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Este tratado de BD foi inicialmente criado para a sua publicação em livro mas,
na impossibilidade de o conseguir devido ao medo que as editoras ainda têm
para se aventurar neste mercado, decidi, então, transforma-lo numa página da
web e comparti-la gratuitamente com todos os interessados.
Desenho Guião
Lição 1 Lição 1
Lição 2 Lição 2
Lição 3 Lição 3
Lição 4 Lição 4
Lição 5 Lição 5
Lição 6 Lição 6
Técnicas de Desenho
Lição 1
As Personagens
O Protagonista
Esta é a figura que mais vezes desenharemos ao longo da história; por isso,
deveremos familiarizar-nos com ela, utilizando, para o efeito, fotografias de
actores de cinema, de familiares, amigos ou até, porque não, o nosso próprio
rosto.
A Heroína
O Malvado
Muitas vezes ele pode ser o herói da história; outras vezes é tão conhecido ou
mais que o protagonista principal, fazendo a este último a vida difícil, mas
sempre sem levar a melhor.
Seja como for, a sua cara deverá reflectir a maldade do seu coração.
Esta personagem deverá ser alta, magra, de nariz fino e/ou disforme ou baixo e
gordo.
Qualquer que seja a história, a documentação joga sempre o maior dos papeis.
Um bom desenho com uma errada ou desinteressada documentação poderá
desacreditar o autor; por isso, teremos de estar o mais bem documentados
possível, até mesmo nos mais pequenos pormenores os quais possam ser os
botões da farda do almirante da Royal Navy em 1780, ou a fivela dos sapatos
de Mr. X.
A Vinheta
Sem o percurso visual o leitor acabaria por não tomar atenção ao desenho da
vinheta; temos, pois, de fazer com que o leitor entre na vinheta por um ponto
por nós marcado, que a percorra com o olhar, se detenha aí onde está o centro
de interesse e saia por outro ponto também previamente marcado, entrando de
seguida na vinheta que está ao lado.
Com o percurso visual conseguimos que o leitor siga a história sem esforço e
sem se perder, dando atenção à totalidade das vinhetas e, o que é mais
importante, ao centro de interesse de cada vinheta.
Tudo isto poderá parecer complicado, mas o percurso visual é algo instintivo
que, com a pratica, aprenderemos a dominar. Aconselho o estudo dos grandes
mestres da BD, tentando descobrir onde e como eles o utilizaram.
Fig 10- ©
Le Lombard / Hermann
—Oh, my God!
—No, gracias!!
—Was, Perspektive?
Eu sei, tal como a matemática, esta é uma matéria pouco simpática mas, sem
dúvida, indispensável no desenho em geral, e na BD em particular, sem a qual
é muito fácil cair em erros que saltam à vista e que não têm perdão. Aconselho-
o a estudar perspectiva, não tudo mas o bastante para poder realizar suas
vinhetas com alguma segurança. Vejamos alguns conselhos práticos, prometo
não ser chato.
Quer nós estejamos num ponto alto ou num ponto baixo, a linha do horizonte,
aquela que separa o céu do oceano, está sempre à altura dos nossos olhos.
Este exemplo da praia é, certamente, um dos únicos, já que excluindo esse,
temos sempre diante de nós barreiras — edifícios ou montanhas — que nos
dificultam a visão do horizonte, mas a sua linha, mesmo invisível, ela está aí
onde você está; em casa ou na rua, de pé ou sentado, ela está sempre à altura
dos seus olhos e, com ela, todos os seus pontos de fuga.
É desses pontos de fuga que partem todas as linhas de fuga que prolongam as
rectas paralelas horizontais dos modelos vistos em perspectiva. Os pontos de
fuga podem ser um, dois ou mais para cada modelo. Algumas vezes, dada a
complexidade dos modelos torna-se necessário aplicar os P.F. (pontos de fuga)
acima ou abaixo da linha do horizonte (L.H.)
Vejamos agora alguns exemplos práticos com um, dois e três pontos de fuga.
E para terminar esta pequena achega sobre perspectiva, deixo aqui a figura 16
desenhada por Moebius. Que tal? Ela fala por si.
Figuras nos Diferentes Planos
Fig. 17: Comece por desenhar a olho a primeira figura (A), desenhando em
seguida a linha do horizonte (L.H.) e o ponto (B) que indica onde há-de ficar
colocada a segunda figura.
Fig. 18: Para achar a altura da figura situada em (B) começamos por traçar
uma linha que parte de (A) passando por (B) e que se prolonga até à linha do
horizonte, achando aí o ponto de fuga (P.F.1). Traçamos agora outra linha que
una a cabeça de (A) com o P.F.1 e prolongamos o ponto (B) até essa nova
linha, achando a vertical (D) que indica a altura da segunda figura.
Fig. 19: Suponhamos que ao mesmo nível da figura (B) queremos desenhar
outra figura. Basta-nos, então, prolongar as horizontais (I) e (J) dando-nos a
altura da figura (H).
Fig. 20: Para desenhar uma figura mais próxima basta-nos situar a olho o ponto
(E), traçando então a linha obliqua (K) desde aí até qualquer ponto situado na
L.H.— neste caso P.F.2.
Fig. 21: A partir do esquema anterior achamos o ponto (L), prolongamo-lo até
se encontrar com a linha da cabeça da figura (A), achando o ponto (N) e a
vertical (M).
Vamos a isso?
Guião
Lição 1
Talvez por estarmos habituados a ver a BD como uma arte para desenhadores,
transcuramos o guião. O que é certo é que, com um mau guião, nunca se
poderá fazer uma boa história, mesmo que o desenho seja de mestres.
Escrever um bom guião não é tão fácil como possa parecer à primeira vista
nem tão difícil que não possamos aprender a escreve-lo. Se lermos as
aventuras de Asterix escritas por Goscinny, ou as do Tenente Blueberry, por J.
M. Charlier, entre outras, dar-nos-emos conta disso. Em primeiro não é só
saber escrever, há algo bem mais importante como as sequências, acções,
documentação, efeitos especiais, encadeados, ritmos, etc.
Pois bem, vamos iniciar com algumas descrições sobre composição do guião,
e só na segunda parte darei um exemplo prático de como escrever uma
história, da sua nascença até ao produto final.
Guião Literário
-INTRODUÇÃO,
-DESENVOLVIMENTO,
-CONCLUSÃO.
Divisão em Sequências
Personagens e Documentação
O Story Board
A Vinheta
O Guião Técnico
O texto descritivo serve para indicar ao desenhador tudo o que deve figurar
dentro da vinheta e que foi pensado pelo guionista, até mesmo os mais
pequenos detalhes. Poderá então o desenhador, através dele, construir
perfeitamente a acção imaginada em precedência. Os textos narrativos e os
diálogos são os que acompanham o desenho para seu entendimento, é o que o
leitor vai ler.