Você está na página 1de 10
METoDoLoola ve Pesquisa EM Anis VISUAIS UISA E MBTODOLOGIA ‘esquisa 6 a busca sistertica de solucGes, com o fim Ge descobri ou estabelecerfatos ou principio relat- ‘vos a qualquer grea do conhecimento hummano. Por ser atvidade sistematica, requer sempre um método. que implica premedagio,e esta esth normalmente ligada a0 tipo l6gico © Prcional de pensamento. Pesquisar & desejar solucionar algo. nas poceese, em condigées muito especias, até encontrar digo que ndo se extaa buscando conscientemente, 32m qUe tsa solugio ocorra através de pesquisa. A pesquisa sempre impfes ne premeditagio, na vontade clara e determinada de se rrneonirar uma solugao através de trajetria racional engendra- Gaipelsrazio. A pesquisa presume a escotha de um caminho Ger vihado para se buscar uma fnaidade determinads. 'No entanto, como em qualquer atividade humane, pesqui- sa enquanto processo ndo & somente to do racional: o que t aconal é 2 consciéncia do desejo, a vontade e a predispo~ Sigao para tal, ndo 0 processo da pesquisa em si, que interea- Too reconal € intuitvo na busca comum de solucionar algo. Esses conceitos servem tanto para a ciéncia quanto para a arte, pois pesquisa € a vontade e a consiénda de se encontrar s0- foyées, para qualquer rea do conhecimento humanc. “Fade pesquisa necessita de um método para cheger a seus objetos. Método & 0 camino pelo qual esses sioalcancados. ZAMBONI, Silvio. Metodologia de pesquisa em artes visuals tn ZAMBONS, ivi. Mekal de poeta om as vii. a. A pmo arte um ORIGINAL sc — ' | | oder aver vroscaminhosderetes, os exits sempre tims adequado pase tad, Era adequgso ro de peo somente a una escaa no seu si ico mals pu Fado, oadequndo leva trem 0 port de wits pests! ce Cue escone (0 qve 6 equa prs um inh obigator Srnent pode tio ser ara Guo) 0 prada em qe 0 Gntvo ta atundo, poss escoha do amotio adequodo et imimarert aca 20 conunto de eps eds tera em que ‘test auando, camino da sdequgio em ane no 6neee Saramerte o mais crt e mane para se singin 0b jet. porque 0 proceso de rabalo, pncament apes {us arate, € permeado por nimero tres a racionas to contoldor pel ect do arti, «potato pode ne: essa Je camihos menos detospara que se dba mario neces das ohugbes betas pel arth ‘O métodonainvesiggio denice osSca aparecey quando ohomnem comeyoua se preocopar como entend tent eitrpretaso do mundo, anhou figs mals de: finids com Descartes, conforme menconsdo no explo Felerente Aree Cenc Todo mbt et basead de certa mania num sen dio de orden, send esto arano de alga dentro de gym pardmero, Ardem, awa forma ma snpls, express Enscament ataves de sequénds de sucesoes, Bohne Pet (1985) Wentieanvtios por de orders: aso que mas in {eres prs devenvohimento de vabatosreatwos sare € 1Gitnca toque els onorinam de ordom genera Esra ordem no dic respito aos aspects supefici o tesenelimerte eva rr stench de sucess ima sim a ua ordem internat mas profirda «pair ah qual emerge cratamentes forms manta deco Suter cen 201) A.ordem generativa, ou gerativa, esté sempre muito li- {ada 20s processos de trabalho em que a criatividade exerce papel importante, como & o caso das pesquisas em arte © ‘em ciéncia, O préprio termo explicta 0 seu sentido, & uma Merooo.o0%s ¢ Pesouren en Aevas Visunis 45 ‘ordem (ge eventos, fatos, elementos. etc.) cuja seqiiéncia ai num desenrolar simult&neo, gerativo e subseqdente, ‘onde 2 cratividade dita o rumo do desdobramento, pois ele 2 mola fundamental, Nao se trata de elementos simples postos em ordem de forma mecdnica e superficial, a men. fe criadora € que se torna o principal instrumento da plani ficagdo dessa ordem. ‘O método esti sempre ligado a uma forma de ordem, implcando em organizar,tragar uma sequéneia ® ser seguida ‘ordena’ elementos para estar erros, pois 0s erros 36 atravan- ‘cama busca de uma solugio. O método & uma questio rac ‘nal, depende de escolha determinada e premeditada 1.1. A Especulagio (Desordem Experimental) A especulagio, 0 fazer para ver 0 que vai dar, 0 2c2so. podem até se consiuir num método de descoberta sem, no fentanto. tornarem-se instrumentos Ge pesquisa de alguma elcéca "A especulagio, ov 0 método da desordem experimen- tal, deve ser encarado de duas formas: ') como uma forma totalmente ineiciente para