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Não se pode falar em prevalência de uma das diversas teorias psicológicas sobre as
demais pois elas surgem apoiadas em bases filosóficas distintas e, assim como o que acontece
com estas bases, o rumo de cada teoria é distinto. Da mesma forma, não se discute uma história
unificada da Psicologia.
As primeiras explicações sobre a natureza humana eram míticas e religiosas: a mente e o
comportamento eram vistos como efeito da ação de deuses ou espíritos, posição não adequada
para a filosofia, que enunciou os primeiros propostos racionais, na Grécia antiga, para questões
como a origem do conhecimento, a virtude ou as emoções. Na idade média, a religião passa a
ser a fonte primária de construção e divulgação do conhecimento e restou aos filósofos o inquérito
de pontos como a busca da salvação.
Com o renascimento, surge um movimento de retorno aos ideiais gregos e há mudanças
profundas na forma de buscar explicações sobre o mundo. Uma decorrência direta disto é a
criação do método científico, que modela o saber na forma de causa e efeito pelo estabelecimento
de leis. Neste cenário, surge a filosofia moderna com Descartes e seu método que lança suspeita
sobre todo o conhecimento existente à época, na intenção de reconstruí-lo escrupulosamente,
usando a lógica e sob bases racionais. Propõe ainda a existência de uma substância material (que
opera segundo leis verificáveis), uma outra pensante – a distinção mente/corpo – e uma terceira,
que seria Deus.
Dois conjuntos filosóficos sucedem: o racionalismo (que declara decorrer o conhecimento
da razão) e o empirismo (atestando a experiência sensível como forma de obtenção de
sabedoria). São estas duas, para os filósofos, as direções da aquisição do conhecimento – de
dentro para fora, no caso do racionalismo, e de fora para dentro no caso do empirismo – que,
sintetizadas por Kant, servem de base ao positivismo, apontando o método científico como o
caminho para o verdadeiro saber.
O surgimento da Psicologia no laboratório de Wilhelm Wundt foi notoriamente influenciado
pelo positivismo e por áreas adjacentes como a Neurologia e a Biologia, sendo sua proposta
elucidar a estrutura da mente. Seu contemporâneo William James, em contrapartida, propôs o
estudo da mente através de suas funções.
Teorias que desdobram-se do racionalismo, chamadas maturacionais, limitam a influência
do ambiente no desenvolvimento da mente e o condicionam à genética. Galton, Hall e Binet são
representantes desta vertente, que propunha pontos como uma associação próxima entre o
avanço mental e o crescimento e a pré-formação de estruturas mentais.
O princípio comportamentista, opondo-se, aponta a experiência como formadora do dos
processos mentais e suas ações visíveis. Watson e Skinner são proponentes desta vertente que
lança mão do mecanicismo para propor modelos do tipo estímulo/resposta para o comportamento,
seu objeto de estudo.
Outra teoria é o gestaltismo de Wertheimer e Koffka que, apoiada sobre o racionalismo,
sugere a mente como uma associação cujo resultado possuía algo inexistente em suas partes,
denominado de síntese integradora.
Oriunda da clínica médica e criada por Freud, a psicanálise buscava modelar as doenças
que apresentavam sintomas físicos sem uma contraparte originária no organismo, sugerindo o
inconsciente como fonte de impulsos e passível de intervenção.
A teoria humanista, que supõe o humano como orientado à evolução e rejeita perspectivas
mecanicistas, decide-se por centrar-se na pessoa e na reorganização de sua experiência
emocional e cognitiva. Maslow e Rogers são expoentes.
Representada por Vygotsky, Piaget e Wallon, a vertente psicogenética apresenta o modelo
de adaptação de estruturas cognitivas para a mente e a cognição. A interação com o meio leva a
modificação da própria mente, segundo esta teoria que, de forma similar a Kant, sintetiza o
racionalismo e o empirismo de forma dialética com uma proposta de psicologia materialista que
pressupõe o uso da linguagem e o trabalho como requisitos para a construção da subjetividade.