Luis Lancelle
Já se passaram alguns anos desde sua aparição comercial na área da
arquitetura e o LED reina quase que absoluto nas prateleiras da
iluminação.
Provavelmente isso já era previsível, as vantagens que ele apresenta
são muitas, sobre todo em termos de sustentabilidade. Porém o que
não era previsível era que iriamos a ter uma invasão de lâmpadas
“importadas” (xing ling) e “nacionalizadas” que, se bem barateiam e
difundem seu consumo, normalmente estão totalmente fora dos
padrões aceitáveis, sobre tudo no tocante a suas desconhecidas curvas
fotométricas, estabilidade cromática e índice de reprodução de cores.
Por outra parte com os LEDs as soluções se tornaram mais fáceis, tudo
é mais simples, as alternativas são menores. Se nos anos de gloria do
Lighting Design (1970 a 2015) tínhamos três ou quatro tecnologias a
disposição, cada uma com caraterísticas diferentes, agora temos
praticamente só uma. Além, os sistemas ópticos eram diversos de tal
forma de me permitir variadas alternativas de efeitos para um mesmo
elenco de necessidades, agora a solução está quase pronta, pré-
fabricada, praticamente uma receita de bolo, ainda que tenhamos uma
infinidade de design de luminárias que só diferem entre si pela sua
estética.
E nem falar dos Retrofits que se tornaram praticamente um plug n play,
sem o mínimo respeito ao partido do projeto original, dando resultados
totalmente dissimiles aos que tinham sido imaginados e projetados.
Lembro de que sempre que voltava a Brasília, Peter Gasper, reclamava
de que depois de tantos meses dedicados a afinar o sistema de
iluminação da Praça dos Três Poderes, DF, se deparava com que a
manutenção tinha mudado a especificação da maioria das lâmpadas e
claro, os resultados eram totalmente diferentes daqueles que ele tinha
projetado (“pichando com luz”, eram suas palavras perante esses
resultados). Foi pouco o tempo em que quem passava ao entardecer
pelo local, como eu diariamente, podia apreciar uma belíssima cena de
iluminação urbana.
Mais, que tem a ver isto com o uso dos softwares para projetos de
iluminação, tudo, as caraterísticas dos LEDs utilizados atualmente
fazem que o uso desses softwares seja relegado e a elaboração dos
projetos fique prejudicada sem as suas correspondentes simulações.
Ao mesmo tempo vários dos bons softwares disponíveis, por diferentes
motivos, não estão praticamente sendo mais utilizados pelos Lighting
Designers (Lumen, Calculux, Radiance, Visual, Rayfront, Lightscape,
etc), além do que por não serem totalmente o foco deste artigo não
incluiremos os softwares de assistência ao análise da eficiência
energética nas edificações (Domus, Energyplus, etc), desta forma
apenas três são os mais significativos e os que estão efetivamente
sendo a ferramenta complementar de um bom projeto de iluminação
arquitetônica, eles são:
AGI32
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