buscar as solugdes de problemas formulados pela pesquisa: B) como um forma de se achar solugGes sem existir 0 problema, e nesse caso, sem problema, no haveria motivo para pesquisa Em suma, a especulagio pode ser um método de des- coberte ¢ de se encontrar solugées, mas no € um método de pesquisa ‘0 individuo que fax especulacio esté consciente da va- cuidade de sua proposta, est8 solto © descompromissado com quzlquer situagdo que exja uma resposta ele tenta sem Saber 0 que conseguirs, ¢ ele mesmo no sabe firmemente fo que pretende conseguir. Por nio considerar a especulagio como método de pesquise. nio quera dizer que ela nao tenha validade no processo global de producio artistica. Muitos artistas, pos ORIGHAL ES | 46. A Pesquisa on ARTE sivelmente a maioria, fazem da especulagao sua verdadeira base de atuacio frente ds atividades artstcas. Esses artistas indo tém um problema claro @ propor, no possuem um método de pesquisa, buscam solugées sem saber previa- mente o que procuram, e no entanto, através da especula~ ‘glo, liberam as Suas intuigdes e podem encontrar solugdes plisticas de real valor. 'Na ciéncia, esse tipo de procedimento especulativo © casual tem participagio muito mais reduzida do que na arte, fembora tenha ocorrido em muitos casos, como a desco- berta da radioatividade por Becquerel, que realizando uma experiéncia para ver no que dé, com 0 vago objetivo de cestudar a fosforecéncia dos compostos do urénio, pela aproximacio de uma chepa fotografica em papel negro, de lum sal de urfnio, acabou por se constituir num exemplo clissica de investigagio do acaso. Mas, de qualquer forma, esse tipo de procedimento ‘em Giéncia ndo tem a mesma importincia e nem & tio usual ‘como na arte, dado que os paradigmas cientficos induzem © pesquisador a ter um comportamento mais racional. A es- peculagSo, por seu maior descompromisso com a racionali dade, ¢ usada de forma muito mais freqdente no fazer ar- titico. ‘As novas tecnologias, conforme foi discutido anterior- mente, ultrapastam na maioria das vezes as previsées de uso de seu criador orginal, © que faz com que. tanto na ciéncia ‘como principalmente na ate, faca-se necessério especular as novidades tecnolégicas: tomar os aparelhos e manipulfslos para ver o que vaidar Na arte, as novas tecnologias sao introduzidas em gran- de parte dos casos dessa forma, sendo de fundamental im- portdneia a atitude especulativa. E preciso primeiro se ter co- inhecimento das qualidades, adaptabiidade e versatildade das ferramentas para depois manipuli-as. E importante deixar caro que existem diferencas profun- das entre especulacio © pesquisa, conforme pode-se obser- vvar no QUADRO I ‘Meronotoai e Pesquisa on Aeres Visuas 47, rengas entre Pesquisa e Especulagso Pesquisa Especulagio Tenllca a exstinca dep pao Wentiica obrigatoramen} tam problema teum problema premediada erefeids | imétodo organzatvo, | ‘pose solugSes previomente f pode encontrar soles ine Sesejades eradas Sseguranga nos resiades faa [ais nui que racionaliacd fio premediads ‘desordem experimental raconaidade © intuigso | sempre exter hipéteses [+ noi hipteses ‘| Na pesquisa sempre se tem a identificaggo de um problema, pois exatamente 0 que a pesquisa se propor encontrar solugéo para situagbes problemiticas, caso contrério, ndo haveriarazio para levar avante a investiga glo. Na especulacio, normalmente © problema nao & identiicado, “Toda a pesquisa é premeditada: antes da execuséo do trabalho existe um amadurecimento de idéias e uma defini- {lo de rumos, Na especulagao nio existe a obrigatoriedade Se premeditagio, pode-se inciar um trabalho sem uma re- flexdo prévia, sem idgias clares e caminhos tragados. 'Na pesquisa, existe um método organizativo mais ela- borado, que torna muito mais cil a elaboragéo de um pro- jeto escrito e sistematizado, Na arte puramente intuitiva, ‘Caleada na especulago, expressar-se verbalmente sobre 0 trabalho que serd realizado & muito dificil, endo impossive. Normalmente o¢ artistas pyramente intuitivos tém muita di ficuldade em elaborar um projeto de trabalho antes da exe- cugio do mesmo, isto dcorre porque nessas atividades no existe uma premeditacio que desemboque num mé- todo organizative de trabatho. ORIGINAL, so

Você também pode gostar