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Philip Yancey - Quando A Vida Nos Machuca
Philip Yancey - Quando A Vida Nos Machuca
Philip Yancey
www.semeadores.net
Revisão:
Josemar de Souza Pinto
Noemi Lucília Lopes S. Ferreira
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Deus meu,
clamo de dia,
e não me respondes.
Salmo 22.2
SEÇÃO DOIS
QUANDO VOCÊ DUVIDA DO PODER DE DEUS.
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Passo a passo, Deus conduziu Jó pelo processo da
criação: o projeto do planeta Terra, a escavação de canais
para depositar os mares, a colocação do sistema solar em
movimento, a criação da estrutura cristalina dos flocos de
neve. Em seguida, Ele se voltou para o reino animal,
ressaltando, com orgulho, o bode montes, o boi selvagem, o
avestruz, o cavalo e o falcão. O escritor Frederick Buechner
sintetizou as comparações que figuram no livro de Jó da
seguinte maneira "[Deus] diz que tentar explanar os tipos de
coisas que Jó quer explicar seria como tentar explicar
Einstein comparando-o a uma cabeça de bagre... Deus não
revela seu grande plano. Ele se revela a si mesmo."
Outras partes da Bíblia me convencem de que talvez
devêssemos ver o problema da dor como uma questão de
ocasião, e não de poder. Temos muitos indícios da
insatisfação de Deus com o estado em que este mundo se
encontra. Certamente, sua insatisfação em vê-lo é tão grande
quanto o nosso desagrado em assistir à sua decadência. E
Ele planeja, um dia, tomar alguma atitude em relação a essa
situação.
Toda a vida dos profetas e de Jesus e todo o Novo
Testamento são permeados pela esperança de que chegará o
grande dia em que serão criados um novo céu e uma nova
terra com a finalidade de substituir o antigo céu e a antiga
terra. O apóstolo Paulo expressou a questão da seguinte
maneira:
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Até quando,
SENHOR
Esquecer-te-ás de mim
para sempre?
Até quando ocultarás
de mim o rosto?
Salmo 13.1
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SEÇÃO TRÊS
QUANDO DEUS PARECE INJUSTO.
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Mais uma vez, a única maneira de colocar à prova as
suas dúvidas em relação a Deus é procurar solvê-las à luz da
Bíblia. O que encontramos lá? Será que Deus, em algum
momento, usa a dor como punição? Sim, usa. A Bíblia
registra muitos exemplos, especialmente de castigos
impostos à nação de Israel do Antigo Testamento. Mas note
bem: em todos os casos, a punição seguiu-se a repetidas
advertências contra o comportamento que levou alguém a
merecê-la. Os livros proféticos do Antigo Testamento, com
centenas de páginas, fazem uma enérgica e eloqüente
advertência ao povo de Israel para que se afastasse do
pecado antes do juízo final. Pense no pai ou na mãe que
castiga seu filho pequeno. De pouco valeria a correção feita
intempestivamente por esse pai ou por essa mãe, se não
houvesse, de sua parte, qualquer explicação diante daquele
filho. Essa tática produziria uma criança neurótica,
desobediente. Para ser eficaz, o castigo deve ter clara relação
com o comportamento.
A nação de Israel sabia por que estava sendo punida; os
profetas haviam advertido o povo judeu de forma pungente e
detalhada. O faraó do Egito sabia exatamente por que as dez
pragas se desencadearam contra a sua terra: Deus as havia
predito, mostrando-lhe a razão por que elas ocorreriam e
como uma mudança nos sentimentos e atitude daquele
governante poderia evitá-las.
Os exemplos bíblicos do sofrimento como forma de
punição, portanto, tendem a seguir um padrão. A dor vem
depois de muita advertência. Depois de advertido, ninguém
fique por aí se perguntando: "Por quê?" As pessoas sabem
muito bem por que estão sofrendo.
Mas será que esse padrão nos faz lembrar aquilo que
acontece à maioria de nós hoje? Recebemos alguma revelação
direta de Deus nos advertindo sobre alguma catástrofe
iminente? O sofrimento pessoal vem acompanhado de clara
explicação da parte do Senhor? Se não conhecemos a razão
do sofrimento, devemos questionar se as dores por que passa
a maior das pessoas - um acidente aéreo, um caso de câncer
na família, uma fatalidade no trânsito - são realmente
castigos de Deus?
Francamente, creio que, a menos que Deus se revele
especialmente de outra forma, seria melhor recorrermos a
outros exemplos bíblicos de pessoas que enfrentaram o
sofrimento. A Bíblia contém algumas histórias de pessoas
que sofreram, mas para quem o sofrimento não era,
absolutamente, punição divina.
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Jesus ressaltou essa questão em duas passagens
diferentes do Novo Testamento. Certa vez, seus discípulos
apontaram para um cego e perguntaram quem havia pecado
a ponto de produzir tamanho sofrimento - o cego ou seus
pais. Jesus respondeu que nem o cego nem seus pais havia
pecado (João 9.1-5).
Em outra ocasião, Jesus comentou sobre dois
acontecimentos recentes de sua época: a queda de uma torre,
provocando a morte de 18 pessoas, e a matança de alguns
fiéis no interior do templo, determinada pelo governo.
Aqueles que morreram com a queda da torre, disse Ele, não
eram mais culpados do que qualquer outra pessoa (Lucas
13.1-5). Eles nada haviam feito para merecer aquela dor.
Existem exceções, é claro. Em alguns casos, a dor esta
nitidamente relacionada aos erros de comportamento: as
vítimas de doenças sexualmente transmissíveis e as pessoas
atingidas por enfermidades relacionadas ao fumo e ao álcool
não precisam perder seu tempo tentando descobrir a
"mensagem" de sua dor. Entretanto, a maior parte de nós, na
maioria das vez, não está sendo punida por Deus. Ao
contrário, o nosso sofrimento segue um padrão de dores
inesperadas e inexplicáveis, como aquelas vivenciadas por Jó
e pelas vítimas das catástrofes descritas por Jesus.
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Justo é o SENHOR em todos
os seus caminhos, benigno
em todas as suas obras.
Salmo 145.17
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SEÇÃO QUATRO
QUANDO VOCÊ SE PERGUNTA SE DEUS SE IMPORTA
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Mostra as maravilhas da tua bondade,
ó Salvador dos que à tua
destra buscam refúgio...
Guarda-me como a menina dos
olhos, esconde-me à sombra das tuas asas.
Salmo 17.7-8
SEÇÃO CINCO
QUANDO VOCÊ PRECISA SENTIR O AMOR DE DEUS.
Thomas Merton