DA ESTRADA NOVA
Figura 1. Bacia Hidrográfica da Estrada Nova com suas áreas de influência. Fonte: Engessolo, 2007.
Essa bacia hidrgráfica compreende os bairros do Condor, Jurunas, Guamá e Cremação
e pequena parcela dos bairros de Batista Campos, São Brás, Nazaré e Cidade Velha. Figura 3.
De acordo com as análises do Relatório de Impacto Ambiental-RIMA que faz parte do
Programa de Reabilitação Urbana e Ambiental da Bacia da Estrada Nova-PROMABEM e do
licenciamento ambiental da área, essa bacia hidrográfica foi subdividida em quatro sub-bacias
A Sub-bacia 1, que abrange os bairros do Jurunas e Batista Campos e tem como
principais canais o da Timbiras, da Caripunas e parte da Bernardo Sayão. A Sub-bacia 2, com os
bairros do Jurunas, Condor, Cremação, Nazaré, São Brás e Batista Campos. Com os canais da Dr
Morais, 14 de Março, Quintino e parte da Bernardo Sayão sendo os principais. A Sub-bacia 3,
abrangendo os bairros da Condor, São Brás e Guamá. E seus canais princiapsi são o da 3 de Maio
e parte da Bernardo Sayão. Sub-bacia 4 abrange principalmente o bairro do Guamá. E o canal
principal é do da Bernardo Sayão.
Um dos fatores que leva ao adensamento populacional nas áreas de baixada em Belém,
principalmente aos bairros circunscritos a bacia hidrográfica da Estrada Nova é a grande
intervenção de contenção das águas das marés nas décadas de 1940 e 1950 ao longo do rio Guamá
que beneficiou uma extensa área. (ARAÚJO, 2013)
Após a implementação do projeto e construção do Dique da Estrada Nova para conter
as águas do rio Guamá, toda a área da bacia hidrográfica é beneficiada com redução significativa
das áreas de inundação e alagamento, possibilitando a ocupação de forma menos insalubre da
população que chega a Belém empurrada por projetos e programas do governo federal para
desenvolvimento da região amazônica. (ARAÚJO, 2013).
Com a construção do dique e da “melhoria” dos fenômenos de alagamentos, a
população iniciou um intenso movimento comercial, principalmente às margens do Rio Guamá. O
grande contingente populacional, excluído socialmente do centro da cidade, desenvolveu um fluxo
de comércio que inicialmente estava ligado ao consumo local, com feiras, mercados e pontos de
troca de mercadorias.
Neste mesmo processo, o fluxo comercial com a região insular provocou significativas
mudanças. Muitos comerciantes das ilhas vizinhas começaram a atracar às margens do rio e nos
pequenos portos que logo cresceram em números e estrutura. Esse intenso fluxo comercial de
mercadorias ribeirinhas, adicionou um novo vetor de ocupação ligado às atividades comerciais dos
bairros às margens do rio. Para Peixoto (2012) nesse processo, os portos do Açaí e da Palha
surgiram na forma de trapiches de uso público e passaram a representar portas de entrada para
mercadorias e passageiros oriundos das ilhas e interiores próximos a Belém. Com o tempo
formaram-se feiras a céu aberto nas áreas atrás dos trapiches e aos poucos toda a região foi se
conformando ao fluxo de populações ribeirinhas que chegavam à cidade por essas entradas. A
movimentação fez surgir nos bairros do Jurunas, Guamá e Condor uma identidade ribeirinha, que
se vê no comércio local e no modo de vida dos moradores. (PEIXOTO, 2012). Figuras 3.
2.2- Materiais e
3. CONCLUSÃO
No decorrer do projeto, muitas pesquisas referentes aos processos que levaram à
configuração atual da bacia hidrográfica da Estrada Nova forma feitos no intuito de entender, com
pesquisas acadêmicas e científicas, os fatores que contribuem para o fenômeno de alagamento em
alguns pontos mais intenso em toda a área da bacia que está naturalmente sujeita à inundação e
alagamentos.
A ocupação da área da bacia hidrográfica da Estrada Nova foi marcada pela segregação
espacial sofrida pelas classes menos favorecidas economicamente, rebaixadas à periferia da
Primeira Légua Patrimonial da cidade. Constituída pelos bairros com cotas altimétricas mais
elevadas, urbanizados e planejados para as classes econômicas altas e estruturas políticas do
município. Restando as áreas de baixada ou com baixa cota altimétrica a ocupação desordenada e
intensa do solo, acelerada pelo crescimento demográfico a partir dos anos de 1960.
Para a população burlar os problemas de infraestrutura, transformaram seu próprio espaço
segundo suas necessidades de deslocamento, o excesso de passagens singulares para o tráfego dos
pedestres e veículos altera a morfologia dos canais, com pequenas pontes improvisadas e
habitações construídas sobre os dutos de vazão do canal, afetando seu funcionamento.
Os canais sofreram diretamente com o entulho, lançamento direto de resíduos domésticos
e esgoto de habitações construídas sobre os canais. Essa prática compromete o funcionamento do
canal uma vez que carregados de material, ocorre o transbordamento em caso de chuvas ou maré
alta. A fluidez da agua não acontece de forma natural, transformando os canis em verdadeiros
lixões a céu aberto.
Após todos os estudos e pesquisas in loco, realizadas, é fundamental inferir o descaso do
poder público municipal com estas áreas, pois através das coletas e relatos fica evidente que a falta
de planejamento urbano pode ser apontado no caso da bacia da Estrada Nova como um dos fatores
que mais agravam dentre muitos problemas o fenômeno de alagamento. Apesar das intervenções
infraestruturais já realizadas na área, estas são apenas medidas paliativas que pouco tem resolvido
as dificuldades vividas pelos morados que historicamente, e atualmente, vão criando seus próprios
meios de conviver com as carências urbanas.
Devido á densidade das pesquisas e extensão dos problemas encontrados na bacia
hidrográfica da Estrada Nova, o projeto não dispôs de tempo necessário para realizar as pesquisas
referentes à bacia hidrográfica do Tucunduba, como previsto pelo objetivo do projeto inicial. Tal
pesquisa deve ser realiza com a continuação do projeto, se aprovado, no próximo edital do
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à pesquisa científica, tecnológica e inovação
(PIBICTI).
4. REFERÊNCIAS