais, que definitivamente encartam-se na categoria “tributo”) ou de
qualquer acessório.
2) Há quem diga que a modalidade prevista no inciso IV seja crime de perigo e a
modalidade do inciso V seja crime de mera conduta. (PRADO, MAIA,
BONACCORSI, STELLITA)
3) Posição diversa: “verbos nucleares dos tipos previstos em todos os incisos é
suprimir ou reduzir tributo ou acessórios. Isso significa que, no caso do inciso IV, o
crime não é “elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou
deva saber falso ou inexato”, mas sim suprimir ou reduzir tributo mediante essas
condutas, assim como o crime previsto no inciso V não pode ser considerado de
mera conduta, pois apenas é crime “negar ou deixar de fornecer, quando
obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou
prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a
legislação” se esta conduta consistir em supressão ou redução de tributo ou
acessório.“ (STF, Lei nº 8137/90)
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Lei nº 8137/90

- Configuração do Crime
- art. 1º da lei 8137: condições da ação e elemento objetivo
- Requisitos objetivos do tipo
- Falta de justa causa

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- Consequencias da aplicação da Sumula Vinculante nº 24:

"Ementa: I. Crime material contra a ordem tributária (L. 8137/90, art. 1º): lançamento do tributo
pendente de decisão definitiva do processo administrativo: falta de justa causa para a ação
penal, suspenso, (...)1. Embora não condicionada a denúncia à representação da autoridade
fiscal (ADInMC 1571), falta justa causa para a ação penal pela prática do crime tipificado no art.
1º da L. 8137/90 - que é material ou de resultado -, enquanto não haja decisão definitiva
do processo administrativo de lançamento, quer se considere o lançamento definitivo
uma condição objetiva de punibilidade ou um elemento normativo de tipo. 2. Por outro
lado, admitida por lei a extinção da punibilidade do crime pela satisfação do tributo
devido, antes do recebimento da denúncia (L. 9249/95, art. 34), princípios e garantias
constitucionais eminentes não permitem que, pela antecipada propositura da ação penal,
se subtraia do cidadão os meios que a lei mesma lhe propicia para questionar, perante o
Fisco, a exatidão do lançamento provisório, ao qual se devesse submeter para fugir ao
estigma e às agruras de toda sorte do processo criminal. (...)" (HC 81611, Relator Ministro
Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, julgamento em 10.12.2003, DJ de 13.5.2005)

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● "Ementa: (...) 1. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal quanto à necessidade do
exaurimento da via administrativa para a validade da ação penal, instaurada para apurar infração aos
incisos I a IV do art. 1º da Lei 8.137/1990. Precedentes: HC 81.611, da relatoria do ministro
Sepúlveda Pertence (Plenário); HC 84.423, da minha relatoria (Primeira Turma). Jurisprudência que,
de tão pacífica, deu origem à Súmula Vinculante 24 (...). 2. A denúncia ministerial pública foi
ajuizada antes do encerramento do procedimento administrativo fiscal. A configurar ausência de justa
causa para a ação penal. Vício processual que não é passível de convalidação. 3. Ordem concedida
para trancar a ação penal." (HC 100333, Relator Ministro Ayres Britto, Segunda Turma, julgamento
em 21.6.2011, DJe de 19.10.2011)
● "Em princípio, atesto que a decisão definitiva do processo administrativo consubstancia condição
objetiva de punibilidade. Em outras palavras, não se pode afirmar a existência, nem tampouco fixar o
montante da obrigação tributária até que haja o efeito preclusivo da decisão final administrativa. Vale
ressaltar que, a partir do precedente firmado no HC 81.611/DF, firmou-se nesta Corte jurisprudência
no sentido de que o crime contra a ordem tributária (art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/1990)
somente se consuma com o lançamento definitivo. É que, em razão da pendência de recurso
administrativo perante as autoridades fazendárias, não se pode falar de crime. Uma vez que essa
atividade persecutória funda-se tão somente na existência de suposto débito tributário, não é legítimo
ao Estado instaurar processo penal cujo objeto coincida com o de apuração tributária que ainda não
foi finalizada na esfera administrativa." (HC 102477, Relator Ministro Gilmar Mendes, Segunda
Turma, julgamento em 28.6.2011, DJe de 10.8.2011)
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Súmula Vinculante 24 - Não se tipifica crime material
contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a
IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do
tributo.
Data de Aprovação Sessão Plenária de 02/12/2009;
Lei nº 8137/90
- - Formas de Extinção da Punibilidade
- - Pagamento Integral do Tributo e momento processual

• AVANÇO LEGISLATIVO
• - Lei n° 4729/65- art. 2º - a extinção de punibilidade nos crimes de sonegação fiscal, antes do procedimento
administrativo para a cobrança de tributo

• Decreto- lei nº 157/67-


• Art. 18§ 2º Extingue-se a punibilidade quando a imputação penal, de natureza diversa da Lei nº 4.729, de 14 de julho de
1965, decorra de ter o agente elidido o pagamento de tributo, desde que ainda não tenha sido iniciada a ação penal se o
montante do tributo e multas fôr pago ou depositado na forma dêste artigo".

STF Súmula nº 560 - 15/12/1976 - A extinção de punibilidade, pelo pagamento do tributo devido, estende-se ao crime
de contrabando ou descaminho, por força do Art. 18, parágrafo 2, do Decreto-Lei 157-67.
Lei nº 8137/90
• -
• - Lei n°8137/90- art. 14- Recebimento da denúncia
• - revogado pelo art. 98 da lei 8383/91
• - Lei 9249/95
Art. 34. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei n. 8.137, de 27

de novembro de 1990, e na Lei n. 4.729, de 14de julho de 1965, quando o


agente promover o pagamento do tributo ou contribuição social, inclusive
acessórios, antes do recebimento da denúncia.
Lei nº 8137/90

• Lei n° 9983/00 – art. 168-A do Código Penal;

• "§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições,
importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento,
antes do início da ação fiscal."

• * Lei n° 9964/00- REFIS I, art. 15;

Art. 15. É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de
27 de dezembro de 1990, e no art. 95 da Lei no8.212, de 24 de julho de 1991, durante o período em que a pessoa
jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver incluída no Refis, desde que a inclusão no referido
Programa tenha ocorrido antes do recebimento da denúncia criminal (...) § 3o Extingue-se a punibilidade dos crimes
referidos neste artigo quando a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos
oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive acessórios, que tiverem sido objeto de concessão de
parcelamento antes do recebimento da denúncia criminal.

• ;
Lei nº 8137/90

• Lei n°10684/03 – REFIS II- §2º do art. 9º

§ 2o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando


a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral


dos débitos oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive
acessórios

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